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1 - ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO

Hormônios: Substâncias químicas sintetizadas e secretadas por glândulas endócrinas em


uma parte do organismo, que são levadas pela corrente sanguínea ou linfática para outra
parte do corpo onde modificam as atividades de órgãos alvo específicos. O útero e o
hipotálamo produzem hormônios que não pertencem a essa definição clássica.

Fatores de crescimento: Na última década têm se realizado estudos sobre as funções


destes fatores, são substâncias que controlam o crescimento e desenvolvimento de vários
órgãos, tecidos e cultura de células.

Glândulas Endócrinas

Hipotálamo
Ocupa pequena porção do cérebro, na região do terceiro ventrículo, estendendo do quiasma
óptico para o corpo mamilar.
Existe conexão neural entre o hipotálamo e o lobo posterior da hipófise, através do trato
hipotalâmico-hipofisário e conexão vascular entre o hipotálamo e o lobo anterior da hipófise.
O sangue arterial entra na hipófise pela artéria hipofisária superior e inferior. A artéria
hipofisária superior forma capilares na eminência média e pars nervosa. Desses capilares o
sangue flui até o sistema porta hipotalâmico-hipofisário, o qual inicia e termina nos capilares
sem passar pelo coração.
Parte do retorno venoso da hipósife anterior é pelo caminho retrógrado e expõe o
hipotálamo a altas concentrações dos hormônios da hipófise anterior, o que faz com que
ocorra feedback negativo.

Glândula Pituitária ou Hipófise:


A hipófise está localizada na sela túrgica, uma depressão óssea na base do cérebro. A
Glândula é dividida em 3 partes: Lobo anterior, Lobo intermediário, Lobo posterior.
A pituitária anterior tem diferentes tipos celulares, secretando 6 hormônios.
1 – Hormônio do Crescimento ou Somatotrófico.
2 – Hormônio Adenocorticotrófico (ACTH)
3 – Prolactina
4 – Hormônio estimulador da Tireóide (TSH)
5 – Hormônio Folículo Estimulante (FSH)
6 – Hormônio Luteinizante (LH)

Gônadas:

Funções: Produção de células germinativas


Secreção de hormônio Gonadal
Células de Leydig – Células intersticiais, localizadas entre os túbulos seminíferos – Secreta
testosterona
Células da Teça interna do Folículo de Graaf são fonte primária de circulação de
estrógenos. Após a ruptura do Folículo e ovulação, as células da teca e da granulosa são
reguladas, formam o Corpo Lúteo que produz progesterona.

Glândula Pineal ou Epífise:


Tem origem neuroepitelial, do teto do terceiro ventrículo.
A glândula pineal dos anfíbios é um fotoreceptor que manda informações paras o cérebro.
A Glândula Pineal dos mamíferos é um órgão endócrino. A atividade hormonal da pineal é
controlada pela iluminação do ambiente e pelo ciclo sazonal, através de um trajeto indireto
envolvendo nervos simpáticos.
A Glândula converte a informação neural dos olhos sobre o tempo de luminosidade em um
sinal endócrino de produção de melatonina que é secretada para a corrente sanguínea e
fluído cérebro espinhal.

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Hormônios:

Classificação:
Os hormônios podem ser classificados tanto de acordo com sua estrutura bioquímica, tanto
como seu modo de ação.
Classificação bioquímica: Glicoproteicos, Polipeptídeos, esteróides, ácidos graxos, aminas.
Protéicos: Ocitocina, FSH, LH.
Esteróides: Derivados do colesterol – testosterona.
Ácido graxo: Derivado do ácido araquidônico – prostaglandinas.
Aminas: Melatonina , derivados da tirosina e triptofano.

Modelos de Comunicação Intracelular

Comunicação neural:
Neurotransmissores são liberados na junção sináptica da célula nervosa e atua através da
fenda sináptica.

Comunicação Endócrina:
Hormônios são transportados através da circulação sanguínea, típica da maioria dos
hormônios.

Comunicação Parácrina:
Os produtos das células se difundem através do fluído extracelular para afetar as células
vizinhas. Ex. Prostaglandinas.

Comunicação Autócrina:
As células secretam mensageiros químicos que atuam em receptores na mesma célula em
que foi secretado.

Regulação da Secreção Hormonal

Feedback endócrino

Gônadas
O controle feedback ocorre no Hipotálamo e na Hipófise.
Dependendo da sua concentração no sangue, hormônios esteróides podem exercer um
feedback positivo ou negativo.
Feedback negativo – Aumento de secreção de estrógeno no ovário vai implicar em
diminuição do nível de FSH na hipófise.
Feedback positivo – Aumento da quantidade de estrógeno na fase pré-ovulatória implica
em um pico de liberação de LH o que promove a ruptura do folículo ovariano.

Hormônios hipotalâmicos
Tanto a hipófise como hormônios esteróides regulam a síntese, estocagem e liberação de
hormônios hipotalâmicos através de dois mecanismos de feedback, uma curva longa e outra
curta.
Reflexo neuroendócrino: O sistema nervo pode controlar a liberação de hormônios através
de caminhos neurológicos. Ex: ocitocina na descida do leite e liberação de LH após a
cópula.
Controle imuoendócrino: O sistema imune interage com o sistema endócrino para regular
um ao outro. Vários órgãos endócrinos estão envolvidos em alguns aspectos desse
processo regulatório: Hipotálamo, hipófise, gônadas, adrenal, pineal, tireóide e timo. Muitos
destes órgãos afetam a função imune.

Receptores Hormonais
Cada hormônio tem um efeito seletivo em um ou mais órgãos alvo, esse efeito pode ser
ativo por dois mecanismos:

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Ligação específica é o mecanismo usual.
Mecanismo de ação dos hormônios esteroidais:
Por exemplo, todas as células alvo do tecido que respondem aos hormônios ésteróides
contem uma proteína receptora na célula, a qual se liga especificamente ao hormônio
ativando-o. Quando na célula alvo, o hormônio esteróide é encontrado no citoplasma, ligado
a uma proteína relativamente grande. A ligação resulta na transformação ou ativação do
complexo proteína-esteróide, promovendo a translocação no núcleo da célula. No sítio
nuclear o complexo esteróide se liga ao receptor específico e causa a seqüência de
respostas fisiológicas específicas para a célula.
Mecanismo de ação dos hormônios protéicos:
As células alvo da hipófise anterior possuem receptores de membrana para reconhecer e
seletivamente ligar os hormônios protéicos, incluindo gonadotrofinas.
O fenômeno de ligação dispara a síntese e secreção de hormônio hipofisário via sistema
AMPcíclico-proteína quinase da célula. O nível de estrógeno circulante influencia nos
receptores para gonadotrofinas.

Principais Hormônios da Reprodução


Os hormônios principais estão envolvidos em muitos aspectos do processo reprodutivo:
espermatogênese, ovulação, fertilização, interesse sexual, implantação, manutenção da
gestação, parto, lactação, e instinto materno.
Os principais hormônios reprodutivos são derivados do hipotálamo, lobos posterior e anterior
da hipófise, gônadas (testículos e ovários), útero e placenta.

Liberação Hipotalâmica / Hormônios inibitórios


Os hormônios do hipotálamo que regulam a reprodução são os homônios liberadores de
gonadotrofina (GnRH e LHRH), ACTH, e fator inibidor de prolactina (PIF). O hipotálamo é
também fonte de ocitocina e vasopressina, os quais são armazenados na neurohipófise,
lobo posterior da hipófise.

Resumo da origem e função de Neurohormônios Reguladores da Reprodução.


Hormônios Origem Caminhos Funções
Neurológicos
Hormônio Inibidor da Hipotálamo Neurônios contem Inibir a liberação de
Prolactina (PIH) dopamina no núcleo Prolactina
arqueado
Hormônio Liberador Hipotálamo Estimula a liberação
da prolactina (PRH) de Prolactina
Hormônio Liberador Núcleo arqueado Feedback negativo Estimula a liberação
de Gonadotrofina Iminência média das gônadas tônica do FSH e do
(GnRH) LH
GnRH Área hipotalâmica Células Estimula o pico pré-
anterior/ Núcleo pré- hipotalâmicas ovulatório de FSH e
óptico/ núcleo supra- sensíveis à LH
quiasmático estrógeno,
receptores na pele e
genitália para
espécies que tem o
reflexo da ovulação.
Ocitocina Núcleo Sensações táteis da Indução de contração
paraventricular glândula mamária, uterina, descida do
Núcleo supra-óptico útero e cérvice leite e facilita o
transporte de
gametas
Melatonina Pineal Retina Via fibras Atividade inibidora
retinohipotalâmica gonadotrófica em
reprodutores de dias
longos Ex: hamster

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Estimula o início da
estação reprodutiva
em reprodutores de
dias curtos Ex:
ovelhas

Hormônios da Adenohipófise
A hipófise anterior secreta 3 hormônios gonaddotróficos: FSH, LH e Prolactina.
LH e FSH são hormônios glicoproteicos.
Cada hormônio é constituído por duas subunidades, cadeia α e cadeia β .
A cadeia alfa é comum aos FSH e LH de todas as espécies, no entanto a cadeia beta
confere especificidade a cada gonadotrofina.
Nenhuma das subunidades isoladas tem atividade biológica isoladas.
Prolactina não é uma glicoproteína.

FSH – Hormônio Folículo Estimulante


Estimula o crescimento e a maturação dos folículos ovarianos ou folículos de graaf.
FSH não causa secreção de estrógeno do ovário por ele mesmo, ele precisa da presença do
LH para estimular a produção de estrógeno.
Nos machos, FSH atua nas células germinativas nos túbulos seminíferos do testículo e é
responsável pela espermatogênese até o estágio de espermatócito secundário, mais tarde
andrógenos do testículo mantém os estágios finais da espermatogênese.

LH – Hormônio Luteinizante
LH é uma glicoproteína composta de subunidade alfa e beta.
O nível tônico ou basal de LH atua em conjunto com FSH para induzir secreção de
estrógeno do folículo ovariano dominante.
O pico pré-ovulatório de LH é responsável pela ruptura do folículo e ovulação.
LH estimula as células intersticiais do ovário e do testículo.
No macho, as células intersticiais (Leydig) produzem andrógeno após a estimulação de LH.

Prolactina
É um hormônio polipeptídico secretado pela adenohipófise.
O PIF, Fator inibidor da Prolactina, é provavelmente uma dopamina, é transportado pelo
sistema porta hipofisário da adenohipófise.
A função da prolactina é iniciar e manter a lactação. Ele é denominado hormônio
gonadotrófico por causa de sua atividade luteotrófica em roedores. Entretanto em mamíferos
LH é o hormônio luteotrófico, sendo a prolactina pouco importante.

Resumo dos hormônios secretados pela Hipófise ou Pituitária


Hormônio Estrutura e célula produção Função
FSH (Horm. Folículo Glicoproteína Estimula crescimento
Estimulante) Gonadotrófo – Lobo anterior folicular – fêmeas
Estimula espermatogênese –
machos
LH (Horm. Lutenizante) Glicoproteína Estimula ovulação e
Gonadotrófo – Lobo anterior luteinização do folículo –
fêmeas
Estimula secreção de
testosterona - machos
Prolactina Proteína Promove a lactação e reflexo
Mamatrofo – Lobo anterior maternal
Ocitocina Proteína Estimula contração em útero
Armazenada no Lobo prenhe e causa ejeção do
posterior da hipófise leite.

Hormônios Hipofisários

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Os hormônios da neurohipófise (hipófise posterior) diferem dos outros hormônios da hipófise
porque não são produzidos na hipófise, e sim apenas estocados nela.
A ocitocina e a vasopressina (ADH ou hormônio antidiurético) são produzidos no hipotálamo.
Esses hormônios são transferidos do hipotálamo para hipófise posterior não através do
sistema vascular e sim através dos axônios do sistema nervoso.

Ocitocina - Sintetizada na hipófise e transportada em vesículas pelos axônios hipotálamo-


hipofisários e estocados na neurohipófise.
A Ocitocina é também produzida no corpo lúteo, tem dois sítios de produção, o hipotálamo e
o ovário.
Durante a fase folicular do ciclo estral e durante os últimos estágios da getação, a ocitocina
estimula contração uterina, facilita o transporte de espermatozóides pelo ouviduto no estro.
A compressão do feto na cérvix no parto causada pela passagem do feto, estimula um
reflexo de liberação de ocitocina (Reflexo de Ferguson). Entretanto o efeito mais conhecido
da ocitocina é o reflexo da descida do leite. O estímulo tátil ou visual associado com a
sucção induz a liberação de ocitocina na circulação. A ocitocina causa contração das células
mioepiteliais que se situam ao redor do alvéolo na glândula mamária resultando na descida
do leite.
A ocitocina ovariana está envolvida na função luteal, atua no endométrio para induzir
lieração de PGF2α que tem ação luteolítica.

Melatonina – É sintetizado na Glândula pineal. As células do parênquima da pinel a partir


do triptofano convertem-no em serotonina, que sob controle neural fazem a conversão para
melatonina. A síntese e secreção de melatonina é elevada no período escuro. Longos
períodos de elevada secreção de melatonina são responsáveis provavelmente pela indução
do ciclo ovariano das ovelhas e inibição do ciclo ovariano das éguas.

Hormônios Gonadais Esteroidais


Os ovários e testículos secretam principalmente hormônios gonadais esteroidais.
Órgãos não gonadais como a adrenal e a placenta também secretam hormônios esteroidais.
Os hormônios são de quatro tipos: andrógenos, estrógenos, progestágenos e relaxina.
Os três primeiros são esteróides, a relaxina é proteína.
Os ovários produzem dois hormônios esteroidais: estradiol e progesterona e um protéico - a
relaxina, e o testículo secreta somente testosterona.
Os hormônios esteroidais secretados pelo ovário, testículo, placenta e adrenal tem um
núcleo em comum chamado ciclopentanoperhidrofenantreno. Com 18 C esteroidais tem
atividade estrogênica, com 19 C atividae androgênica e com 21 tem propriedades
progestágenas.
O colesterol com 27 C se transforma em pregnenolona (20C) quando tem sua cadeia
clivada.
Pregnenolona é convertida a Progesterona que é convertia à andrógeno ou estrógeno.
A meia vida dos esteróides no organismo é normalmente muito curta. Entretanto vários
esteróides tem sido sintetizados para uso clínico.
A atividade secretória dos hormônios esteróides pelas gônadas está sob controle da hipófise
anterior.

Estrógenos

Estradiol – É o principal estrógeno. É o estrógeno biologicamente ativo produzido pelo


ovário, com pequenas quantidades de estrona. Exceto pela possível secreção de estriol na
fase luteal do ciclo, que é eliminado na urina. Todos estrógenos ovarianos são produzidos a
partir de andrógenos. Proteínas carreadoras na circulação carregam os estrógenos.
Atividades:
- Atua no SNC para induzir comportamento de estro em fêmeas, entretanto pequenas
quantidades de Progesterona com estrógeno são necessários para induzir estro em vacas e
ovelhas.

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- Atua no útero para aumentar a amplitude e freqüência das contrações potencializando
efeito da ocitocina e da PGF2α .
- Desenvolvimento físico das características sexuais secundárias das fêmeas.
- Estimula o crescimento de dutos e causam o desenvolvimento da glândula mamária.
- Exerce Feedback negativo (centro tônico) e positivo (centro pré-ovulatório) no controle da
liberação de LH e FSH através do hipotálamo.
- Em ruminantes, estrógenos tem efeitos anabólicos, aumenta o ganho de peso e o
crescimento.

Hormônios Secretados pelos Órgãos Reprodutivos


Hormônio Estrutura e Produção Função
Estrógeno 18 C esteróide, secretado Promove o desenvolvimento
pela teça interna do folículo sexual, estimula o
ovariano desenvolvimento de
características secundárias,
efeito anabólico
Progesterona 21 C esteróide, Secretado Atua sinergicamente com
pelo Corpo Lúteo estrógeno no aparecimento
do estro e preparação do
trato reprodutivo para
implantação
Testosterona 19 C esteróide, Secretado Desenvolve e mantém
pelas células de Leydig no glândulas acesórias,
testículo estimula características
sexuais secundárias,
maturação sexual,
espermatogênese, efeito
anabólico
Relaxina Horm. Polipeptídico, c/ 2 Dilatação da cérvix, causa
subunidades α e β . contração uterina
Secretado pelo corpo lúteo
Prostaglandina F2α 20 C insaturados, ácido Causa contração uterina,
graxo. Secretado por quase auxilia no transporte de
todas os tecidos do corpo. espermatozóide no trato
feminino e no parto. Causa
regressão do Corpo Lúteo
Ativina Proteína, encontrada no Estimula a secreção de FSH
fluído folicular (Fêmeas) e no
fluído da Rete testis (macho)
Inibina Proteína, encontrada na Inibine liberação FSH, o qual
célula de Sertoli (machos) e mantém nas espécies
Células da granulosa números específicos de
(fêmeas) ovulação.
Folistatina Proteína, encontrada no Modula a secreção de FSH
fluído do folículo ovariano
(fêmeas)

Progesterona
Progesterona é a mais prevalente. É secretada pelas células luteais do Corpo Lúteo. Da
placenta e da glândula adrenal. Progesterona é transportada no sangue por uma globulina
ligante, tanto por andrógenos com estrógenos. Quem estimula a produção de progesterona
é o LH.
Funções:
- Prepara o endométrio para implantação e manutenção da gestação pelo aumento da
atividade secretória das glândulas do endométrio e pela inibição da atividade do miométrio.
- Atua sinérgicamente com os estrógenos para induzir o comportamento de estro.
- Desenvolve o tecido secretório alveolar da glândula mamária.
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- Inibe o estro e o pico ovulatório de LH.
- Portanto é um importante regulador hormonal do ciclo estral.
- Inibe a motilidade uterina.

Andrógenos
Os andrógenos são esteróides com 19C com uma hidroxila ou oxigênio na posição 3 e 17 e
uma dupla ligação na posição 4.
Testosterona é uma andrógeno produzido pelas células intersticiais do testículo (Células de
Leydig), com uma produção limitada na córtex da adrenal. Testosterona é transportada no
Sangue pela α globulina designada globulina de ligação esteroidal. 98% da testosterona
circulante é ligada, o restante é livre para entrar no alvo quando uma enzima no citoplasma
converte a testosterona em dihidrotestosterona, quem atua no receptor nuclear.
Funções:
- Estimular os últimos estágios da espermatogênese e prolongar a meia vida do
espermatozóide no epidídimo.
- Promover o crescimento, desenvolvimento e atividade secretória dos órgãos sexuais
acessórios do macho.
- Manter características sexuais secundárias e características sexuais ou libido no macho.

Relaxina
É um hormônio polipeptídico formado por duas subunidades α e β unidas por duas pontes
dissulfeto. A relaxina é secretada principalmente pelo corpo lúteo durante a gestação. Em
algumas espécies a placenta e o útero produzem relaxina. O principal efeito biológico da
relaxina é promover a dilatação da cérvix e da vagina antes do parto.
- Inibe contração uterina.
- Em conjunto com estradiol promove o crescimento da Glândula mamária.

Inibina e Ativina
Inibina e ativina são isoladas do fluído gonadal, tem efeito na produção de FSH.
Possuem regulação parácrina, entretanto moduladas pelo sinal endócrino de LH.

Inibina
Células de sertoli no macho e da granulosa em fêmeas produzem inibina.
Não é esteróide, mas sim proteína e é composta de duas subunidades.
No macho é secretada pela via linfática e não venosa como na fêmea.
A inibina possui um importante papel na regulação hormonal da foliculogênese durante o
ciclo estral. Atua como sinal químico para a hipófise do número de folículos em crescimento
no ovário. Reduz a secreção de FSH para basal. Inibe a liberação de FSH sem alterar a
secreção de LH, deve ser a responsável pela liberação diferenciada de FSH e LH pela
hipófise. Regula também a função da célula de Leydig.

Ativina
Ativina estimula a secreção de FSH, também possuem 2 subunidades, estão presentes no
fluido folicular e fluído da rete testis.
Ativina é membro funcional dos fatores de crescimento.

Folistatina
Outra proteína isolada de fluído folicular. A folistatina não somente inibe a secreção de FSH,
mas também liga ativinas e neutraliza sua atividade biológica. É, portanto um modulador da
secreção de FSH.

Hormônios Placentários
A placenta secreta vários hormônios como: Gonadotrofina coriônica Eqüina
(eCG);Gonadotrofian coriônica humana (hCG); Lactogênio Placentáro e Proteína B.

Gonadotrofina Coriônica Eqüina (eCG ou PMSG)

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É uma glicoproteína com duas subunidades semelhantes ao LH e FSH, mas contendo maior
quantidade de carboidrato, especialmente ácido siálico, a presença deste ácido parece ser
responsável pela meia vida longa deste hormônio. O útero eqüino secreta essa
gonadotrofina placentária. Possui ação de LH e FSH, seno a última dominate. Não é
eliminado na urina. A secreção de eCG estimula o desenvolvimento de folículos ovarianos.
Alguns folículos ovulam, mas muitos tornam-se luteinizados. Os Corpos Lúteos acessórios
produzem progesterona, o que mantém a gestação em éguas.

Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG)


O hCG é uma glicoproteína e possui também duas subunidades. Possui atividade
luteinizante e luteotrófico e possui pouca atividade de FSH. O hCG é eliminado no sangue e
na urina. A presença dele na urina é a base de muitos testes de prenhez humanos. Pode ser
detectado 8 dias após a concepção.

Lactogênio Placentário
É uma proteína com propriedades similares a prolactina e hormônio de crescimento.
É isolado de tecido placentário, mas nunca foi detectado no soro de animais até o último
trimestre de gravidez. É importante na regulação maternal de nutrientes para o feto e
possivelmente é importante para o crescimento fetal. O lactogênio pode estar relacionado
com a produção de leite, pois seu nível é mais alto em vacas leiteiras do que de corte.

Proteína B
O concepto bovino produz numerosos sinais durante o início da gestação. Somente uma
proteína da placenta foi isolada, Proteína B. Sua ação pode estar relacionada com a
prevenção da destruição do corpo lúteo no início da gestação de vacas e ovelhas.

Hormônios Secretados pela Placenta


Hormônio Espécie Estrutura e Local Fluidos onde é Função
presente
hCG Humanos e Glicoproteínas Sangue e urina Atividade de LH,
macacos Cel. mantém o CL na
Sinciotrofoblasticas gestação em
primatas
eCH/PMSH Eqüinos Glicoproteína Sangue Atividade FSH,
Cálice endometrial estimula a
de origem fetal formação de CL
acessório em
égua
Estrógenos Ovelha e Bov Ésteróides Sangue
Unidade
fetoplacentária
Progesterona Ovelha e Bov Ésteróides Sangue Manutenção da
Unidade gestação
fetoplacentária
Lactogênio Ovelha e Bov Proteína, tecido Sangue Regula
placentário placentário transporte de
nutrientes para o
feto
Proteína B Ovelha e Bov Proteína, concepto Sangue Reconhecimento
materno da
gestação

Prostaglandinas
Foram isoladas primeiramente de fluídos de glândulas acessórias masculinas, possui esse
nome devido a associação com a glândula prostática. A Prostaglandina é um ácido graxo,
principalmente as relacionadas com a reprodução e PGE, são derivadas do ácido
aracdônico.

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Muitas prostaglandinas atuam localmente no seu sítio de produção na interação célula a
célula, não estando exatamente dentro da definição de hormônio.
PGF2α é um agente luteolítico natural do fim da fase luteal, que extingue o Corpo Lúteo, e
promove o início de um novo ciclo na ausência de fertilização.
Prostaglandinas podem ser consideradas hormônios porque regulam vários fenômenos
fisiológicos e farmacocinéticos, com a contração de musculatura lisa no trato reprodutivo e
intestinal, ereção, ejaculação, transporte de espermatozóide, ovulação, formação de Corpo
Lúteo, parto e ejeção do leite.

2 - DIFERENCIAÇÃO SEXUAL

DIFERENCIAÇÃO DO TRATO REPRODUTIVO


Para que ocorra a determinação do sexo temos 3 fatores:
Sexo cromossômico: XX XY
Sexo gonadal;
Sexo fenotípico.
Gônadas embrionárias Indiferenciadas possuem estrutura básica para fêmea.

DIFERENCIAÇÃO DA GENITÁLIA MASCULINA


Os machos possuem no cromossomo Y o Gene SRY que vai determinar a produção do fator
determinante de testículo.
Ocorre a migração das células germinativas endodérmicas que tem origem a partir do saco
vitelínico para a crista genital. Vai se organizar formando os cordões sexuais.

O gene SRY determinará que as células germinativas originem as células de Sertoli, os


túbulos seminíferos e a rede testicular.
Células mesenquimais darão origem às células de Leydig (intersticiais).

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Células de Sertoli produzem HIM (Hormônio Inibidor Müleriano), hormônio este que
determina a regressão dos dutos de Müller, o que irá originar uma formação vestigial (útero
masculino). Células de Leydig produzem testosterona que irá ser responsável pela
manutenção dos Dutos de Wolff que irão dar origem ao epidídimo e aos dutos deferentes.
A Testosterona é transformada em Dihidrotestosterona (DHT) através da enzima 5 α
redutase, a DHT é responsável pela diferenciação da genitália externa mascululina.
Sinus urogenital (uretra, gls anexas)
Tubérculo genital (pênis e prepúcio)
Pregas genitais (escroto)

DIFERENCIAÇÃO DA GENITÁLIA FEMININA


Ausência do gene SRY – não há formação de testículo.
Células germinativas – cordões epiteliais darão origem as células foliculares (células da
granulosa).
Células mesenquimais - (crista genital) darão origem as células da teça.
Não há produção de Fator Inibidor Mülleriano, portanto os Dutos de Müller
(paramesonéfricos) darão origem a Tuba uterina, útero e vagina cranial.
Não há produção de testosterona e DHT, então a diferenciação da genitália externa feminina
ocorrerá da seguinte forma:
Sinus urogenital (vagina caudal e uretra)
Tubérculo genital (clitóris)
Pregas genitais ( lábios vulvares)

Rudimento Sexual Masculino Feminino


Gônada
Córtex Regride Ovário
Medula Testículo Regride
Ductos de Muller Vestígios Útero, trompas, parte vagina
Ductos de Wolff Epidídimo/ vasos deferentes Vestígios
Sinus Urogenital Uretra, Próstata/ Gl. Bulbo-Parte da vagina, uretra
uretrais
Tubérculo genital Pênis Clitóris

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Pregas vestibulares Escroto Lábios

3 - CARACTERÍSTICA DOS HORMÔNIOS

Ação dos hormônios: Endócrina, Parácrina, Autócrina.


Classificação dos hormônios:
Protéicos – polares – hidrofílicos.
Esteróides – apolares – lipofílicos.

ENDÓCRINA - Hormônio é produzido em um local, cai na corrente sangüínea e vai atuar


distante do local de produção.

PARÓCRINA - Hormônio produzido em uma célula e atua nas células vizinhas.

AUTÓCRINA - Hormônio produzido em uma célula e atua nela mesma.

Ações mediadas por hormônios:


Acontecem no interior da célula.

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- Alteração enzimática;
- Alteração do citoesqueleto;
- Alteração da transcrição.

HORMÔNIO PROTÉICO
Tipo de receptor - Receptor trans-membrânico.
Parte interna do receptor – proteína G (3 sub-unidades - α β γ ).
Hormônio se liga ao receptor – desprende a fração α da prot G – ativa enzima adenilato
ciclase - AMPc. AMPc – fosforilação de proteínas. Altera o formato das proteínas–
podendo ativar ou desativar proteínas. Leva a ativação de cascatas enzimáticas – altera o
citoesqueleto. Promove amplificação do sinal hormonal e ativação de fatores de transcrição
(produção de RNAm).

HORMÔNIO ESTERÓIDE
É hidrofílico – se liga a ABP (Proteína carreadora de andrógenos) para chegar à membrana
celular. Se desliga da ABP e penetra pela membrana.
Tipo de receptor – Receptor intra-citoplasmático (cortisol), Receptor intra-nuclear (P4 e T).
Hormônio esteróide entra da célula – se liga ao receptor – ativa o fator de transcrição –
indica qual gene será utilizado para produção de proteína.
Essa proteína irá produzir alteração enzimática ou alteração do citoesqueleto.

Hormônios protéicos – ação mais rápida porém menos duradoura.


Hormônios esteróides – ação mais lenta e mais duradoura.

HORMÔNIOS PROTÉICOS
LH (Horm. Luteinizante).
FSH (Horm. Folículo estimulante).
GnRH (Horm. Liberador de gonadotrofinas).

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- Estruturas semelhantes: Formados por 2 sub-unidades α e β .
α - semelhante em todos os horm. Protéicos,
β - confere a identidade do horm ao receptor e a especificidade.
Sub-unidades envolvidas por um sacarídeo – ácido siálico.
Qto > qtdade de ácido siálico > seu tempo de ação.
Tipo de excreção: degradados no rim – Urina.

Tipo de excreção: Metabolizado no fígado. Ocorre a adição de um sal: Sulfatação ou adição


de glucoronato. Excreção – Bile urina e fezes.

4 - O EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL

O que é o eixo hipotálo-hipófise-gonadal?


Sistema formado por três glândulas:
Hipotálamo – corresponde a região do terceiro ventrículo.
Hipófise – localizada na célula túrcica e dividida em 3 partes.
Gônadas – testículos ou ovários.
Hormônios do eixo HHG: GnRH; LH; FSH; Esteróides - progesterona, testosterona,
estradiol.
Mecanismos de regulação:
- Feedback ou retro – alimentação.

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5 - EXAME GINECOLÓGICO

Anamnese:
Nutrição ⇒ Quantidade e qualidade;
Sanitário⇒ Densidade populacional, separação dos lotes, doenças infecto contagiosas e
seus testes e sua periodicidade, manejo pré e pós parto;
Índices Reprodutivos⇒Controle zootécnico;
Instalções; Mão de obra; Produtos usados na propriedade (desinfetantes, pesticidas,
produtos veterinários); Exame Geral; Escore corporal; Pelagem; Presença de ecto parasitas;
Aprumos; Estado dos cascos; Comportamento do animal.

Exame Físico:
Mucosas; Temperatura; Auscultação; Comportamento; Comportamento em relação ao
macho; Receptividade (Estro); Repulsa (Diestro).

Exame Ginecológico:
Aspecto da vulva - corrimento e edema(Estro); sem alterações(Diestro);
Aspecto da vagina - muito úmida e avermelhada(Estro); pouco úmida e rósea( Diestro)
Inspeção Vulvar – Tamanho; Simetria dos lábios vulvares; Posição; Fechamento dos lábios;
Presença de cicatrizes; Aderências; Inflamações;
Inspeção - Aspecto da cérvix: muito úmida, avermelhada e aberta (Estro); pouco úmida,
rósea e fechada (Diestro).

Espéculo Vaginal

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Palpaçao Retal
Palpação do útero: Tenso(estro), Flácido(Diestro);
Palpação dos ovários: presença de folículos (consistência flutuante); presença de corpo
lúteo (consistência firme); Tamanho dos ovários.

Exames Complementares:Ultrassonografia; Dosagens hormonais; Hemograma ⇒


Alterações na série branca, em ruminantes estas infecções podem ficar circunscritas e não
ter neutrofilia.

6 – FOLICULOGÊNESE

Estágios de desenvolvimento folicular


Estruturas foliculares:
Folículo primordial
Folículo primário
Folículo secundário
Folículo pré-antral
Folículo antral

FOLÍCULO PRIMORDIAL:
Possui uma camada de células epiteliais achatadas em torno do oócito. Todas as fêmeas já
nascem com todos os folículos primordiais. Esse folículo não secreta hormônios nem
responde aos hormônios da reprodução. Para que ocorra o desenvolvimento desses
folículos é necessária a ação de fatores de crescimento, em especial o IGF - Fator de

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crescimento similar a insulina. Ele faz com que ocorra a proliferação da monocamada de
células e passe a ser um folículo primário.

FOLÍCULO PRIMÁRIO:
Possui mais de uma camada de células e essa não são mais achatadas, são cubóides. Não
produz hormônios esteróides. Passa a responder às gonadotrofinas. Na presença de FSH o
folículo primário se desenvolve e passa a folículo secundário.

FOLÍCULO SECUNDÁRIO:
Proliferação das camadas celulares e diferenciação em dois tipos celulares:
Células grandes e alongadas (cél. da teca).
Células pequenas e cubóides (cél. da granulosa).
As células da granulosa produzem a zona pelúcida que é formada por três tipos de
proteínas PZP1; PZP2 e PZP3 (casca do óvulo), essa camada protege contra a penetração
de espermatozóides intra-específica. É responsável pelo bloqueio da poliespermia. Após a
entrada de um espermatozóide a zona pelúcida se modifica (muda de polaridade) e impede
a penetração de outros espermatozóides.
FSH - estimula a produção de hormônios esteróides – estradiol.
A secreção de fluído rico em estradiol vai se acumulando entre as células formando antros
(buracos), formando o folículo pré-antral.

FOLÍCULO PRÉ-ANTRAL:
Crescimento folículo, acúmulo de líquido entre as camadas celulares e formação de vários
antros. Quando a quantidade de líquido é muito grande irá formar uma grande cavidade,
união de vários antros formando o folículo antral.

FOLÍCULO ANTRAL:
Acontece a formação de uma membrana basal entre a camada granulosa e a da teca.
Ocorre a formação do "cumulus oóphoros" que é um pedúnculo de células que mantém o
oócito projetado no interior do folículo. A camada de células que fica ao redor do oócito é
chamada de "corona radiata".
O folículo antral deixa de ser dependente de FSH e passa a responder ao LH.
Somente os folículos antrais são capazes de ovular. Em bovinos devem ter mais de 8 mm.

PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS NO FOLÍCULO:

ESTRADIOL
As células da teca produzem andrógenos, esses passam pela membrana basal e na
camada da granulosa esses andrógenos são transformados pela ação da aromatase em
estradiol. O estradiol será responsável pela indução dos sinais de cio e desenvolvimento da
glândula mamária.

INIBINA
Quanto maior for o folículo, maior a quantidade de inibina produzida. A inibina possui:
ação parácrina - inibindo o desenvolvimento dos folículos vizinhos.
ação endócrina - impede a liberação de FSH pela hipófise

FOLISTATINA
Parece que impede o desenvolvimento dos folículos adjacentes.

ATIViNA
Ação autócrina - estimula as células que a produziram a se dividir. Quem controla tudo isso
é o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano.

7 - DINÂMICA FOLICULAR

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Consideremos dia 0 o dia da ovulação. O folículo se rompe (ovulação), ocorre
extravasamento de sangue e o antro é preenchido com sangue e após isso ocorre a
luteinização do folículo (isso demora de 6 a 10 dias). Até o Corpo lúteo se organizar temos
um aumento gradativo da progesterona. (6º ao 10º dia - metaestro). Quando o Corpo Lúteo
está bem formado a Progesterona atinje um platô (10º ao 20º dia). Se não ocorre a
fecundação ocorre a eliminação do endométrio- e liberação da cascata do ácido aracdônico
e produção de PGF 2α , por mecanismo de contra-corrente a prostaglandina é levada pelas
veias até o CL e causa a destruição do CL (acontece a diminuição gradativa de
progesterona). Por volta do 20º dia - Pró-estro. 21º dia – Estro. As ovulações ocorrem em
ovários alternados.

RECRUTAMENTO FOLICULAR
Um a dois dias após a ovulação acontece o recrutamento, vários folículos primordiais
passam para folículos primários e começam a crescer em resposta ao FSH e ao estradiol.
Conforme aumenta o estradiol, aumenta o FSH, a partir de um determinado ponto quanto
maior a quantidade de estradiol menor a quantidade de FSH.
Conforme os folículos crescem, produzem estradiol e quando a concentração está alta
diminui a concentração de FSH (Folículo pré-antral).

SELEÇÃO FOLICULAR
Conforme os folículos crescem diminui a resposta ao FSH, então vão ser selecionados os
folículos maiores e os menores entram em atresia. Aparece o folículo dominante e ocorre a
produção de inibina, quem vai inibir a proliferação dos folículos próximos e a liberação de
FSH. Quando temos Progesterona ela modula a liberação de LH, impede a ovulação.
Progesterona alta implica em liberação de LH em pulsos com amplitude alta e freqüência
baixa. O LH é degradado rapidamente em média em 15 minutos, com isso a concentração
média de LH na circulação é baixa. Esse folículo dominante entra em atresia e aí começa
outra onda folicular, nesse tempo ocorre a diminuição de FSH porque cresceu o folículo e
aumentou a concentração de estradiol. Os folículos regridem e diminui o nível de estradiol e
o FSH começa a aumentar novamente, começa novamente o recrutamento dos folículos,
eles vão se desenvolver, começa a aumentar o estradiol e o FSH vai diminuir novamente,
acontece o início da seleção folicular e o aparecimento de um novo folículo dominante
porque os outros folículos morreram, já estamos no 16º dia, morre o endométrio, aumenta o
ácido aracdônico, aumenta prostaglandina e causa lise do CL.
Níveis baixos de Progesterona levam a um padrão de liberação de LH em pulsos com baixa
amplitude e alta freqüência. O folículo dominante necessita de LH, continua crescendo e
produzindo mais estrógeno. Quando a progesterona diminui estradiol faz um Feed back
positivo para o LH. Quando temos menor quantidade de progesterona, o intervalo dos
pulsos de LH diminui e a concentração de LH aumenta. O pico pré-ovulatório de LH
acontece com a diminuição de progesterona e aumento do estrógeno. Para que aconteça o
pico pré-ovulatório é necessário que ocorra um nível alto de estradiol.
Quem faz com que o folículo dominante entre em atresia é o aumento da concentração de
progesterona que muda o padrão de secreção de LH. O pico de LH faz com que haja
aumento de líquido e produção de hialuronidase que vai dissolver o ácido hialurônico que é
o semento das células do folículo e ocorre o rompimento do folículo.

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8 - CICLO ESTRAL

O ciclo estral é controlado pela integração entre o FSH, LH, estrógeno e progesterona.
Esses hormônios são comuns a todas as espécies, contudo seus padrões de secreção e
seus efeitos relativos variam entre as diferentes espécies. Essas diferenças ocasionam
variações na extensão das fases luteínica e folicular do ciclo, assim como as diferenças na
duração do cio.

Duração do ciclo Duração do cio Momento da ovulação


Ovelha 16-17 dias 24-36 horas 24-30 horas após o inicio do cio
Cabra 21 dias 32-40 horas 30-36 horas após o início do cio
Porca 19-20dias 48-72 horas 35-45 horas após o início do cio
Vaca 21-22 dias 18-19 horas 10-11 horas após o fim do cio
Égua 19-25 dias 4-8 dias 1-2 dias antes do fim do cio
gata 14-21 dias 7 dias Após a cópula

O período de cio é caracterizado por alta secreção de estrógenos pelos folículos pré-
ovulatórios. No fim do cio, ocorre a ovulação seguida pela formação do corpo lúteo,
resultando em secreção de progesterona. Esta secreção regride abruptamente alguns dias
antes do próximo cio.
O período de atividade do corpo lúteo é chamado de fase luteínica (14-15 dias ovelhas e
cabras, 16-17 dias em vacas e porcas).
A fase folicular, desde o período de regressão do corpo lúteo até a ovulação – 2-3 dias
cabras e ovelhas, 3-6 dias vacas e porcas.

INTER-RELAÇÕES HORMONAIS

Fase Folicular
A fase folicular do ciclo é caracterizada pela rápida queda dos níveis de progesterona e um
pico do nível sanguíneo de estradiol. Esse comportamento hormonal é essencial para a
manifestação do comportamento de cio. Os níveis sanguíneos de LH aumentam duas vezes
aproximadamente durante a fase folicular.
O pico de estrógeno durante a fase folicular exerce uma influência retrógrada positiva sobre
o eixo hipotálamo-hipófise resultando na onda ovulatória de LH, que ocorre
aproximadamente 12 horas após o início do cio.
O aumento de LH e FSH é determinado pela liberação hipotalâmica de GnRH.

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A ovulação não é um processo mecânico de ruptura devido à pressão interna excessiva. Na
maioria das espécies o folículo ovulatório se torna flácido várias horas antes da ovulação, o
que resulta em uma liberação lenta do líquido folicular após a ruptura do folículo.
A onda ovulatória de LH também aumenta a síntese folicular de Prostaglandina,
especialmente a PGE2, que vai provocar a ovulação.

Fase Luteínica
Após a ovulação a parede do folículo se espessa gradualmente devido à hipertrofia e
hiperplasia das células da granulosa. As células que proliferam rapidamente preenchem a
cavidade formada e começam a secretar progesterona.
A secreção de progesterona depende da contínua manutenção de hormônios luteotróficos
da hipófise. A função plena do corpo lúteo parece ser dependente da prolactina além do LH.
O corpo lúteo regride abruptamente 13 a 15 dias após a ovulação no animal não prenhe. O
declínio rápido da progesterona devido à regressão do corpo lúteo é o elemento essencial
para a completa seqüência de eventos que levam ao próximo cio e ovulação.
Existe uma teoria chamada de mecanismo de contra-corrente, pelo qual uma substância
luteolítica do útero passa diretamente da veia útero-ovariana para a artéria ovariana,
estudos indicaram que tal substância seria a PGF2α . A concentração de estrógeno e
Progesterona influi na liberação de LH e FSH.

Seqüência do Mecanismo Hormonal do ciclo estral


Aumento na quantidade de estrógeno (células do folículo) provoca um aumento na
sensibilidade de GnRH e conseqüentemente um aumento deliberação de LH e FSH.
Progesterona diminui a sensibilidade ao GnRH e diminui a liberação LH e FSH.
A regulação do corpo lúteo pela PGF2α provoca um aumento de FSH e LH e uma
diminuição de progesterona. O LH provoca um aumento de produção de estrógenos pelas
células da teca e se difundem pelas células da granulosa. O FSH estimula a conversão de
andrógenos em estrógenos pelas células da granulosa e provoca aumento na concentração
de estrógenos. FSH promove o aparecimento de receptores para LH na granulosa. A
granulosa vai produzir um fluído rico em estrógeno – antro. O aumento da concentração de
estrógenos vai promover a onda pré-ovulatória de liberação de LH. A onda de LH promove a
maturação dos oócitos (meiose) – formação do primeiro corpúsculo polar. A onda de LH
também estimula a produção intrafolicular de PGA e PGE que vão promover a ruptura do
folículo. Junto com a PGA e PGE ocorre a formação de corpos multivesiculares, bolsas da
teça externa, elas produzem substâncias proteolíticas que digerem a substância cimentante
dos fibroblastos da teca externa e promovem a ovulação. A onda de LH provoca uma
diminuição dos receptores de FSH na granulosa, o que diminui a conversão de andrógenos
a estrógenos. O LH se liga nos receptores das células da granulosa e iniciam a conversão
da camada granulosa da fase folicular de secreção estrogênica para fase luteínica de
Progesterona. Com a ovulação ocorre a formação do corpo lúteo. O corpo lúteo secreta
progesterona, que provoca uma diminuição de liberação de FSH e LH pela hipófise. O corpo
lúteo regride, diminui a secreção de Progesterona o que provoca um aumento de liberação
de FSH e LH e o ciclo se repete.

Atividade sexual estacional


Nos mamíferos selvagens a atividade sexual varia com as estações do ano. Nos mamíferos
domésticos, como os bovinos e suínos não ocorre esta interferência, isso é bem visível em
caprinos, ovinos eqüinos e bubalinos. Isso está relacionado com a variação do número de
horas do dia.
Estação anual de reprodução:
Ovelhas raças pré-alpinas 260 dias; Merino, 200 dias; Blackface, 139 dias; Southdown, 120
dias. Todos os produtos da raça Merino possuem estação sexual longa.
Ciclos ovulatórios silenciosos sempre ocorrem no início e no fim da estação.
Em vacas e porcas o cio se manifesta regularmente durante o ano todo e a influência
estacional é discreta. A fertilidade mínima ocorre em junho e a máxina em novembro em
climas temperados, esta fertilidade pode estar relacionada mais ao fotoperíodo do que à
temperatura e alimentação.

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A fertilidade na porca é mais baixa no verão do que nas outras estações, sendo menor o
tamanho da leitegada. Atuação do fotoperíodo e da temperatura. São dois fatores que
influenciam os ciclos sexuais, sendo o fotoperíodo mais ativo. Quando conduzidas à dois
ciclos fotoperiódicos por ano, as ovelhas apresentam duas estações de monta anuais, já
que aos cinco meses de gestação segue-se um anestro de lactação de um mês e meio.
O fotoperiodismo é um sincronizador da atividade sexual. Nos mamíferos o efeito da
temperatura é raramente mencionado. Os embriões bovino, ovinos e suínos são mais
suscetíveis a danos durante os 10 primeiros dias do desenvolvimento.
Em suínos a emissão de sêmen, a motilidade espermática e o número de leitões nascidos
são diminuídos quando os reprodutores são submetidos à temperaturas de verão.
Mecanismo de ação do fotoperíodo: Variações da luminosidade diária desencadeiam
variações nos níveis plasmáticos de gonadotrofinas e prolactina. O fotoperíodo exerce ação
direta sobre o eixo Hipotalâmico-hipofisário e uma modificação simultânea na sensibilidade
do sistema nervoso central para o feedback negativo dos esteróides.
A secreção de prolactina e tiroxina também são reguladas pelo fotoperíodo que interferem
com a função gonadotrófica ou com a capacidade de resposta das gônadas.

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Citologia Vaginal em cadelas

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MUDANÇAS DURANTE O ESTRO DE CADELAS

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FASES DO CICLO ESTRAL DA CADELA

PRÓ-ESTRO
Edema de vulva. Descarga sangüínea. A citologia vaginal é predominantemente de células
parabasais.
COMPORTAMENTO - a cadela é agitada e secreta feromonas. É agressiva com o macho.
Torna-se mais passiva no começo do estro.

ESTRO
Aumenta o edema de vulva. Descarga vulvar será ligeiramente cor-de-rosa. Algumas
fêmeas terão uma descarga sangrenta no estro que é normal. Na citologia vaginal haverá
uma concentração elevada de células corneificadas.
COMPORTAMENTO - a cadela procura o macho, fica rodeando, levanta a região pélvica ,
move a cauda para o lado e aceita a cópula. Cio do “lobo” - (cio dividido) Apresenta o cio
aparentemente normal mas, não ocorre ovulação. Seguido por outro o cio 2-6 semanas mais
tarde (cio ovulatório).

METAESTRO
Diminuição do edema vulvar. Não apresenta descarga vulvar. A citologia vaginal não
apresenta células queratinizadas e apresenta células brancas do sangue em grande
quantidade.
COMPORTAMENTO: Não aceita o macho.

ANESTRO
Período de inatividade ovariana. Nenhuma descarga vaginal. Retorno ao cio por volta dos 4
meses.

CICLO ESTRAL DA GATA

Requer copulação para ovular. – Ovulação induzida.

PRÓ-ESTRO
DURAÇÃO – um dia ou menos.
CARACTERÍSTICAS – o animal rola, se esfrega, emite vocalizações freqüentes, se abaixa
freqüentemente com os quartos traseiros elevados, mas ainda rejeita o macho.

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ESTRO
DURAÇÃO – 6 a 7 dias.
CARACTERÍSTICAS – aumento dos sinais de pró-estro, porém, agora aceita macho, o que
significa desvio da cauda lateralmente, aceita que o macho lhe “agarre” a nuca, monte e
copule.

METAESTRO
DURAÇÃO – 1 a 2 semanas.
CARACTERÍSTICAS – Não ocorre ovulação, não há manifestações de cio e não aceita o
macho.

9 - DESORDENS UTERINAS MAIS COMUNS EM CÃES E GATOS

• Anomalias congênitas
• Hidrometra/ Mucometra/ Hematometra
• Complexo Hiperplasia endometrial cística – Piometra
• Adenomiose
• Cistos serosos
• Metrite
• Sub-involução dos sítios placentários
• Prolapso uterino
• Neoplasia uterina

Anomalias congênitas
*Aplasia unilateral – Ciclo estral normal - hiperplasia endometrial cística.
*Fusão parcial.
* Comprimento inadequando dos cornos uterinos.

Hidrometera e mucometra – acúmulo de fluído seroso ou mucoso estéril. Podem estar


relacionada com insuficiência cardíaca congestiva e neoplasia mamária. Associada com
Hiperplasia endometrial cística.
Patogenia – Progesterona (diestro) – aumento de produção de secreção glandular, cérvix
fechada, diminuição da contratilidade uterina.

Hemometra - acúmulo de sangue estéril no útero, pode ser relacionado com torção uterina
ou utilização de rodenticida anticoagulante.

Complexo Hiperplasia endometrial cística – Piometra


Aguda ou crônica – ocorre no diestro, iniciando com presença de exudato inflamatório
associado a diversos agentes. Pode ser chamada de piometrite, complexo piometra,
endometrite catarral, endometrite purulenta.
Patogenia - Hiperplasia Endometrtial Cística – associação baceriana.
Estrógeno – hiperplasia do miométrio – vascularização – dilatação da cérvix – migração de
PMN para o lúmem uterino.
Progesterona – proliferação e aumento da atividade secretória das glândulas endometriais,
manutenção da oclusão cervical e inibição da contração da musculatura uterina.
Animais com HEC não apresentam o FB - por deficiência na inibição dos receptores de
estrógeno, e o estrógeno continua a atuar mesmo na presença de CL.
Estágios da doença:
Tipo 1 – Endométrio coberto por cistos (4 a 10mm) – aumento do número de glândulas.
Tipo 2 – Infiltração difusa de células de células plasmáticas. Não ocorre nenhuma lesão
tecidual é visível histológicamente.
Tipo 3 - HEC com endometrite aguda. Apresenta áreas de hemorragia e ulcerações.
Apresenta corrimentos uterinos de colorações variando de vermelho amarronsado até
amarelo esverdeado.
Tipo 4 - HEC acompanhada com endometrite crônica.

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Lesões secundárias a infecção por E.coli – falência renal, azotemia, desidratação e choque
séptico. Ocorre deposição de complexos Ag/AC nos glomérulos.
Ocorrência – Tipo 1 e 2 – idade de 7 a 8 anos.
Tipo 3 e 4 – idade de 8 a 12 anos.
Jovens – após o uso de estrógeno ou progestágenos para supressão ou
indução do estro, contracepção e interrupção de gestação. Ocorre cerca de 12 semanas
após o pró- estro.
Sinais clínicos - Cérvix aberta – corrimento vulvar abundante, variação de cor.
- Cérvix fechada – ausência de corrimento, distensão abdominal, aumento do
útero e sinais sistêmicos mais graves. Depressão, poliúria, polidipsia, diarréia, vômito.
Tratamento
Tratamento cirúrgico – OSH – todos os casos de piometra fechada - Deve ser realizada
após estabilização do quadro. Piometra aberta – eventual tratamento – mais seguro -
antibioticoterapia –ampicilina 10mg/kg – 3x/dia. PGF2α - induz luteólise, aumenta a
contratilidade uterina, relaxamento da cérvix. Antiprogestágenos – Aglepistrone (Alisin) – 24
após discarga uterina elevada, 12 dias após regressão total.
Ocitocina e derivados de ergot não são efetivos.

Cistos serosos
Estruturas que produzem líquido, partindo da superfície serosa do útero.

Metrite
Inflamação do útero causada por infecção bacteriana pós-parto e com níveis de
Progesterona baixos. Sub-involução dos sítios placentários. Desordem relacionada ao
puerpério, caracterizada por sangramento vaginal sanguinolento prolongado (mais de 15
dias).

Prolapso uterino
Ocorre mais comumente no momento do parto. Tratamento vai depender do tempo de
exposição e estado do tecido uterino.

Neoplasia uterina
Leiomioma, Fibroma, Fibrosarcoma, Lipoma, Adenoma.

Desordens do oviduto
• Anomalias congênitas.
• Cistos no oviduto.
• Salpingite.
• Desordens de crescimento – hiperplasia e neoplasia.

AFECÇÕES MAIS COMUNS EM GRANDES ANIMAIS

Anomalias congênitas:
* Persistência do ducto mesonéfrico;
* Útero unicórnio;
* Aplasia;
* Aplasia segmentar;
* Útero didelfis - não disjunção dos ductos de Muller;
* Oclusão transversal da mucosa;
* Duplicação de cornos - comum em marrãs (10%) não influencia fertilidade;
* Agenesia das glândulas uterinas - há cio, maior intervalo entre cios, infertilidade
* Degeneração e inflamação.
* Hiperemia e hemorragia, novilhas no período peri-ovulatório, vacas entre o dia 8 e dia 10.
* Hemorragia severa, ruptura da artéria média do útero.
* Piometra pós-coito.
* Piometra pós-parto.

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* Trichomonose.
* Perimetrite e parametrite.
* Abcessos bovinos – agente etiológico: Actinomyces piogenes.
* Granuloma oleoso.
* Metrite Infecciosas por Mycobaterium sp, Brucella sp, outras causas.
*Traumas.
*Laceração complicações: hemorragia ou granuloma micótico.
* Torsão.
* Prolapso.
*Ruptura do útero gravídico.
*Sub-involução da placenta.
*Atrofia.
*Cistos: Endometrial; Miometrial; Hiperplasia endometrial cística.

10 - AFECÇÕES OVARIANAS

LESÕES CONGÊNITAS
Agenesia ovariana – Unilateral
Bilateral
Hipoplasia Ovariana – Unilateral
Bilateral
Ovários pequenos, afuncionais ou com pouca função, parênquima indiferenciado, folículos
ausentes. Quando bilateral – trato genital infantil, não ocorre ciclo estral.

LESÕES ADQUIRIDAS
OOFORITE – Infiltração difusa com células mononucleares, degeneração de células
germinativas e fibrose ao redor dos tecidos – é rara em bovinos, pode ocorrer em caso de
brucelose e tuberculose. Em cães hipótese de doença auto-imune.
HEMATOMAS – formados a partir de uma pequena hemorragia no ovário podendo ser
gerada por ablação de CL.

DOENÇA OVARIANA CÍSTICA

DEGENERAÇÃO CÍSTICA OVARIANA


Cisto Folicular - Simples ou múltiplos
Cisto Luteínico
Cisto Germinal – estruturas sub epiteliais
Cisto de Corpo Lúteo
Cisto de rede ovariana – anastomose de túbulos com formação cística na região do hilo do
ovário
Cistos paraovarianos

Cisto Folicular - Falha no mecanismo endócrino da ovulação.


Cresc. Folicular - síntese esteróides - controla FSH. Foliculo Gde. – ativação da aromatase
nas células da granulosa – conversão de andrógeno em estrógeno (17 β estradiol).
Desenvolvimento de receptores de LH na teca interna e receptores para LH na granulosa
(importante p/ ovulação).
Estrógeno – FB+ sensibilidade da hipófise ao GnRH. LH – receptores (folículos pré-
ovulatórios) atividade da aromatase - síntese de estrógeno.
Enzimas proteolíticas digerem a camada de ligação das células da parede do folículo,
ocorrendo a ovulação.

Falhas nesse mecanismo da ovulação podem causar cistos


Baixas concentrações de LH. Altas concentrações de LH durante a fase folicular. Alterações
do FB+ do LH em resposta à concentração de estrógeno.
ACTH - ACTH resposta do LH ao GnRH na hipófise e resposta do LH ao estradiol.

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Isso indica que condições de estresse onde ocorre a liberação de ACTH podem propiciar
condições para o desenvolvimento de cistos ovarianos.
[ ] corticóide – leva a um pico anormal de LH.
Prolactina pode reduzir a sensibilidade do ovário às concentrações normais de LH.
Cisto folicular X Cisto luteínico.
Cisto folicular – Parede delgada, pouco ou nenhum tecido luteínico na parede pode.
Cisto luteínico – parede mais espessa, geralmente simples, grande quantidade de tecido
luteínico – parede espessura > 3 mm.
Diferencial – Dosagem de P4 > 2 ng/ml em leite; 0,5 a 1,0 ng/ml em soro ou plasma.
Pode haver presença de CL e cisto folicular ao mesmo tempo em ovários diferentes.

Cisto Folicular - Sinais clínicos


Ninfomania: Sinais de cio prolongado e intervalo curto entre cios.
Sinais externos – vulva edemaciada, descarga de muco claro, aceitação do macho.
Hiperestrogenismo (cadelas) – alopecia bilateral, hiperqueratose.
Pode causar hiperplasia endometrial cística - piometra, neoplasia mamária, ovariana e
uterina. Cisto simples 1,0 a 1,5 cm; Cistos múltiplos até 10 cm. Pode ser causado por
administração de estrógeno para interrupção da gestação. Células da granulosa produzem
estrógeno. Níveis de estrógeno podem variar de 3 a 143 pg/ml.

Cisto Luteínico - Sinais clínicos


LH suficiente para causar luteinização das células mas não para provocar a ovulação.
Cessa atividade cíclica – Anestro. Variam de 1,5 a 5 cm. Virilização se não houver
tratamento. Desenvolvimento de mucometra – dilatação das glândulas uterinas e produção
de muco.

Tratamentos:
Regressão espontânea
Remoção cirúrgica – Paracentese
Tratamento hormonal
Cisto folicular
GnRH – 100-250 µ g – luteinização 0,1 a 1,0 mg – Ovulação e formação de CL
Acetato de buserelina (análogo de GnRH) – 10 µ g
HCG - 3.000-4.000 UI (IV)
Cisto luteínico, Luteolítico – PGF2α .

Cistos paraovarianos
Cistos remanescentes do duto mesonéfrico. Não causa interferência reprodutiva a não ser
quando reduzem o lúmem da tuba uterina.

NEOPLASIAS OVARIANAS PRIMÁRIAS


Tumor de células epiteliais – Cistoadenoma papílífero; Cistoadenocarcinoma seroso.
Tumor do cordão sexual ou Tumor estromal
Tumor das células da granulosa
Tumor das células da teca ou Tecoma
Tumor de células intersticiais - Luteomas
Tumor de células germinativas – Disgerminomas
Teratomas
Tumores de células mesenquimais – Fibromas, hemangiomas, leiomiomas, linfomas

Tumor de células epiteliais


Cistoadenoma papílífero
Cistoadenocarcinoma seroso
Surge das células do epitélio extendendo até a córtex ovariana. Aspecto de couve-flor ou
homogêneo, cístico ou não. Pode variar de 7 a 10 cm. Pode haver produção de fluído.
Sintomas mais comuns:

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Ascite e distensão abdominal; Tumor palpável em abdome cranial; Pode ser assintomático.
Células neoplásicas em fluído da ascite.
Tratamento: Remoção do tumor; Ciclofosfamida (50mg/mm3) 3x sem e Clorambucil
8mg/mm3/2xsem.

Tumor Estromal ou de cordão sexual

Tumor de células da granulosa


Geralmente unilateral, Ovário de consistência firme, geralmente friáveis e císticos,
Normalmente são encapsulados sem invasão local, Pode causar metástase em mesentério,
diafragma, rins e vesícula urinária.
Sintomas: Distensão abdominal e ascite; Aumento de estrógeno sozinho ou com
progesterona; Estro persistente; hiperplasia cística endometrial, piometra, poliúria, polidipsia,
hiperestrogenismo.
estrógeno – 55 a 166 pg/ml.
P4 0,64 a 110 ng/m.

Tumor de células germnativas – Disgerminomas - Teratomas


Disgerminomas – tumores sólidos derivados do epitélio ovariano.
Teratomas – Tumores sólidos contendo diferentes tecidos de 2 a 3 linhagens celulares
(ectoderma, mesoderma e endoderma).
Pode ocorrer mineralização em teratomas.
Tumores de células germinativas não impedem a função ovariana, possuem ciclo normal.

NEOPLASIAS OVARIANAS SECUNDÁRIAS


Linfosarcoma; Carcinomas mamários; Carcinoma intestinal; Carcinoma pancreático.

11 - ALTERAÇÕES DO CICLO ESTRAL

1 – Alterações da periodicidade do ciclo:

1.1 Intervalo curto entre os cios:


Bovinos – Degeneração folicular cística – ninfomania. Pode haver CL e Folículo
concomitantes (9 a 12 dias após o cio) – sintomas de estro fraco.

1.2 Prolongamento do intervalo entre os cios:


Fatores nutricionais e estresse. Produção de FSH não sofre influencia nutricional, LH sofre.
Concentrações de Insulina, glicose e IGF-1 são baixos em animais com balanço energético
negativo, oócitos “in vitro” não produzem blastocistos. Parece haver relação com efeitos
tóxicos de ácidos graxos não esterificados sobre os folículos e oócitos.

1.3 Intervalo irregulares entre os cios:


Morte embrionária ou fetal; Mudanças de alimentação; Puberdade; Começo de estação
reprodutiva em animais estacionais.

2 - Alterações da intensidade do cio:

2.1 Cio silencioso – anafrodisia:


Ovário cicla normalmente, ovula mas não há sintomas de cio. Pode ocorrer por deficiência
de β caroteno, P, Cu, Co. 1ª ou 2ª ovulação pós-parto, puberdade, animais estacionais
Terapia – PMSG, introdução de rufião. FSH – 25 a 50 UI SC ou IM 6 a 8 dias(cadelas)

2.2 Cio curto:


Diferenças de idade. Puberdade. Animais estacionais em início de estação reprodutiva.
Cio anovulatório.

32
2.3 Aciclia/ anestro:
Em cadelas ausência de estro por mais de 24 meses.
Anestro Fisiológico - Gestação e Lactação.
Altas concentrações de P4 FB - inibe eixo hipotálamo-hipófise – atividade folicular mínima
Após nascimento período para reativar o eixo normal.
Balanço energético negativo. Deficiência em micronutrientes P, Co, Mg, Cu
Sinais: ovários peq, quiescentes, lisos.
Efeito genético: Gado de corte 36-70 dias pós parto.
Gado de leite 10-45 dias pós parto.
Ocorrência em vacas de alta produção e novilhas.
Patogenia:
- Os receptores de GnRH são glicose dependentes – Balanço energético negativo implica
em não liberação adequada de GnRH
- Hipoglicemia está relacionada à hipoinsulinemia – afeta a liberação de Gonadotrofinas
- Baixas concentrações de insulina limita a resposta ovariana à secreção de gonadotrofinas
afetando a ovulação e formação do CL.
Tratamento: PMSG (Cresc. Folicular); GnRH(pico LH); Melhora na alimentação, reposição
de micronutrientes. Drogas indutoras de anestro (cadelas) - andrógenos ou P4 exógenos,
glicocorticóides exógenos. Doenças correlacionadas em cães: Hipotireoidismo – maturação
dos gametas, hormônios necessários p/ atuação do trofoblasto após a fecundação.
Hiperadrenocorticismo – Aumento de cortisol diminui a síntese ou a liberação de LH

3 - Anomalias da ovulação
Normal – ovulação 10 a 12 h após o fim do estro, 18-26 após pico LH.

3.1 Ovulação atrasada


Falha no desenvolvimento de receptores.
Quantidade insuficiente de LH ou tempo de liberação inadequado. Fase folicular >, baixa P4
– Demora p/ forma CL. Deficiência nutricional. Identificação – Folículo no mesmo ovário no
pico do estro e 24-36h após.
Tratamento - HCG

3.2 Cio anovulatório


Crescimento folicular s/ ovulação. Folículo entra em atresia e se luteiniza. Forma CL e
regride 17-18 dias após.
Causas: Bloqueio da liberação FSH-LH, Bloqueio da maturação do oócito, Degeneração
folicular cística.
Tratamento – HCG ou GnRH.

12 - DESORDENS DE VAGINA E VULVA EM CADELA E GATA

Hipertrofia clitoriana
Pode ser secundária à irritação da fossa clitoriana
Hormônio-dependente
Intersexo
20-3-% de fêmeas com hiperadrenocorticismo
Fêmeas que utilizam andrógenos

Hiperplasia e prolapso vaginal


Hiperplasia – estímulo de estrógeno (Pró-estro e estro)
Normalmente no pico de estrógeno
Pode ocorrer próximo ao parto, diminuição da progesterona e aumento de estrógeno (1º, 2º
e 3º estro) Comum em boxer.
Tipo 1 – Moderada eversão do assoalho da vagina sem protusão pelos lábios vulvares.
Tipo 2 – Prolapso do assoalho vaginal na porção cranial e parede lateral da vagina através
da vulva formando uma massa.

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Tipo 3 – Prolapso da circunferência total da vagina, é visível o orifício uretral.
Pode haver disúria e secreção vulvar.
Deve fazer diferenciação com tumor – relacionado com período do ciclo estral
* Se ocorrer ovulação - Progesterona > 4ng/ml = regressão
* Sem folículo ovulatório – Progesterona < 2 ng/ml
Induzir a ovulação com GnRH 2,2 µ g/Kg I.M. ou HCG (1000UI I.M. ). A redução ocorre
após 1 semana.

Corrimento vulvar
Mucóide; hemorrágico; purulento.

Vaginite
Juvenil - < 1 ano – descarga vulvar. Aumento de volume.
Citologia vaginal – PMN com ou sem bactérias.
Corrimento purulento – ATB / 4 sem.
Adulta – Primária – B. canis;
Herpes Vírus Canino – lesões vesiculares, regride após 14-18 dias
Secundária – Atrofia vaginal após OSH; neoplasia, infecção urinária, diabetes mellitus,
incontinência urinária.
Bactérias causadoras: E. coli; Streptococcus, Staphylococcus intermedius
Tratamento: estrógeno oral 1 mg/dia/7dias

Vestibulite
Odor anormal, Irritação vulvar. Pode ocorrer hipertrofia de clitóris em resposta ao pH alcalino
da urina por uso de metionina.

Tumor venéreo transmissível canino (TVTc)


Aparência de couve-flor. Células neoplásicas com cariótipo 59 ± 5 cromossomos (normal
78).
Terapia – Vincristina 0,0125 – 0,025 mg/Kg I.V./semana. Regride normalmente após a 2ª ou
3ª aplicação. Pode-se associar Ciclofosfamida e Methotrexate.

13 - ANATOMIA APARELHO REPRODUTIVO MASCULINO

Funções do aparelho reprodutivo:


• Testículos
• Epidídimo
• Duto Deferente
• Glândulas assessórias
• Termorregulação

TIPOS DE PÊNIS
Fibro-cartilaginoso – Bovino, peq. ruminantes, suíno
Bulbo-esponjoso – cão, gato, eqüino

TESTÍCULOS E EPIDÍDIMO
Localização nas diferentes espécies
Bovinos: Testículo: pendular
Epidídimo:cabeça dorsal, corpo posterior e cauda ventral
Pequenos Ruminantes: Testículo: pendular
Epidídimo:cabeça dorsal, corpo posterior e cauda ventral
Eqüinos: Testículo: posição horizontal, na região inguinal
Epidídimo : Cabeça anterior, corpo dorso lateral e cauda posterior
Suínos: Testículo: posição perineal
Epidídimo: cabeça ventral, cauda dorsal
Cão: Testículo: horizontal

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Epidídimo: cabeça anterior, corpo dorso medial, cauda posterior
Gato: Testículo perineal

Funções do Aparelho Reprodutivo Masculino


Produção de Gametas; Produção de Hormônio; Transporte de Gametas; Excreção de urina ;
Ejaculação.
Os hormônios gonadotróficos da hipófise são responsáveis pelo início das atividades dos
túbulos seminíferos,. A testosterona sustenta a atividade do FSH e também responsável
pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias e crescimento do trato
reprodutivo. Existe uma barreira sanguíneo-testicular que separa as espermatogônias mães
da sua progênie, serve para proteger imunológicamente o epitélio gerinativo dos outros
tecidos, qualquer lesão nesta barreira causa prejuízos imunológicos para os testículos.

Função do testículo
Produção de Hormônios; Células de Leydig; Intersticial adjacentes aos túbulos seminíferos;
Produz testosterona; Estimula a espermatogênese.
Células de Sertoli
Túbulos seminíferos, entre as células germinativasinibina
germinativasinibina
Controla a produção de FSH pela Hipófise- regula a taxa de produção de SPTZ
Produção de espermatozóides - túbulos seminíferos
Os túbulos seminíferos são compostos pelas células de Sertoli - de sustentação e pelas
células germinativas. As espermatogônias são as células pedunculares, próximas a borda
externa do túbulo.

O Testículo
Túnica albugínia
Túbulos seminíferos - espermatozóides
Células intersticiais - testosterona
Rede testicular
Ductos eferentes
Epidídimo – cabeça, corpo,
corpo cauda.
Artéria espermática
Veia espermática

A Célula de Sertoli
• Resposta ao FSH
• Controle endócrino
• ABP / inibina
• Barreira sangúineo -testicular
ABP Proteína fixadora de andrógenos , secretada na luz do túbulo seminífero ajuda a
manter o alto nível de andrógenos dentro do túbulo, para estimular o desenvolvimento das
células germinativas
INIBINA - Atua inibindo o FSH e regulando assim a produção de SPTZ
A Barreira Sanguineo testicular não é penetrada por vasos sangüíneos, essa barreira possui
dois constituintes principais, A barreira incompleta ou parcial as células mióides (contráteis)
que circulam o túbulo e as singulares junções entre as células de Sertoli essas junções
dividem os túbulos seminíferos entre a o compartimento basal (espermatogônias e
esperrmatócitos) e compartimento adluminal (formas avançadas de espermatócitos e
espermátides, se comunicam com a luz do túbulo.
Barreira imunológica das espermátides em desenvolvimento p/ não haver produção de
anticorpos contra essas células.
Célula de Leydig
• Célula Intersticial
• Produção de testosterona
• Resposta ao LH
São controladas pelo estímulo do LH para a secreção de testosterona

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Termo regulação dos Testículos
Diminui de 2 - 4 ºC requisito para produção de espermatozóides viáveis
Estruturas:
pele escrotal
músculo cremaster
tunica dartos (componente muscular pele)
plexo pampiniforme

Epidídimo
Desenvolvido a partir do ducto mesonéfrico (Wolffian)
Partes
o cabeça
o corpo
o cauda
Funções
o transporte de espermatozóides
o absorção - cabeça e cauda – concentração de espermatozóides
o secreção - cauda - pH, osmolaridade
o maturação espermática ( na cabeça do epidídimo)
o migração da gota citoplasmática do colo para a a porção terminal da peça
intermediária do SPTZ –
o cabeça - importantes alterações físicas e citoquímicas, aumento da
capacidade motora e poder de fertilização.
o ganho de motilidade - corpo, cauda
o ganho de fertilidade - cauda
o armazenagem de SPTZ (3-4 dias de produção )
Tempo de trânsito no epidídimo
o touro- 7 dias
o carneiro - 16 dias
o suíno - 12 dias
o garanhão - 8 a 11 diasGlândulas
dias acessórias / Musculatura do Pênis
Glândulas vesiculares
Glândula bulbo-uretral
Glândula prostática
Glândulas uretrais
Músculo retrator do pênis
Músculo ísquiocavernoso

GLÂNDULAS VESICULARES:
São órgãos glandulares pares que estão ausentes no carnívoro e que portanto não se
acredita serem essenciais para a reprodução.

*Ruminantes:
É a maior glândula acessória no touro, carneiro e bode. São órgãos compactos com
superfície lobulada. No touro adulto medem 10-12 cm de comprimento, 5cm de largura e 3
cm de espessura. Em pequenos ruminantes é menor e mais arredondada, medindo 2,5 a 4
cm de comprimento, 2 a 2,5cm de largura e 1 a 1,5 cm de espessura. Cada glândula
consiste de um tubo saculado de paredes muito espessas, dobrado sobre si mesmo de
modo tortuoso. Em touros, se distendido, este tubo tem aproximadamente 25 cm de
comprimento

* Equinos:
São dois sacos alongados e um tanto piriformes que se situam em cada lado da parte
caudal da superfície dorsal da bexiga urinária. Cada vesícula consiste numa extremidade
cega arredondada- o FUNDO; uma parte média, ligeiramente mais estreita- o CORPO; e

36
uma parte constrita- o COLO ou ducto. Tem aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento,
e seu diâmetro maior é de aproximadamente 5cm.

*Suínos:
São extremamente grandes, consistindo de duas massas piramidais , cada uma delas
medindo de 12 a 17 cm de comprimento, 6 a 8 cm de largura e 3 a 5cm de espessura . Os
dutos coletores de ambos os lados se unem para formar o duto excretor.

GLÂNDULA BULBOURETRAL:
São estruturas pares deitadas dorsalmente de cada lado da uretra pélvica. Não está
presente no cão.
* Ruminantes:
Medem no touro 2,8cm de comprimento por 1,8cm de largura. A parte proximal está coberta
pelo músculo bulboesponjoso e portanto pode não ser notada por via retal. Cada glândula
tem um ducto que se abre na parede dorsal da uretra. Nos pequenos ruminantes mede 1 cm
de diâmetro. No touro e carneiro é uma glândula tubuloalveolar e no bode é somente
tubular.
*Equinos:
Tem comprimento de 4 a 5cm e 2 a 3 cm de largura. É composta por epitélio tubuloalveolar .
Cada glândula tem de 6 a 8 dutos excretores que se abrem na uretra
* Suínos:
São muito grandes e densas. São cilíndricas e medem aproximadamente 15 cm de
comprimento por 2 a 3 cm de largura. É composta por epitélio tubuloalveolar. Cada glândula
tem um ducto excretor saindo da parte caudal e abrindo na uretra.
*Carnívoros:
No gato tem diâmetro de 5 mm, está caudalmente à prostata. Tem um componente tubular e
abre-se na raiz do pênis.

PRÓSTATA:
Está presente em todas as espécies de mamíferos domésticos. É mais importante em cães,
pelas patologias que a acometem. Consiste em duas partes, a pars disseminata, que
consiste de elementos glandulares ao longo da uretra e o corpo situado atrás da entrada do
duto deferente ( ocorre no porco e no touro). Os pequenos ruminantes possuem somente a
pars disseminata e os equinos e carnívoros somente o corpo.
* Ruminantes:
É bilobulada e localiza-se na superfície dorsal da uretra . Mede 3,5 a 4 cm de comprimento e
1 a 1,5 cm de largura. Os dutos prostáticos se abrem em fileiras no interior da uretra
Equinos:
Situa-se no colo da bexiga e início da uretra. Consiste em dois lobos laterais e um istimo de
ligação de 3cm de comprimento. Cada lobo mede 5 a 9 cm de comprimento , 3 a 6 cm de
profundidade e 1 cm de largura. Há de 15 a 20 ductos prostáticos de cada lado, que
perfuram a uretra.
Suínos:
O corpo da glândula é relativamente pequeno, localizado na superfície dorsal da uretra. A
pars disseminata é maior e circunda a parte pélvica da uretra e está coberta pelo músculo
uretral.
Carnívoros:
É relativamente grande, de cor amarelada e estrutura densa. É globular e circunda o colo
da bexiga urinária e a uretra em sua junção. Em cães com menos de 2 meses de idade a
glândula está em posição abdominal enquanto que em animais de 2 a 8 meses está na
posição pélvica.
Após a maturidade sexual a próstata aumenta de tamanho e com aumento da idade muda
de posição de pélvica para abdominal.
Depois dos 10 anos de idade a próstata pode ser considerada órgão abdominal. Pode ser
palpada pelo reto. A pars disseminata é representada por pequeno número de lóbulos na
parede da uretra. No gato tem forma bulbar e mede 10 a 12 mm de comprimento. A glândula
cobre a uretra dorsalmente.

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14 - EXAME ANDROLÓGICO

I- Anammese

Anamnese geral – informações sobre o rebanho


1 - Estado sanitário do rebanho (doenças que interferem com a reprodução)
2 - Manejo do rebanho (estábulos, piquetes, aguadas, etc.)
3 - Alimentação
4 - Fertilidade do rebanho

Anamnese individual - informações sobre o reprodutor


1 - Identificação do reprodutor
2 - Idade
3 - Raça
4 - Fertilidade anterior
5 - Primeira cobertura ou colheita de sêmen
6 - Estado sanitário das fêmeas cobertas pelo reprodutor e se ele serviu fêmeas de outros
rebanhos.

II - Exame Físico

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Exame físico geral
1 - Desenvolvimento corporal conforme a idade
2 - Temperamento
3 - Estado geral (nutrição)
4 - Caracteristicas sexuais

Exame físico especial


1 - Aparelho circulatório
2 - Aparelho respiratório
3 - Aparelho digestório
4 - aparelho locomotor (aprumos, articulações, coluna, etc.)

III - Exame Clínico do Aparelho Genital

A - Externo
1- Escroto
Inspeção - cicatrizes, feridas, aumento de volume (local ou geral), circunferência escrotal ou
volume escrotal, simetria e coloração.
Palpação - Temperatura, elasticidade e espessura.
2 - Testículos - localização, posição, simetria, sensibilidade, consistência, volume e peso.
3 - Epidídimo - cabeça, corpo e cauda - forma, tamanho, consistência e conteúdo.
4 - Cordão espermático - Consistência, volume e espessura
5 - Gânglio linfático testicular (Gânglios inguinais) - tamanho e sensibilidade (difícil de
palpar)
6 - Prepúcio - Se necessário fazer lavado prepucial - cicatrizes, ferimentos, aumento de
volume, mobilidade, óstio prepucial (fimose e parafimose)
7 - Pênis - expor o órgão para exame. Mobilidade, tamanho, cicatrizes, ferimentos, aumento
de volume.

B - Interno (Palpação retal)


1 - Vesículas seminais (Gl vesiculares)- Tamanho, forma, consistência, sensibilidade,
espessura, mobilidade.
2 - Ampola dos dutos deferentes - Tamanho, sensibilidade, espessura, mobilidade.
3- Próstata - Sensibilidade, tamanho.

C - Exame do animal em ação


Libido
Ereção
Escato

D - Exame do sêmen
1- Macroscópico
2 - Microscópico
3 - Bacteriológico

15 - ESPERMATOGÊNESE

O que os hormônios fazem?


Células de Leydig - Requerem testosterona para espermatogênese
Células Sertoli - Diferenciação do MIH
Inibina regula FSH
ABP (androgen binding protein) mantém alto o nível de testosterona.

Regulação Endócrina

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Início - puberdade
Necessidade Hormonal
LH, FSH, testosterona --- regulação

Duas Fases
Espermatocitogênese (mitose e meiose) ocorrem em ondas e Ciclos
Epermiogênese 1 espermatogônia = 64 espermatozóides ( célula inicial)

Produção de Espermatozóide

Ciclos e Ondas nos Túbulos Seminíferos


Ciclos – Através da secção do epitélio seminífero verificam-se associações celulares.O
tempo para aparecer um tipo de associação celular até aparecer novamente é chamado
ciclo celular. Para completar o processo de espermatogênese, requerem 4,5 ciclos
celulares. O tamanho do ciclo varia com a espécie.

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Ondas - se referem aos ciclos que ocorrem ao longo dos túbulos seminíferos. Podem
ocorrer de 12 a 14 ondas.

Ciclos Espermatogênicos

Ciclos & Estagios Espermatogênese

Mudanças em uma célula individual durante ciclos sucessivos


Ciclo 1: Espermatogônia tipo A ao longo da membrana basal
Ciclo 2: Intermediária e espermatogônia tipo B, e espermatocito primário inicia meiose I.
Caminha uma camada em direção ao lúmen
Ciclo 3: Desenvolve espermatócito secundário e se encontra a meio caminho do lúmen
Ciclo 4: Células sofrem muitas mudanças morfológicas e se transformam em espermátides.
Estão agora próximas ao lúmem
Ciclo 5: Sofrem as mudanças finais e emergem em direção ao lúmem como
espermatozóides. A maturação ocorre no trajeto do aparelho reprodutivo masculino e
feminino.
feminino

Epermiogênese
Maturação e metamorfose da espermátide em espermatozóide
Fase de Golgi - Grânulos acrossomais no Ap.Golgi coalescentes aderentes ao núcleo,
estágios iniciais da cauda
Fase de Capuz – Vesícula acrossomal , formação do capuz que se adere ao material
nuclear
Fase Acrossomal – modificação do acrossomo, do núcleo e da cauda da espermátide,
condensação da cromatina e alongamento do núcleo e do acrossomo, concentração das
mitocôndrias no axonema, próximo à cauda
Fase de Maturação – Completa a transformação da espermátide em espermatozóide

Anatomia do Espermatozóide

41
42
O Espermatozóide
Cabeça
Membrana plasmática dobra apical
acrossomo
núcleo
Peça intemediária centríolo proximal
bainha mitocondrial
centríolo distal
Peça distal

Componentes do Espermatozóide
Acrossomo - enzimas para penetração no ovo
Núcleo - genes para fertilização / singamia, variação genética.
Mitocôndria - energia para motilidade
Flagelo – Peça principal (cauda) - motilidade

16 - PRODUÇÃO DE SÊMEN
Funções – Fluido para nutrição e transporte - provido de energia, manter osmolaridade.
Composição - frutose, inositol, ácido cítrico, prostaglandinas, fatores de crescimento,
colesterol, lipídeos. Contribuição dos testículos e glândulas acessórias.

Epidídimo
cabeça
>> absorção para concentrar espermatozóides
>> transporte
corpo
>> secreção ‘madura’ espermatozóides
>> absorção da gota citoplasmática
>> desenvolvimento motilidade progressiva
>> fertilidade

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cauda
>> estocagem
estocagem para ejaculação

Vesícula Seminal
Frutose
Ácido Citrico
Inositol
Variação entre as espécies
>> suíno, pouca frutose, muito inositol
>> eqüino, não tem frutose
>> volume variado (total e percentual)
>> fração coaguladora , humanos

Glândula Bulbo-uretral
Grande fração gelatinosa - suíno
Cobertura natural X AI
Frações separadas - suínos

A Próstata
Antígenos prostáticos específicos e outras proteínas,
proteínas, volume variado, homem, 30% do
volume do sêmen.

Ampola
Pequeno volume
Contrações musculares
“falsa monta” aumento da contração e reflexo em maior qtdade de
espermatozóide/ejaculado.

Transporte de Espermatozóides

Túbulos Seminíferos
Passivamente se movem pelo movimento do fluido produzido pelas Células de Sertoli e
atravessam a rede testicular.

Dutos Eferentes
Escoamento dos fluidos pelos dutos e sua reabsorção
Andam através dos dutos com auxílio dos cílios

Epidídimo
Contrações peristálticas espontânea da musculatura lisa da parede

Via deferente
Escoam pelos dutos deferentes e através do epidídimo até a ejaculação, contração da uretra

Uretra pélvica e peniana


Contrações rítmicas do músculo ísquiocavernoso para ejaculação
Simultâneo esvaziamento das glândulas acessórias para prover de fluído com veículo

Ejaculação
Reflexo de esvaziamento do epidídimo, uretra e glândulas acessórias causado pela
estimulação da glande do pênis.
Ereção e Ejaculação.

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17 - AFECÇÕES DE PÊNIS E PREPÚCIO

I. ANOMALIAS CONGÊNITAS:
1. Aplasia do pênis - É raro, pode ocorrer em animais hermafroditas.
2.Ausência do orifício prepucial
3.Hipoplasia do orifício prepucial (Fimose e Parafimose)
4.Hipospadia- A desembocadura da uretra na glande não é normal, está localizado no
bordo ventral do pênis. Sêmen é depositado fora da vagina, há balanopostite crônica.
5.Epispadia- Ocorre menos freqüentemente que a hipospadia.
6.Diphalus ( pênis duplo ou bífido). É raro e foi citado em touros.
7.Micropênis- Comum em hermafroditas de todas as espécies. Foi citado em cães Collie e
Dachshund.
8.Megalopênis- Pincher, Chihuahua.
9. Frênulo persistente do pênis- Após separação do pênis e prepúcio durante a
puberdade, uma porção do frênulo persiste. Pode acometer bovinos, mas é mais comum em
cães Poddle miniatura e Cocker Spaniel. ( gen recessivo).
10. Desvio de pênis- Em touros, devido à insuficiência do ligamento dorsal do pênis.

II. LESÕES TRAUMÁTICAS.


1.Ferida do pênis e prepúcio
2.Hematoma peniano- ruptura do corpo cavernoso com hemorragia. Comum em touros.
3.Necrose- elástico de borracha ou anéis de pelo- Bovinos, cães, gatos.
4.Fratura do pênis- condição rara em cães, devido à trauma.
5.Estenose do orifício prepucial- Fimose- decorrente de injúrias e infecções. Lavagem
com desinfetantes suaves e cirurgia.
6.Prolapsos-
a) do epitélio prepucial- Em touros é frequente antes da ereção, durante defecação e
micção e em momentos de excitação. Pode ser irreversível em raças de prepúcio penduloso
e pode ser corrigido com amputação da parte prolapsada, fixar prepúcio por pontos.
b) da uretra-não é comum, mas em Bulldogs é congênito e hereditário
7. Paralisia do pênis- causas: trauma, lesões espinhais.
8. Urolitíase (cálculo uretral)- Ocorre em cães, gatos,bovinos (na flexura sigmóide), e em
bodes e carneiros no processo uretral.
9. Inflamações do pênis e prepúcio (Falopostite e balanopostite)
Phallos= pênis, Posthe= prepúcio, balanos= glande

Infecções bacterianas:

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Bovinos: Campylobacter fetus subsp. venerealis- causa endometrite em vacas mas não
causa inflamação aparente em touros. Vive nas criptas epiteliais da mucosa peniana que só
aparecem em touros adultos.
Actinomyces pyogenes- causa abcessos penianos.
Corynebacterium renale- causa úlceras no prepúcio.
Mycobacterium bovis- causa lesões penianas.
Dermatophilus congolensis- atinge o prepúcio.
Equinos: Pseudomonas aeruginosa e Klebsiela- afetam o pênis
Pequenos ruminantes: Corynebacterium renale
Suínos: Muito comum úlceras hemorrágicas no divertículo prepucial por causa
desconhecida. Faz-se a extirpação do divertículo prepucial.
Cães: Proteus vulgaris, Escherichia coli, Staphilococcus e Streptococcus.

Infecções virais:
Bovinos: Bovine Herpesvirus I- IBR- Lesões hemorrágicas no pênis e prepúcio, pústulas,
necrose. Desaparece em 10 dias nos casos descomplicados e retorna quando há stress.
Eqüinos: Equine Herpesvirus - 3 ( Equine coital exantema) - Pústulas de 2 a 3 mm na
mucosa de pênis e prepúcio.
Cães: Canine Herpesvirus infection- petéquias e lesões inflamatórias na base do pênis e
prepúcio. Regride em 4 a 5 dias.

Infecção por protozoários:


Eqüinos: Trypanossoma equiperdum (Dourine) - Edema de pênis, prepúcio, testículo,
seguidos de placas na pele, paralisia, febre e morte.

Lesões por parasitas:


Eqüinos: Habronema cutâneo : mucosa do pênis e prepúcio com granulomas contendo
larvas.
Cochliomya hominivorax- lesões erosivas produzidas pelas larvas.
Bovinos: Strongyloides papillosus: falopostite.

III. NEOPLASIAS:
Bovinos: Fibroma(fibropapiloma). Acomete pênis de animais jovens (1 a 2 anos). Sintomas:
hemorragias após o serviço.
Eqüinos: Papiloma escamoso ou carcinoma escamoso: acomete o pênis.
Cães: Tumor venéreo transmissível: Friáveis, acometem a glande ou o pênis inteiro.

18 - AFECÇÕES DE TESTÍCULO E ESCROTO

1. ANOMALIAS CONGÊNITAS:
*Monorquia- ausência de 1 testículo
*Anorquia- ausência dos 2 testículos
São patologias raras em animais domésticos. Foram descritas em cães e eqüinos.
*Poliorquidismo- duplicação testicular, testículos supranumerários. É raro, foi descrito em
eqüinos.
*Heterotopia testicular- tecido testicular presente na superfície peritoneal da cavidade
abdominal. Foi descrito em suínos.
*Criptorquidismo- Falha na descida do testículo ao escroto. Ocorre mais frequentemente
em suínos e equinos, ocorrendo também em gatos, carneiros e touros. Em equinos o
testículo está presente no abdomen ou na região inguinal. Em cães , a maior incidência
ocorre nas raças Chihuahua, Schnauzer miniatura, Poodle, Husky Siberiano e Yorkshire
Terrier. Há o fator genético (hereditário) envolvido.
*Hipoplasia testicular:
Gado das montanhas da Suécia: hipoplasia detectada na década de 30. Animais mantinham
a libido e a capacidade de monta ( maior incidência de hipoplasia unilateral), características
sexuais secundárias normais. Causada por gen recessivo autossômico.

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-Outras raças de bovinos: Não foram tão estudadas, porém há indícios de hereditariedade,
podendo também ser produzida por insuficiência hormonal.
-O testículo hipoplásico tem a consistência mais firme que o normal e é menor. O diâmetro
dos túbulos seminíferos é menor que o normal.
-Pode ser uni ou bilateral, total ou parcial. A hipoplasia parcial é mais difícil de ser
diagnosticada histologicamente, já que os túbulos seminíferos contém células germinativas (
confunde com degeneração).
-Animais com síndrome de Klinefelter (XXY) possuem hipoplasia testicular.
-Em bodes está associada ao hermafroditismo e em ovinos é hereditário.

2.LESÕES NO TESTÍCULO:
*Biópsia testicular- é feita para estudo da infertilidade. O testículo de bovino tem a túnica
albugínea fina com uma rica rede vascular. Se um dos grandes vasos for cortado haverá
hemorragia que levará a uma severa degeneração.
*Degeneração testicular- involução do epitélio germinativo
*Inflamações no testículo
Orquites: Afetam ou anulam a espermiogênese por um tempo prolongado ou para sempre.
Pode ter origem traumática ou infecciosa. A infecção pode ser por via hematógena,
retrógrada do duto deferente ou epidídimo ou via direta pela pele.
Agentes: Brucella spp.- saco escrotal quente com conteúdo fibropurulento, área de
necrose multifocal nos testículos contendo neutrófilos . Muitos túbulos seminíferos são
destruídos e o resto degenera. Acomete bovinos, suínos e cães.
Pseudomonas pseudomaller- suínos.
Actinomyces bovis- bovinos
Corynebacterium pseudotuberculosis e Mycoplasma - carneiros.
Anemia infecciosa equina,Trypanossoma equiperdum e Strongylus edentatus
-equinos
Sintomas: aumento de volume, calor, dor. A libido e o poder fecundante podem manter-se.
Em infecções agudas há aumento de temperatura, respiração acelerada, perda de apetite,
dor intensa (animal evita deslocamento, lombo arqueado, perda do interesse sexual),
fertilidade baixa.
Pode evoluir para orquite crônica.
Periorquite: inflamação da túnica vaginalis testicular. As lesões podem acontecer juntas à
orquite ou separadas.
* Fibrose testicular: decorrente da degeneração ou de processos inflamatórios do testículo,
que ficam reduzidos, de consistência firme a dura e formam superfícies irregulares. A libido
pode estar presente mas o ejaculado é oligo ou azospérmico. Tratamento impossível.

3.LESÕES PROLIFERATIVAS:
*Hipertrofia testicular: aumento de tamanho das células individuais. Ocorre quando há
castração unilateral.
*Hiperplasia testicular: aumento do número de células , excluindo formação tumoral,
porém a distinção é difícil. Diferenciar hiperplasia nodular das células de Leydig de tumor
das células intersticiais.

4. NEOPLASIAS TESTICULARES.
*Tumor das células intersticiais( células de Leydig) ou Leidigoma
Hiperplasia: aumento das células intersticiais entre os túbulos sem destruí-los ou deslocá-
los.
Tumor: nódulo discreto ou grupo de células intersticiais deslocando os túbulos seminíferos.
Tumor maligno: aumento das células intersticiais com destruição dos túbulos seminíferos.
Em cães os nódulos podem ser múltiplos e chegar a 7 cm de diâmetro. Pode ocorrer
produção de estrógenos, há alopecia e feminização.
Em touros o tumor tem aparência histológica mais uniforme que em cães. Pode ocorrer em
eqüinos e felinos.
*Seminoma: neoplasia das células germinativas (corresponde ao disgerminoma ovárico).

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É mais freqüente em cães. É multifocal, resulta na destruição da parede tubular. É branco
ou cinza e a firmeza depende da quantidade de tecido fibroso. Os grandes neoplasmas
podem ser lobulares e conter áreas de hemorragia e necrose.
Em eqüinos são mais comuns em animais idosos. Pode ocorrer em carneiro, bode, gato e
raramente em bovinos.
*Tumor da célula sustentacular ou Sertolinoma ( Adenoma ou carcinoma tubular ,
tumor das células de Sertoli)
É mais frequente em cães, são fáceis de identificar pois são cinza pálido, nodular, firme e
com invaginações no parênquima testicular. Há alopecia no tórax e abdômen, flancos,
pescoço e feminização.
O prepúcio se torna penduloso e as tetas inchadas em decorrência do hiperestrongenismo.
Em touros há nódulos de vários tamanhos brancos ou amarelos. Pode ocorrer em carneiros
e gatos e é raro em eqüinos.
* Teratoma: Ocorre mais frequentemente em equinos e raramente em outras espécies.
Pode ser congênito. É constituído por cistos contendo cartilagem, ossos, dentes, tecido
fibroso.

AFECÇÕES DE ESCROTO
Hidrocele - A hidrocele é o acúmulo de líquido no processo vaginal e ao longo do cordão
espermático. Tem como causa primária em cães o comprometimento da drenagem linfática,
linfoma, hérnia inguinal, orquite. Os sinais clínicos são turgidez e distensão não dolosa do
escroto com adelgaçamento da parede escrotal devido ao edema.
Hematocele – Extravasamento de sangue , formação de hematoma ao longo do cordão
espermático e no interior da cavidade escrotal
Varicocele
A varicocele alguns autores classificam como aumento dos vasos circulatório do escroto,
outros como dilatação dos vasos do plexo pampiniforme responsáveis pela irrigação do
testículo. À imagem ultra-sonográfica pode-se observar a dilatação dos vasos
Hérnia Escrotal- variação de hérnia inguinal onde o conteúdo herniário passa através do
anel inguinal para o interior do escroto.
Pode ser caudada por traumatismo ou fatores genéticos.,
Pode ser diagnosticada pela presença de tecido flácido dentro do escroto que pode ser
constante ou intermitente.
Se houver isquemia e necrose do tecido herniário pode haver leucocitose, dor escrotal,
vômito e anorexia.
Deve ser realizado um exame ultra-sonográfico ou RX para se evidenciar o conteúdo
herniario.
Correção cirúrgica.
Dermatite escrotal – Existem vários graus de dermatite, variando desde simples prurido até
auto-mutilação . Pode possuir causa infecciosa, doença auto-imune, ingestão de
micotoxinas, granulomas espermáticos, reação a medicamentos ou dermatite de contato
(desinfetantes).
Neoplasia escrotal
Carcinoma de células escamosas – nódulos firmes e ulcerados na pele ou aparência
proliferativa presente nas pernas, cabeça ou escroto.
Deve-se realizar a retirada cirúrgica seguida de tratamento de radioterapia ou crioterapia.
Melanomas – crescimento lento, máculas pequenas marrom escuras ou de crescimento
rápido pretas e com ulcerações. Pode aparecer na cavidade oral, na região digital e escroto.

19 - AFECÇÕES PROSTÁTICAS

As medidas consideradas normais para a próstata de cão varia com peso, raça e idade do
animal.
Utilizando animais com idade abaixo de cinco anos e com peso entre 11 e 30 Kg.
Medidas prostáticas:
Comprimento = 3,15 ± 0,83 cm ;

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Largura = 3,15 ± 0,9 cm ;
Altura = 2,83 ± 0,60cm.
Hipertrofia / Hiperplasia Benigna (HPB)
É a doença prostática mais comum em cães,
Mais freqüentes em cães com idade >6 anos.
Ocorre devido a um estímulo androgênico, mediado especificamente pela diidrotestosterona.
Não se conhece o porquê acomete determinados machos e outros não.
Essa patologia pode ser subclínica ou apresentar sintomatologia como tenesmo, hematúria
e sangramento prostático.
A imagem ultra-sonográfica irá revelar prostatomegalia, com parênquima homogêneo,
normalmente de caráter simétrico e difuso.
Pode haver presença de estruturas císticas múltiplas e difusas.
Cistos Prostáticos
Os cistos prostáticos são definidos como lesões cavitárias com parede definida, contendo
fluído claro ou turvo em seu interior .
O acúmulo de líquido ocorre no interior do parênquima prostático.
Ocorrem geralmente em cães idosos.
Quando muito grandes, podem causar dificuldade de micção e de defecação.
A imagem ultra-sonográfica revela área focal ou multi focal hipo ou anecogênica maior que
1,5 a 2,0 cm.
Prostatite Bacteriana
As prostatites processos inflamatórios da próstata, nos animais geralmente são associadas
à infecção bacteriana.
Essas patologias podem resultar no aparecimento de abcessos prostáticos.
Podem ser de duas formas:
Prostatites Bacterianas Agudas e Prostatites Baterianas Crônicas.
Prostatites Bacterianas Agudas
Próstata geralmente é protegida de infecção pela IgA, IgB e micção freqüente.
Animais com prostatopatias são mais sujeitos a infecção bacteriana.
Infecção pode ser por via ascendente ou hematógena.
As bactérias relacionadas à essas patologias são : Staphylococcus spp., Streptococcus
spp., Escherichia coli, Pseudomonas, Proteus spp, Klebsiella spp., Enterobacter spp.,
Pasteurella spp e Mycoplasma spp. Infecções anaeróbicas podem ocorrer
Sinais clínicos:
aparecimento súbito com dor abdominal intensa, corrimento prepucial,
febre,
desidratação,
sensibilidade dolorosa à palpação retal,
pode apresentar quadros de septicemia e endotoxemia.
A imagem ultra-sonográfica revela espaços intra-parenquimatosos, maiores que 1,5 a 2 cm,
preenchidos por líquidos, compatível com abcesso, revelados por imagem hipoecogênica
difusa ou focal.
O abcesso causa uma imagem da glândula de margem interna irregular, cavidade lobulada
e lúmen ocasionalmente septado
Prostatites Baterianas Crônicas
A prostatite bacteriana crônica pode ser assintomática, salvo quando acompanadas de
infecção urinária recidivante.
O tamanho e a forma da próstata podem estar normais ou ela pode estar assimétrica e
firme, podendo ou não estar dolorida à palpação retal.
A imagem revelada pela ultra-sonografia é de uma próstata com aparência levemente
hiperecogênica de distribuição irregular, que pode representar mineralização ou presença de
ar.

Cistos Paraprostáticos
Os cistos paraprostáticos podem ocorrer nos dutos de Müller (Paramesonéfricos)
remanescentes, nesta situação outras regiões da próstata estarão normais.

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Pode aparecer também em decorrência de um extravasamento de um cisto prostático de
retenção, nesta situação será evidenciada Hiperplasia Prostática Benigna.
A imagem ultra-sonográfica é a de uma estrutura anecóica de bordos finos, deslocando a
bexiga aparentando ser uma extensão da área prostática

ATROFIA DA PRÓSTATA
Acontece em animais idosos, animais pós castração, pode ocorrer em cães com diabete
mellitus e que receberam stilbestrol.
A próstata vai se apresentar firme à palpação, as células acinares são substituídas por
tecido fibroso.
Neoplasia Prostática
O adenocarcinoma prostático, é o tipo mais freqüente em cães. Alguns estudos sugerem
que a castração dos animais pode ser fator predisponente ao aparecimento dessa
neoplasia.
Características da neoplasia: aumento de consistência, aumento de volume assimétrico,
perda parcial ou total da rafe medial e formações cavitárias
Ultra - sonograficamente a neoplasia prostática contém áreas hiperecogênicas focais ou
difusas no interior do parênquima, sugestivas de mineralização. Animais com carcinoma
prostático apresentam próstata com contorno irregular ou descontínuo.

20 - FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO LEITE
• Única fonte de nutrientes para filhotes no início da vida após o parto
• O leite (em particular o colostro) é o principal veículo de passagem de anticorpos das
mães para os filhotes
• Leite produzido por animais domesticados e seletivamente criados é alimento para
outras espécies

LACTAÇÃO é um processo combinado de secreção e remoção do leite.


A SECREÇÃO DO LEITE é a síntese de leite nas células epiteliais e sua passagem do
citoplasma das células para o lume alveolar.
Já a REMOÇÃO DO LEITE é a saída passiva do leite das cisternas e a ejeção de leite do
lume alveolar.
LACTOGÊNESE é o início da secreção do leite.
MAMOGÊNESE é a descrição do desenvolvimento da glândula mamária.
GALACTOPOESE é a manutenção da secreção do leite ou intensificação da lactação
estabelecida

MORFOLOGIA DA GLÂNDULA MAMÁRIA

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DESENVOLVIMENTO DA GLÂNDULA MAMÁRIA
QUATRO FASES:
• Desenvolvimento embrionário e fetal;
• Desenvolvimento do nascimento à puberdade;
• Desenvolvimento da puberdade à concepção;
• Desenvolvimento durante a gestação.

DO NASCIMENTO À PUBERDADE:
Aumento do tecido conjuntivo e deposição de gordura
APÓS O PRIMEIRO CIO:

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Rápido crescimento do parênquima
PRIMEIROS MESES DE GESTAÇÃO:
Distenção adicional do sistema de ductos
TERÇO MÉDIO DA GESTAÇÃO:
Lóbulos aumentam de tamanho tanto pela formação de novos alvéolos quando pela
hipertrofia das células já existentes
FINAL DA GESTAÇÃO:
Distenção dos alvéolos e inicio da atrividade secretora
INÍCIO DA LACTAÇÃO
Crescimento mamário continua
DECLÍNIO NA ATIVIDADE SECRETORA
•diminuição da atividade metabólica;
• diminuição do tamanho do alvéolo;
• diminuição do número de alvéolos/lóbulo;
• diminuição do número total de alvéolos e volume lobular;
• diminuição do número de células/alvéolo;
• aumento da altura da célula alveolar; colapso e desintegração dos alvéolos;
• liberação de enzimas dos lisossomas, que digerem as células epiteliais;
• evidência histologicamente maior de tecido conjuntivo.

NUTRIÇÃO
Variação em determinados nutrientes: alteração na secreção de hormônios
Gado de corte: manutenção + a produção pré-determinada
Gado de leite: nutrientes necessários para a manutenção + cobertura do desgaste de
produção.
Máximo consumo de forragem: 3 /4 meses antes do parto
Máxima produção de leite:1 /2 meses após o parto

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PROGESTERONA – EFEITO INIBITÓRIO
• Inibe a liberação/atividade biológica da prolactina;
• Inibe a síntese de receptores para Prolactina feita pela Prolactina;
• Inibe a proliferação do RER;
• Bloqueia a ligação do cortisol à receptores para glicocorticóides;
• Inibe a síntese de lactose e α -lactoalbumina;
• Compete com os receptores para glicocorticóides

EJEÇÃO DO LEITE

INIBIÇÃO DA EJEÇÃO DE LEITE

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21 - AFECÇÕES DE GLANDULAS ANEXAS
Glândula bulbo uretral
- Aplasia, aplasia segmentar
- Cistos epitelióides
Vesícula seminal
- Dilatação de ácinos em touros velhos
- Hipoplasia e glândula supranumerária (1)
- Vesiculite infecciosa
- concreções

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