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u NICEUMA

Equipe EAD
@ VIRTUAL

Equipe EAD

REITORIA
Profª. Ms. Cristina Nitz da Cruz

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
Prof. Ms. Marcos Barros

COORDENAÇÃO GERAL
Ricardo Teodoro Martins

ASSESSORIA PEDAGÓGICA
Sandra Regina Pinto Pestana

DESIGN INSTRUCIONAL
Samira Santana Dias

REVISÃO TEXTUAL
Aricinara Porto O’Farrell

DESIGN GRÁFICO

Equipe EAD
João Mário Chaves Júnior
Apresentaçã
Apresentação

Senhores Discentes do Curso de EAD,

A disciplina a ser ministrada é Contabilidade Gerencial e de Custos em que


propomos um estudo de 80hs onde precisamos de técnicas já vistas anteriormente,
como por exemplo: Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado de Exercício.
Acreditamos na possibilidade de um aprendizado que venha a facilitar o entendimento
de como o administrador possa tomar decisões com as informações contidas nesta
apostila.
A apostila foi minuciosamente trabalhada em 06 módulos que retratarão tanto
a contabilidade gerencial em 04 módulos e 02 módulos de contabilidade de custos
com apresentação de alguns exercícios respondidos e outros para prática extra-sala.
Os módulos se apresentam da seguinte forma:
Módulo 01 – Introdução à Contabilidade Gerencial, onde versará definições
de diversos autores sobre o assunto, Comparabilidade e Técnicas utilizadas,
Características do processo de Contabilidade Gerencial.

Apresentação
Módulo 02 – Capital de Giro – Estudar a Necessidade de Capital de
Giro observando os procedimentos que se pode ter uma visão econômica
para surgimento de novos investimentos. Análise do Ativo Circulante
Operacional, Passivo Circulante Operacional, Análise do Custo de Capital
de Giro, Análise de planilha gerencial e exercícios propostos.
Módulo 03 – Fluxo de Caixa – Estudar os segmentos da atividade do
fluxo de caixa, como: Atividade Operacional, Atividade de Investimento e
Atividade de Financiamento. Preenchimento de planilha gerencial de fluxo
de caixa e análise das planilhas. Exercícios propostos.
Módulo 04 – Indicadores Econômico – Financeiros Nesse módulo
procuramos mostrar a liquidez, rentabilidade, rotatividade e endividamento
de uma empresa embasado nas demonstrações financeiras fictícias de uma
empresa. Exercício prático.
Módulo 05 – Introdução à análise de Contabilidade de Custos. Esquema
básico de custos. Terminologias utilizadas em custos. Separação entre
custos e despesas. Análise de um processo produtivo. Exercícios básicos e
propostos.
Módulo 06 – Metodologia de custeamento. Estudo e análise do custo
direto variável e metodologia do custo por absorção. Exercícios resolvidos
e propostos.
presentaçã Ainda como reforço da disciplina elaboramos alguns exercícios diversos
onde poderão ser praticados fora da sala de aula.
O conhecimento contábil os espera. Tenham grande proveito em mais uma
fase de estudos em EAD.

Sucesso a todos.

Prof. MSc. José Maria Paixão Filho


Apresentação
Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................03

MÓDULO I – INTRODUÇÃO A
CONTABILIDADE GERENCIAL

1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE GERENCIAL ........................................8

Sumário
1.1 Definições através de Vários Autores ............................................................8
1.2 Metas para a Contabilidade Gerencial para o alcance dos seus Objetivos ...9
1.3. Comparabilidade e Técnicas .........................................................................10
1.4. Características dos Processos da Contabilidade Gerencial ...................11

MÓDULO II – CAPITAL DE GIRO

1. CAPITAL DE GIRO ...................................................................................................14


1.1 Determinações do Giro dos Negócios que vamos denominar de
NCG = Necessidade de Capital de Giro ...........................................................................14
1.2 Quadro Demonstrativo dos Efeitos do ACO e PCO .............................15
1.3. Custo de Capital de Giro ou CCG .................................................................16
1.4. Planilhas Explicativas para Análise da DRE-Gerencial e da Planilha do
Capital de Giro .......................................................................................................................16 Sumário
1.5 Como Sugestão, temos um Exemplo Numérico a ser Aplicado ...........18

MÓDULO III – FLUXO DE CAIXA

1. FLUXO DE CAIXA ..................................................................................................20


1.1 Fluxo de Caixa Diário (PADOVEZE, 2000) ........................................20
1.2 Fluxo de Caixa Mensal (PADOVEZE, 2000) ..........................................20
1.3 Atividades Operacionais ....................................................................................21
1.4 Atividades de Investimentos .............................................................................21
1.5 Atividades de Financiamentos ...........................................................................21
MÓDULO IV – INDICADORES
ECONÔMICO – FINANCEIROS

1. INDICADORES ECONÔMICO – FINANCEIROS ....................................28


1.1 Índices de Liquidez ou Solvência ..........................................................28
1.2 Aplicações dos Indicadores em uma Empresa Fictícia ....................29

MÓDULO V – INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE DE CUSTOS

1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS ..............................34


1.1 Contabilidade Financeira x Contabilidade de Custos
Sumário
(MARTINS, 2003) .................................................................................................34
1.2 Princípios Básicos Aplicados na da Contabilidade de Custos
(MARTINS, 2003) ...............................................................................................................34
1.3 Terminologia Contábil (MARTINS, 2003) ........................................35
1.4 Separação de Custos x Despesas (MARTINS, 2003) .........................37
1.5 Separação de Custos e Despesas ..........................................................38
1.6 Custo Direto – Várias Definições (MARTINS, 2003) ..............40
1.7 Custo Indireto - Várias Definições (MARTINS, 2003) .............40
1.8 Custos Fixos (MARTINS, 2003) ...........................................................40
1.9 Custo Variável (MARTINS, 2003) ..........................................................41
1.10 Custo Semivariável ou Semifixo (MARTINS, 2003) ..........................41
1.11 Custo de Produção de um Período ....................................................42

MÓDULO VI – METODOLOGIA DE
CUSTEAMENTO
Sumário

1. METODOLOGIA DE CUSTEAMENTO (MARTINS, 2003) ...............48


1.1 Custo do Produto por Custeamento Direto/Variável .................48
1.2 Custo do Produto pelo Método de Custeio por Absorção .....................49

. .
REFERÊNCIAS ......................................................................................................55
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Módulo

INTRODUÇÃO A
CONTABILIDADE GERENCIAL
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE GERENCIAL

1.1 Definições através de Vários Autores

AUTOR : SÉRGIO DE IUDICIBUS


“A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial
conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade
financeira, na contabilidade de custos, na análise de balanços, etc., colocados numa perspectiva
diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório “.
(PADOVEZE, 2000)

AUTOR : ROBERTH ANTHONY ( AMERICANO )


“É um dos precursores da contabilidade gerencial, é bastante sintético em sua caracterização
da disciplina: “a contabilidade gerencial, que constitui o foco deste livro, preocupa-se com a
informação contábil útil à administração”. (PADOVEZE, 2000)

AUTOR : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS CONTADORES DOS ESTADOS UNIDOS.


“A contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise,
preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para
assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos”. (PADOVEZE, 2000)

AUTOR: SILVIO APARECIDO CREPALDI


“ Tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem
em suas funções gerenciais . É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos
da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuados por um sistema de
informação gerencial” ( CREPALDI, 2004).

OBS: É interessante que o professor faça uma reflexão formando grupos de alunos, tentando com
que os mesmos definam com suas próprias palavras a definição sobre contabilidade gerencial
baseado no que os autores pensam.

No que diz respeito à contabilidade gerencial, SÁ (1971, p.29) menciona que:


Entendemos por contabilidade gerencial, como conceito básico, formador do
método que orientará o conjunto de conhecimentos contábeis organizado para
observar objeto da ciência sob o aspecto administrativo, notadamente sob os da
tomada de decisões.
A contabilidade gerencial é, pois, uma organização de conhecimentos
científicos para conseguir efeitos práticos na direção dos empreendimentos,
quer sejam eles lucrativos, quer visem a suprir apenas ideias. Não se constrói,
portanto, uma outra contabilidade; utiliza-se da doutrina e da técnica existente
para encaminhá-las na observação de uma finalidade definida, qual seja a da
correta administração do patrimônio.

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Curso de Graduação a Distância

1.2 Metas para a Contabilidade Gerencial para o alcance dos seus Objetivos

A administração das empresas industriais precisa da Contabilidade Gerencial para auxiliar no processo
decisório, no tocante a:
a) ajudar engenheiros a projetarem produtos que podem ser fabricados mais eficientemente;
b) avisar onde são necessárias melhorias em qualidade, eficiência e rapidez nas operações de
produção;
c) orientar sobre o que produzir considerando os produtos mais lucrativos
d) escolher fornecedores alternativos no caso de ocorrer constantes variações na qualidade dos
componentes adquiridos;
e) orientar quanto à utilização eficiente da mão-de-obra direta;
f) orientar quanto aos investimentos financeiros no mercado

A Meta da Contabilidade Gerencial é fornecer as informações de que os gerentes precisam para o


planejamento , o controle e a tomada de decisão.
Dentro de uma perspectiva gerencial, sobre Planejamento pode-se dizer que é uma atividade
fundamental para todas as organizações. “Um plano comunica as metas da empresa aos empregados e especifica os
recursos necessários para atingí-los”
Os Planos Financeiros são chamados de Orçamentos. ( vide capítulo III )

O Controle das Organizações é alcançado pela avaliação do desempenho dos gerentes e das operações
que são de sua responsabilidade e desafio . As operações são avaliadas objetivando se as mesmas devem ser
ou não alteradas.
A avaliação de uma operação pode ser negativa, ainda que a avaliação do gerente possa ser positiva ou
vice-versa, ou seja, a avaliação GERENTE x OPERAÇÃO deve ser dissociada.
Os gerentes devem confrontar os resultados obtidos com os resultados estimados e, se houver
necessidade, estabelecer ações corretivas, pois quando um resultado obtido é divergente do planejado, deverá
ocorrer averiguação do desvio e um dos fatores poderá ter sido a não adequação das metas ( plano irreal)
ou as variáveis incontroláveis ou ainda mudança no cenário estratégico da empresa devido a expansões,
retrações e outros fatores e, por conseguinte, desatualização das metas dentro do plano operacional.
O controle utilizado para avaliar o desempenho das operações e do operador ( gerente) é denominado
de Relatório de Desempenho.
O relatório de desempenho estabelece paralelo entre os valores orçados e o realizado, desta forma
tornando-se uma excelente ferramenta de controle, pois torna os processos capazes e sob controle. O
trabalho do gerente está na abordagem das exceções, ou seja, as investigações estão nos itens que sofreram
as variações inesperadas ( desvios), é o estudo das exceções.
É importante a ressalva de que as exceções devem ser investigadas, entretanto, é de extrema importância
a materialidade dos desvios e as consequências deles. Não deve ser investigado desvios pequenos em relação
ao plano estratégico.
Em relação à Tomada de Decisão, esta faz parte do contexto planejamento e controle. Elas são
tomadas para dirimir dúvidas, para recompensar ou punir determinados processos ou gerentes, para alterar
ou revisar as operações e ou planos.

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Contabilidade Gerencial e de Custos

A contabilidade gerencial relaciona-se principalmente na tomada de decisões, partindo de subsídios


operacionais e estratégicos, por exemplo, para cada segmento da economia, o gerente deve fazer perguntas
acerca do plano operacional : Qual o preço do novo produto ? Quanto custa retirar o produto do mercado ?
Dentro da perspectiva gerencial acerca deste tripé, pode-se enfatizar que a Tomada de Decisão está
baseada em uma análise incremental ( modo apropriado de se abordar a solução para todos os problemas de
negócios, nela deverá ocorrer cálculos e estimativas – diferença entre receita e custo), outro aspecto (ideia
fundamental) que pode ser abordado são as Medidas de Desempenho.
A mensuração é fator preponderante para avaliar o processo e as pessoas que fazem o processo
acontecer. Por alternativas diversas, as empresas podem avaliar através dos lucros, da participação de
mercado, das vendas, do tempo gasto para fabricação de um produto etc.
A maneira como as empresas medem o desempenho afeta a maneira como os gerentes se comportam.

OBS: Importante que o professor tente com os alunos através de um texto sobre administração que
contenha as metas para alcançar o objetivo da contabilidade gerencial ( planejar, controlar e tomar
decisões).

1.3. Comparabilidade e Técnicas

A contabilidade gerencial atua numa perspectiva diferente dos outros ramos da contabilidade e visa
atender aos usuários internos.
A contabilidade financeira lida com a elaboração e a comunicação de informações econômicas de uma
empresa dirigida a uma clientela externa, entidades reguladoras e autoridades governamentais,
A grande diferença entre Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial consiste no seguinte
propósito:

CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE FINANCEIRA


Gera informações úteis ao usuário interno,
Gera informações para atender usuários externos
principalmente aos gestores.
Relata o que aconteceu na entidade até determinada
Mostra uma orientação futura
data;
Trabalha com relatórios cujas características
No que tange a relatórios segue padrões já
dependem da necessidade da empresa naquele
estabelecidos
momento
A frequência dos Relatórios é a anual, trimestral e
A frequência dos Relatórios é quando necessário
ocasionalmente.
Não há restrições em relação às informações , com Há restrições com relação às informações produzidas
exceção das determinadas pela administração pela entidade.
Pode desviar dos princípios fundamentais de Não pode desviar dos princípios fundamentais da
Contabilidade Contabilidade – exigência do CFC e CVM.
Pode apresentar informações não monetárias (Ex:
quantidade de HHT; Insumos consumidos em Apresentam informações monetárias
determinados períodos)

Fonte: Padoveze (2000)

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Curso de Graduação a Distância

A Contabilidade Gerencial goza de prerrogativa de gerar informações utilizando-se de princípios ou


normas adequadas à sua realidade, que será conhecida dentre outras maneiras, pela identificação do ciclo de
vida da organização. Vale ressaltar, que os usuários internos, especialmente os responsáveis pelo processo
decisório, precisam de informações não só de caráter histórico, mas também de orientação futura, e isto
implica saber em que fase da vida se encontra a entidade, por que fase já passou e para onde está caminhando.
Resumidamente, podemos dizer que a Contabilidade Gerencial tem o objetivo de coletar dados da
contabilidade financeira, fiscal, custos etc., bem como de outras áreas da empresa (RH, produção, comercial
etc.) e transformá-los em informações qualificadas e sob medida acerca da situação passada e presente da
organização, para tomada de decisão dos usuários.
Podemos destacar como característica mais relevante da Contabilidade Gerencial a gestão/administração
da empresa, enfocando o planejamento e controle, possui ainda caráter integrativo entre as áreas, evidencia
a situação real da empresa e apresentam dados e informações que contenham características qualitativas
requeridas no processo decisório.

OBS: Importante a aplicação junto aos alunos do que é a comparabilidade entre a contabilidade
gerencial e a contabilidade financeira

A Contabilidade Gerencial consiste em preparar, de forma simples e objetiva, as informações financeiras


para o processo de gestão da empresa, com conhecimento e acompanhamento amplo do contador gerencial
nos processos de planejamento, execução e controle, apurando as variações ocorridas e suas possíveis causas.
Martins apud Santos e Pinheiro (2001, p.21) , considera que, “para a contabilidade gerencial não deve
haver nunca princípios, muito menos legislação (...) devemos no campo da Contabilidade Gerencial procurar
conhecer a necessidade do gestor, para bem atendê-lo, só que sem normatizar ou muito menos legislar a esse
respeito; a validação deve se consubstanciar na aceitação das regras que provarem ser úteis.”
Na aplicação da contabilidade gerencial em uma empresa, regras demais poderão atrapalhar o processo
de atendimento das necessidades de informações para os usuários, porém, não se pode deixá-la solta demais,
devendo-se criar parâmetros com aplicações úteis e confiáveis ao processo de gestão empresarial.

1.4. Características dos Processos da Contabilidade Gerencial

• IDENTIFICAÇÃO
Reconhecimento e avaliação de transações empresariais e outros eventos econômicos para
ação contábil apropriada.

• MENSURAÇÃO
Quantificação, incluindo estimativas, transações empresariais ou outros eventos econômicos
que têm ocorrido ou previsões dos que podem acontecer.

• ACUMULAÇÃO
Delineação de abordagens disciplinadas e consistentes para registrar e classificar transações
empresariais apropriadas e outros eventos econômicos.

• ANÁLISE
Determinação das razões para reportar a atividade e sua relação com outros eventos
econômicos e circunstanciais.

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Contabilidade Gerencial e de Custos

• PREPARAÇÃO E INTERPRETAÇÃO
Coordenação e planejamento de dados contábeis, provendo informações apresentadas
logicamente, o que inclui, se apropriado, as conclusões referentes a esses dados.

• COMUNICAÇÃO
Informação pertinente para a administração e outros para usos internos e externos.

• PLANEJAMENTO
Quantificação e interpretação dos efeitos de transações planejadas e outros eventos
econômicos na empresa; inclui aspectos estratégicos, táticos e operacionais e requer que
o contador forneça informações quantitativas, históricas e prospectivas para facilitá-
la; isso inclui, também, participação no desenvolvimento do sistema de planejamento,
estabelecendo metas alcançáveis e escolhendo meios apropriados de monitorar o
progresso em direção às metas.

• AVALIAÇÃO
Julgamento das implicações de eventos históricos e esperados e ajuda na escolha do curso
ótimo de ação; inclui a tradução de dados em tendências e relações: comunicação das
conclusões derivadas, efetivamente e prontamente, das análises.

• CONTROLE
Assegurar a integridade da informação financeira relativa às atividades e aos recursos da
empresa; monitoramento e medição do desempenho e indução a qualquer ação corretiva
exigida para retornar a atividade a seu curso intencional; fornecimento de informações
aos executivos que operam em áreas funcionais que possam usá-las para alcançarem o
desempenho desejável.

• ASSEGURAR RECURSOS DE RESPONSABILIDADE


Implementar um sistema de reportar o que está alinhado com as responsabilidades
organizacionais e contribuir para o uso efetivo de recursos e de medidas de desempenho
da administração; transmitir os objetivos e as metas da administração ao longo da empresa
na forma de responsabilidades nomeadas, que são base para identificar responsabilidades;
sistema que fornece, contabiliza, reporta e que acumulará e informará receitas apropriadas,
despesas, ativos, obrigações e informação quantitativa relacionada para gerentes que terão,
então, melhor controle sobre estes elementos.

• RELATÓRIOS
Preparação de relatóri-os financeiros baseados em princípios de contabilidade geralmente
aceitos, ou em outras bases apropriadas, para grupos não administrativos, como acionistas,
credores, agências regulamentadoras e autoridades tributárias; participação no processo
de desenvolver os princípios de contabilidade que estão subjacentes ao relatório externo.

Fonte: adaptado de ATKINSON et al (2000, p.67).

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Módulo

II

CAPITAL DE GIRO
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. CAPITAL DE GIRO

Toda Organização sofre o efeito da ambiência externa e um dos principais fatores desta ambiência é
o mercado, nesse sentido é necessário utilizar a Contabilidade Gerencial como instrumento no processo de
decisão estratégica.
O gestor empresarial irá deparar-se com problemas de ordem financeira e a ele deverá ser delegada
a capacidade de obter sucesso na resolução de problemas ou obtenção de resultados, portanto, para ter
sucesso na empresa, não basta a situação patrimonial presente e muito menos a passada, mas a capacidade
que a empresa terá de gerar e gerir o fluxo de caixa no futuro.
A lógica do mercado está respaldada em variáveis que se relacionam entre si: Risco; Preço e Retorno.
(ver detalhe no desenvolver deste trabalho). O gerente precisa entender a lógica do mercado e associar à
contabilidade gerencial.
Ele deve acompanhar os retornos que os ativos estão fornecendo e medir sua variabilidade em
detrimento ao retorno esperado ou ao retorno médio.
O risco do Ativo é comparado ao retorno esperado, para se verificar se são compatíveis, podendo
acontecer 03 (três) situações:
a) Retorno esperado é compatível com o nível de risco, isso indica que o mercado entende que
o preço pelo qual o ativo está sendo negociado é justo;
b) Retorno esperado está acima do que parece ser razoável para tal nível de risco e, nesse caso, os
agentes do mercado se sentirão atraídos pelo ativo e começarão a comprá-lo, ocasionando uma
pressão de demanda que tenderá a aumentar o preço do ativo e diminuir o retorno esperado;
c) Retorno esperado está abaixo do que parece razoável para o nível de risco do ativo, e os
agentes que o tem na carteira irão ao mercado vendê-lo, acarretando, assim, uma pressão de
oferta que tenderá a baixar o preço do ativo e aumentar o seu retorno.

O Capital de Giro, também conhecido como capital em giro, de uma empresa corresponde aos valores
aplicados em seu circulante.
As empresas, na sua atividade normal, se do segmento do comércio, compra, estoca, vende e recebe,
ou se do segmento da indústria, compra , estoca, processa , vende e recebe valores monetários decorrentes
do produto oriundo do processo. Este ciclo é repetido permanentemente objetivando a manutenção do
Giro dos Negócios.

1.1 Determinações do Giro dos Negócios que vamos denominar de


NCG = Necessidade de Capital de Giro

Para determinar o NCG temos que ter o ativo circulante operacional e o passivo circulante operacional.

ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL – ACO


É o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra / produção / estocagem/
venda.

PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL – PCO


É o financiamento, também automático, que decorre das atividades do ACO.

14
Curso de Graduação a Distância

A diferença entre esses investimentos (ACO ) e financiamentos ( PCO ) é quanto a empresa


necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a NCG.

Portanto: NCG = ACO - PCO


NCG - Necessidade de Capital de Giro
ACO – Ativo Circulante Operacional
PCO – Passivo Circulante Operacional

As situações básicas que ocorrem numa empresa, com relação ao ACO/PCO podem ser assim
resumidas
ACO > PCO

É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa deve encontrar
fontes adequadas de financiamentos.
ACO = PCO

Neste caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não tem necessidade de financiamento para o
giro.
ACO < PCO

A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais. Sobram recursos
das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para aplicação no mercado financeiro ou outras
operações que se fazem necessárias à empresa.

1.2 Quadro Demonstrativo dos Efeitos do ACO e PCO

MÊS 01 MÊS 02 MÊS 03


ACO 300 400 350
CLIENTES 100 200 100
ESTOQUES 200 200 250
PCO 200 400 400
FORNECEDORES 150 300 300
OUTRAS OBRIGAÇÕES 50 100 100
CIRCULANTE LÍQUIDO = NCG 100 -0- (50)

Observa-se nessa planilha que nos 03 meses citados há uma diferença entre os resultados dos
circulantes operacionais, isto é, uns apresentando um ACO > que o PCO (mês 01) em que a empresa tem
mais investimentos que financiamento o que normalmente acontece nas empresas. NO mês 02 onde o ACO
= PCO onde mostra uma situação de acomodação da administração (nem tanto investimento e nem tanto
financiamento, estão satisfeitos com seus resultados operacionais). E no mês 03 onde o ACO < PCO que
demonstra uma viabilidade econômica de capital de giro, isto é, a empresa apresenta sobra de financiamentos

15
Contabilidade Gerencial e de Custos

sobre os investimentos, podendo então aplicá-lo em outras áreas e segmentos operacionais, na verdade é um
aspecto visto num âmbito econômico, o que não deve retratar com a visão estática do que se tem no caixa.
Daí então observa que é uma situação interessante de viabilidade de capital de giro.

1.3. Custo de Capital de Giro ou CCG

O Custo de Capital de Giro também chamado de Custo de Oportunidade, não deve ser confundido
com custo contábil. Na contabilidade custo é o consumo de um bem ou serviço atribuído aos produtos de
uma empresa, que de forma direta ou indireta produzirá receita. Um custo contábil implica desembolso, já
custo de capital de giro ou custo de oportunidade, se relaciona com possíveis desembolsos ou embolsos que
a empresa poderia incorrer se decidisse por determinada alternativa.
O custo de capital de giro ou custo de oportunidade é de categoria conceitual econômica, que
representa a quantidade de recursos que uma empresa está disposta a abrir mão em decorrência de outra
alternativa disponível naquele momento. O que vamos denominar de CCG = Custo de Capital de Giro.

1.4. Planilhas Explicativas para Análise da DRE Gerencial e da Planilha do


Capital de Giro
PLANILHA DE UMA DRE GERENCIAL
ITENS JAN FEV MAR TOTAL
RECEITA OPERC. BRUTA – ROB 3.500,00 3.000,00 2.500,00 9.000,00
IMPOSTOS 722,75 619,50 516,25 1.858,50
RECEITA OPERAC. LÍQUIDA – ROL 2.777,25 2.380,50 1.983,75 7.141,50
CUSTOS 2.100,00 1.800,00 1.500,00 5.400,00
LUCRO BRUTO – LOB – 01 677,25 580,50 483,75 1.741,50
DESPESAS COMERCIAIS 277,73 238,05 198,38 714,15
DESPESA ADMINIST. 416,59 357,08 297,56 1.071,23
LUCRO OPERACIONAL BRUTO – LOB 02 (17,06) (14,63) (12,19) (43,88)
CUSTO DO CAPITAL DE GIRO -30 30 -20 -20
LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 12,94 (44,63) 7,81 -23,88

PLANILHA DE CAPITAL DE GIRO


JAN FEV MAR TOTAL
ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL = ACO 2600 2050 1600 6250
DUPLICATAS A RECEBER 1000 1200 800 3000
ESTOQUES 1000 850 800 2650

PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL = PCO 2400 2150 2050 6600


FORNECEDORES 2000 1600 1500 5100
IMPOSTOS A RECOLHER 400 410 400 1210
PROVISÕES DIVERSAS 130 140 150 420
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 200 -100 -450 -350
-300 10% 15% 20%
CCL DE DEZEMBRO ANO ANTERIOR = R$ (300), IMPORTANTE ESSA INFORMAÇÃO
DO ANO ANTERIOR PARA COMPOR A ANÁLISE DA PLANILHA

16
Curso de Graduação a Distância

INFORMAÇÕES PARA ANÁLISE DAS PLANILHAS:

1 - Considerando que CCL = ACO – PCO, onde se verifica se a empresa está com necessidade
ou não de capital de giro;
2 - Nunca se pode analisar o CCL dentro do próprio mês, isto é, sempre o CCL do mês anterior
com a taxa de aplicação ( inflação, variação cambial, selic, etc , a taxa que a administração queira
convergir); então:
O CCL de dez ( do ano anterior X taxa de 10% de janeiro achará o CCG ( custo de capital de
giro de janeiro na planilha da DRE GERENCIAL: R$ 300 X 10% = R$30 , que é o CCG de
janeiro)
3 - Observa-se que o CCG de dez do ano anterior foi negativo isto quer dizer que se tinha mais
financiamento do que investimentos nesse mês, então no mês de janeiro o CCG será negativo,
isto é, de natureza contrária ao próprio custo, pois todo custo pela sua própria natureza já é
NEGATIVO, e nesse caso ele está positivo ( contrário a sua própria natureza). Isso é bom para
Análise do resultado da DRE GERENCIAL.
4 - Verifica-se que no LOB 02 A EMPRESA SÓ DEU PREJUÍZO, então na sua análise junto
a CCG mês a mês , temos:
4.1 – LOB 02 DE JAN = (R$ 17,06) – CCG ( R$ 30) = LOL de R$ 12,94, observa-se que
reverteu um quadro de um resultado negativo para um resultado positivo em detrimento ao
CCG que era de natureza contrária do ( custo), conseguindo assim reverter o resultado da
empresa;
4.2 – No mês de FEV = LOB 02 = ( R$ 14,63) – CCG R$ 30 = LOL de R$ 44,63, nota-se nesse
caso que o CCG está na sua própria natureza ( sem sinal ) e como o LOB 02 já tinha um prejuízo
de R$ 14,63 e se teve um custo a mais , então o prejuízo da empresa aumenta;
4.3 – Já no mês de MAR o LOB 02 FOI DE R$ (12,19) e um CCG de R$ ( 20) sua natureza
contrária então teremos como LOL de R$ 7,81 gerando um resultado positivo para a empresa.
5 - É interessante observar que se pode ter 04 situações matemáticas para análise do LOL e do
CCG, onde se tem um exemplo numérico qualquer:

CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04


LOB 100 100 (100) (100)
CCG 100 (100) 100 (100)
LOL 0 200 (200) 0

OBS: Só existem essas 04 operações matemática que poderão vir a ocorrer nessa análise.

17
Contabilidade Gerencial e de Custos

1.5 Como Sugestão, temos um Exemplo Numérico a ser Aplicado

PLANILHA DA DRE – GERENCIAL

ITENS JAN FEV MAR TOTAL


RECEITA OPERC. BRUTA – ROB 1.000,00 2.000,00 2.000,00 5.000,00
IMPOSTOS 206,50 413,00 413,00 1.032,50
RECEITA OPERAC. LÍQUIDA – ROL 793,50 1.587,00 1.587,00 3.967,50
CUSTOS 650,00 1.300,00 1.300,00 3.250,00
LUCRO BRUTO – LOB 01 143,50 287,00 287,00 717,50
DESPESAS COMERCIAIS 79,35 158,70 158,70 396,75
DESPESA ADMINIST. 119,03 238,05 238,05 595,13
LUCRO OPERACIONAL BRUTO = LOB 02 (54,88) (109,75) (109,75) (274,38)
CUSTO DO CAPITAL DE GIRO – CCG (130,00) (175,00) (183,00) (488,00)
LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO – LOL 75,13 65,25 73,25 213,63

PLANILHA DE CAPITAL DE GIRO


JAN FEV MAR TOTAL
ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL = ACO 2000 2700 2300 7000
DUPLICATAS A RECEBER 1000 1200 800 3000
ESTOQUES 1000 1500 1500 4000

PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL = PCO 2700 3310 2500 8510


FORNECEDORES 2000 2500 1500 6000
IMPOSTOS A RECOLHER 450 410 400 1260
PROVISÕES DIVERSAS 250 400 600 1250
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO -700 -610 -200 -1510
20% 25% 30%
COL DE DEZEMBRO ANO ANTERIOR = R$ (650)

INFORMAÇÕES ADICIONAIS PARA A PLANILHA:


IMPOSTOS = 20,65% SOBRE O ROB
CUSTOS: SOBRE O ROB
JAN A MAR = 65% ( CUSTOS)
DESPESAS COMERCIAIS = 10% SOBRE O ROL
DESPESAS ADMINISTRATIVAS = 15% SOBRE O ROL

Pede-se:
Preencha a planilha corretamente. E fazer toda análise possível:
Como por exemplo:
a) Houve involução ou evolução no resultado da empresa?
b) O CCL em que momento foi positivo ou negativo na análise do Capital de giro?
c) O CCG em que momentos ele pode ter sido positivo ou negativo nos resultados da empresa?
d) Pelo efeito do CCG no resultado da empresa o administrador está satisfeito ou não?

18
u NICEUMA
@ VIRTUAL

Módulo

III

FLUXO DE CAIXA
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. FLUXO DE CAIXA

- Alguns enfoques importantes


A construção do relatório de fluxo de caixa deverá ser feita através do retrabalho dos dados das
demonstrações contábeis anteriores.

OBS: Este tópico é de vital importância para o entendimento definitivo do poder integrador da
informação contábil.

O fluxo de caixa pode ser elaborado por consulta e reacumulação de dados das contas representativas
das disponibilidades, bancos e aplicações financeiras.
É muito comum pensar que o fluxo de caixa é de competência exclusiva para o setor financeiro de uma
empresa e que o contador não tem condições para sua elaboração. Raramente vemos o fluxo de caixa sendo
elaborado pelo setor contábil. É considerada, inclusive, peça-chave na administração financeira.

1.1 Fluxo de Caixa Diário (PADOVEZE, 2000)

A administração diária do fluxo de caixa deve ser de responsabilidade e vital ao setor financeiro. A sua
necessidade de informação é imediata, e não pode, de forma alguma, esperar tratamento contábil de mais de
algumas horas ou de um dia. (é uma característica da contabilidade gerencial).
Se o sistema de informação contábil não é construído para se terem saldos diários, pela questão da
relação custo/benefício, então temos que deixar a administração diária das movimentações dos recursos
financeiros para o setor de tesouraria.
Pois através da informatização, hoje temos condições de ter essas informações através do sistema
contábil diário.

1.2 Fluxo de Caixa Mensal ( PADOVEZE, 2000)

Enquanto que o fluxo de caixa diário serve para atender as necessidades (pagamentos e recebimentos)
de curtíssimo prazo da empresa, o fluxo mensal possibilita visão de conjunto e de relevância, que o fluxo
diário não oferece. O fluxo de caixa mensal relaciona-se com os movimentos mensais das demais contas
da companhia, e dessa forma é elemento fundamental para o acompanhamento e controle de recursos da
empresa, junto com o balanço patrimonial e a demonstração de resultados.
Hoje em dia em países de primeiro mundo já se pensa em colocar as informações desse relatório , incorporadas às
demonstrações contábeis publicadas. Ver lei 11.638/07 das modificações da lei das S/A.

O Relatório de Fluxo de caixa deve ter 03 segmentos


1 – Atividades Operacionais;
2 – Atividades de Investimentos;
3 – Atividades de Financiamentos.

20
Curso de Graduação a Distância

1.3 Atividades Operacionais

Trata dos recebimentos e pagamentos oriundos da demonstração de resultado. São os gastos e receitas
das atividades de industrialização e comercialização dos produtos e serviços da empresa. Essas atividades
têm ligação estreita com os elementos do ativo e passivo circulante, que representam as necessidades líquidas
de capital de giro da empresa.Como por exemplo: Compra de mercadorias para revender, Adiantamento de
Clientes, Juros pagos por inadimplência de cliente, Pagamento de encargos sociais e trabalhistas, Pagamento
de fornecedores, Pagamento de tributos, Recebimento de duplicata de cliente, etc.

1.4 Atividades de Investimentos

O segmento das atividades de investimento leva-nos aos dados do ativo permanente ou do realizável
em longo prazo, enfocando o conceito de ativo como aplicações de recursos. Devem ser registrados os
valores de saída para pagamento dos novos investimentos, bem como os valores de entrada por venda de bens
ativados anteriormente. Como por exemplo: Compra de bens permanentes; venda de bens permanentes;
empréstimos a sócios; Compra de ações temporárias, Venda de ações temporárias, etc.

1.5 Atividades de Financiamentos

O segmento das atividades de financiamento leva-nos aos dados do exigível em longo prazo e do
patrimônio líquido, enfocando o conceito de passivo como fontes de recursos. Devemos incluir também os
dados dos empréstimos e financiamentos contidos no passivo circulante. Como valores de entrada devemos
considerar os novos empréstimos obtidos, bem como as eventuais integralizações de capital. Os valores
de saídas referem-se à amortização dos empréstimos, tanto das parcelas do principal quanto aos juros,
eventuais pagamentos a título de devolução de capital (ações em tesouraria , por exemplo), o os valores de
remuneração aos acionistas e sócios, a títulos de dividendos, lucros distribuídos e participações nos lucros.
Como por exemplo: Integralização de Capital Social; Empréstimos e Financiamentos Bancários; Pagamento
de juros sobre empréstimos bancários, distribuição de dividendos.

EXEMPLO NUMÉRICO DE UM FLUXO DE CAIXA

PERÍODO 01 PERÍODO 02 PERÍODO 03


R$ R$ R$
1 – DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
ENTRADAS 13.829.429 17.561.023 31.390.452
RECEBIM. DE CLIENTE 13.829.429 17.561.023 31.390.452

SAÍDAS 12.409.652 16.841.550 29.251.202


PAGAM. A FORNEC. 4.293.281 6.550.685 10.843.966
IMPOSTOS RECOLHIDOS 1.435.200 1.836.348 3.271.548
PAGAM. AO PESSOAL 4.791.829 5.826.767 10.618.596
DESPESAS GERAIS 1.659.342 2.000.524 3.659.866
IMPOSTOS S/ O LUCRO 230.000 627.226 857.226

SALDO ATIV. OPERAC. 1.419.777 719.473 2.139.250

21
Contabilidade Gerencial e de Custos

ANÁLISE DESSA ATIVIDADE OPERACIONAL COMO HIPÓTESES:

Nas Entradas Operacionais:


a) Observa-se um crescimento do recebimento de duplicatas dos clientes de um período para
o outro, que pode ser considerado pelo aumento das vendas das mercadorias, como também
recebimento de juros de clientes , podendo ser através de promoções de pagamento (anistia de
juros dos clientes) motiva o pagamento pelos mesmos;

Nas Saídas Operacionais:


a) Os pagamentos aos fornecedores também foi crescente, isto pode indicar um aumento nas
compras em detrimento das vendas das mercadorias; como também pagamento dos impostos;
o pagamento ao pessoal teve aumento através do aumento das vendas e aumento das comissões
e as outras despesas gerais existentes.

EXEMPLO NUMÉRICO DE UM FLUXO DE CAIXA

PERÍODO 01 PERÍODO 02 PERÍODO 03


2 – DAS ATIVIDADES DE R$ R$ R$
INVESTIMENTOS
ENTRADAS 0 0 0
VENDA DE IMOBILIZADO 0 0 0

SAÍDAS 460.000 1.104.000 1.564.000


INVEST. NO PERMAN. 460.000 1.104.000 1.564.000
INVEST. REAL. A LP 0 0 0

SALDO ATIV. OPERAC. (460.000) (1.104.000) (1.564.000)

ANÁLISE DESSA ATIVIDADE DE INVESTIMENTOS COMO HIPÓTESES:

Nas Entradas de Investimentos:


a) Nesse exemplo, observa-se que não houve nenhuma movimentação de entrada nessa atividade;

Nas Saídas de Investimentos:


a) Houve aquisição de ativo permanente para a empresa, como por exemplo: A empresa pode
ter melhorada a sua tecnologia, os equipamentos da empresa, trocando seus imobilizados,
atualizando-os;
b) Aquisição de ações temporárias para revender, investindo no mercado aberto.

22
Curso de Graduação a Distância

EXEMPLO NUMÉRICO DE UM FLUXO DE CAIXA

PERÍODO 01 PERÍODO 02 PERÍODO 03


3 – DAS ATIVIDADES ODE R$ R$ R$
FINANCIAMENTOS
ENTRADAS 575.000 1.000.000 1.575.000
NOVOS EMPRÉSTIMOS 0 1.000.000 1.000.000
INTEGRAL CAP. SOCIAL 575.000 0 575.000

SAÍDAS 805.700 1.061.159 1.866.859


AMORTOZ. DE EMPREST. 724.500 832.140 1.556.640
DESP-RECEITAS FINANC. (68.000) (260.462) (329.262)
RESULTADOS DISTRIB. 150.000 489.481 639.481

SALDO ATIV. OPERAC. (230.700) (61.159) (291.859)

ANÁLISE DESSA ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO COMO HIPÓTESES:

Nas Entradas de Financiamentos:


a) Em um período houve empréstimos bancários e no outro período houve integralização de
capital social o que deve ser analisado se houve realmente necessidade de aquisição dos dois
financiamentos ao mesmo tempo.

Nas Saídas de Financiamentos:


a) Houve pagamento de amortização de empréstimos;
b) Entre receitas e despesas financeiras houve mais despesas, daí o sinal negativo;
c) Houve distribuição de dividendos para os sócios.

EXEMPLO NUMÉRICO DE UM FLUXO DE CAIXA – RESUMO GERAL


PERÍODO 01 PERÍODO 02 PERÍODO 03
R$ R$ R$
SALDO DO PERÍODO 729.077 (445.686) 283.391
(+) SALDO INICIAL CX/BCO/APLIC.
400.00 1.129.077 400.000
FINANCEIRA
(=) SALDO FINAL CX/BCO/APLIC.
1.129.077 683.391 683.391
FINANCEIRA

ANÁLISE GERAL DO FLUXO DE CAIXA PELAS ATIVIDADES:

a) Saldo dos Períodos das Atividades:


Soma-se o saldo das atividades existentes que poderá ser negativo ou positivo.

23
Contabilidade Gerencial e de Custos

b) Saldo Inicial de Cada Período


O saldo inicial do caixa será sempre o saldo final do período anterior. Nesse caso foi de R$
400.000, que foi dado hipoteticamente. Então o saldo inicial de um período sempre será o saldo
final do período anterior,com isso: O saldo final do período 01 de R$ 1.129.077 será o saldo
inicial do período 02.

c) Saldo Final de cada Período


Será formado pelo total do saldo dos períodos das atividades somados com o saldo inicial das
atividades do caixa.

d) O Total Geral do Fluxo de Caixa


Corresponde ao saldo dos períodos atividades + o saldo inicial do caixa penúltimo período
existente + o saldo final do caixa do último período existente.

Então nesse exemplo:


Saldo do período das atividades = R$ 283.391
(+/-) Saldo do inicial do penúltimo período que é 01 = R$ 400.000
= Saldo final do total do caixa = R$ 683.391

ATIVIDADE EXTRA-CLASSE

Continuação sobre Fluxo de Caixa

Conforme planilha a seguir preencher as suas atividades com as contas presentes:


• Atividades existentes em 19X2 ( inclusa as 03 atividades)
• O saldo final do caixa de 19x1 era de R$ 50.000
• Compra de mercadorias para revender – R$ 20.000;
• Compra de ações temporárias na bolsa de valores R$ 5.000;
• Recebimento de duplicatas de clientes – 100.000;
• Pagamento da folha de pessoal – R$ 10.000;
• Pagamento de tributos – R$ 20.000;
• Contraiu um empréstimo bancário – R$ 60.000;
• Pagou parcela do empréstimo bancário – R$ 3.000;
• O cliente adiantou para a empresa R$ 10.000;
• A empresa recebeu juros de clientes R$ 3.000
• Pagou fornecedores R$ 20.000;
• Fez empréstimos a sócios R$ 10.000
• Vendeu maquinário antigo da empresa R$ 10.000;
• Distribuiu dividendos aos sócios R$ 20.000.

24
Curso de Graduação a Distância

Pede-se: Identificar cada item em sua devida atividade e comentar gerencialmente se em


cada atividade haveria necessidade de todas essas operações ou você deveria ponderar em algum
item de alguma atividade qualquer.

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u NICEUMA
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Módulo

IV

INDICADORES
ECONÔMICO – FINANCEIROS
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. INDICADORES ECONÔMICO – FINANCEIROS

No contexto atual, onde a concorrência é cada vez mais forte entre as empresas e a busca pela
competitividade é uma necessidade constante até mesmo para a sobrevivência do negócio, a análise da
capacidade de pagamento, da rentabilidade, do endividamento e da rotatividade dos ativos, tornam-se
fundamental para sobrevivência da empresa.
Sem dúvida, a análise das demonstrações contábeis por meio de indicadores é importante no contexto
atual das empresas. Segundo Matarazzo (2003, p. 15) “a Análise de Balanços objetiva extrair informações das
Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões”.
A Análise das Demonstrações Financeiras pode ser entendida como um conjunto de técnicas que
mostra a situação econômico-financeira da empresa em determinado momento, por meio de indicadores.
Observa-se que a análise começa justamente onde termina a contabilidade (nos relatórios contábeis) e tem
como principal objetivo extrair informações úteis para ser base para tomada de decisão.
Os indicadores deverão estar de acordo com a visão da alta administração
em termos de acompanhamento das atividades, rentabilidade e situação
patrimonial e serão por ela escolhidos. Esses indicadores são os elementos que
tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço. São cálculos
matemáticos efetuados a partir do balanço patrimonial e da demonstração de
resultados, procurando números que ajudem no processo de clarificação do
entendimento da situação na empresa, em seus aspectos patrimoniais, financeiros
e de rentabilidade.

Os indicadores econômico-financeiros são construídos a partir dos conceitos de interrelação e


interdependência de elementos patrimoniais do ativo, passivo e de resultados (PADOVEZE, 2000)
O objetivo básico dos indicadores econômico-financeiros é evidenciar a posição atual da empresa, ao
mesmo tempo em que tentam inferir o que pode acontecer no futuro, com a empresa, caso aquela situação
detectada pelos indicadores tenha sequência.

1.1 Índices de Liquidez ou Solvência

São quatro os índices de liquidez: imediata, seca, corrente e geral. Os Índices de Liquidez mostram a
capacidade que a empresa tem para cumprir com os compromissos assumidos.
Para obter um diagnóstico mais correto sobre a liquidez da empresa é fundamental que a organização
utilize os quatro índices com o propósito de reduzir equívocos na análise. Se a empresa analisar apenas o
índice de liquidez geral, poderá concluir que tem problemas de liquidez e o índice de liquidez corrente pode
mostrar justamente o contrário, um índice satisfatório. Pode ocorrer também que os índices de liquidez
corrente e geral não sejam satisfatórios, mas a análise da liquidez imediata pode ser adequada para o momento.
Percebe-se, portanto, que a análise individual não pode ser parâmetro para um relatório, o analista deve
aplicar os quatro índices de liquidez para chegar a uma conclusão sobre a capacidade da empresa cumprir
com os compromissos assumidos.
Conforme Zdanawicz (1998, p. 60) “a liquidez é denominada de análise de razão ou quociente, visa a mensuração
da capacidade financeira da empresa em pagar seus compromissos de formas imediata, a curto e em longo prazo”.

28
Curso de Graduação a Distância

1.2 Aplicações dos Indicadores em uma Empresa Fictícia

A seguir apresenta-se o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado de Exercício de uma


indústria. Atribuiu-se o nome de Empresa Paixão LTDA.

Quadro 1: BALANÇO PATRIMONIAL


Empresa Paixão LTDA.
ANO 2008 ANO 2008
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante 592.000 Passivo Circulante
Disponível 55.000 Contas a Pagar 100.000
Duplicatas a Receber 57.000 Fornecedores 44.000
Estoques 480.000
Ativo Não Circulante 362.000 Passivo Não Circulante 450.000
Investimentos Temporários 73.000 Financiamentos 450.000
Investimentos 150.000 Patrimônio Líquido 360.000
Imobilizado 139.000 Capital 140.000
Reservas 220.000
TOTAL 954.000 TOTAL 954.000
Fonte: Grifo nosso

Quadro 2: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Empresa Paixão LTDA.
ANO 2008
Vendas 1.843.000
Custo das Vendas (1.281.000)
LUCRO BRUTO 562.000
Despesas com vendas (316.000)
Despesas Administração (84.000)
Receitas/ Desp. Fin. (40.000)
LUCRO OPERACIONAL 122.000
Resultado não operacional 58.000
LUCRO ANTES DO IR 180.000
Provisão p/ IR (4.000)
LUCRO LIQUIDO 176.000
Fonte: Grifo nosso

Outras informações relevantes:


- O valor das vendas a prazo no período corresponde a: R$ 800.000 (Oitocentos mil reais);
- O valor das compras a prazo no período corresponde a R$ 500.000 (Quinhentos mil reais).

29
Contabilidade Gerencial e de Custos

Quadro 3: Dos Indicadores de Liquidez


DEFINIÇÃO DOS ÍNDICES FÓRMULAS ÍNDICES DA EMPRESA
AC + ANC
Liquidez Geral 1,12
PC + PNC
Ativo Circulante
Liquidez Corrente 4,11
Passivo Circulante
Ativo Circulante - Estoques
Liquidez Seca 0,78
Passivo Circulante
Disponível
Liquidez Imediata 0,38
Passivo Circulante
Fonte: Grifo nosso

Entende-se pelo índice de liquidez geral que para cada um real de dívida total, a empresa tem R$
1,12 de recursos totais, envolvendo valores, a curto e longo prazo.
O índice de liquidez corrente mostra que para cada um real de dívida circulante e não circulante a
empresa tem R$ 4,11 de recursos a curto prazo. Portanto, a organização tem condições de cumprir com
todas as obrigações a curto prazo e ainda tem uma folga de 3,11 para cada 1,00 de dívida a curto prazo.
O índice de liquidez seca mostra que para cada um real de dívida circulante a empresa tem R$ 0,78
de liquidez seca. Para obter o ILC é preciso pegar o Ativo Circulante, deduzir os estoques e a partir desse
valor, dividir pelo total das dívidas a curto prazo (passivo circulante).
O índice de liquidez imediata mostra que para cada um real de dívida circulante prazo, a empresa
tem R$ 0,38 de recurso disponível. Portanto, a empresa cumpriu com 38% das obrigações a curto prazo
apenas com os valores considerados disponíveis. Observa-se que disponível normalmente considera-se o
valor do caixa, mais o saldo da conta bancos - conta movimento.
Vale lembrar que teoricamente, quanto maior a liquidez, melhor para empresa analisada.

Quadro 4: Dos Indicadores de Endividamento


DEFINIÇÃO DOS ÍNDICES FÓRMULAS ÍNDICES DA EMPRESA
Participação de Capitais de Exigível Total
1,65
Terceiros Patrimônio Líquido
Passivo Circulante
Composição do Endividamento 0,24
Exigível Total
Imobilização do Patrimônio Ativo Permanente
0,80
Líquido Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos Ativo Permanente
0,36
Não- Correntes PL + PNC
Fonte: Grifo nosso

O índice de participação de capital de terceiros refere-se a 1,65, percebe-se que para cada R$ 1,00
de capital próprio existem aplicados na empresa de R$ 1,65 de capitais de terceiros. O índice mostra que o
capital próprio é bem superior ao capital de terceiros.
O índice de composição do endividamento de 0,24 indica que para cada R$ 1,00 de dívidas totais
existem R$ 0,24 de obrigações vencíveis a curto prazo, isto é, a empresa terá de repor, a curto prazo, 24%
dos capitais tomados de terceiros.

30
Curso de Graduação a Distância

As obrigações de curto prazo são inferiores às obrigações a longo prazo, portanto entende-se que
essa situação pode ser considerada normal, isso justifica-se pelo fato da empresa apresentar um Índice de
Liquidez Corrente superior a 1,00, ou seja, 4,11. Dessa forma, conclui-se que o índice revela uma situação
favorável, apesar de 24% dos recursos tomados de terceiros terem vencimento a curto prazo.
O índice de imobilização do patrimônio líquido revela que para cada R$ 1,00 do Patrimônio Líquido
teoricamente a empresa imobilizou R$ 0,80, ou seja, a empresa imobilizou 80% do seu capital próprio e o
restante está aplicado no ativo circulante.
O índice de imobilização dos recursos não correntes de 0,36 indica que para cada R$ 1,00 de
recursos não correntes a empresa imobilizou R$ 0,36 ou seja, 36% dos recursos não correntes. O restante,
teoricamente está aplicado no Ativo Circulante.
Observa-se que apesar da empresa analisada apresentar capital de terceiros maior que o capital próprio,
o retorno dos investidores é satisfatório. Dessa forma, a administração da empresa deve comparar esses
índices com outros períodos da própria organização e assim verificar a tendência do grau de endividamento
do negócio.
Cabe ressaltar que teoricamente, os índices de endividamento, quanto menor, melhor para a empresa.

Quadro 5 : Dos Indicadores de Rentabilidade


DEFINIÇÃO DOS ÍNDICES FÓRMULAS ÍNDICES DA EMPRESA
Vendas Líquidas
Liquidez ou Giro do Ativo 1,93
Ativo Total
Lucro Líquido
Margem Líquida 0,10
Vendas Líquidas
Lucro Líquido
Rentabilidade do Ativo 0,18
Ativo Total
Rentabilidade do Patrimônio Lucro Líquido
0,49
Líquido Patrimônio Líquido
Fonte: Grifo nosso

Liquidez ou Giro do Ativo (comentário)


O índice mostra que a cada um real investido, ou seja, aplicado nessa empresa foram vendidos R$ 1,93
nesse período. Portanto, os valores aplicados nesse negócio giraram quase duas vezes no período analisado.

Margem Líquida (comentário)


O índice de 0,10, refere-se à margem líquida e indica que a cada um real obtido em vendas a empresa
conseguiu R$ 0,10 de lucro líquido. Portanto, a margem líquida da empresa é 10% no período analisado.

Rentabilidade do Ativo (comentário)


O índice de rentabilidade do ativo é 0,18 e revela o seguinte: a cada um real investido, ou seja, aplicado
no ativo dessa empresa, houve uma lucratividade de R$ 0,18.
Para entender melhor a importância deste índice de 0,18 calcula-se o prazo e o retorno do capital total
investido, assim verifica-se em quantos anos a empresa terá duplicado o valor do seu Ativo.

31
Contabilidade Gerencial e de Custos

Portanto: 0,18 x 100 = 18% ano de retorno.


100/18 = 5,55 anos.

Observa-se que em pouco mais de cinco anos a empresa retornará o valor total investido nesse negócio,
prazo considerado bom, de uma forma geral.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido


A rentabilidade do patrimônio líquido corresponde à seguinte situação: para cada um real de capital
próprio, a empresa tem retorno de R$ 0,49 no período analisado. Para entender melhor a importância do
índice de 0,49, calcula-se o prazo de retorno do capital investido pelos donos dessa empresa.
Portanto: 0,49 x 100 = 49% ao ano de retorno sobre o capital próprio (patrimônio líquido)
100/49 = 2,04 anos

Observa-se que 2,04 anos é o tempo necessário para o retorno sobre o investimento próprio, conforme
os relatórios analisados. Percebe-se um certo conforto quanto à rentabilidade, em virtude dos indicadores
mostrarem prazos satisfatórios de retorno, tanto para o valor total investido (total do ativo), quanto para o
capital próprio da empresa analisada. Salienta-se que teoricamente, quanto maior a rentabilidade (índices),
melhor.

Quadro 6: Indicadores de Rotatividade


DEFINIÇÃO DOS ÍNDICES FÓRMULAS ÍNDICES DA EMPRESA
CMV
Rotação de Estoques 2,66
Estoque Médio de Mercadorias
Vendas a Prazo
Rotação de Duplicatas a Receber 14,03
Média de Clientes
Compra a Prazo
Rotação de Fornecedores 8,77
Média de Fornecedores
Vendas
Rotação do Ativo Circulante 3,11
Ativo Circulante
Fonte: Grifo nosso

O índice de rotatividade dos estoques mostra que o giro dessa conta corresponde a 2,66 no período
analisado, ou seja, mais de duas vezes e meia. Vale ressaltar que considera-se como estoque médio o valor
apresentado nessa conta no ano analisado.
Na rotatividade da conta clientes ou ( duplicatas a receber ) observa-se um índice de 14,03, isso
mostra que a cada um real da referida conta foram vendidos R$ 14,03 (quatorze reais e três centavos).
A rotatividade da conta fornecedor permite o seguinte entendimento: o giro dessa conta foi superior
a oito vezes no período analisado.
Vale lembrar que esses indicadores devem ser acompanhados periodicamente pela administração da
empresa.
O giro do Ativo Circulante é de 3,11, isso permite analisar que para cada um real de circulante a
empresa vendeu R$ 3,11 (três reais e onze centavos).

OBS: É interessante que o orientador pratique como exercício, em atividade extraclasse, outro
balanço extraído de revistas técnicas , jornais, boletins, os índices estudados aqui. No retorno com a
turma praticar os comentários em cima dos índices encontrados.

32
u NICEUMA
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Módulo

INTRODUÇÃO À
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS

1.1 Contabilidade Financeira x Contabilidade de Custos (MARTINS, 2003)

SÉCULO XVIII – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – ERA MERCANTILISTA (COMÉRCIO)

CMV = EI + C – EF
VENDAS – CMV = LOB
LOB - DESPESAS = LOL

1.2 Princípios Básicos Aplicados na Contabilidade de Custos (MARTINS, 2003)

1.2.1 - Princípio da Realização da Receita


1.2.2 - Princípio da Confrontação das Despesas
1.2.3 - Princípio do Custo Histórico como Base de Valor
1.2.4 - Consistência ou Uniformidade
1.2.5 - Conservadorismo ou Prudência
1.2.6 - Materialidade ou Relevância

DISSEMINAÇÃO DOS PRINCÍPIOS


- Auditoria Independente (externa)
- Imposto de Renda

MUDANÇA DE AVALIAÇÃO = COMPRA x FABRICAÇÃO

Embutir todas as despesas acessórias (deixa de ser despesas e sim custos)

ANTES = contabilidade de custos era simplesmente auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais
como arma de controle e decisão gerencial.

HOJE = o custo passou a ser relevante, aumento da competitividade. Não aos custos incorridos e sim
aos preços praticados no mercado.

O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não
rentável, se é possível reduzí-los.

34
Curso de Graduação a Distância

1.3 Terminologia Contábil (MARTINS, 2003 )

GASTO
Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer.

Exemplos :
• Gastos com mão-de-obra
• Gastos com aquisição de mercadorias para revenda
• Gastos com aquisição de máquinas e equipamentos

INVESTIMENTO
Gasto ativado em função de sua vida útil ou benefício atribuíveis a futuro(s) período(s).

Exemplos :
• Aquisição de móveis e utensílios
• Aquisição de imóveis
• Aquisição de marcas patente
• Aquisição de material de escritórios
• Aquisição de máquinas e equipamentos

CUSTO
Gasto relativo a bem ou serviços utilizado na produção de outros bens e serviços.

Exemplos :
• Salário do pessoal da produção
• Matéria-prima utilizada no processo produtivo
• Combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas de fabricação
• Depreciação dos equipamentos da fábrica
• Gastos com manutenção das máquinas da fábrica

DESPESA
Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.
As despesas reduzem o PL e têm características de representar sacrifícios no processo de obtenção de
receitas

OBS: Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir custos de despesas.

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Contabilidade Gerencial e de Custos

Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: Todos os gastos realizados
com o produto até que esteja pronto são custos, a partir daí são despesas.
Exemplos:
• Salários e encargos sociais do pessoal de vendas
• Energia elétrica do escritório
• Gastos com combustíveis e refeições do pessoal de vendas
• Telefone do escritório
Atenção: Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes de insumos
para a produção, são sempre considerados Despesas.

DESEMBOLSO
Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer junto com gasto (à vista) ou
depois deste (a prazo).

PERDA
Bem ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária.
No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as despesas e são lançados diretamente contra
o resultado do período
No 2º caso, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o custo da
produção do período.
A distinção mais importante entre custo e despesa é que, se um gasto é considerado despesa, ele afeta
diretamente o resultado do exercício. Se ele é considerado custo, só afetará o resultado da parcela do gasto
que corresponder aos produtos vendidos. A parcela correspondente aos produtos em estoque ficará ativada.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

01) Classifique os gastos abaixo em: investimentos ( I ); custo ( C ); despesas ( D ); perdas ( P) e


desembolso ( Db ):
a) Compra, à vista, de um computador ( I e Db )
b) Compra, a prazo, de matéria-prima ( I )
c) Compra, à vista, de matérias-secundárias ( I, Db )
d) Transferência de materiais secundários do almoxarifado para a produção ( C )
e) Pagamento de prêmios de seguro, cobrindo a fábrica e os imóveis da administração comercial
( Db, C e D )
f) Pagamento de energia elétrica relativa às instalações industriais ( C e Db )
g) Pagamento de energia elétrica relativa ao departamento de vendas ( D e Db )
h) Pagamento de encargos financeiros relativos à compra de matéria-prima ( Db e D )
i) Embalagem utilizada em produto no decorrer do processo de produção ( C )
j) Danificação de matérias-primas em função de incêndio ( D e P )
l) Pagamento de frete e carretas sobre produtos vendidos pela fábrica ( Db e D )
m) Pagamento de taxas sobre talões de cheques nos bancos ( Db e D )

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Curso de Graduação a Distância

02) O encargo financeiro efetivado por uma entidade com vistas a obtenção de um bem, para a
produção de um bem ou para a obtenção de uma receita qualquer é o que se denomina:
a) ( ) gasto b) ( ) investimento
c) ( X ) despesa d) ( ) custo

03) ... é o gasto realizado na obtenção de um bem para o ativo da entidade (bem este ativado em
função de sua vida útil ou porque serão atribuído a exercícios futuros).
a) ( X ) investimentos b) ( ) desembolso
c) ( ) custo d) ( ) perda

04) Preencha as lacunas e assinale a opção que completa as afirmativas:


I) (CUSTO ) é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado para a produção de outros bens ou serviços.
II) ( DESPESA) é o gasto produzido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas.

a) ( ) Despesa – custo b) ( ) Perda – despesa


c) ( ) Custo – despesa d) ( ) Custo – perda

1.4 Separação de Custos x Despesas (MARTINS, 2003)

Os gastos relativos ao processo de produção são custos, e os relativos à administração, às vendas e aos
financiamentos são despesas.
Prática usual - rateio das despesas administrativas para custos ( arbitrário )

Regras Básicas para Rateio


a) Valor irrelevante dentro do gasto total não rateia;
b) Valores relevantes e repetitivos a cada período, que em uma eventual divisão teriam sua parte
maior considerada como despesas integralmente, sem rateio para custo;
c) Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para a apropriação aos
custos.

OBS 01: Todas as despesas são ou foram gastos. Porém, alguns gastos muitas vezes não se
transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não se deprecia), ou se transformam quando
de sua venda.

OBS 02: Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega
dos bens ou serviços a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em
despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via – sacra completa,
passando por investimento, custo e despesa.

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Contabilidade Gerencial e de Custos

1.5 Separação de Custos e Despesas

GASTOS RELATIVOS AO PROCESSO DE PRODUÇÃO SÃO CUSTOS.


GASTOS RELATIVOS À ADMINISTRAÇÃO SÃO DESPESAS.

Alguns itens que se tem dificuldades de separação:


• Administração Geral;
• Gastos com Departamento de Recursos Humanos;
• Departamento de Contabilidade;
• Departamento de Compras.

Onde terminam os custos de produção?


Y
VENDA
GASTOS COM CUSTOS DESPESAS

Exemplo: embalagens (pode ser custo e despesa).

Gastos na produção que não são custos:


• Utilização de equipamentos e mão-de –obra para elaboração de serviços não destinados à
venda (altruísmo);
• Utilização do derpartamento de manutenção para fazer reparos em máquinas de outros
departamentos;
• Uso de pessoal ocioso para ampliar instalações de outro departamento.

Esses custos deverão ser alocados no departamento que teve o benefício e não ser considerado custo.

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Curso de Graduação a Distância

EXERCÍCIO SOBRE CUSTOS E DESPESAS

Materiais diversos de fabricação.........................................................10.000


Energia elétrica da fábrica...................................................................65.000
Manutenção da fábrica..........................................................................50.000
Depreciação da adm.............................................................................20.000
Fretes na entrega da mercadoria........................................................7.000
Correios, telefone, etc..............................................................................5.000
Materiais consumidos no escritório.....................................................5.000
Seguro da fábrica....................................................................................20.000
Comissões sobre vendas.........................................................................60.000
Salário da fábrica.................................................................................280.000
Matéria prima consumida.....................................................................550.000
Salário adm................................................................................................70.000
Depreciação na fábrica..........................................................................60.000
Despesas financeiras................................................................................50.000
Salários do depto vendas......................................................................30.000
Honorários da diretoria.........................................................................40.000
Manutenção da adm................................................................................10.000
Seguros dos equipam. da adm................................................................40.000
Depreciação do depto de vendas.........................................................10.000
Juros s/ empréstimo banc......................................................................30.000
Juros passivos..............................................................................................5.000
Total do Período.................................................................?????????

Para melhor conhecimento de uma despesa, de um custo e de gastos.

Pede-se:
a) Qual o valor total dos gastos?
b) Qual o valor total dos custos?
c) Qual o valor total das despesas?

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Contabilidade Gerencial e de Custos

1.6 Custo Direto – Várias Definições (MARTINS, 2003)

São os custos que podem ser apropriados diretamente aos produtos, bastando haver uma medida de
consumo (quilos de mat. Consumido, horas de mão de obra utilizada, embalagens utilizadas e, até mesmo,
em alguns casos, quantidade de energia consumida).
São todos os custos que se identificam naturalmente ao objeto de custeio, de modo mais econômico e
lógico. Também são apropriados diretamente aos produtos fabricados ou serviços.
É todo o custo que está vinculado diretamente ao produto, e varia com a quantidade produzida. Sem
ele o produto não existiria. Sua apropriação pode ser direta (sem rateio) , bastando que exista uma medida
de consumo, como quilograma, horas-máquina, horas-homem trabalhadas, etc.

Exemplo de custo direto:


Matéria-prima, materiais secundários ou materiais auxiliares, embalagens, mão-de-obra direta.

1.7 Custo Indireto - Várias Definições (MARTINS, 2003)

• É todo o custo que não está vinculado diretamente ao produto, mas sim ao conjunto do
processo produtivo. Para serem incorporados aos produtos, obedecem a uma mecânica de
apropriação de um processo de rateio.
• São todos os custos que devem ser rateados nos produtos fabricados e que fazem parte do
custo direto do produto, mas só podemos dizer isto de uma empresa que produz mais de um
produto, uma empresa que produz um único produto os custos são diretos a ele.
• São os custos que não oferecem condições de serem medidos objetivamente, e qualquer
tentativa de alocação destes custos aos produtos tem que ser feita de forma estimada e, muitas
vezes, arbitrárias.

Alguns exemplos:
Depreciação dos bens da fábrica, energia elétrica da fábrica, telefone da fábrica, mão de obra indireta
da fábrica (MOI), etc.

Quanto ao nível de atividade os custos podem ser:

1.8 Custos Fixos (MARTINS, 2003)

É o custo que a empresa tem mensalmente, independente da produção e não se altera com o volume
produzido dentro de uma determinada faixa. É um custo fixo no total, mas variável nas unidades produzidas.
Quanto mais produzir, menor será o custo por unidade.

Por exemplo:
R$ 200,00 imputados a 80 unidades = R$ 2,5/u
R$ 200,00 imputados a 100 unidades = R$ 2,00/u

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Curso de Graduação a Distância

Exemplo: aluguel, depreciação dos equipamentos, salário do supervisor da fábrica.

São aqueles cujos valores são os mesmos, qualquer que seja o volume da empresa. É o caso, por
exemplo, do aluguel de fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da produção,
inclusive no caso de a fábrica não produzir.

1.9 Custo Variável (MARTINS, 2003)

São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa.


É o custo que aparece somente quando a empresa inicia a produção e venda de seus produtos. Ele é
fixo na unidade e variável no total.
Quanto mais produzir, maior vai ser o volume consumido.
Exemplo: matéria-prima consumida
R$ 200,00 para fabricar 200 unidades;
R$200,00 para fabricar 1.000 unidades.

1.10 Custo Semivariável ou Semifixo (MARTINS, 2003)

É o custo que varia em função do volume de produção ou venda, mas não exatamente nas mesmas
proporções.
São os custos considerados fixos até uma determinada parcela, e a partir deste ponto passam a ser
variáveis.
R$ 100,00 para fabricar até 1.000 unidades;
R$ 200,00 para fabricar até 2.500 unidades.

O exemplo mais típico é a energia elétrica da indústria.

São os custos que variam com o nível de produção que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que
nada seja produzido. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária
cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta dependa do
número de kilowats consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa.

41
Contabilidade Gerencial e de Custos

1.11 Custo de Produção de um Período

Fonte: Grifo nosso

EXERCÍCIO PRÁTICO SOBRE PROCESSO PRODUTIVO DE UM PRODUTO



Considerando que num processo produtivo qualquer a empresa apresentava em seus estoques:
Matéria-Prima = R$ 1.000
Material Secundário = R$ 200
Material de Embalagem = R$ 100

Fez as seguintes aquisições no mês:


Matéria-Prima = R$ 2.000
Material Secundário = R$ 300
Material de Embalagem = R$ 50
MOD = Mão de Obra = R$ 3.000
Custos Indiretos de Fabricação ( CIFS ) = R$ 4.000
Existia um saldo de EIPE de R$ 1.000
Não existia saldo de estoque em PA.

42
Curso de Graduação a Distância

Informações Adicionais:
• Foram transferidos todos os EI de MD para o Processo em Elaboração e a metade de todo
que foi adquirido no próprio mês.
• No final do processo em elaboração foi considerado produzido 60% do saldo total que tinha
na produção.
• A empresa só conseguiu vender 70 % do que foi produzido. (que é considerado o CUSTO DO
PRODUTO VENDIDO).
• O administrador conseguiu vender esse produto com uma margem comercial sobre o CUSTO
DO PRODUTO VENDIDO DE 40%.

Pede-se :
Calcular o EFMD; EFPE; EFPA: CPV e PV.

Y
MD PE PA

Y
foi vendido

}
EIMP= 1.000 1.000 = MP MD = 1.300 5.580 PE= 5.580
somente
70% do que
foi transferido
EIMS= 200 200 = MS EIPE = 1.000 EIPA = 0 foi produzido
50%
= CPV= 3.906
60% de PE
EIME= 100 100 = ME MOD = 3.000 5.580 3.906
para PA
MP= 2.000 1.000 = MP CIFS = 4.000 EFPA = 1.674
MS= 300 150 = MS 9.300 5.580
ME= 50 25 = ME EFPE = 3.720
3.650 2.475
EFMD= 1.175

COMENTÁRIOS DO EXERCÍCIO:

Então: Todo o EIMD foi transferido para pe e o que foi adquirido no mês foi transferido somente a
metade ( 50% do adquirido).
O Estoque Final de PE (EFPE) foi o saldo que ficou a ser produzido para o próximo período no
valor de R$ 3.750.
O valor transferido para pa foi de 60% do total que tinha na produção no valor de R$ 5.580.
Foi vendido somente 70% do que foi produzido, então 70% de R$ 5.580 que é = R$ 3.906.

COMO ACHAR A MARGEM COMERCIAL?

MC (MARGEM COMERCIAL = CPV (CUSTO DO PRODUTO VENDIDO x


PERCENTUAL DA MARGEM PRETENDIDA).

Então: MC = 3.906 X 40% = 1.562,40

43
Contabilidade Gerencial e de Custos

Qual o preço de venda da mercadoria? PV?


PV = CPV + MC
PV = 3.906 + 1.562,40 =
PV = 5.468,40

Considerando o exercício anterior fazer o fechamento da fórmula procurando achar o mesmo preço
de venda encontrado acima.

APURAÇÃO DO PV PELA FÓRMULA


1. MD CONSUMIDO (MP, MAT SEC. EMB)--------------
2. MOD (MÃO DE OBRA DIRETA)-------------------
3. CIFS (CUSTOS IND. DE FABRICAÇÃO)--------
= CUSTO DO PRODUTO DO PERÍODO----------------
(+) EIPE (EST. INICIAL DE PROD. EM ELAB)-------
(-) EFPE ( EST. FINAL DE PROD. EM ELAB)--------
(=) CPA (CUSTO DE PROD. ACAB.)--------------------
(+) EIPA( EST. INICIAL DE PROD. ACABADOS)---
(- ) EFPA( EST. FINAL DE PROD. ACABADOS)-----
(=) CPV (CUSTO DE PROD. VENDIDOS)--------------
(+) MARGEM LÍQUIDA ( % )----------------------------
(=) PV (PREÇO DE VENDA)-------------------------------

EXERCÍCIO PRÁTICO SOBRE PROCESSO PRODUTIVO DE UM PRODUTO

Considerando que num processo produtivo qualquer a empresa apresentava em seus estoques
remanescente ( do mês anterior):
Matéria-Prima ( MP ) = R$ 3.000
Material Secundário ( MS )– R$ 2.000
Material de Embalagem ( ME ) – R$ 1.000
EIPE = R$ 1.000
EIPA = R$ 2.000

Considerando ainda as seguintes aquisições no mês de produção:


Matéria-prima: R$ 5.000;
Material Secundário: R$ 1.000;
Material de embalagem: R$ 1.000.

44
Curso de Graduação a Distância

Nessa produção ainda teve os seguintes gastos:


Custos Indiretos de Fabricação – CIFs = R$ 10.000;
Mão-de-Obra direta = R$ MOD = R$ 3.000.

Durante o processo produtivo aconteceu as seguintes questões:


1) Do saldo dos EI de MD todo o valor foi transferido para produtos em elaboração;
2) Do que foi adquirido de mD no mês foi transferido 50% de cada;
3) No ato da produção foi considerado do total existente somente 70% produzido e transferido
para produtos acabados;
4) Do total do produto acabado foi baixado um custo de produto vendido de 60% do valor;
5) O administrador tinha em mente uma margem comercial desse produto de 70% sobre o
custo do produto vendido.
6) Calcular:
EFMD; EFPE; EFPA, CPV, MC E PV DESE PRODUTO.
7) Apurar o PV pela fórmula.

APURAÇÃO DO PV PELA FÓRMULA


1 - MD CONSUMIDO (MP, MAT SEC. EMB)--------
2 - MOD (MÃO DE OBRA DIRETA)-------------------
3 - CIFS (CUSTOS IND. DE FABRICAÇÃO)---------
= CUSTO DO PRODUTO DO PERÍODO----------------
(+) EIPE (EST. INICIAL DE PROD. EM ELAB)-------
(-) EFPE ( EST. FINAL DE PROD. EM ELAB)--------
(=) CPA (CUSTO DE PROD. ACAB.)--------------------
(+) EIPA( EST. INICIAL DE PROD. ACABADOS)---
(- ) EFPA( EST. FINAL DE PROD. ACABADOS)-----
(=) CPV (CUSTO DE PROD. VENDIDOS)--------------
(+) MARGEM LÍQUIDA ( % )----------------------------
(=) PV (PREÇO DE VENDA)-------------------------------

45
u NICEUMA
@ VIRTUAL

Módulo

VI

METODOLOGIA DE
CUSTEAMENTO
Contabilidade Gerencial e de Custos

1. METODOLOGIA DE CUSTEAMENTO (MARTINS, 2003)

CUSTEIO DIRETO
Não integra aos produtos e aos inventários o valor dos custos fixos e indiretos.

CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Integra todos os custos incorridos na fabricação do produto, hoje utilizado em todos os balanços, em
obediência aos princípios contábeis e pela verdade transparente da utilização dos custos.

Para se fazer e vender um produto, a empresa tem que incorrer nos seguintes gastos operacionais:

MATÉRIA – PRIMA
Necessária para uma unidade do produto (A) 200 unidades a R$ 2,30 cada;

MATERIAIS AUXILIARES
Consumidos para cada unidade do produto (A) 0,1 unidades a R$ 360,00 cada;
Tempo necessário para produzir uma unidade do produto (A) 04 horas a R$ 50,00 por hora

GASTOS DO PERÍODO
São os CIFS e as despesas de apoio que poderão ser inclusas no processo de produção.
• Salários dos deptos de apoio à produção R$ 200.000
• Despesas dos deptos de apoio à produção R$ 90.000
• Custos indiretos de fabricação R$ 150.000
• Salários e despesas administrativas R$ 70.000
• Salários e despesas comerciais R$ 50.000

OUTROS DADOS
• Comissões - 12% sobre o preço de venda
• Preço de venda R$ 1.700 por unid do produto
• Quant. Produzida (é igualmente vendida) 1.000 unid.

1.1 Custo do Produto por Custeamento Direto/Variável

Ex: Considerando que na produção de um produto A qualquer, temos:

CUSTO VARIÁVEL
Matéria – prima - 200 unidades x R$ 2,30------------------------------------= R$ 460,00
Materiais auxiliares – 0,10 unidades a R$ 360,00-------------------------= R$ 36,00
Mão de obra direta – 4 horas a R$ 50,00 ------------------------------------= R$ 200,00
Comissões – 12% de R$ 1.700 (PVU- Preço de Venda Unitário) = R$ 204,00
TOTAL DO CUSTO VARIÁVEL DO PRODUTO A ---------------------= R$ 900,00

48
Curso de Graduação a Distância

MARGEM DE LUCRO
Preço de venda unitário do produto - PVU (a) --------------------- R$ 1.700----100,00 %
Custo variável unitário -------------------------------------------------- R$ 900----52,94 %
Lucro variável por unidade -------------------------------------------------R$ 800----47,06 %

Considerações sobre esse método direto/variável:


Observa-se que foram utilizados somente os custos diretos de fabricação e os custos variáveis, não
foram inclusos nem custos fixos e nem custos indiretos.
Observa-se ainda que o PVU que é um valor dado qualquer, foi de R$ 1.700 ( que corresponde aos
100% do produto) e que os custos diretos e os variáveis ( nesse caso representado pelas comissões de
vendas) somaram um total de R$ 900 que corresponde a 52,09% sobre o preço de venda. E que a Lucro
variável por unidade foi de R$ 800 , o que deixa uma grande margem de lucro para a empresa.

OBS: Considerar sempre como se fosse o custo de produção de somente um produto.

Na verdade esse custo não apresenta dificuldades de análise por incluir somente alguns custos de
produção, o mesmo não é aceito pela legislação tributária brasileira por não incluir todos os custos necessários
a uma produção.

1.2 Custo do Produto pelo Método de Custeio por Absorção

Na análise desse custeio observa-se a absorção de todos os custos existentes na fabricação do produto.
Iremos separar em 03 grupos: CI que chamaremos de CUSTO INDUSTRIAL, onde sua composição é
somente de custos diretos de fabricação, OG que chamaremos de OUTROS GASTOS (que são os CIFS e
os custos e despesas de apoio) e as DESPESAS OPERACIONAIS que chamaremos de DO (que refere-
se a toda e qualquer despesa que possa ser inclusa no processo produtivo. Não esquecendo que as despesas
variáveis deverão agora compor esse grupo de produção).

CUSTO INDUSTRIAL
Matéria-prima – 200 unidades x R$ 2,30----------------------------------------------R$ 460,00
Materiais auxiliares – 0,10 unidades a R$ 360,00------------------------------------R$ 36,00
Mão de obra direta – 4 horas a R$ 50,00---------------------------------------R$ 200,00
TOTAL DOS CI ( CUSTO INDUSTRIAL)------------------------------R$ 496,00

Observa-se na composição do CI ( custo industrial) só tem custos diretos de produção.

49
Contabilidade Gerencial e de Custos

OUTROS GASTOS
Salários dos deptos de apoio à produção------------------------------------------R$ 200.000
Despesas dos deptos de apoio à produção----------------------------------R$ 90.000
Custos Indiretos de Fabricação------------------------------------------------------R$ 150.000
SOMA-------------------------------------------------------------------------------- R$ 440.000

OUTROS GASTOS POR UNIDADE R$ 440.000:1.000 UNID--------------------R$ 440


TOTAL DOS CUSTOS INDUSTRIAIS DO PRODUTO ( A ) ----------------- R$ 1.136

Que corresponde à soma de CI + OG = R$ 496,00 + R$ 440,00 = 1.136

Observa-se que nos Outros Gastos = OG é composto somente de CIFS e despesas de apoio.

DESPESAS OPERACIONAIS
COMISSÕES 12% DE R$ 1.700 (PREÇO DE VENDA UNIT.) ------------------- R$ 204,00

OUTRAS DESPESAS
Salários e despesas administrativas--------------------------------------------------------R$ 70.000
Salários e despesas comerciais-------------------------------------------------------------R$ 50.000
SOMA---------------------------------------------------------------------------------R$120.000

OUTRAS DESPESAS POR UNID R$ 120.000 : 1.000 UNID------------------- R$ 120,00

TOTAL DAS DESPESAS OPERAC---------------------------------------------- (B)R$ 324,00

O total das Desp. Operacionais correspondem ao somatório de comissões + outras despesas


existentes.

CUSTO TOTAL DO PRODUTO (SOMA DE A+B)--------------------------R$1.460,00

MARGEM DE LUCRO
Preço de venda unitário do prod.( A ) -------------------------------R$ 1.700,00-----------100,00 %
Custo industrial unitário ---------------------------------------R$ 1.136,00--------- 66,82%
Despesas operacionais por unidade-------------------------------R$ 324,00------------ 19,06%
Lucro líquido por unidade------------------------------------------R$ 240,00-------------14,12%

50
Curso de Graduação a Distância

Alguns comentários sobre o resultado desse método:


Observa-se que para a base de cálculo é necessário uma separação de custos diretos e outros gastos
onde se chama de Custos Industriais, logo após buscar o cálculo das despesas operacionais que são as
despesas variáveis que nesse caso trata-se das comissões de vendas e as outras despesas que poderão compor
os custos de produção.
Observa-se que considerando o PVU de R$ 1.700 (estimado pelo administrador) corresponde a 100%
dos produtos, e que os custos industriais no valor de R$ 1.136,00 que correspondem a 66,82% do processo
produtivo sobre o PVU, e as despesas operacionais participam com 19,06% que corresponde a R$ 324,00
sobre o PVU. O lucro líquido por unidade foi de R$ 240,00 que corresponde a 14,12% sobre o PVU.

EXERCÍCIO DE CONTABILIDADE DE CUSTOS

EXERCÍCIO 01

Conforme dados das contas abaixo identificar as que podem ser consideradas no custeamento direto/
variável, custeamento por absorção e verificar se houve lucro ou prejuízo unitário pelos dois métodos.
Aluguel da fábrica – R$ 35.000
Mão-de-Obra Direta – 06 hs a R$ 20,00p/hora
Depreciação da fábrica- R$ 30.000
Matéria-Prima utilizada – 04 unidades a R$ 40,00
Mão - de – Obra Indireta = 7.000
Telefone da fábrica – R$ 2.000
PVU – R$ 4.500
Seguro da fábrica – R$ 20.000
Energia da fábrica – R$ 30.000
Salários de apoio da Adm – 20.000
Embalagem no momento da venda – R$ 3.000
Despesa da Adm. – R$ 10.000
Embalagem na produção– 1,0unidade a R$ 200,00cada
Despesa de apoio da adm. R$ 10.000
Energia da Adm. – R$ 5.000
Manutenção da fábrica – R$ 10.000
Comissão sobre vendas – R$ 10% do PVU
Depreciação depto Adm e Vendas – R$ 10.000
Telefone da Adm – R$ 1.000
Desp. Apoio depto vendas – R$ 30.000

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Contabilidade Gerencial e de Custos

Materiais secundários –2,0 unidade a R$ 400,00


Salários da Adm – R$ 55.000
Salários depto de vendas – R$ 40.000
Manutenção do depto vendas – R$ 1.000
Despesa com vendas – R$ 20.000
Energia dpto de vendas – R$ 2.000

OBS: A empresa pretendia produzir nesse processo produtivo = 2.000 unidades

Qual o PV unitário?

Para melhor entendimento observar que tudo que refere-se à fábrica, ao processo produtivo e à
produção é referente a custo.

EXERCÍCIO 02

Conforme dados das contas abaixo identificar as que podem ser consideradas no custeamento direto/
variável, custeamento por absorção e verificar se houve lucro ou prejuízo unitário pelos dois métodos.
Manutenção da fábrica – R$ 10.000
Comissão sobre vendas – R$ 15% do PVU
Despesa financeira – R$3.000
Depreciação depto Adm e Vendas – R$ 10.000
Telefone da Adm – R$ 1.000
Desp. Apoio depto vendas – R$ 5.000
Materiais auxiliares –3,0 unidade a R$ 80,00
Salários da Adm – R$ 55.000
Salários depto de vendas – R$ 20.000
Manutenção do depto vendas – R$ 1.000
Despesa com vendas – R$ 20.000
Energia dpto de vendas – R$ 2.000
Aluguel da fábrica – R$5.000
Mão-de-Obra Direta – 03 hs a R$ 30,00p/hora
Depreciação da fábrica- R$ 20.000
Matéria-Prima utilizada – 10unidades a R$ 35,00
Mão - de – Obra Indireta = 5.000
Telefone da fábrica – R$ 2.000

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Curso de Graduação a Distância

PVU – R$ 6.500
Seguro da fábrica – R$ 20.000
Energia da fábrica – R$ 30.000
Salários de apoio da Adm – 20.000
Embalagem no momento da venda – R$ 3.000
Despesa da Adm. – R$ 10.000
Embalagem na produção– 1,0unidade a R$ 100,00cada
Despesa de apoio da adm. R$ 10.000
Energia da Adm. – R$ 5.000

OBS: A empresa pretendia produzir nesse processo produtivo = 1500 unidades. Qual o PV unitário?

EXERCÍCIOS DIVERSOS SOBRE CONTABILIDADE DE CUSTO

1) Considere os dados abaixo, extraídos da linha de produção de uma indústria. Considerando que o estoque
inicial é zero e que a empresa vendeu todo o estoque produzido, o valor do Custo dos Produtos Vendidos,
calculado pelo custeio por absorção, em reais, é:
Custo fixo R$ 1.000,00
Custo variável unitário R$ 10 ,00
Despesas fixas R$ 180,00
Preço de venda unitário R$ 20,00
Despesas variáveis R$ 3,00 (por unidade vendida)
Quantidade produzida = 270 unidades

2) Considerando o resultado do item anterior o administrador gostaria de ter uma margem comercial de
venda de 60% sobre o custo do produto vendido. Qual o valor dessa margem comercial de venda?

3) Ainda referente ao item 02 qual o valor do preço de venda unitário?

4) A terminologia aplicada em custos industriais conceitua gastos como sacrifício financeiro (entrega ou
promessa de entrega) para a entidade. Nessa terminologia, custo é gasto relativo a bem:
a) ativado, em função de sua vida útil.
b) consumido de forma anormal e involuntária.
c) consumido para a obtenção de receita.
d) consumido na produção de outro bem.
e) ainda que se encontre no ativo sem participar ainda do processo produtivo

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Contabilidade Gerencial e de Custos

5) Considerando um processo produtivo, temos os seguintes itens:


MD consumido = R$ 3.000; MOD = R$ 2.000 ; CIF’S = R$ 6.000;
EIMD = 100;
EFMD = 0;
EIPE = R$ 1.000;
EFPE = 0
EIPA = 200

OBS: Foi vendido somente 60% do que foi produzido.

Pergunta-se: Qual o valor do preço de venda considerando que o administrador gostaria de uma
margem comercial de 60%?

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Curso de Graduação a Distância

REFERÊNCIAS

ATKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. M.. Contabilidade


Gerencial. Tradução André Olimpo Mosselman e Du Chenoy Castro. São Paulo: Atlas, 2000.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: Teoria e Prática. São Paulo. Atlas.
2004.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2003.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 2003.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação


contábil. São Paulo: Atlas, 2000.

SÁ, Antonio Lopes. Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 1971.

SANTOS, José Luis dos. PINHEIRO, Paulo Roberto. Fundamentos de Gestão Estratégica
de Custos. São Paulo.Atlas.2001.

ZDANAWICZ, José Eduardo. Estrutura e análise das demonstrações contábeis. 1ª ed.


Porto Alegre: Zagra, 1998.

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