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Unidade I.

1 - Direito Penitenciário.

1.1 – História das Penas – A pena sempre se apresentou como um dado cultural,
nunca se afastou do homem e vem passando por evolução de acordo com as
novas civilizações. Na sua origem, a pena era considerada uma vindita, pois o
sentimento da vítima era de revide total, não havia preocupação com a
proporcionalidade.

1.1.1 – Fases da Pena. São consideradas três fases;


a) Vingança Privada – Caracteriza-se pela reação à agressão. É pessoal, sem a
intervenção de terceiro. A primeira reação à vingança privada é a Lei de Talião.
b) Vingança Divina – Existe um poder social capaz de impor aos homens normas
de conduta, punindo o delinquente com castigo objetivando a purificação de sua
alma. É o poder sacerdotal.
c) Vingança Pública – Seu objeto era a segurança do príncipe ou soberano,
lastreado na expiação e intimidação.

1.1.2 – Períodos.
a) Humanitário – Cesar Becaria (1764). Preconizou a necessidade de
modificações e reformas no direito repressivo. Afirmava que as penas não podem
passar do imperativo da solução pública e só às leis cabem cominar penas e
somente o legislador pode elaborá-las.
b) Período Criminológico – Cesar Lombroso (1.875) considera o delito como
fenômeno biológico, como manifestação da personalidade humana, criando a
antropologia criminal. A pena não possui um fim retributivo, mas de defesa social
e recuperação do criminoso, necessitando ser individualizada. Ferri criou a
sociologia criminal e Garofallo a criminologia.

1.1.3 – Teorias. Várias teorias surgiram com o objetivo de justificarem o fim e a


necessidade da pena. Dentre elas temos:
a) Teoria Absolutista – Imperava a igualdade. O mal pela pena. Lei de Talião.
b) Teoria Relativa – Prevenção geral ou especial. Sua finalidade é a intimidação
de todos para que não cometam crimes.
c) Teoria do Caráter Utilitário – A pena deve causar temor ao criminoso para que
ele não volte a delinquir.
d) Teoria Mista - A pena deve ser retributiva, mas também agregar os fins de
reeducação e intimidação do delinquente. Afirma o caráter retributivo da pena,
mas também sua função utilitária. Punir e humanizar.

1.2. Conceito de Direito Penitenciário. A Constituição Federal, em seu artigo 24,


optou pela denominação de Direito Penitenciário, que é o conjunto de normas
jurídicas que disciplinam o tratamento dos sentenciados, cuja construção
sistemática deriva da unificação de normas do Direito Penal, Processual Penal,
Administrativo, do Trabalho e da contribuição das Ciências Criminológicas, sob os
princípios de proteção do direito do preso, humanidade, legalidade,
jurisdicionalidade da execução penal.

1.2.1. Objeto – A lei de execução penal, em seu artigo 1º, delimita o objeto em
dois fundamentos, quais sejam: o estrito cumprimento do comando emergente da
sentença condenatória, de absolvição imprópria ou decisão judicial e a
instrumentalização de condições que propiciem a reintegração social do
condenado ou interno.

1.2.2. Conteúdo – Os direitos dos presos. Humanização da Pena – Art. 5º, inciso
XLVII, da Constituição Federal, não haverá pena de morte, perpetua, de trabalho
forçado, de banimento e cruéis. Ver. Art. 5º. XLVII, XLVIII, XLIX e L da CF.

1.2.3 - Autonomia – A autonomia do Direito Penitenciário se efetiva nos aspectos:


a) Científico – Consolidado pelas atividades doutrinárias, jurisprudenciais teses e
seminários.
b) Legislativo – É reconhecida pela edição de normas específicas de direito
penitenciário.
c) Jurídico – Decorre do reconhecimento constitucional de uma legislação
penitenciária (artigo 24, inciso I, da Constituição).

1.3 – Garantias Mínimas. Princípios. (Art. 2º da LEP).


1.3.1 – Princípio da Isonomia e direitos não atingidos. Art. 5º CF, 38 CP e 3º LEP.
1.3.2 - Princípio do Devido Processo Legal.
1.3.3 - Ampla Defesa e Contraditório.
1.3.4 - Princípio da legalidade.
1.3.5 - Princípio da jurisdicionalidade.
1.3.6 – Duplo grau de jurisdição
1.3.7 – Princípio da Intranscendência. (Art. 5º, inciso XLV da CF).

1.4 – Denominações
a) Exequente – Artigo 105 e 171 da LEP.
b) Executado – Execução Definitiva e Provisória. (Art. 2º § único e 42 da LEP).

1.5 – Jurisdição na Execução – É a ordinária. (Comum - Federal ou Estadual).


Não há jurisdição especial (Eleitoral e Militar), quando o condenado pela justiça
federal, eleitoral ou militar estiver cumprindo pena em estabelecimento penal
estadual, a execução está sob jurisdição do juiz da execução. Sumula 192 do
STJ. Quando condenado pela justiça estadual estiver cumprindo penal em
presídio federal a execução será feita do juiz federal. Lei 8.072/90 – Art. 3º. Lei
10.792/2003 – Art. 8º. Lei 11671/2008 – Art. 2º.

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