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Cuiabá , 2011
Instituto de Física
Av. Fernando Correa da Costa, s/nº
Campus Universitário
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www.fisica.ufmt.br/ead
D i v e r s i da d e A n i m a l , V e g e ta l e d o s
F u n g o s e a F í s i co - Q u í m i c a da s C é lu l a s
Autores
Le nic y Lucas de M iranda Cerqueira
Corpo Editorial
• Denise Vargas
• Carlos Rinaldi
• Iramaia Jorge Cabral de Paulo
• Maria Lucia Cavalli Neder
FICHA CATALOGRÁFICA
Sumário
1. D iversidade Biológic a 11
2 . C r i t é r i o s de Cl assific aç ão da Biodiversidade 13
3. R e i n o F u n g i 15
4 . R e i n o P l a n ta e 21
5. R e i n o A n i m a l i a 33
6. I n t e r a ç õ e s E c o l ó g i c a s 49
7. C a r a c t e r í s t i c a s F í s i c o - q u í m i c a s da célul a 53
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s 59
UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | IX
1
D iversidade Biológic a
“Dificilmente qualquer aspecto da vida é mais característico que sua quase
ilimitada diversidade. Não existem dois indivíduos, nas populações sexualmente
reproduzíveis, que sejam iguais, nem duas populações da mesma espécie, nem
duas espécies, nem dois táxons superiores, nem quaisquer associações, e assim
ad infinitum. Para qualquer lado que olhamos, encontramos a singularidade, e a
singularidade acarreta a diversidade.” (Mayr, 1988, p. 161).
Figura 1 – Biodiversidade.
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D ando sequência ao tema biodiversidade, lem-
bramos que uma das mais evidentes caracterís-
ticas da vida é sua variabilidade. Tal variabilidade mani-
festa-se através de diferenças entre indivíduos e ocorre em
vários níveis hierárquicos (espécies, gêneros, famílias...).
Todos esses tipos de diferenças são englobados pelo con-
ceito de biodiversidade, que refere-se a variedade de vida
no planeta, incluindo a variedade genética dentro das
populações e espécies, a variedade de espécies da flora
(plantas e algas macroscópicas), da fauna (animais), de
fungos macroscópicos e de microorganismos (bactérias,
protozoários, fungos unicelulares e algas unicelulares).
Neste fascículo vamos nos dedicar ao conhecimento da
biodiversidade nos Reinos Plantae, Fungi e Animalia.
A palavra biodiversidade originou-se da contração
Figura 2 – Biodiversidade.
Fonte: http://watchmojo.com/blogs/images/ da expressão “biological diversity” (Wilson & Peter 1988)
world-hands.jpg e foi adotada por Huston (1994) englobando todos os
níveis de variação natural, do nível molecular e genético
até o nível de espécies.
L i n k s pa r a c o n s u lta :
• WWFBrasil. Disponível em http://www.wwfbrasil.com.br
• IBAMA. Disponível em http://www.ibama.br
Q ual a r e l a ç ã o e n t r e a b i o d i v e r s i d a d e e a e v o l u ç ã o?
O estudo da diversidade biológica teve início na Grécia Antiga com Aristóteles, onde todos os
organismos eram agrupados em um sistema de classificação. Nesse sistema, os organismos eram agru-
pados de acordo com características gerais que não indicavam nenhuma relação evolutiva entre os organismos.
Em 1735, Lineu propôs um novo sistema de classificação da diversidade biológica, mas essa proposta também não
indicava nenhuma relação de parentesco entre os organismos. Com a publicação da Teoria da Evolução através da
Seleção Natural de Darwin, modificações tiveram de ser realizadas nos sistemas de classificação dos seres vivos. A
partir da compreensão dos processos da evolução, a classificação dos organismos passou a ter um enfoque evolutivo
(FERREIRA, et.al., 2008).
Os cientistas estimam que pelo menos 3 milhões e, talvez 30 milhões, de espécies de organismos
vivos existam hoje. O esforço para discernir ordem nesta incrível variedade deu origem a sistemática, a
classificação do mundo vivo.
As opiniões em relação aos reinos da vida começaram a mudar na década de 1960, principalmente
devido ao conhecimento obtido pelas novas técnicas bioquímicas e da microscopia eletrônica. Um siste-
ma de 5 reinos (plantas, animais, fungos, protoctistas e bactérias), primeiramente proposto por Robert
Whittaker em 1959 e baseado no trabalho anterior de Copeland de 4 reinos (plantas, animais, protoctistas
e bactérias) tem consistentemente se sustentado por mais de 3 décadas. Com algumas modificações pro-
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vocadas por dados mais recentes, o sistema de Whittaker é o usado por Margulis &
Schwartz (2001).
A sequência molecular dos ácidos nucleicos provocou um enorme ganho para
nossa compreensão durante esses últimos 15 anos. O sistema proposto por Margulis &
Schwartz (2001) apresenta cinco grandes reinos de vida divididos em dois grandes do-
mínios ou super-reinos, o Prokarya com a sua arquitetura celular simples, com ausência
de núcleo e outras organelas formando o reino Bacteria versus o Eukarya, composto de
células, mais complexas e incluindo os outros quatro reinos: o Protoctista, Animalia,
Fungi e Plantae (Figura 3). Neste fascículo vamos nos dedicar ao conhecimento da
biodiversidade nos Reinos Plantae, Fungi e Animalia do Domínio Eucarya.
animalia
Eukarya
Copyright 2011 © Saraiva S/A Livreiros Editores.
Todos os direitos reservados.
plantae
fungi
prot
a
tist
oct
toc
ista
pro
Prokarya
bacteria (monera)
Q u e r s a b e r m a i s?
Acesse http://www.youtube.com/watch?v=iKjia22oZog e veja um vídeo sobre
biodiversidade ou http://www.youtube.com/watch?v=HVZL__cqZo8, para ver um
vídeo produzido pelo Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).
A o discutirmos o Reino Fungi estaremos nos referindo a diversas situações do nosso cotidiano,
pois nesse reino encontramos uma diversidade de organismos com uma potencialidade reprodu-
tiva intensa que os fazem presentes em praticamente tudo que nos rodeia. Os fungos podem ser encontra-
dos em qualquer ecossistema do planeta, principalmente os terrestres e os aquáticos de águas continentais
e em muito menor número em águas marinhas. Embora, às vezes sejam prejudiciais aos organismos vivos,
outras vezes são fundamentais para existência dos mesmos. Além disso, a peculiaridade de sua atividade
celular propicia que, de diferentes formas, o homem utilize suas propriedades em benefício da vida.
Os indivíduos do Reino Fungi foram por muito tempo classificados dentro do Reino Plantae. No en-
tanto, sabemos hoje que esses organismos não se encaixam no Reino
Plantae por possuírem características do Reino animal, como cé-
lulas heterotróficas e presença de quitina (uma proteína animal),
ausência de clorofila e presença de glicogênio como substância
de reserva. Dessa forma, desde 1969 esse grupo de organismos
é reconhecido como um segmento a parte (Figura 4).
Os fungos são encontrados nas seguintes formas básicas:
Filamentosa e Leveduriforme. A forma filamentosa é repre-
sentada pelos bolores (figura 5), são caracterizados por apre-
sentarem micélios, tipo de tecido específico do grupo, consti- Figura 4 – Fungos em um tronco de árvore.
tuído por unidades filamentosas denominadas, hifas, com uma
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apresentação aveludada, algodoada ou pulverulenta. Os cogumelos, apresentam uma
organização bastante específica dos seus micélios, são corpos de frutificação de deter-
minados grupos. Já as leveduras (figura 6) se apresentam predominantemente na forma
unicelular e de forma pastosa.
Como s ã o a s h i fa s ?
Septadas
nocíticas, não septadas. Monocarióticas (com
apenas um núcleo) ou dicarióticas (possuem
Cenocítica
dois núcleos) quando septadas, e multinucle-
adas quando cenocíticas.
Monocariótica
F i g u ra 7 – T i p o s d e H i fa s .
F o n t e : h t t p :// w w w . p o rta l -
s ao f ra n c i s co . co m . b r / a lfa / Dicariótica
f u n g o s / i m ag en s / h i fa s . j p g
Va m o s e n t e n d e r m e l h o r o m i c é l i o , o u s e j a , c o m o s e a p r e s e n ta
e s s e c o n j u n t o d e h i fa s ?
Estamos em contato com diversos tipos de fungos a todo momento. A forma mais
fácil de reconhecê-los é pelo micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio
de cultivo, o micélio aéreo. Quem de nós não percebeu que quando um alimento estra-
ga, começa a apresentar manchas que vão crescendo com o tempo, ou não se deparou
com determinadas superfícies mofadas, principalmente quando em desuso, também
alguns já observaram em regiões bastante úmidas, a presença de orelhas de pau, e as
as
que a porção aérea. Esse micélio que se desenvolve no interior
H if
do substrato fornecendo elemento de sustentação e absorção de
nutrientes, é denominado de micélio vegetativo (figura 8).
Ao identificar a estrutura desses organismos podemos per-
ceber que para se desenvolver, os fungos necessitam de matéria
orgânica. Onde há vida ou seu produto, podemos encontrá-los.
Eles se alimentam por meio da absorção direta dos nutrientes
que se dissolvem com as enzimas que secretam. Junto com as
bactérias são responsáveis pela decomposição de qualquer maté-
{
ria orgânica. Por um lado essa é a grande vantagem de conviver- Micélio
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C ar ac terístic as físicoquím ic as
A maioria dos fungos são aeróbios obrigatórios, no entanto, muitos são fermenta-
tivos facultativos, ou seja, podem obter energia tanto por oxidação como por fermenta-
ção. São raros os fungos que não toleram oxigênio, sendo portanto, anaeróbios obriga-
tórios. Concentrações muito baixas de oxigênio têm sido correlacionadas a mudança da
fase micelial para a leveduriforme em alguns fungos. Os níveis de gases respiratórios
estão associados a alterações morfogenéticas.
Nutrientes
Inter aç ão ecológ ic a
I m p o r tâ n c i a E c o n ô m i c a
Os fungos são estudados tanto por seus aspectos negativos, ou seja, os danos que
estes organismos podem causar à economia, quanto pelos aspectos positivos, que por
sua vez, são mais representativos.
Os fungos tipicamente sapróbios também podem trazer grandes prejuízos atra-
vés da biodeterioração de materiais de constituição orgânica. Esta biodeterioração é
crítica no caso de produtos alimentícios, podendo se tornar um problema de saúde
pública. Embora pouco frequentes, acidentes provocados pela ingestão direta de fungos
tóxicos ou alucinógenos também podem ocorrer. Além disso, os prejuízos causados
pelo parasitismo de fungos em espécies vegetais de importância agrícola, em animais
de importância veterinária e aqueles que causam micoses em humanos também são
importantes aspectos negativos para a economia.
Por outro lado, no setor agropecuário, os fungos já são utilizados para a micor-
rização de sementes de algumas plantas cultivadas, levando a um aumento direto na
produção. O impacto positivo dos fungos na economia decorre principalmente do setor
industrial, já que diversos produtos são resultado direto da atividade biológica de fun-
gos (fig. 10). Toda a indústria de processos fermentativos quer de bebidas ou alimentos
fermentados, baseia-se na utilização industrial do processo natural de fermentação rea-
lizado por fungos. Os fungos são ainda utilizados para a produção tanto de metabólitos
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primários como álcoois, ácidos orgânicos, enzimas e vitaminas e es-
teróis como de metabólitos secundários como antibióticos, alcaloi-
des e pigmentos. Recentemente, os fungos ainda têm sido utilizados
na biorremediação de compartimentos ambientais (ex. solo) com-
prometidos por altos índices de poluentes de forma que vêm sendo
utilizados para uma decomposição mais eficiente do lixo orgânico.
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R econhecendo u m a p l a n ta a pa r t i r d e s e u s p r i n c í p i o s b á s i c o s :
Como p o d e m o s c l a s s i f i c á - l a s?
Existem dentro do reino Plantae dois grandes grupos – as plantas avasculares (in-
formalmente chamadas de briófitas, também chamadas de Bryatas, sendo representada
por 3 filos ou “divisão”) e as plantas vasculares (chamadas de traqueófitas, representa-
das por 9 filos) (Margulis & Schwartz, 2001) (fig. 11).
Como a s b r i ó f i ta s e p t e r i d ó f i ta s s e r e p r o d u z e m ?
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Esporos
(haplóides)
Quem s ã o a s p l a n ta s c o m s e m e n t e s ?
R a iz Em feixe Pivotante ou
(fasciculada) axial
Normalmente sem
crescimento em Normalmente
espessura: herbáce- com crescimento
os, colmos, bulbos e em espessura.
rizomas. São comuns
caules lenhosos.
Caule
Sépalas e
pétadas em geral
Sépalas e pétadas organizadas em
em geral organi- base 5 (pentâ-
Fl or zadas em base 3 meras). Mais
(trímeras) raramente 2
ou 4.
Dois cotilédones
Um cotilédone re- com ou sem
Semente duzido, sem reserva. reserva.
Va s o s co nduto r es
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produzidos nas folhas durante a fotossíntese. Os nutrientes orgânicos são formados,
principalmente, por açúcares solúveis, dentre os quais o mais frequente é a sacaro-
se. Além dos açúcares, encontram-se aminoácidos, ácidos graxos e outras substâncias.
Essa solução de nutrientes orgânicos forma a seiva elaborada, orgânica ou liberiana.
A seiva elaborada produzida nas folhas é distribuída para todo o corpo vegetal. Dessa
maneira, as substâncias chegam às raízes, caules e outros tecidos vegetais.
E s t r u t u r a s R e p r o d u t i va s
Os órgãos responsáveis pela formação das células reprodutivas dos vegetais estão
nas flores, como vemos na Figura 19.
A maioria dos vegetais possui os componentes reprodutivos masculinos e femini-
Estigma
Antera Gineceu Estilete
Estame Estilete ou
Filete Ovario Pistilo
Ovario
Óvulo
Sépala
Receptáculo
nos na mesma flor. Analise a Figura 19 e identifique a parte feminina dessa flor (gine-
ceu) composta por estigma e ovário. É dentro do ovário que se desenvolve o óvulo. Se o
óvulo for fecundado, se transformará em semente. A parte masculina da flor é chamada
de androceu. É no androceu que ocorre a produção dos grãos de pólen. A célula repro-
dutiva masculina se forma dentro do grão de pólen.
Para que haja fecundação, é preciso que o pólen chegue até o óvulo (polinização).
Em geral, o pólen de uma flor alcança o gineceu de outra flor.
Outros m o d o s d e r e p r o d u ç ã o v e g e ta l Feijão
Vimos até agora a reprodução sexuada. Existem também ou- Figura 23 – Semente com embrião.
tras maneiras de os vegetais gerarem descendentes, das quais as
flores não participam. Para se produzir uma nova planta de hibisco, roseira, mandioca
etc., basta cortar um pedaço do caule e mergulhá-lo na água para enraizar, ou plantá-lo
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diretamente no solo. Essa forma de gerar novas plantas a partir de estacas é chamada
de estaquia. As plantas que possuem caules subterrâneos, como a batata-inglesa, o
bambu, a bananeira, a cana, o gengibre, a espada-de-São-Jorge, a grama etc., formam
brotos que desenvolvem novos indivíduos. Há ainda casos como o da violeta e o da
fortuna, que podem produzir novas plantas a partir de suas folhas.
O ser humano desenvolveu diversas técnicas para aumentar a produção dos poma-
res. Uma delas é a enxertia, utilizada quando se quer formar um pomar em que todas
as plantas tenham as mesmas características. Nesse processo, um ramo de uma planta
com características genéticas de interesse comercial, como frutos mais doces e mais
bonitos, por exemplo, é colocada em cima de outro vegetal para se desenvolver. A plan-
ta que serve de suporte (cavalo) para o cavaleiro (ramo da planta com características
de interesse) é sempre de uma espécie próxima. O cavalo precisa ser mais resistente a
pragas e garantir uma boa nutrição para o cavaleiro. Um exemplo é a planta de laranja
(cavaleiro) é enxertada em pés de limão-cravo (cavalo).
Esse tipo de plantação garante a uniformidade das características do pomar, pois
os frutos produzidos terão o mesmo padrão de qualidade da planta-mãe. Mas se a
planta-mãe for sensível a uma determinada praga, todo o pomar também o será.
A t i v i d a d e P r át i c a :
Objetivo: Identificar os componentes das sementes e frutos.
H o r m ô n i o s V e g e ta i s
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desenvolvimento das plantas; Em condições de baixa disponibilidade de água, o ABA
regula o grau de abertura dos estômatos, reduzindo a perda de água pela transpiração.
O quinto hormônio é o etileno, que se caracteriza por ser um hidrocarboneto
gasoso. Dentre seus efeitos fisiológicos podemos citar sua ação na maturação dos fru-
tos, principalmente nos carnosos como tomate, abacate, maçã, pêssego, ameixa, figo
manga e banana. Esses frutos conhecidos como climatéricos, apresentam um aumento
intenso e rápido na produção de etileno, durante a fase de amadurecimento. Os frutos
que apresentam baixa taxa de produção de etileno, como por exemplo, a uva, morango
cereja e abacaxi, são conhecidos como não climatéricos.
Outro efeito controlado pelo etileno é a abscisão ou queda de folhas, flores, partes
de flores e frutos. Esse efeito está relacionado com frutos maduros, órgãos senescentes
ou danificados.
At i v i d a d e
Objetivo: Observar o fototropismo (crescimento dos vegetais em direção a luz).
»» Os p r i n c i pa i s g r u p o s d e a l g a s p l u r i c e l u l a r e s s ã o :
• Chlorophyta (Figura 24)
São as chamadas algas verdes; são responsáveis pela maior parte da produção de
oxigênio molecular disponível no planeta a partir da fotossíntese. Habitando águas do-
ces ou salgadas, solos úmidos ou troncos, estes organismos podem também estabelecer
relações de mutualismo com outros seres vivos, como os fungos, formando os líquens.
As algas verdes acumulam amido no interior de suas células, e contêm os pigmentos
clorofilas a e b, carotenos e xantofilas; a presença de clorofilas a e
Figura 24 – Ulva sp. ou alface-do-mar.
b sustenta a ideia de que as algas verdes tenham sido as ancestrais Fonte: http://cantabrico2007.blogspot.
das plantas, por serem estas possuidoras destes tipos de clorofila. com/2007/08/mundo-vegetal.html
» » I m p o r tâ n c i a histórica
Neste grupo há organismos, com origem há mais de 3 bilhões de anos, que são
responsáveis pela estruturação da atmosfera terrestre tal como a conhecemos, possibi-
litando a vida sobre a superfície da Terra de todos os seres vivos aeróbios.
» » I m p o r tâ n c i a ecológ ic a
As algas são produtores primários que sustentam a vida nos mares e oceanos
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desempenhando, assim, um papel ecológico fundamental na manutenção destes ecos-
sistemas.
• As algas como bioindicadores e a biorremediação:
Algumas espécies de algas encontram uso na avaliação da qualidade dos sistemas
aquáticos, para os quais, inclusive, já foi sugerido um “índice de poluição” baseado nos
gêneros de algas presentes: quanto menos diversificada a população, maior a poluição do
sistema.
A utilidade das algas como organismos testes tem por base seu ciclo de vida curto,
facilitando os estudos de exposição com várias gerações, além das altas taxas de cresci-
mento, da facilidade em manter culturas e da capacidade de crescer em meios sintéticos
bem definidos.
Apesar de já ter sido mostrado o grande potencial a ser explorado quanto à ca-
pacidade das algas de “limpar” os sistemas aquáticos, este processo, denominado
biorremediação, apenas há pouco tempo passou a ser considerado de fato. A avaliação
de águas contaminadas com poluentes orgânicos, utilizando filamentos de cianobacté-
rias, por exemplo, mostrou a habilidade natural destes microrganismos na degradação
de pesticidas alifáticos clorados e de outros poluentes.
» » I m p o r tâ n c i a econôm ic a
Uma grande variedade de espécies de algas encontram uso bastante diversificado
em vários países no mundo, da indústria alimentícia à de medicamentos, da cosmética
à agricultura.
A morte das diatomáceas (crisófitas) contribui para a formação de um sedimento
denominado “terra de diatomáceas”, utilizado na fabricação de filtros, produtos abrasi-
vos, cremes dentais, lixas para polimentos finos ou na indústria de cosméticos.
Muitas rodofíceas são utilizadas comercialmente como alimento para homens
(Figura 28) e para o gado, na extração do agar utilizado na fabricação de gomas, la-
xantes ou, ainda, como meio de cultura para bactérias. As algas pardas são utilizadas
na alimentação humana e também como fertilizantes.
Outro aspecto de interesse econômico é a extração da car-
ragenana, um hidrocoloide usado na produção de alimentos,
principalmente nas indústrias de laticínios (iogurtes, flans,
sorvetes, achocolatados) e embutidos (salsichas, presuntos),
na fabricação de gelatinas e geleias, e como espessante em
sopas e molhos. A carragenana é usada, também, como
emulsificante e estabilizante; sua aplicação substitui o ami-
do e a gordura na preparação de certos produtos alimentí-
cios.
Também são encontradas diversas aplicações em in-
dústrias não alimentícias (tintas, têxteis, perfumes) e far-
macêuticas (produtos anticoagulantes e anti-inflamatórios).
Figura 27 – Sushi.
Fonte: http://felipeoreen.blogspot.com
O reino Animalia, merece atenção especial por apresentar uma grande variedade de espécies,
porém, com algumas características em comum, considerando toda diversidade biológica dos
seres vivos. Ao pensar que somos uma espécie dentro deste grande Reino, a espécie Homo sapiens sapiens, o
que podemos identificar num ser vivo para considerá-lo um animal? Definimos animais como organismos
heterotróficos, diploides, multicelulares, que normalmente se desenvolvem a partir de uma blástula.
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O que conhecemos da B i o d i v e r s i da d e A n i m a l?
C l a ss e s / R e pr o - C o n s i d e r açõ e s
F i los Estrutura H ab i tat
R e pr e s e ntante s d u ç ão g e r ai s
Po r í fe r a
Assex uada e
Aquático.
Aglomerado de
sex uada.
Vivem reunidas
célu las que não em colônias.
Esponjas. formam tecido
verdadeiro.
C n i da r i a
• Hidrozoários:
Assex uada e
Hidra e Obelia.
Aquático.
Simetria radia l
sex uada.
P l at y h e l m i n t h e s
• Turbelá rios:
Assex uada e
Aquático e
N e m at o da
Aquático e
Nematódeos:
terrestre.
Lombriga e Vida l iv re e
A nci lóstomo. f usiforme. pa rasita.
C h e l i c e r ata
A rachnida: a ra-
Ter restre
Sex uada.
Aquático e
terrestre.
Sex uada.
Insecta: insetos. Filo com ma ior
Miriápodes (Chi lo- Cor po com cabeça, número de
poda e Diplopoda). tóra x e abdômen. espécies.
C r us tace a
Sex uada.
Aquático e
terrestre.
Cama rões, siris e Cor po com cabeça, Dois pa res de
ca rang uejos. tóra x e abdômen. antenas na cabeça.
A n n e li da
Aquático e
Ol igoquetos: mi-
Sex uada.
Encontrado em
terrestre.
nhocas. solos úmidos, ág ua
Pol iquetos: Nereis. Cor po segmentado. doce e sa lgada.
Hir udíneos:
Sang uessugas.
M o llus c a
Gastrópodos:
Sex uada.
ca ramujos. A nima is de cor po
Aquático e
terrestre.
Pel icípodos: ostras mole, gera lmente Ma rinhos, de ág ua
e ma riscos. com concha doce e terrestre.
Cefa lópodos: lu las ca lcá ria.
e polvos.
E q u i n o d e r m os
Asteroides: estrela
do ma r.
Of iuroides: of iuros Espinhos na su-
per fície do cor po. Aquático. Exclusivamente
Sex uada.
Equinoides: ouriço
do ma r. Esqueleto interno ma rinhos.
Holot uroides: formado por placas Capacidade de
pepino do ma r. ca lcá rias. regeneração.
Crinoides: l írio do
ma r.
C r a n i ata
(S ubfilo vertebr ata*) Pei xes ca r tilagino-
sos: Tuba rão, ca- Esqueleto
ção, ra ia, quimera. ca r tilaginoso.
F i l o Po rí f e r a
Os poríferos são esponjas, recobertas por poros (Figura 29), daí o nome de Po-
rífera (poros = poro, phorus = portador de) ao filo. As esponjas têm no ápice do corpo
uma abertura denominada ósculo e internamente uma cavidade chamada átrio ou
espongiocélio. São animais sésseis (fixos) que vivem em ambiente marinho e de água
doce. São animais filtradores: a água e os alimentos entram pelos poros, circulam pelo
átrio, e pelo ósculo são eliminados juntamente com água os restos não-aproveitáveis.
As esponjas podem ser tubulares, ramificadas globulares, em forma de copa
etc.. Quanto à cor, em geral são cinzentas ou pardas. Encontram-se, contudo, esponjas
vermelhas, amarelas, violetas, negras e azuis. Vivem reunidas em colônias que podem
variar em tamanho de 1 milímetro a 2 metros.
As esponjas podem se reproduzir tanto assexuadamente, por brotamento, quanto
sexuadamente. Na reprodução por brotamento aparece uma gêmula (figura 29); no
corpo do animal que, depois de um determinado tempo pode soltar-se ou não e formar
outro indivíduo.
espongiocélio ósculo
poro
ramificação
gémula
Figura 29 – Poríferos.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioporifero.php
Filo C nida ri a
Ao longo de todo o corpo do animal, mas em maior quantidade nos tentáculos,
aparecem células especiais chamadas cnidoblastos que, quando tocadas, lançam para
fora um filamento com um líquido urticante. Você já deve ter ouvido falar do cuidado
Macho Fêmea
medusa
zigoto
blástula
éfiras
plânula
pólipo estrobilização
F i l o P l at y h e l m i n t h e s
Os platelmintos são vermes com o corpo achatado (plathyes = achatado;
helminthes = verme ), também chamados de vermes em forma de fita (figura 31).
São os primeiros animais a apresentar simetria bilateral, assim como nós, que
também temos apenas um plano que divide imaginariamente nosso corpo em duas
metades simétricas. Alguns platelmintos, como as planárias, de vida livre, vivem na
água ou na terra. Outros, como a tênia ou solitária e o esquistossomo, são parasitas de
vertebrados, inclusive do homem. Muitos platelmintos têm grande interesse médico,
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pois causam doenças em vários animais, inclusive no homem.
A planária tem grande poder de regeneração: às vezes utiliza esta capacidade e
divide-se assexuadamente ao meio. Porém, os platelmintos reproduzem-se, na grande
maioria das vezes, sexualmente. Existem platelmintos hermafroditas e platelmintos de
sexos separados (esquistossomo).
F i l o P l at y h e l m i n t h e s
Vermes de corpo achatado
F i l o N e m at e l m i n t o s
Vermes em forma de “fio”
F i l o N e m at o d a
Dentre os invertebrados vários nematódeos podem ser parasitas do homem cau-
sando diversas doenças (figura 35). O Ancylostoma, a lombriga e o bicho geográfico são
exemplos clássicos da presença desses vermes parasitas entre nós. No entanto, medidas
simples de higiene e saneamento básico são fundamentais para evitar as contaminações
(ver quadro abaixo):
A n c y lo s t o m a
duodenale
W uchereria bancrofti
Transmissão de Hiper trof ia
la r vas do verme (aumento) das Combate ao
Elefantíase ou através da pica- regiões a fetadas mosquito trans-
f ila riose. da do mosquito (pernas, mamas missor em sua
Culex fatigans. ou saco fase adu lta ou
escrota l). la r vá ria.
A n c y lo s t o m a
brasiliensis
Enterobius
vermicularis
F i l o C h e l i c e r at a
Cl asse Ar achnida
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pedipalpos são geralmente seguidos por quatro pares de patas.
Os escorpiões (figura 32) machos durante a estação de acasalamento, perambulam
até encontrar uma fêmea, com quem inicia uma prolongada corte. As aranhas (figura
33) desenvolveram especialidades, como glândulas capazes de produzir seda, com a
qual confeccionam a teia. Nestes animais, os pedipalpos possuem funções reproduto-
ras.
Estômago sugador
Glândula Tubos de Malpighi
Estômago digestiva
Quela Cauda Glândula de veneno
Pedipalpo Aguilhão (pós-abdome) Coração
(garra do pedipalpo)
Cloaca
Cefalotórax Abdome
Pedipalpos
Quelícera
Olho mediano Patela
Tíbia
Tarso
Fêmur
Coxa 4a perna
Boca Ânus
1 perna
a
Trocanter 3 perna
a
F i l o M a n d i b u l at a
C l a s s e I n s e c ta
Presentes em nosso dia a dia, os insetos vivem em quase todos os ambientes: ar,
terra e na superfície da água. Apresentam o corpo dividido em cabeça, tórax e abdô-
men; três pares de patas; respiração traqueal (Figura 34).
Antena
Olho simples
Olho composto
Figura 34 – Inseto. Fonte:
http://www.portalsaofran-
cisco.com.br/alfa/classe- Espiráculos
-insecta/insetos-4.php 2o par de asas
Os insetos têm sexos separados e sua fecundação é interna. São animais ovíparos
(ver quadro abaixo):
Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/ovuliparos-oviparos-ovoviparos-viviparos.htm
Cl asse Myriapoda
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centopeias. A coloração do corpo desses animais
geralmente é escura, podendo ser parda clara ou
com tons alaranjados.
Cefalotórax
Pata
Antena
Abdome
Terra e mar
O pitu é um crustáceo
de água doce. O
tatuzinho (abaixo)
vive na terra.
Cauda Quelícera
(pinça)
Fi lo A n n e li da
Os anelídeos são animais com o corpo segmentado em anéis, característica que
deu nome ao filo. Alguns vivem no mar, outras na água e na terra, enquanto outros são
exclusivamente terrestres. Os anelídeos têm aparelho digestório completo, com boca e
Moela
Papo
Esófago
Faringe
Ânus
Boca
Intestino
boca e na região posterior do corpo que auxiliam na locomoção. Podem ser aquáticos
e terrestres. Algumas sanguessugas são parasitas externos, alimentando-se de sangue.
Nesse caso fixam-se à pele do hospedeiro por meio das ventosas.
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Fi lo M o llus c a
O temo molusco deriva-se do grego mollis, que significa mole. Os moluscos cons-
tituem um dos maiores filos animais, incluindo formas como ostras, caramujos, lulas e
polvos (figura 39).
O grupo dos moluscos apresenta geralmente três partes especializadas: a cabeça,
com a boca e os órgãos sensoriais: o pé, geralmente adaptado para locomoção; e a massa
visceral, que aloja nos órgãos internos. Essa região é revestida por uma dobra da pele,
chamada manto, responsável pela produção da concha. Ela pode ser externa, formada
por uma só peça, como no caso dos caramujos; ou formadas por duas peças, como no
caso das ostras. Entretanto, a lula, por exemplo, apresenta uma concha interna reduzi-
da, enquanto a lesma e o caracol não possuem nenhuma.
F i l o E c h i n o d e r m ata
Todos os equinodermos apresentam espinhos na pele: característica que deu nome
a este grupo de animais (esquino = espinho, derma = pele). Apresentam um aparelho
ambulacrário, que participa da movimentação, da respiração, da excreção e da circula-
ção desses animais e corpo com simetria radial.
Quais são as formas encontradas?
Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, encontrados ao longo
Figura 40 – Equinodermos.
Fonte: http://www.starfish.ch/
underwater-foto/Malasya-photos.html
1 - Peixes
2 - S u p e r c l a s s e Te t r a p o d a ( a n i m a i s c o m q u at r o pata s )
Amphibia
Reptilia
Penas
Figura 45 – Répteis.
Membrana nictitante
Av e s Cerebelo
desenvolvido
penas, sem dentes e com um bico córneo. As aves são animais Asa
Ossos
homeotermos, isto é, possuem mecanismos de manutenção da pneumáticos
temperatura corporal, a qual mantém-se constante independen-
temente da temperatura ambiente. A fecundação é interna e são
ovíparas. A respiração é pulmonar, e o coração é dividido em
quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorren- Esterno com quilha
do mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial. Músculo peitoral
Figura 46 – Aves.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Aves.php
Mammalia
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possuem um órgão chamado útero, em cujo interior se desenvolve um embrião. O co-
ração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorrendo
mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.
Sugestão de Atividade
Construa um quadro com as principais características diferenciais de cada grupo
estudado.
B asta um passeio mais atento pelo parque ou bosque da nossa cidade para percebermos que os
seres vivos estabelecem relações e associações. Estas lhes trazem benefícios (harmônicas) ou
prejuízos (desarmônicas) e tanto podem ser entre indivíduos da mesma espécie (relações intraespecíficas)
quanto de espécies distintas (relações interespecíficas). Vale a pena ressaltar que o termo “desarmônica”
se aplica a relação entre os indivíduos, mas não ao resultado da interação para a população, visto que as
relações entre os seres vivos respondem pelo equilíbrio e pela complexidade de um ecossistema.
» Mutualismo
É uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, as duas espécies envolvidas são beneficiadas
e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas. Um bom exemplo dessa relação é a associação
de algas e fungos formando os líquens. Neste caso os fungos abrigam as algas e as mesmas alimentam os
fungos. Os líquens são considerados indicadores ambientais (Figuras 49 e 50).
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Figura 49 – Líquen em árvore. Fonte: http://www.feirade-
ciencias.com.br/sala26/26_feira_01.asp
Figura 50 – Rhizobium e leguminosas. Fonte: http://portal-
doprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1530
» Protocoo per aç ão
Nesta relação, os indivíduos de
espécies diferentes podem viver de
modo independente sem que isso pos-
sa prejudicá-las. Você já deve ser vis-
to um pássaro sobre um boi ou outro
mamífero, que em geral são aliviados
de seus carrapatos por esses pássaros,
que os comem.
Figura 51 – Protocooperação.
Fonte: http://www. flickr.com/photos/14025208@N05/1430529772
» Comensalismo
Relação onde apenas uma das espécies envolvidas se beneficia
sem, no entanto, prejudicar ou beneficiar a outra. Nesse tipo de
relação, o comensal se alimenta daquilo que é rejeitado pela outra
espécie. Trata-se de uma relação observada entre o urubu e o ho-
mem, onde o urubu alimenta-se dos restos deixados pelo homem
em lixões e aterros. Outro exemplo é a relação entre o tubarão e a
rêmora (figura 52).
» Inquilinismo
Nesta associação mantida por indivíduos
de espécies diferentes, apenas uma se beneficia
sem prejudicar a outra. O inquilino (espécie
beneficiada) obtém abrigo ou ainda suporte no
corpo da espécie não beneficiada (hospedei-
ro). Um exemplo desse tipo de relação é o das
bromélias e orquídeas que se fixam no tronco
das árvores.
Figura 53 – Inquilinismo. Fonte: http://
vivendociencias.blogspot.com/2010/12/
comensalismo.html
» Colônia
Indivíduos associados anatomicamente. Estes podem
se apresentar semelhantes (colônias isomorfas), ou com dife-
renciação corporal de acordo com a atividade que desempe-
nham (polimorfas). Exemplos: Com divisão de trabalho →
caravela (colônia de cnidários ou celenterados) (figura 55);
Sem divisão de trabalho → agrupamento de bactérias.
» Amensalismo
Uma espécie inibe o desenvolvimento de outra. Ex: liberação de antibióticos por
determinados fungos, causando a morte de certas bactérias (figura 57).
L i n k s pa r a c on s u lta :
• Vídeo mostrando o pei xe pa lhaço em uma anêmona. Disponível em:
http://w w w.yout ube.com /watch? v=D6w f joEZwF M& NR=1
• Video sobre predação. Disponível em: http://w w w.yout ube.com /
watch? v=uy 9QLK PdPoc
• Vídeo mostrando a interação entre anêmonas e o Bernardo-eremita.
Disponível em: http://w w w.yout ube.com /watch? v=IdaQBFuj67K
Sugestão de Avaliação
• De associações observadas entre organismos presentes na natureza, confeccione
um quadro que use os sinais + e - para indicar a influência (harmônica ou desarmô-
nica) das relações ecológicas sobre as espécies envolvidas, deduzindo a partir do que
foi exposto teoricamente.
• Apresente pelo menos dois exemplos para cada tipo de associação (harmônicas e de-
sarmônicas).
D e uma forma geral o que podemos definir com relação à diversidade no nível da unidade morfo-
fisiológica da vida? Ou seja, como essas diferenças se apresentam nos princípios celulares?
Ao conhecer um pouco das características celulares observamos uma série de peculiaridades, certo?
As mitocôndrias e cloroplastos ambos se parecem com bactérias no tamanho e no formato, com seu pró-
prio material genético e maquinaria proteica, o que levou Lynn Margulis a elaborar a hipótese de que essas
organelas evoluíram a partir de bactérias aeróbias de vida livre que formavam relações simbióticas com
eucariotos primordiais.
Além da diversidade celular devido as suas peculiaridades, sabemos que elas podem se organizar
formando os indivíduos multicelulares, não é? No processo de história evolutiva, células eucarióticas indi-
viduais (Figura 58) atuando de uma maneira mutuamente benéfica originaram organismos multicelulares,
para os quais a divisão de trabalho fornecia uma vantagem competitiva.
Mitocondria Nucleoplasma
Microtúbulos Retículo Ribossomos
endoplasmático rugoso
Ribossomos
Cloroplasto Mitocondria Citoplasma
Centríolos Vesículas
Microtúbulos
Nucleoplasma
Vacuolos
Cromossomo Nucleolo
Cromossomos
Retículo
endoplasmático
rugoso
Retículo
endoplasmático
liso
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Fora a ausência total de plastos e grãos de amido (acabamos de ver que os fungos
são heterotróficos), a célula de fungo pouco difere das células animais e vegetais.
A seguir vamos apresentar uma tabela com as estruturas celulares e suas funções
metabólicas:
Matriz
Espaço intermembranoso
Cristas Respiração celular (Ciclo do áci-
Ribossomos
Grânulos do cítrico, fosforilação oxidativa,
oxidação dos ácidos gra xos).
Membrana interna
Membrana externa
DNA
Membra-
na externa
Membra-
Cloroplasto
na interna
Lamela
Tilacóides Fotossíntese.
Estroma
E spaço
intramembr a na r
Granum
Citosol
cias (grânulos de glicogênio ou
gotículas de lipídio), que contém
ág ua, íons diversos. É o loca l e
corrência da Glicólise, biossínte-
se dos ácidos gra xos e muitas das
Membrana plasmática reações da gliconeogênese.
Lisossomos
Rugoso
Liso
des.
Vesícula de Secreção
Processamento pós-traduciona l
Aparelho ou
Membrana externa
Membrana interna
Nucléolo
Nucleoplasma
Núcleo
Poros nucleares
Centriolo
Síntese de proteínas.
Mitocôndria
Peroxissomo
Cloroplasto
Parede celular
Reações de oxidação, cata lisa-
das por aminoácido-oxidases e
cata lase.
Núcleo
Peroxissomas
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Glioxissomo
Tipo de peroxissomo que têm as
Glioxissomo
enzimas do ciclo do glioxilato,
uma v ia metabólica que converte
lipídios em glicídios quando da
germinação das sementes.
Mitocôndrias
Membrana celular
Plasmodesmos
Parede celular
Célula 1
Rea liza comunicação entre célu-
Lamela
las vegetais.
Célula 2 Plasmodesmos
P r i n c i pa i s D i f e r e n ç a s E n t r e as Célul as A nim a is e V e g e ta i s
E s t ru t u r a /C a r ac t e r í s t ic a C é l u l a V e g e ta l Célul a A nim a l
Cloroplasto Presente Ausente
Vacúolos Maiores Menores
Peroxissomos Presentes Presentes
Complexo de Golgi Vesícu las isoladas Vesícu las empilhadas
Centríolos Ausentes Presentes
Plasmodesmos Presentes Ausentes
Parede Celu lar Presente Ausente
Reser va Amido Glicogêneo
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interação com o seu ambiente.
Os processos metabólicos aqui citados serão detalhados nos fascículos “Física am-
biental e processos biogeoquímicos” e “Ciclos e metabolismos vitais”.
At i v i d a d e de Integ r aç ão d o fa s c í c u l o
UAB| Ciências Naturais e Matemática | Diversidade Animal, Vegetal e dos Fungos e a Físico-química das Células | 59
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