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Estórias:

Bastão guarani

Olha o bastão guarani! Olha o martelinho! Olha o


quebra-queixo! Eram brados semelhantes de 3 pessoas
diferentes gravadas na minha memória e que
aguçavam minha gula, oferecendo essas guloseimas.
Ainda hoje quando me recordo sinto água-na-boca.

Hoje, ecoam juntas na minha mente, mas eram


acontecimentos dissociados e bradados por
“ambulantes” diferentes.

O martelinho era um doce vendido pelo senhor grave e


hirsuto, que o portava numa bandeja, como um bloco e
que tinha uma cor amarelada, vendido aos pedaços, e
cortado por uma espécie de talhadeira acionada por
um pequeno martelo, daí seu nome. Tinha um sabor
todo especial, que até agora distantes mais ou menos
60 anos, ainda me faz salivar.

O quebra-queixo seguramente todos conhecem. Um


puxa-puxa de coco, coberto com generosas tiras. Duro
de mastigar, provavelmente daí seu nome. Delicioso!

Já o bastão guarani era um caramelo de cor amarelo-


pálido, de formato de bastão de uns 10 cm de
comprimento. Muito saboroso!

Exaltava quando ia ao centro com meu pai e prelibava


o prazer de degustar um dos três, senão os três.
Voltava para casa com o gostinho na boca e as papilas
aguçadas. Era uma festa!
Meus contemporâneos, 1945, provavelmente se
recordem. Não eram tentação?
Quem se lembrar levante e a mão e curta.
Edson Acrani, Maio/2011

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