A maior descida da Taxa de mortalidade verificou-se no decorrer da primeira metade do séc. XX, atingindo na
actualidade valores semelhantes à UE.
No que toca à Taxa de Mortalidade Infantil, manteve valores bastante elevados até as ultimas décadas do séc. XX,
tendo sofrido um acentuado decréscimo a partir dos anos 70.
A redução deve-se: - Melhoria da assistência médica durante a gravidez, o parto e o 1º ano de vida;
- Difusão de informação sobre os cuidados com as crianças.
D
1. Estrutura Etária:
- Classes etárias;
- Pirâmides Etárias.
Entre 1960 e 2000, a base das pirâmides foi diminuindo progressivamente, o que reflecte a cada vez mais acentuada
redução da população jovem.
A população adulta aumentou, revelando uma importância crescente das classes etárias mais altas. O topo das
pirâmides alargou, como consequência do aumento da população idosa.
Constata-se um duplo envelhecimento da população portuguesa: - Diminuição dos jovens (base estreita);
- Aumento dos idosos (topo alargado).
A pirâmide toma esta forma, devido:
Ao declínio da fecundidade – nº médio de filhos por mulher em idade fértil. Que explica o estreitamento da base.
População activa – conjunto de indivíduos, a partir dos 15 anos, que constituem mão-de-obra disponível e entram
no circuito económico, incluindo os desempregados e aqueles que cumprem serviço militar obrigatório.
População inactiva – conjunto de indivíduos, de qualquer idade, que não podem ser considerados economicamente
activos.
Tem vindo a aumentar a taxa de actividade, após a quebra motivada pela emigração dos anos 50 e 60 devido:
- Na década de 70, a um saldo migratório positivo pela chegada dos portugueses das ex-colónias;
- Após os anos 70, devido a crescente participação da mulher no mundo de trabalho;
- E mais recentemente, ao crescimento da imigração.
- Sector Secundário: tende a empregar cada vez menos população devido ao desenvolvimento tecnológico das
indústrias e à deslocação para outros países dos ramos mais intensivos em mão-de-obra.
- Sector Terciário: foi o que mais cresceu e, actualmente, emprega mais de metade da população activa. Esta
evolução acompanha a tendência de Terciarização da economia, iniciada mais cedo nos países da UE, e explica-se:
- Pelo aparecimento de novos serviços;
- Pelo desenvolvimento do comércio, turismo e lazer;
- Pela expansão dos serviços financeiros e dos serviços de educação, saúde e apoio social.
O processo de desenvolvimento de um país relaciona-se directamente com a qualificação da população, vista como
um recurso. Nesse sentido, o seu nível de instrução e de formação são fundamentais para que se possam
desenvolver actividades tecnologicamente mais modernas e produtivas, que promovam o desenvolvimento.
Em Portugal a Taxa de Alfabetização já atinge valores elevados e como consequência, a de analfabetismo tem vindo
a diminuir. Os valores mais elevados de analfabetismo relacionam-se com o envelhecimento e com diferentes graus
de desenvolvimento das regiões.
A Taxa de Analfabetismo das mulheres continua a ser substancialmente superior à dos homens em quase todas as
regiões, sobretudo pela elevada proporção de mulheres entre os idosos.
O número médio de anos de escolaridade também aumentou, o que se deve, principalmente ao alargamento da
escolaridade obrigatória e ao considerável aumento da proporção da população com ensino superior.
4. Qualificação profissional:
- Estrutura da qualificação profissional da população activa;
- Terciarização avançada
E. Problemas sócio-demográficos
1. Envelhecimento
- Causas (progresso na higiene, medicina, quebra na natalidade);
- Consequências (índice de dependência de idosos).
2. Declínio da fecundidade:
- Factores de ordem demográfica, sócio-cultural, económica e política.
3. Baixo Nível educacional:
- Características da população quanto ao nível de instrução.
4. Situação perante o emprego:
- Emprego estável;
- Emprego temporário;
- Subemprego;
- Emprego a tempo parcial.
O envelhecimento da população portuguesa poderá agravar-se, caso se mantenha a tendência para o declínio da
taxa de fecundidade e, como tal, o decréscimo dos grupos etários mais jovens, acarretando consequências sociais e
económicas importantes.
O aumento do número de idosos conduzirá a um acréscimo das despesas como:
- Pagamento de pensões;
- Sistema de saúde;
- Serviços sociais;
- Construção e manutenção de equipamentos para idosos – lares, por exemplo.
A relação entre estes dois grupos e a população activa permite avaliar o grau de dependência, através do Índice de
Dependência Total: população jovem + população idosa / população adulta.
A dependência pode avaliar-se também em relação a cada um dos grupos separadamente obtendo-se,
respectivamente, o índice de dependência de jovens e de idosos.
De forma ligeira. O IDT tem diminuído. Deve-se à grande descida do IDJ, já que o IDI aumentou, ao reflectir no
índice de envelhecimento.
IDJ – diminui em todas as regiões, mas apresentam-se os valores mais elevados nas regiões autónomas.
IDI – apenas diminuiu nos Açores, aumentando no resto de Portugal, verificando-se o maior acréscimo no
Alentejo
IDT – Maior no Alentejo, Centro e Açores. Menor nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo
G. Evolução demográfica
Durante a segunda metade do século XX, a população residente em Portugal aumentou, passando de cerca de 8,4
milhões em 1950 para 10,3 milhões em 2001.
Sobressai-se a irregularidade nas décadas de 60 – em que se registou um decréscimo demográfico – e a década de
70 com um significativo aumento da população.
A variação deste ritmo da população explica-se: - Pelo grande surto da emigração nos anos 60, para alguns
países da Europa Ocidental: França, Alemanha, RFA;
- Regresso repentino de muitos portugueses das ex-
colónias, sobretudo em 1975 com o processo da independência;
- Diminuição da taxa de crescimento natural, mais a quebra
da emigração e o aumento da imigração, o que permitiu um ligeiro
aumento nas ultimas décadas.
H
1. Condicionantes da distribuição da população:
- Factores Naturais (clima, relevo, solos e vegetação);
- Factores Humanos (influências históricas, actividades económicas, desenvolvimento tecnológico, bacias de
emprego, estruturas urbanas, áreas de maior acessibilidade).
- Atracção urbana – cidades apresentam maior dinamismo social e económico e todo um conjunto de
serviços que contribuem para uma melhor qualidade de vida;
- Localização da indústria e actividades terciárias que geram emprego e riqueza
- Existência de boas vias de comunicação que encurtam as distâncias, facilitando a mobilidade e o
desenvolvimento das actividades económicas.
- Movimentos migratórios: Êxodo rural, Emigração e Imigração.
2. Problemas da distribuição da população:
- Litoralização e bipolarização do povoamento em torno de duas grandes áreas:
• Melhores condições para a agricultura e a pesca;
• Boa acessibilidade;
• Serviços mais numerosos e diversificados;
• Maior e melhor oportunidade de emprego;
• Maior concentração urbana e maior dinamismo económico-social e cultural.
- Despovoamento do Interior – áreas em perda:
• Migrações internas (menor desenvolvimento e dinamismo socioeconómico);
• Envelhecimento da população;
• Agricultura tradicional com fraco rendimento.
Em Portugal Continental, a densidade populacional apresenta um forte contraste entre o Litoral e o Interior. Os
concelhos de maior densidade populacional localizam-se na faixa Litoral entre Setúbal e Viana do Castelo,
sobretudo nas regiões da Grande Lisboa e Porto.
Em oposição, em todo o interior do país, bem como o litoral alentejano e a maioria das ilhas da região autónoma
dos Açores, apresentam fracas densidades populacionais.
I. Problemas causados pelas assimetrias
No Litoral
- Desordenamento do espaço: - Saturação do espaço com construção excessiva de edifícios;
- Falta de espaços verdes;
- Aparecimento de bairros degradados e construção não planeada.
- Sobrelotação dos equipamentos e infra-estruturas
- Degradação ambiental
- Desqualificação pessoal e humana: - Desemprego;
- Marginalidade e insegurança;
- Aumento do stress e diminuição da qualidade de vida.
No Interior
- Envelhecimento demográfico;
- Despovoamento;
- Falta de mão-de-obra;
- Degradação do património natural e edificado e da paisagem.
J. Possíveis soluções aos problemas
Para diminuir as assimetrias na distribuição da população deve-se implementar medidas de promoção do
desenvolvimento do Interior para o tornar atractivo.
O planeamento regional e municipal assume um papel fundamental, ao promover:
- Melhorias das acessibilidades;
- Criação de serviços essenciais de apoio a população;
- Desenvolvimento de actividades económicas geradoras de emprego
(agricultura, pecuária, artesanato, produtos tradicionais);
- Subsídios e redução de impostos para as empresas que se deslocam para o
interior;
- Qualificar a mão-de-obra.
Tema: Os recursos do subsolo
A. História do Planeta e de Portugal
Era Pré Primária – Era onde uma parte de Portugal se começou a formar.
Era Primária – É caracterizada como uma era com muitas alterações à face da terra. A orogenia que mais se fez
sentir foi a Hercínica criaram-se as zonas montanhosas do norte “Serra da Estrela” (Orogenia Hercínica).
Era secundária – Considerava-se como uma era pacífica. Não existiram grandes formações na Terra. Formaram-se
zonas aplanadas, devido a actuação dos agentes erosivos Os agentes erosivos criaram as orlas sedimentares. Os
ventos depositaram os materiais das zonas montanhosas do norte nas orlas sedimentares.
Era Terciária – Foi uma era de convulsões. Uma das orogenias mais importantes foi a Alpina, que tal como o nome
indica, originou os Alpes criaram-se zonas montanhosas na orla ocidental, devido à orogenia Alpina (Serra de
Sintra).
Era Quaternária – Foi uma era pacífica, sem grandes convulsões. Foi nesta era que começou a história do homem.
É caracterizada como uma era pacífica, mas com tendência a mudar devido às variações climatéricas que se fazem
sentir os agentes erosivos criaram as zonas planas das bacias do Tejo e Sado.
B. Unidades geomorfológicas de Portugal
Maciço Antigo/ Hispérico: É a unidade mais antiga. Ocupa a maior parte do território nacional e apresenta uma
grande variedade de rochas muito antigas e de grande dureza como o granito e o xisto.
A norte – predominam os conjuntos montanhosos, planaltos e vales.
A sul – estende-se a vasta planície alentejana – superfície levemente ondulada e de baixa altitude.
Orlas Sedimentares – Antigas áreas deprimidas onde se foram acumulando numerosos sedimentos, pelo que a
diversidade geológica é menor. Predominam as rochas sedimentares – areias, argilas, calcários e arenitos) Há
também existência de rochas magmáticas – basalto – resultantes da actividade vulcânica.
Orla Ocidental: Estende-se ao longo do litoral. É constituída no norte por planícies sedimentares e no sul com
zonas mais montanhosas.
Orla meridional: Ocupa a faixa litoral do Algarve, onde sobressaem algumas colinas calcárias altas e enrugadas.
Bacias do Tejo e Sado: Unidade mais recente, tendo-se formado principalmente por sedimentos fluviais de origem
Continental. Dominam as rochas sedimentares – areias, argila, calcário – e são explorados os minerais industriais.
Regiões autónomas: As rochas dominantes são de origem vulcânica e exploram-se principalmente as rochas
basálticas.
C. Importância dos recursos do subsolo
1. Os principais recursos são:
- Recursos minerais metálicos: minerais que apresentam na sua constituição substâncias metálicas (ferro, cobre,
estanho ou o volfrâmio)
- Recursos minerais não metálicos : minerais que na sua constituição não possuem substâncias metálicas (sal-
gema; quartzo; feldspato; gesso)
- Minerais Energéticos: minerais que podem ser utilizados para a produção de energia (carvão, petróleo, urânio e
o gás natural)
- Rochas Industriais – rochas utilizadas sobretudo como matéria-prima para a indústria ou para a construção civil e
obras públicas (calcário, granito, argila, margas)
- Rochas ornamentais – rochas utilizadas na decoração de edifícios, peças decorativas ou mobiliário (mármore,
granito, calcário).
- Águas subterrâneas – águas que se destinam ao engarrafamento ou ao aproveitamento termal.
2. Os recursos do subsolo podem contribuir para o desenvolvimento de algumas actividades
económicas (agricultura, construção civil, joalharia, indústrias química, metalúrgica, siderúrgica, cerâmica, …)
3. O contributo da exportação é importante para a economia do país.
4. Áreas de Exploração:
4.1. Minerais Metálicos
- Ferro:
As reservas têm diminuído
Explorado no Cercal e Alentejo;
A procura é maior que a oferta, recorrendo-se à importação.
- Cobre:
Extraído nas minas do Alentejo (Aljustrel e Neves-Corvo);
Portugal é o maior país produtor de cobre;
Utilizado para a electricidade.
- Estanho:
Extraído das Minas de Neves-Corvo (Alentejo);
- Volfrâmio
Minas da Panasqueira;
Filamentos para lâmpadas incandescentes;
Portugal era um grande produtor, mas a China oferecia preços mais baratos e este foi substituído por
outros mais baratos e assim, hoje estamos em crise.
4.2. Minerais Não Metálicos:
- Sal-gema:
Industria química e agro-alimentar;
Minas no distrito de Leiria, Lisboa e Faro.
- Feldspato e Quartzo:
Indústria do Vidro e cerâmica
Em vários locais do país: Norte, Centro e Alentejo
- Caulino
Indústria da Cerâmica;
Em vários locais do litoral, especialmente no Norte.
4.3. Rochas Industriais e Ornamentais
- Rochas Industriais: areias comuns, calcário, argilas
Importantes matérias-primas para a indústria de vidro, cerâmica, construção civil e obras públicas e das
cimenteiras
- Rochas Ornamentais (elevado valor unitário):
Mármores (explorações no Alentejo, faixa Estremoz - Vila Viçosa)
Granitos (explorações no Alentejo, distritos de Portalegre, Évora)
4.4. Águas Subterrâneas
- Águas minerais
Propriedades terapêuticas;
Não devem ser consumidas continuamente.
-Águas de Nascente
Destinam-se ao consumo diário, sem restrição.
Unidades de Engarrafamento no Norte e Centro;
Muitas vezes a oferta excede a procura levando à exportação.
- Águas termais
Fins Terapêuticos;
Estâncias Termais são cada vez mais frequentadas
Norte e Centro
5. A Indústria extractiva
Indústria que se dedica a extracção de produtos no estado bruto, directamente da natureza. Estes recursos
destinam-se essencialmente a produção industrial, construção civil, obras públicas e produção de energia. A recente
evolução desta indústria evidencia uma tendência de aumento do valor total da produção.
A nível regional – a indústria extractiva representa um factor importante de criação de riqueza e de oferta de
emprego, sobretudo em regiões mais carenciadas como o Alentejo
D. Distribuição espacial dos recursos energéticos
1. Portugal está muito dependente neste sector do mercado externo.
O subsolo português é pobre em recursos energéticos, pois as reservas de carvão estão esgotadas e as de urânio
têm vindo a descer a produção.
Nos açores a existência de actividade vulcânica torna possível a exploração de energia geotérmica – a partir do calor
da terra. Contudo, vários estudos revelam indícios da presença de petróleo e gás natural em zonas do Litoral.
Portugal dispõe de boas condições de produção de energias renováveis – que só agora têm vindo a ser exploradas.
Da totalidade da radiação solar apenas 47% chega à superfície da Terra. Os processos atmosféricos que explicam
essa perda da radiação solar são: - Absorção
- Reflexão
- Difusão
- Absorção (23%):
Ozono: absorve os raios ultravioletas (curto comprimento de onda);
Vapor de água, dióxido de carbono e algumas partículas sólidas e líquidas absorvem os infra-vermelhos.
- Reflexão:
Parte da radiação solar é reflectida no topo das nuvens e na superfície terrestre, em particular nas regiões
cobertas de gelo;
Albedo: é a razão entre a quantidade de radiação reflectida pela superfície e a quantidade da radiação que
nela incide. O albedo é muito elevado na neve e nas nuvens e mais baixo em florestas densas e algumas superfícies
artificiais (alcatrão) – expressa-se em percentagem ou sob forma decimal.
- Difusão:
Provocada pelos gases atmosféricos e pelas partículas em suspensão;
Da radiação dispersa, uma perde-se no espaço e outra chega indirectamente à superfície terrestre,
designando-se por radiação difusa.
A radiação solar global é a radiação total que chega à superfície da Terra e divide-se em:
- Radiação difusa (energia é difundida pela atmosfera terrestre, pelas nuvens, … que chega
indirectamente à superfície terrestre)
- Radiação solar directa (energia recebida directamente do Sol).
3. Distribuição da Energia solar
- Devido à forma esférica da Terra, a energia solar que chega ao topo da atmosfera não se distribui uniformemente
por toda a superfície terrestre. Existe um balanço energético da atmosfera entre as entradas da energia solar –
insolação – e as saídas – radiação terrestre.
- Quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior vai ser a área que recebe radiação e maior vai ser a perda o
que fará um decréscimo na temperatura.
- O dia natural corresponde ao dia iluminado pelo Sol, o que é variável e que condiciona a radiação solar. Quanto
maior o período de tempo que o Sol está acima do horizonte, maior é a duração do dia.
- Insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se encontra descoberto e exprime-se no número de
horas por dia ou por ano.
- O relevo é um factor de interferência na radiação recebida pois quanto maior a altitude, maior é a quantidade de
radiação solar recebida, pois a massa atmosférica atravessada é menor. As vertentes soalheiras, viradas a sul,
recebem mais radiação porque a inclinação dos raios é menor; as vertentes sombrias recebem menos ou quase
nada devido a esse.
- Variação diurna: quando o sol atinge a altura máxima, a inclinação dos raios é menor e por isso a temperatura é
maior.
- Variação Anual: No solstício de Verão, os raios solares incidem no hemisfério norte com menor obliquidade, o
que se traduz numa maior quantidade de energia recebida e os dias são maiores; no solstício de Inverno, a
inclinação dos raios é maior e o dia é menor.
- Défice energético: ocorre porque a radiação solar atravessa uma grande camada de atmosfera obliquamente e
geralmente estas superfícies são de cor clara.
- Excesso energético: ocorre porque a radiação solar incide perpendicularmente nessas regiões e atravessa uma
menor camada de atmosfera
- Movimento de translação: faz variar a inclinação dos raios solares e a duração dos dias e das noites, num
mesmo lugar.
- Ao ser absorvida pela Terra, a radiação solar converte-se em energia calorífica, aquecendo a superfície terrestre.
Esta última, por sua vez, emite a mesma quantidade de energia que recebe, encontrando-se em equilíbrio térmico
relação entre a energia recebida e a energia reflectida pela superfície terrestre.
- A Terra envia para a atmosfera a energia que absorveu durante o dia sob a forma de Energia Calorífica de grande
comprimento de onda. Essa Energia vai ser sujeita ao EFEITO ESTUFA: Mecanismo natural que existe na Atmosfera e
que possibilita a estabilidade das temperaturas a +/-15ºC. Este explica o facto das temperaturas nocturnas não
baixarem tanto quanto seria de esperar, já que, durante a noite não há radiação solar.
B. Variabilidade da radiação solar em Portugal Continental e Insular
- Ao longo do Ano, em Portugal Continental, os valores médios de radiação solar global aumentam em geral de
Norte para Sul e, sobretudo, na Região Centro, de Oeste para leste.
- A latitude, os estados de tempo mais frequentes de Verão e Inverno, a frequência de nevoeiros e a nebulosidade
são factores de variação de radiação solar.
- Portugal recebe: - Mais quantidade de energia no solstício de Junho. Os raios incidem _|_;
- Menos quantidade de energia no solstício de Dezembro. Os raios incidem mais
inclinados \ e a duração do dia é menor.
Portugal – Latitude = 32º N / 42º N – Apresenta maior quantidade de energia solar no:
- Solstício de Junho – Maior quantidade de Energia quando se inicia o Verão
- Raios solares com menor inclinação;
- Dias maiores do que a noite.
- Solstício de Dezembro – A inclinação dos raios solares é maior e a duração do dia é menor do que a noite
o que cria MENOR QUANTIDADE DE ENERGIA.
- Portugal apresenta uma variabilidade sazonal bastante acentuada no Verão no solstício de Junho a radiação solar
é mais elevada e no Inverno apresenta valores de radiação global média mais baixa.
Causas: - Latitude: regiões do sul, (+) quantidade de Radiação Solar; (-) inclinação
- Proximidade do mar: Nebulosidade – Insolação – N.º de horas de sol descoberto acima do
horizonte que aumente de Noroeste para Sudeste. Influência sobre a nebulosidade que regista regiões do
litoral com Radiação Solar com menos intensidade.
- Altitude: Aumento de nebulosidade – Diminui o n.º de horas de sol a descoberto.
- Exposição das vertentes: Influencia a insolação. Encostas soalheiras – vertentes voltadas a sul, mais
expostas ao sol. Encostas umbrias – vertentes voltadas a norte, menos expostas ao sol.
- Nos Arquipélagos: - Madeira – N.º de horas de sol descoberto é maior do que nos Açores devido à latitude ser
mais baixa;
- Açores – Valores mais elevados de latitude – Maior Influência Oceânica – Maior humidade
no ar – Maior nebulosidade.
C. A distribuição da temperatura em Portugal Continental e Insular
- Isotérmicas: linhas que unem pontos de igual temperatura.
- Temperatura média em Portugal é, de um modo geral, amena apresentando uma variação que acompanha as
estações do ano. A temperatura do ar está directamente relacionada com a radiação global incidente.
- A temperatura varia em função de um conjunto de factores:
- Latitude (a inclinação dos raios é maior do equador para os pólos; a temperatura diminui à medida que
aumenta a latitude);
- Altitude (a temperatura diminui à medida que aumenta a altitude);
- Relevo (encosta sombria ou umbria e a menor espessura da atmosfera; contribui para explicar as
diferenças de temperatura entre N e S do país);
- Proximidade e afastamento do mar (oceano: acção moderadora; o ar húmido e a nebulosidade são mais
notórias na faixa litoral);
- Influência marítima (perde-se em direcção do interior, dependendo da disposição do relevo);
- Ventos dominantes;
- Nebulosidade (absorve e reflecte);
- Correntes marítimas;
- Duração do dia;
- Quantidade de poeiras na atmosfera;
- Impacte da actividade humana.
- A distribuição espacial das temperaturas médias mensais de Janeiro e Julho apresenta contrastes espaciais entre o
Norte e o Sul, o Litoral e o Interior.
- As amplitudes térmicas anuais mais baixas registam-se no Litoral ocidental, enquanto as mais elevadas se registam
no Interior. As amplitudes de variação térmica mais elevadas no Nordeste, sem influência Atlântica, são expostas aos
ventos de Leste.
- JANEIRO: Disposição das isotérmicas oblíquas em relação à linha de costa: As temperaturas diminuem de Sul para
Norte e do Litoral para o Interior, varia entre 12ºC / 7ºC.
- JUNHO: (28ºC / 17ºC) – Isotérmicas estão paralelas à linha de costa Ocidental: As temperaturas aumentam de
Oeste para Este, há uma inflexão para Leste das temperaturas no vale superior do Rio Mondego e também há outra
inflexão para Oeste, das temperaturas no vale superior do Rio Douro.
- Contrastes regionais: Além da oposição entre norte mais frio e sul mais quente, nota-se valores mais acentuados
no interior e mais atenuados no litoral. Existência também de regiões de montanha.
Nas Ilhas: - Açores: não varia muito do continente: amplitude térmica muito baixa, depende do relevo, e tem
influência marítima
- Madeira: amplitude térmica fraca – variação regional devido: à altitude e orientação a Oeste; a Este
ao relevo.
- AS CARACTERÍSTICAS TOPOGRÁFICAS exercem uma influência significativa (Tanto pode favorecer a circulação das
massas de ar, como servir-lhes de obstáculo).
Acidentes do terreno:
COLINAS – Temperaturas mais baixas do que nos vales;
VALES – Temperaturas mais baixas do que nos vales estreitos;
VALES ABERTOS – Temperaturas mais baixas do que nos vales estreitos;
VALES ESTREITOS – Temperaturas mais altas.
D. A valorização da radiação solar
- Portugal é um dos países da Europa com maior incidência da radiação solar.
- A exploração da energia solar como energia alternativa às energias fósseis contribui para a diminuição da
dependência externa do país em energia primária e para a redução das emissões associadas ao uso dos
combustíveis fósseis.
- Apesar da grande disponibilidade de radiação solar em Portugal e da grande oferta deste recurso energético, a
procura por parte da população é ainda muito reduzida.
- Os sistemas fotovoltaicos produzem energia eléctrica com elevada fiabilidade apresentando vantagens ambientais
porque não produzem ruído nem emitem gases de efeitos de estufa.
- O mercado de colectores solares térmicos em Portugal tem uma dimensão muito inferior à de outros países
europeus.
- A energia solar apresenta inúmeras vantagens em termos energéticos e ambientais:
Fonte renovável;
Os sistemas não emitem ruído nem poluições atmosféricas;
É um recurso abundante e quase inesgotável comparativamente a outros combustíveis fósseis;
A energia fotovoltaica é muito variada (desde calculadoras a centrais eléctricas);
É económica após recuperado o investimento.
- Desvantagens da energia solar:
Pode colocar problemas estéticos;
Interrompida durante a noite;
Fraco conhecimento, o elevado investimento inicial o receio não permite a sua difusão;
O mercado está pouco desenvolvido e por isso exige custos mais elevados;
A área necessária para a instalação pode ser relativamente grande.
- Região com maior potencialidade: costa lisboeta e litoral algarvio.
- Região com menor potencialidade: litoral norte / centro / áreas sombras e altitude.
- O território português apresenta um conjunto de condições naturais atractivas ao turismo, sobretudo climáticas.
- Nebulosidade
- Natureza da superfície de evaporação;
- Natureza da área que recebe a precipitação.
2. Circulação Atmosférica
- A pressão atmosférica é a força que o ar atmosférico exerce por unidade de superfície. Exprime-se em
hectopascal (hPa) ou milibares (mBar). O seu valor é normal quando é 1013mBar (hPa) – se superior a este valor é
uma alta pressão e se inferior é uma baixa pressão;
- As pressões atmosféricas variam com: - Altitude: pois diminui à medida que a altitude aumenta;
- Temperatura: pois com o aumento da temperatura, o ar aquece, dilata-se,
tornando-se mais leve, menos denso e passando a exercer menos pressão sobre a
superfície da Terra e vice-versa.
- Humidade absoluta: pois quanto maior for o valor da humidade absoluta
do ar, menor a pressão.
- Densidade do ar: pois quanto maior for o valor, maior a pressão do ar;
- Movimentos da atmosfera: verticais (de convecção - são ascendentes ou
subsidentes) ou horizontais (de advecção – são convergentes ou divergentes).
- As isóbaras são linhas que unem pontos de igual pressão atmosférica.
- Altas pressões: anticiclones; Baixas Pressões: Depressões ou ciclones.
- O ar desloca-se dos centros de alta pressão para os de baixa pressão.
- O ar é convergente nas depressões e divergente nos anticiclones.
- Devido ao movimento de rotação da Terra, no Hemisfério Norte o ar ao movimentar-se sofre um desvio para a
direita e no Hemisfério Sul para a esquerda (efeito de Coriólis).
- Centros Barométricos: - Origem Térmica (temperatura do ar);
- Origem Dinâmica (movimentos da atmosfera).
- Os Anticiclones são: - De origem dinâmica quando resultam da subsistência do ar. O ar ao descer em altitude,
comprime-se tornando-se mais denso o que provoca o aumento da pressão (Anticiclone subtropical
dos Açores).
- De origem Térmica quando resultam do intenso arrefecimento do arem contacto com o
solo mais frio. Ao arrefecer, o ar comprime-se e torna-se mais denso, o que leva ao aumento da
pressão. Assim, devido às diferenças térmicas entre os oceanos e continentes, formam-se com
frequência sobre os continentes no Inverno e sobre os oceanos no Verão, sendo por isso efémeros.
As Depressões são: - De origem dinâmica quando estão associadas a um movimento ascendente do ar. O ar
converge e, ao convergir, sofre uma inflexão, sendo, por isso, obrigado a ascender, fazendo diminuir
a pressão à superfície. Tal como nos Anticiclones, também estas são permanentes;
- De origem Térmica quando se formam devido o intenso aquecimento do ar em contacto
com a superfície mais quente do que as áreas envolventes. Assim, ao aquecer, o ar dilata-se
tornando-se mais leve, o que diminui a pressão. São por isso efémeras pois formam-se sobre os
continentes no Verão e sobre os oceanos no Inverno.
- Estado de Tempo: conjunto de fenómenos meteorológicos que determinam o estado atmosférico num certo
lugar e num dado momento (Temperatura, Precipitação, Pressão Atmosférica, Vento, Humidade).
- As baixas pressões estão nas latitudes equatoriais (devido à convergência dos ventos alísios dos anticiclones
subtropicais – dinâmica; e às elevadas temperaturas, que provocam a dilatação do ar e o tornam mais leve –
térmica), médias e altas (origem na convergência do ar quente dos anticiclones subtropicais e do ar frio das altas
pressões polares – Depressão da Islândia) enquanto que as altas estão nos trópicos (origem dinâmica pois resultam
da subsistência do ar em altitude – Anticiclone dos Açores) e nos pólos (origem térmica pois resultam do intenso
arrefecimento do ar em contacto com o solo gelado);
- A distribuição dos centros barométricos dá origem à formação de determinados ventos:
- Alísios (NE – HN e SE – HS, das altas pressões subtropicais para o equador);
- De Oeste (das altas pressões subtropicais para as baixas pressões subpolares);
- De Este/ Leste (das altas pressões polares para as baixas pressões subpolares).
- Na circulação geral da atmosfera: - Os movimentos de ar à superfície são compensados por movimentos
contrários em altitude;
- Às baixas pressões na superfície correspondem altas pressões em altitude
e vice-versa.