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Teresa Magalhães1, João Oliveira1, Rui Faustino1, Carlos Dias1, Leonor Paulo2,
Francisco Infante2
1
Interno do Internato Complementar de Ortopedia
2
Assistente Hospitalar Graduado de Ortopedia
Resumo
Os autores apresentam uma revisão dos casos de pseudartrose da tíbia tratados nos
últimos 10 anos no Hospital de Santarém, efectuando uma avaliação radiológica e
clínica (através da consulta dos processos e da aplicação da Lower Extremity
Functional Scale – LEFS). Os resultados obtidos mostram um predomínio de doentes
do sexo masculino (77,8%), do membro inferior esquerdo (55,6%) e dos acidentes de
viação como principal causa das lesões encontradas (61%). Para o tratamento das
pseudartroses cada doente foi submetido em média a 2,53 procedimentos cirúrgicos,
tendo-se obtido a consolidação em 83% dos casos. A complicação mais
frequentemente registada foi a infecção, que ocorreu em 50% dos casos, mas que foi
resolvida em todos eles. A reduzida dimensão da amostra e a enorme variabilidade de
casos encontrados não permite efectuar comparações com outras séries. No entanto,
os resultados obtidos são satisfatórios quer do ponto de vista radiológico quer do
ponto de vista funcional.
Introdução
Quando a uma pseudartrose está associada uma infecção crónica o tratamento torna-
se ainda mais difícil e os resultados são muitas vezes insatisfatórios. Perante necroses
ósseas extensas, que obrigam a ressecções alargadas e estão associadas a
deformidades importantes, a utilização dos métodos de tratamento tradicionais torna-
se ineficaz. Nestes casos, a técnica desenvolvida por Ilizarov nos anos 50, que
preconiza a utilização de um fixador externo circular, tem sido aplicada com sucesso,
permitindo obter a correcção dos defeitos e deformidades ósseas e a cura completa da
infecção, sendo um método pouco invasivo e que permite a deambulação precoce3.
Material e Métodos
Resultados
O traumatismo inicial foi provocado por acidente de viação em 61% dos casos, por
atropelamento em 16,7% dos casos, por acidente desportivo em 5,6% dos casos e por
queda em 16,7% dos casos.
Cada doente foi submetido a uma média de 2,53 intervenções cirúrgicas (1 a 5) desde
o momento em lhe que foi diagnosticada a pseudartrose. Os procedimentos cirúrgicos
utilizados para tratar a pseudartrose foram o encavilhamento endomedular com
rimagem e bloqueio bipolar, o enxerto intertibioperoneal, o enxerto ósseo autólogo de
osso esponjoso associado a osteossíntese com placa e parafusos, a injecção de
factores de crescimento associada a osteossíntese com placa e parafusos, o enxerto
Os resultados obtidos são satisfatórios, uma vez que foi conseguida a consolidação
em mais de 80% dos casos de pseudartrose e a cura da infecção em todos os casos
em que esta complicação foi registada. Também da avaliação subjectiva dos doentes
resultam scores de funcionalidade elevados (61% dos doentes têm mesmo a
pontuação máxima de 80 pontos), donde se conclui que a maioria dos doentes
tratados consegue ter um nível de actividade semelhante a uma pessoa que nunca
teve uma lesão deste tipo.
Bibliografia
1. Canale S, Beaty J: Campbell’s Operative Orthopaedics, 11ª ed, Filadélfia, 2008, pp.
3471-3574.
2. Mechref A, Koh E, Trafton P, DiGiovanni C. Tibial Nonunion. Foot and Ankle Clinic.
2006; 11: 1-18.