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Evolução
Antes de analisarmos o nascimento da Organização Internacional do Tra-
balho (OIT), convém verificar os movimentos que a antecederam.
Em 1920, a OIT foi transferida para a cidade de Genebra, onde se encontra até
a presente data.
Objetivos
Duas são as partes em que se analisam os objetivos da OIT: gerais e estratégicos.
Gerais
Já apontados anteriormente em nosso estudo (PAMPLONA FILHO; VILLATORE,
2001, p. 68), destacam-se:
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Estratégicos
A OIT tem, atualmente, como objetivos estratégicos (ORGANIZAÇÃO..., 2005e):
Promover os princípios fundamentais e direitos no trabalho por meio de um sistema de
supervisão e de aplicação de normas.
Promover melhores oportunidades de emprego e renda para mulheres e homens em condi-
ções de livre escolha, de não-discriminação e de dignidade.
Aumentar a abrangência e a eficácia da proteção social.
Atividades paralelas:
Membros
O artigo 1.º e parágrafos da Constituição da OIT estabelece quais são os seus
possíveis Estados-membros:
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Conforme dados fornecidos pelo site da OIT, atualmente existem 182 países
integrantes desse mais importante organismo internacional do trabalho.
Pseudotripartição
Em estudo anterior (PAMPLONA FILHO; VILLATORE, 2001, p. 68), lembrávamos
que:
A OIT é um organismo tripartite, pois a qualidade de membro assegura ao Estado o direito de
participar com dois representantes do governo, um representante do empregador e um repre-
sentante do empregado, característica que o distingue dos demais organismos internacionais
que integram a ONU, criando assim o chamado “falso tripartismo”, pois o governo possui dois
representantes.
Recorda (SÜSSEKIND, 1998, p. 24), ainda, que foram três os fatos que concorre-
ram para a sua adoção, quais sejam:
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Estrutura
Composição
São três os órgãos que compõem a estrutura da OIT.
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Conselho de Administração
O supracitado órgão da estrutura da OIT é explicado no site oficial (ORGANIZA-
ÇÃO..., 2005b) da seguinte maneira:
O Conselho de Administração da OIT é formado por 28 representantes dos governos, 14 dos tra-
balhadores e 14 dos empregadores. Dez dos postos governamentais são ocupados permanen-
temente pelos países de maior importância industrial (Alemanha, Brasil, China, Estados Unidos
da América, França, Índia, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia). Os representantes dos demais
países são eleitos a cada três anos pelos delegados governamentais na Conferência, de acordo
com a distribuição geográfica. Os empregadores e os trabalhadores elegem seus próprios repre-
sentantes em colégios eleitorais separados.
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Convenção Internacional
Conforme frisamos (PAMPLONA FILHO; VILLATORE, 2001, p. 68) a
Convenção Internacional é um tratado-lei multilateral, ratificável, que não admite ressalva.
São os instrumentos normativos internacionais mais importantes, que derivam da Conferên-
cia Internacional do Trabalho, órgão da OIT. São editadas e votadas pelos representantes dos
Estados--membros, dos empregadores e dos trabalhadores. [...] Para aprovação da Convenção
são exigidos os votos favoráveis de 2/3 dos delegados presentes.
Ratificação é o processo pelo qual passam as convenções internacionais para lhes prestar
validade e eficácia na ordem jurídica interna do Estado soberano. No Brasil, o Presidente da
República é que tem, por delegação constitucional, a obrigação e o dever de, através de uma
mensagem presidencial, encaminhar para aprovação do Congresso Nacional, a ratificação de
um tratado internacional (é uma obrigação internacional). Aprovada pelo Congresso Nacional
(se não aprovar é arquivado), devolve ao Presidente da República, que por sua vez não está
obrigado a ratificar. Ele pode promulgar ou vetar.
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Recomendação Internacional
Da mesma forma, explicamos (PAMPLONA FILHO; VILLATORE, 2001, p. 69) que:
A Recomendação, por sua vez, é o instrumento normativo também aprovado por conferência
de organismo internacional, porém não sendo “tratados internacionais”, haja vista que não são
suscetíveis de ratificação, não criando, salvo exceções, obrigações para os Estados-membros,
apenas sugerindo normas que podem ser adotadas pelo legislador dos países-membros.
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Seja como for, vai-se firmando hoje na doutrina a tese de que, na hipótese de conflito entre
regras internacionais e internas, há de prevalecer sempre a regra mais favorável ao sujeito de
direito, pois a proteção da dignidade da pessoa humana é a finalidade última e a razão de ser
de todo o sistema jurídico.
[...]
Regra geral é que todos os Tratados devem ser cumpridos de boa-fé, expressado pela Conven-
ção de Viena, de 1969, através da aplicação do princípio pacta sunt servanda.
Assim, qualquer procedimento de votação, realizado pelo Congresso Nacional, poderia estar
eivado de inconstitucionalidade, notadamente, porque o iter procedimental, da celebração dos
tratados já se teria consumado, com a ratificação pelo Chefe de Estado que exerceu o ato com
status infraconstitucional.
Considerando-se que, à luz do parágrafo 3.º do artigo 5.º da CF/88, os tratados aprovados
mediante aquele processo venham a ter grau de hierarquia constitucional, como forma de diri-
mir a questão, somos da opinião que, qualquer tratado versando sobre direitos humanos, já
incorporado ao nosso ordenamento jurídico, somente poderia ser considerado como norma
constitucional, através de emenda à Constituição, de acordo com a previsão do artigo 60 da
CF/88.
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Considerações finais
Procedemos à análise do surgimento e à importância da OIT, organismo do
trabalho mais significativo em âmbito internacional, verificando, inclusive, a
inserção do parágrafo 3.º do artigo 5.º da Constituição Federal de 1988 e as suas
consequências no ordenamento jurídico brasileiro.
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