Você está na página 1de 24

PRESTADOR JURÍDICO

ASSES. E
CONSULTORIA
AGOSTO 2005

http://prestadorjuridico.adv.br

Email´s: materialjuridico@terra.com.br ou
info@prestadorjuridico.adv.br

MSN: materialjuridico1@hotmail.com

Fone: (0xx11) 8142-1431


MATERIAL: REVISÃO AUXÍLIO-
ACIDENTE PARA 50%

EXPLICATIVO REVISÃO AUXÍLIO-


ACIDENTE PARA 50%
1. Evolução legislativa

Era esta a norma inserta no artigo 6º, §1º da Lei de Acidentes do Trabalho
(Lei n. 6.367 de 21.10.76):

Art. 6º (...)

§1º O auxílio-acidente, mensal, vitalício e independente de qualquer


remuneração ou outro benefício não relacionado ao mesmo acidente, será
concedido, mantido e reajustado na forma do regime de Previdência Social do
INPS e corresponderá a 40% (quarenta por cento) do valor de que trata o inciso
II do artigo 5º desta Lei, observado o disposto no §4º do mesmo artigo.

Vigente a Lei n. 8.213/91, assim dispôs na letra de seu artigo 86, §1º:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a


consolidação das lesões decorrentes do acidente de trabalho, resultar seqüela
que implique:

§1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá respectivamente


às situações previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a 30% (trinta por
cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por cento) do salário-de-
contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior
a esse percentual do seu salário-de-benefício.

A Lei n. 9.032, de 29.4.95, trouxe a seguinte modificação na legislação


acidentária:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer
natureza que impliquem em redução da capacidade funcional.

§1º O auxílio-acidente mensal e vitalício corresponderá a 50% (cinqüenta


por cento) do salário-de-benefício do segurado.

Assim, com a edição da Lei n. 8.213/91 – alterada pela Lei n. 9.032/95 –


houve majoração no coeficiente utilizado no cálculo da Renda Mensal dos
benefícios acidentários.

Ocorre que a Autarquia Previdenciária – em total afronta aos beneficiários


da Previdência Social – não elevou a Renda Mensal dos benefícios em
manutenção.

Tal proceder vem causando prejuízo aos segurados projetando-se esta


diferença mês a mês nos benefícios acidentários concedidos antes de
29.4.1995.
2. Da competência da Justiça Estadual para conciliar e julgar as
demandas que versem sobre reajuste de benefício acidentário

Registramos, inicialmente, que embora não haja razão para excluir da


competência da Justiça Federal os litígios decorrentes de benefício acidentário
quando intentados em face do INSS, temos que reconhecer que a
jurisprudência nesse sentido é tranqüila, estando a matéria pacificada no
Supremo Tribunal Federal, conforme muito bem demonstrado na decisão do
Min. Moreira Alves no RE n. 205.886-6/SP (DJ 17.4.98) ¹

Portanto, de acordo com o entendimento predominante, o art. 109, I, da


Constituição Federal de 1988, expressamente exclui do âmbito da Justiça
Federal a competência para conhecer das demandas que versem sobre
acidente do trabalho, competindo, portanto, à Justiça Estadual processar e
julgar ações desta natureza, não obstante se referentes à majoração do
coeficiente de cálculo do benefício.

Assim, a Justiça Estadual é competente para conciliar e julgar as ações de


revisão de benefício acidentário.

3. Auxílio-acidente – Majoração do percentual para 50% do salário-


de-benefício – Incidência da lei nova mais benéfica

Discute-se, sobre o direito daqueles que eram beneficiários de auxílio-


acidente, desde época anterior ao advento da Lei n. 9.032/95, a verem o
percentual elevado para 50% do salário-de-benefício.
No sistema de direito positivo brasileiro a lei nova e mais benéfica –
vedada à ofensa ao ato jurídico perfeito – tem efeito imediato e geral,
alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores, na, nos seus efeitos já
realizados, mas sim, nos efeitos que, por força da natureza continuada da
própria relação, seguem se produzindo a partir da sua vigência.

Assim, a majoração do coeficiente de cálculo introduzida pela Lei n.


9.032/95 aplica-se aos benefícios concedidos sob a égide da legislação
pretérita. In casu não há que falar em retroatividade da lei, mas de sua
incidência e aplicação imediata, uma vez que os efeitos financeiros projetam-
se tão somente para o futuro.

¹ Competência. Reajuste de benefício oriundo de acidente do trabalho. Justiça comum. Há pouco,


ao julgar o RE n. 176.532, o Plenário desta Corte reafirmou o entendimento de ambas as Turmas
(assim, no RE n. 169.632, 1ª Turma, e no AgRg n. 154.938, 2ª Turma) no sentido de que a
competência para julgar causa relativa a reajuste de benefício oriundo de acidente de trabalho é
da Justiça Comum, porquanto, se essa Justiça é competente para julgar as causas de acidente de
trabalho por força do disposto na parte final do inciso I do artigo 109 da Constituição, será ela
igualmente competente para julgar o pedido reajuste desse benefício que é objeto da causa que
não deixa de ser relativa a acidente dessa natureza, até porque o acessório segue a sorte do
principal. Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido e
provido.
Nesse sentido confira-se o disposto no artigo 6º da Lei de Introdução ao
Código Civil – LICC:

“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”

Do exposto, tem-se que independentemente do direito ao benefício, o


valor deste, por se tratar de prestação de trato sucessivo, deverá sempre
obedecer a Lei vigente à época do efetivo pagamento, razão pela qual não há
que se falar em violação ao direito adquirido ou ao ato jurídico perfeito. ²

Vale dizer, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça ³ tem


entendimento no sentido de que o dispositivo legal que majora o coeficiente
utilizado no cálculo da renda mensal deve ser aplicado a todos os benefícios
previdenciários, independentemente da norma vigente quando do seu fato
gerador, não havendo que falar em retroatividade da lei, mas em sua
incidência imediata.

Ademais, o direito subjetivo do beneficiário é o direito ao benefício no


valor irredutível que a lei lhe atribua na data do pagamento e, não, ao valor do
tempo da concessão. Não se trata de retroatividade da lei nova mais benéfica,
mas de aplicação da lei de forma imediata e igualitária.

Ressaltamos, a título de reforço de argumentação, que em tema de


benefício previdenciário a lei nova só tem incidência imediata se for mais
benéfica ao segurado. A aplicação imediata da lei nova encontra restrição
quando a nova regra for prejudicial ao segurado. Se a legislação dá novo
tratamento à relação de direito previdenciário, ampliando os direitos do
destinatário da norma, esta a ele aproveitará. Caso contrário não. Não há,
nessa construção normativa, retroatividade, somente aplicação imediata, mas
sempre na pressuposição de vantagem ao segurado.

É da jurisprudência, a propósito:

Constitucional, Previdência Social, Auxílio-acidente. I – Percentual


majorado pela Lei n. 9.032/95. Inocorrência de ofensa a dispositivo
constitucional. II – RE inadmitido. Agravo não provido. (STF, AI n. 306.092,
AgR/SC, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento, Relator (a): Min. Carlos
Velloso, 2ª Turma, DJ 16.11.2001, p. 00018, decisão unânime)

² De acordo com o Supremo Tribunal Federal equivocam-se aqueles que defendem que os
segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS têm direito adquirido a certa forma de
reajuste, situação bastante comum em relação aos pedidos de manutenção dos benefícios em
número de salários mínimos. O STF entendeu nessa hipótese que o segurado não tem direito
adquirido ao regime jurídico que foi observado para o cálculo do benefício, o que implica dizer
que, mantido o quantum daí resultante, esse regime jurídico pode ser modificado. Portanto, se
não há direito adquirido a regime jurídico de um instituto de direito, a lei pode, a qualquer
momento, trazer alterações, que alcançarão as situações em curso, como na situação aqui
discutida.
³ STJ – Embargos de Divergência em Resp n. 238.816-SC – Min. Rel. Gílson Dipp – 3ª Seção – data
do julgamento 24.4.2002.
Recurso especial. Previdenciário. Revisão de ação acidentária. Competência.
Justiça Comum Estadual. Precedentes do STF. Lei mais benéfica. Incidência.
Benefícios em manutenção. Possibilidade.

1. Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação que tem por


objetivo a revisão de benefício previdenciário decorrente de
acidente de trabalho (artigo 109, inciso I, da Constituição da
República). Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
2. No sistema de direito positivo brasileiro, o princípio tempus regit
actum se subordina ao do efeito imediato da lei nova, salvo
quanto ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa
julgada (Constituição da República, artigo 5º, inciso XXXVI, e LICC,
artigo 6º).
3. A lei nova, vedada a ofensa ao ato jurídico perfeito, ao direito
adquirido e à coisa julgada, tem efeito imediato e geral,
alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores, não, nos
seus efeitos já realizados, mas, sim, nos efeitos que, por força da
natureza continuada da própria relação, seguem se produzindo, a
partir da sua vigência.
4. “Léffet immédiat de la loi éter consideré comme la régle
ordinaire: la loi nouvelle sápplique, dés sa promulgation, à tous
les effets qui résulteront dan l’venir de rapports juridiques nés ou
à naítre”. (Lês Conflits de Lois lê Temps, Paul Roubier, Paris,
1929)
5. Indissociável o benefício previdenciário das necessidades vitais
básicas da pessoa humana, põe-se na luz da evidência a sua
natureza alimentar, a assegurar aos efeitos continuados da
relação jurídica a regência da lei nova que lhes recolha a
produção vinda no tempo de sua eficácia, em se cuidando de
norma nova relativa à modificação de percentual dos graus de
suficiência do benefício para o atendimento das necessidades
básicas do segurado e de sua família.
6. O direito subjetivo do segurado é o direito ao benefício, no valor
irredutível que a lei lhe atribua e, não, ao valor do tempo do
benefício, como é da natureza alimentar do benefício
previdenciário.
7. Recurso especial conhecido e impriovido (STJ, Resp n. 437.583/SC,
DJ: 19.12.2002, Min. Hamilton Carvalhido, 6ª Turma)

Apelação Cível – Ação acidentária – INSS – Auxílio-acidente – Reajuste do


percentual – Competência – Justiça Estadual a teor do artigo 109, I, da CF/88 –
Majoração do percentual para 50% sobre o salário-de-benefício a partir da
edição da Lei n. 9.032/95 – Aplicação imediata da legislação mais benéfica ao
segurado sem que haja ofensa ao princípio da irretroatividade das leis –
Possibilidade – Isenção parcial de custas processuais – Recurso e remessa
parcialmente providos.

O art. 109, I, da Constituição Federal/88, expressamente exclui do âmbito


da Justiça Federal a competência para conhecer das demandas que versem
sobre acidente do trabalho, competindo, portanto, à Justiça Estadual processar
e julgar ações desta natureza, não bastante as referentes à majoração de
percentual de benefício acidentário, como na situação em tela. A aplicação
imediata da lei mais benéfica, editada após o infortúnio originário do benefício
acidentário, não fere o princípio da irretroatividade da lei, tendo em vista que
não gera efeitos patrimoniais ao segurado, sendo o percentual referente ao
auxílio-acidente majorado, apenas, a partir de 28.4.1995, data de entrada em
vigor da Lei n. 9.032/95, em razão do caráter social da norma. O órgão ancilar
arca, tão somente, com a metade das custas processuais por ele devidas,
consoante o art. 33, parágrafo único, do Regulamento de Custas e
Emolumentos do Estado. (TJSC – Apelação Cível n. 2003.004593-7, Rel. Dês.
Anselmo Cerello. Data da decisão: 8.8.2003)

Assim, a divergência envolvendo a majoração do coeficiente de cálculo


considerado no levantamento da renda mensal atual (RMA) dos benefícios
acidentários não comporta maiores digressões, uma vez que a Lei 9.032/95
deve incidir imediatamente sobre todos os benefícios, independentemente da
lei vigente à época em que foram concedidos.

Isso significa dizer que a partir da entrada em vigor da Lei n. 9.032/95 o


auxílio-acidente deve ser majorado para 50% do salário-de-benefício.

4. Considerações finais
Como a ação é um direito público subjetivo, os beneficiários de auxílio-
acidente, concedido antes do advento da Lei n. 9.032/95, podem movimentar a
máquina judiciária, provocando a prestação jurisdicional para majorar o
coeficiente de cálculo do benefício acidentário para 50% (cinqüenta por cento|)
do salário-de-benefício.

Este aumento de percentual não deve, contudo, retroagir à época anterior


à vigência da lei mencionada, em virtude do princípio genérico da
irretroatividade das leis.

Além disso, convém esclarecer que a tese aqui levantada não afronta o
primado do ato jurídico perfeito. Explica-se: as importâncias de natureza
previdenciária não representam “prestações fracionadas” de um quantum a
receber, mas sim “prestações sucessivas”, irredutíveis e reajustáveis. Assim há
incidência imediata da lei nova mais benéfica sobre cada uma delas, sem que
se possa falar em ofensa ao direito adquirido ou ao ato jurídico perfeito,
insuscetíveis de serem alterados.

O STF decidiu recentemente a respeito da ação das pensionistas que


pediam equiparação a 100%, e de certa forma pacificou o entendimento, sendo
favorável a aplicação de lei mais benéfica conforme podemos verificar:

Classe / Origem
RE 420551 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)
Min. - - MARCO AURÉLIO DJ DATA-31/03/2005 P OOO78

Julgamento
28/02/2005
Despacho
DECISÃO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA
VERSUS APLICAÇÃO RETROATIVA - RELAÇÃO JURÍDICA DE DÉBITO CONTINUADO
- PENSÃO POR MORTE - FONTE DE CUSTEIO - MATÉRIA FÁTICA. 1. A Turma
Recursal da Seção Judiciária do Estado de Santa Catarina acolheu pedido
formulado no recurso, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a "a)
revisar o benefício de pensão por morte da parte autora, elevando a renda
mensal para 100% do salário-de-benefício, a partir da vigência da Lei nº
9.032/95 (28/04/1995); b) pagar as diferenças das parcelas vencidas,
respeitada a prescrição qüinqüenal, com a devida correção monetária(...)"
(folha 57). O Colegiado entendeu que as Leis nºs 8.213/91 e 9.032/95 "devem
incidir imediatamente sobre todos os benefícios de pensão, independentemente
da lei vigente ao tempo do óbito do segurado" (folha 54), não podendo a
autarquia previdenciária evocar as garantias constitucionais do direito
adquirido e do ato jurídico perfeito. Quanto à necessidade de fonte de custeio,
consignou que o "almejado equilíbrio atuarial não significa relação imediata,
direta e específica entre determinado benefício previdenciário e as
contribuições que supostamente lhe deveriam servir por suporte financeiro"
(folha 54). Assentou que alguns benefícios não dependem de carência, de
contribuições, para serem concedidos, sobretudo aqueles relacionados à
assistência social. Por outro lado, registrou não haver preceito na Constituição
Federal a exigir que, na lei que importou na criação, majoração ou extensão de
benefício, seja criada ou apontada a fonte de custeio. Asseverou ainda que,
diante da complexidade dos sistemas orçamentários, tributários e de
financiamento da seguridade social, a demonstração de eventual desequilíbrio
não pode ficar a cargo dos segurados, sendo ônus da Administração Pública,
representada pelo Instituto Nacional de Seguro Social. Fez ver que a Lei nº
9.032/95, ao tempo em que aumentou a percentagem da pensão por morte,
incrementou as receitas previdenciárias, não havendo margem a entender-se
pela ofensa ao artigo 195, § 5º, da Carta (folha 45 a 58). No recurso
extraordinário de folha 59 a 70, interposto com alegada base na alínea "a" do
permissivo constitucional, o Instituto Nacional do Seguro Social articula com a
transgressão dos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, do Diploma Fundamental.
Sustenta, em síntese, que a concessão do benefício previdenciário é ato jurídico
perfeito, não podendo ser modificado por lei posterior que tenha alterado o
percentual do benefício, no caso, a pensão. Salienta que a elevação, de 50%
para 100%, sem a correspondente fonte de custeio, acarretaria o rompimento
do equilíbrio atuarial do sistema. A recorrida apresentou as contra-razões de
folha 72 a 86, nas quais discorre sobre o acerto da conclusão adotada pela
Turma Recursal; a ausência de demonstração de violência aos preceitos
evocados e o direito à pensão majorada conforme a Lei nº 9.032/95. O recurso
foi admitido por meio do ato de folhas 87 e 88. Às folhas 94 à 98, indeferi o
pleito de liminar formulado, decisão que restou referendada pela Turma,
consoante se extrai do acórdão de folha 99 a 107. A Procuradoria Geral da
República, no parecer de folha 111, preconiza o não-conhecimento do recurso.
2. Cumpre distinguir aplicação retroativa da lei e incidência imediata,
considerada relação jurídica de débito permanente projetado no tempo. Então,
há de se ter presente que a recorrida é beneficiária de pensão por morte do
cônjuge. É certo que, à época do início da satisfação do benefício, da morte do
segurado, não estava em vigor a Lei nº 9.032/95, que aumentou a pensão de
50 para 100%. Entrementes, trata-se de relação jurídica que não se exaure, sob
o ângulo de direitos e obrigações, em um ato único, desdobrando-se a ponto de
atrair, relativamente a parcelas a vencer, a aplicação da lei nova, no que veio,
até mesmo, a corrigir quadro pouco consentâneo com a ordem natural das
coisas, passando a pensão para 100% do salário de benefício. O tema não é
novo e com ele já se defrontou a Primeira Turma em processo no qual funcionei
como relator - Recurso Extraordinário nº 420.560-2/SC. Também a Segunda
Turma vislumbrou no caso a incidência imediata da lei nova, refutando a
vulneração de ato jurídico perfeito e acabado - Agravo de Instrumento nº
401.597-1/RJ, relatora ministra Ellen Gracie. No tocante à fonte de custeio, é de
notar que a base de cálculo da pensão - o salário de benefício - pressupõe as
contribuições cabíveis. Não fora isso, na decisão prolatada, fica esclarecido que,
na lei majoradora da pensão, previram-se receitas previdenciárias. 3. Ante o
quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário. 4. Publique-se. Brasília,
28 de fevereiro de 2005. Ministro MARCO AURÉLIO Relator

Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 420.551-3
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): FLORIPE VENTURELLI
ADV.(A/S): PAULO CESAR PIVA E OUTRO(A/S)

fim do documento

Classe / Origem
RE 416744 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)
Min. MARCO AURÉLIO DJ DATA-16/03/2004 P - 00066

Julgamento
27/02/2004
Despacho
DECISÃO - LIMINAR JUIZADOS ESPECIAIS - RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
LIMINAR SUSPENSIVA DE PROCESSOS EM CURSO - LIMITES SUBJETIVOS E
OBJETIVOS DA LIDE - INDEFERIMENTO. 1. A Turma Recursal da Seção Judiciária
do Estado de Santa Catarina entendeu que todos os benefícios de pensão,
independentemente da lei em vigor ao tempo do óbito do segurado, são
alcançados pelas alterações introduzidas pelas Leis de nos 8.213/91 e 9.032/95,
a partir das respectivas edições. O Instituto Nacional do Seguro Social interpôs
recurso extraordinário, evocando esteio da alínea "a" do permissivo
constitucional. Aponta violação aos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, da
Carta Política da República e sustenta que o ato de concessão do benefício
previdenciário é ato jurídico perfeito, não podendo ser alterado por lei posterior
que tenha alterado percentual do benefício, no caso a pensão. Além disso,
prossegue, inviável é a majoração da pensão, de 50% e 100%, sem a
correspondente fonte de custeio, sob pena de romper-se o equilíbrio atuarial do
sistema. O recorrente requer, tendo em vista a plausibilidade do direito
evocado, o receio de dano de difícil reparação e o teor do artigo 14, § 5º, da Lei
nº 10.259/2001, "seja concedida medida liminar suspendendo todos os
processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida". 2. Para indeferir a
pretensão liminar, valho-me de voto que cheguei a proferir em sessão
administrativa na qual submetida proposta de emenda regimental que visava a
disciplinar o tema. Eis o teor do voto: Processo : 318.715 Assunto : Emenda
Regimental - art. 321 RISTF A proposta de emenda regimental visa a dar ao
artigo 321, cabeça, do Regimento Interno texto adaptado às normas
constitucionais em vigor e a inserir nesse artigo o § 5º com a seguinte redação:
Art. 321 - O recurso extraordinário para o Tribunal será interposto no prazo
estabelecido na lei processual pertinente, com indicação do dispositivo que o
autorize, dentre os casos previstos nos artigos 102, II, a, b, c, e 121, § 3º, da
Constituição Federal. § 5º Ao recurso extraordinário interposto no âmbito dos
Juizados Especiais Federais, instituídos pela Lei nº 10.259, de 12 de julho de
2001, aplicam-se as seguintes regras: I - verificada a plausibilidade do direito
invocado e havendo fundado receio da ocorrência de dano de difícil reparação,
em especial quando a decisão recorrida contrariar súmula ou jurisprudência
dominante do Supremo Tribunal Federal, poderá o relator conceder de ofício ou
a requerimento do interessado, ad referendum do Plenário, medida liminar para
determinar o sobrestamento, na origem, dos processos nos quais a controvérsia
esteja estabelecida, até o pronunciamento desta Corte sobre a matéria; II - o
relator, se entender necessário, solicitará informações ao Presidente da Turma
Recursal ou ao Coordenador da Turma de Uniformização, que serão prestadas
no prazo de 05 (cinco) dias; III - eventuais interessados, ainda que não sejam
partes no processo, poderão se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no inciso I
deste § 5º; IV - o relator abrirá vistas dos autos ao Ministério Público Federal,
que deverá pronunciar-se no prazo de 05 (cinco) dias; V - recebido o parecer do
Ministério Público Federal, o relator lançará relatório, colocando-o à disposição
dos demais Ministros, e incluirá o processo em pauta para julgamento, com
preferência sobre todos os demais feitos, à exceção dos processos com réus
presos, habeas corpus e mandado de segurança; VI - eventuais recursos
extraordinários que versem idêntica controvérsia constitucional, recebidos
subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais ou de Uniformização,
ficarão sobrestados, aguardando-se o pronunciamento do Supremo Tribunal
Federal; VII - publicado o acórdão respectivo, em lugar especificadamente
destacado no Diário da Justiça da União, os recursos referidos no inciso anterior
serão apreciados pelas Turmas Recursais ou de Uniformização, que poderão
exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se cuidarem de tese
não acolhida pelo Supremo Tribunal Federal; VIII - o acórdão que julgar o
recurso extraordinário conterá, se for o caso, súmula sobre a questão
constitucional controvertida, e dele será enviada cópia ao Superior Tribunal de
Justiça e aos Tribunais Regionais Federais, para comunicação a todos os
Juizados Especiais federais e às Turmas Recursais e de Uniformização. Quanto à
proposta de alteração da cabeça do artigo 321 do Regimento Interno, tem-se
simples atualização para que ocorra referência aos dispositivos constitucionais
hoje em vigor, ou seja, aos artigos 102, inciso III, alíneas "a", "b" e "c", e 121, §
3º, da Constituição Federal. Surge a problemática referente à inserção do § 5º e
incisos ao artigo 321. Por força de norma legal - § 2º do artigo 542 do Código de
Processo Civil -, os recursos extraordinário e especial são recebidos apenas no
efeito devolutivo. A concessão de eficácia suspensiva corre à conta de situação
extravagante, conforme proclamado em inúmeros casos pelo próprio Tribunal.
Há a necessidade de o interessado buscar o efeito excepcional - que é o
suspensivo -, mediante o ajuizamento, em face do poder de cautela geral do
Judiciário, de ação cautelar. Impossível é ter-se regra regimental a alijar o que
previsto no Código de Processo Civil, conferindo ao relator a faculdade de, sem
provocação da parte, ou mediante requerimento desta, deferir liminar. Acresça-
se dado de maior envergadura, considerado o sistema processual vigente até
aqui. A proposta efetuada possibilita que a liminar deferida no recurso
extraordinário, possuidor de balizas subjetivas próprias, alcance processos
diversos em curso em qualquer juizado do País. O preceito ganha alcance
superlativo, dando ao relator no Supremo Tribunal Federal incumbência que
extravasa os limites subjetivos do processo a ele distribuído. Implica a
possibilidade de atuar em situação idêntica à prevista quanto ao processo
objetivo revelador da ação declaratória de constitucionalidade, no que o artigo
21 da Lei nº 9.868/99 estabelece - talvez mesmo diante da circunstância de
tratar-se de processo objetivo - a possibilidade de o Plenário, e não o relator,
suspender, em medida cautelar, o julgamento dos processos que envolvam a
aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento
definitivo. Descabe estender a previsão, via norma regimental, ao âmbito do
processo subjetivo, ao recurso extraordinário, com a peculiaridade de ter-se a
atuação do relator. Frise-se, por oportuno, que o artigo 14 da Lei nº 10.259/01
refere-se a pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando
houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas
por Turmas Recursais na interpretação da lei, sinalizando a ordem natural das
coisas, e até mesmo o § 4º do citado artigo, o órgão competente para o
julgamento do incidente de uniformização, ou seja, a Turma de Uniformização,
que, iniludivelmente, não estará integrada ao Supremo Tribunal Federal. O § 6º
do artigo mencionado, mais uma vez, dispondo acerca de pedidos de
uniformização idênticos, remete às Turmas Recursais, versando a retenção para
que se aguarde o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. Nem se diga
que o § 10 alude não só aos tribunais regionais, como também ao Superior
Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. O preceito longe fica de
direcionar à conclusão segundo a qual cumpre ao Supremo pacificar, em
incidente de uniformização, a jurisprudência dos Juizados Especiais. A
referência nele contida, considerada a cláusula "no âmbito de suas
competências", diz respeito à admissibilidade do recurso extraordinário
interposto na origem em processo subjetivo. Vale dizer, cumpre ao Supremo
Tribunal Federal apenas a fixação das balizas a serem observadas pelo juízo
primeiro de admissibilidade do extraordinário. Vale salientar que o Diário
Oficial, na Seção 1, de ontem, 1º de outubro de 2003, publicou a Resolução do
Conselho de Justiça Federal nº 330, de 5 de setembro de 2003, aprovando o
Regimento Interno da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência,
presidida pelo Coordenador-Geral da Justiça Federal e integrada ainda por dez
juízes federais, sendo dois de cada Região. Assim, além da observância da
ordem natural das coisas - a uniformização é no âmbito de certo Tribunal ou, no
caso, considerados os juizados especiais e respectivas Turmas, não cabendo,
ante mesmo a existência de mecanismo próprio, qual seja, os embargos de
divergência do artigo 546 do Código de Processo Civil, dentro do Supremo
Tribunal Federal -, ter-se-á conflito de normas regimentais, com sobreposição
de medidas uniformizadoras - no Supremo e na Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência. Quanto aos demais incisos propostos, seguem
eles a sorte do inciso I, cabendo algumas observações. No tocante ao inciso III,
tenho a regra como a modificar a relação processual do próprio recurso
extraordinário, no que se prevê que "eventuais interessados, ainda que não
sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias, a
contar da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no
inciso I deste § 5º" - redação em conformidade com o § 7º do artigo 14 da Lei nº
10.259/2001. Tem este dispositivo íntima ligação com o incidente de
uniformização de competência da Turma Recursal e não do Supremo Tribunal
Federal. Também não vejo como disciplinar-se sobrestamento de processos
diversos, nos quais interposto recurso extraordinário, com a automaticidade
contemplada no inciso VI. As partes têm o direito constitucional à tramitação
regular dos processos, não havendo como caminhar para a mesclagem
sugerida, mormente via norma regimental. Descabe ainda a eficácia vinculante
retratada no inciso VII que se pretende aprovar. Até aqui não houve reforma
constitucional em tal sentido, a ponto de transferir-se aos próprios órgãos
prolatores das decisões impugnadas mediante o recurso extraordinário o
julgamento deste. Em síntese, peço vênia para votar contra a inserção do § 5º
no artigo 321 do Regimento Interno do Tribunal, considerado o teor proposto. 3.
Indefiro a medida acauteladora de suspensão de processos em curso a
versarem sobre a matéria, reafirmando a necessidade de se atentar para a
organicidade e a dinâmica tão próprias ao Direito instrumental, surgindo, nesse
campo, com valia inafastável, as balizas subjetivas e objetivas do processo. A
decisão, uma vez coberta pelo manto da coisa julgada material, eficácia que a
torna imutável e indiscutível quando não mais sujeita a recurso ordinário e
extraordinário, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas -
artigos 467 e 468 do Código de Processo Civil. 4. À Turma, para o crivo
regimental. 5. Após a apreciação, referendada ou não esta decisão, colha-se o
parecer do Procurador-Geral da República, observada a interposição do recurso
extraordinário com alegada base na alínea "a" do inciso III do artigo 102 da
Constituição Federal. 6. Publique-se e intime-se pessoalmente a União. Brasília,
27 de fevereiro de 2004. Ministro MARCO AURÉLIO Relator

Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 416.744-1
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): MARIA BECKER HOFFMANN
ADV.(A/S): HEITOR WENSING JÚNIOR E OUTRO(A/S)

fim do documento
Classe / Origem
RE 418638 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a)
Min. - EROS GRAU DJ DATA-11/03/2005 P OOO86
Julgamento
14/02/2005
Despacho
DECISÃO: Discute-se, nestes autos, a legitimidade da aplicação das disposições
da Lei n. 9.032/95, que alteraram a Lei n. 8.213/91, e, conseqüentemente, o
direito dos beneficiários da Previdência Social ao recálculo da prestação que
percebem. 2. A decisão recorrida julgou procedente a pretensão da autora para
determinar a alteração do percentual da prestação, adequando as modificações
introduzidas pela Lei n. 9.032/95 ao artigo 75 da Lei n. 8.213/91. 3. No presente
recurso extraordinário, alega a autarquia federal que a aplicação retroativa da
referida lei a fatos constituídos antes da sua vigência implicou violação do
disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição do Brasil, que assegura a
intangibilidade do ato jurídico perfeito. Pede, por isso, a reforma do julgado. 4.
Insubsistentes, no entanto, os argumentos expendidos pelo recorrente. A Lei n.
9.032/95, ao alterar o artigo 75 da Lei n. 8.213/91, dispôs que "o valor mensal
da pensão por morte, inclusive a decorrente de acidente de trabalho, consistirá
numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-
contribuição". Resta evidente, portanto, que não houve alteração dos
pressupostos constitutivos para a concessão da prestação, mas tão-só do
quantum percebido, cujo parâmetro é a contribuição previdenciária a que o
beneficiário esteve obrigado. 5. Não há falar, então, em violação do ato jurídico
perfeito. Como decidido por esta Corte em caso similar, em que se controvertia
a respeito do teto de benefício tendo em consideração também o salário de
contribuição --- AI n. 54.478-AgR, Agravante INPS, Relator o Ministro Luiz
Gallotti, DJ de 23.8.72 ---, cuida-se de "uma relação de trato sucessivo, que se
projeta para o futuro, [e] óbvio é que a lei (...) pretendeu abranger as suas
sucessivas alterações, para evitar a estagnação que resultaria do aviltamento
da moeda". 6. Por outro lado, importa atentar para o fato de que o dispositivo
legal que majorar o percentual relativo às cotas familiares de pensão por morte
deve ser aplicado a todos os benefícios previdenciários, independentemente da
lei vigente na data do fato gerador, sendo inadmissível a alegação de aplicação
retroativa da lei, portanto, a hipótese não é de retroação, mas de incidência
imediata da norma. Em casos como o da espécie, tem aplicação o julgado deste
Tribunal proferido nos autos do RE n. 244.931, Relator o Ministro Moreira Alves,
DJ de 9.8.2002: "Ementa: (...). Por outro lado, no tocante à alegação de ofensa a
ato jurídico perfeito e a direito adquirido, essa violação inexiste, como
demonstrou o eminente Ministro Sepúlveda Pertence ao indeferir, em caso
análogo ao presente, o pedido de suspensão de segurança nº 1.033, 'verbis':
De logo, a situação não parece ser de retroação, mas de aplicação imediata; de
outro lado, quando se entendesse ser o caso da chamada 'retroatividade
mínima' (Matos Peixoto, "apud" Moreira Alves, ADIN 493, RTJ 143/724, 744), o
certo é que a proibição constitucional da lei retroativa não é absoluta, mas
restrita às hipóteses de prejuízo ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à
coisa julgada (Pontes de Miranda, Comentários à Constituição de 1946, 1953,
IV/126), do que, evidentemente, não se trata. Até porque, de regra, não os
pode invocar contra o particular o Estado de que dimana a lei nova." Ante o
exposto, com base no artigo 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao recurso
extraordinário. Intime-se. Brasília, 14 de fevereiro de 2005. Ministro Eros Grau
Relator

Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 418.638-1
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): JACY PRUDÊNCIO MACIEL
ADV.(A/S): GERSON BUSSOLO ZOMER E OUTRO(A/S)

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

Cópia do RG e CPF
Cópia da Carta de Concessão e Memória de Cálculo
Cópia do extrato dos últimos pagamentos ou histórico dos últimos pagamentos
pela internet no site www.previdenciasocial.gov.br
Procuração

ACÓRDÃOS RECENTES STJ

Processo
RESP 476571 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2002/0148164-0
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
11/02/2003
Data da Publicação/Fonte
DJ 10.03.2003 p. 357
Ementa
RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE.
APLICAÇÃO DA LEI NOVA MAIS BENÉFICA. LEIS Nº 8.213/91 E 9.032/95.
POSSIBILIDADE.
- Em tema de revisão de auxílio-acidente, admite-se a aplicação da
lei posterior, em face da relevância da questão social que
envolve o assunto.
- O art. 86, da Lei 8213/91, com a nova redação conferida pela Lei
9.032/95 é aplicável aos benefícios concedidos antes de sua edição,
porque imediata a incidência desta.
- Recurso especial não conhecido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal
de Justiça, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do
voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves,
Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Fontes de Alencar votaram com
o Sr. Ministro-Relator.

Processo
RESP 240771 / SC ; RECURSO ESPECIAL
1999/0109927-7
Relator(a)
Ministro JORGE SCARTEZZINI (1113)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
08/05/2001
Data da Publicação/Fonte
DJ 18.06.2001 p. 164
Ementa
AÇÃO ACIDENTÁRIA – BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI ANTERIOR -
REAJUSTE NOS CRITÉRIOS DA LEI 9.032/95 – REGRA DE ORDEM PÚBLICA.
- Sendo a Lei 9.032/95 mais benéfica, deve incidir a todos os
filiados da Previdência Social, sem exceção, com casos pendentes de
concessão ou já concedidos.
- Em se tratando de lei de ordem pública, e visando atingir a todos
que nesta situação fática se encontram, não faz sentido
excepcionar-se sua aplicação sob o manto do direito adquirido e do
ato jurídico perfeito.
- Recurso conhecido e provido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça em, na conformidade dos
votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer
do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator, com quem votaram os Srs. Ministros EDSON VIDIGAL, FELIX
FISCHER e GILSON DIPP. Ausente, ocasionalmente o Sr. Ministro JOSÉ
ARNALDO DA FONSECA
Processo
RESP 337795 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2001/0097453-7
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
27/08/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 16.09.2002 p. 238
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL DE BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. AUXÍLIO-ACIDENTE.
PERCENTUAL. LEI Nº 9.032/95. LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO
RETROATIVA.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consagrou o
entendimento de que as ações revisionais de benefícios acidentários
tem como foro competente a Justiça Comum Estadual (RE 204.204/SP,
rel. Min. Maurício Corrêa e RE 264.560/SP, rel. Min. Ilmar Galvão).
- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando de
acidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente à
época da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casos
pendentes de concessão.
- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, o
faz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novos
padrões que se estabelecem.
- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio de
sua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,
mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordem
pública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que se
encontrem na situação fática por ela abarcada.
- Recurso especial não conhecido

Processo
RESP 337819 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2001/0097468-7
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
13/08/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 02.09.2002 p. 253
Ementa
PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. LEI Nº 9.032/95.
LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI.
- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando de
acidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente à
época da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casos
pendentes de concessão.
- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, o
faz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novos
padrões que se estabelecem
- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio de
sua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,
mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordem
pública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que se
encontrem na situação fática por ela abarcada.
- Recurso especial não conhecido

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO


DA COMARCA DE ITU - SÃO PAULO
IVONE SABINO MACHADO, brasileira, solteira,
ascensorista, portadora do RG nº 3.867.989-6, inscrita no CPF/MF sob o nº
533.607.877-69, residente e domiciliada à Av. Doze de Outubro, 199, bairro de
Ituverava, cidade de Itú - SP - CEP: 14625-000, por meio de seu advogado
(mandato incluso), que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência,
propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE


PREVIDENCIÁRIO

em face do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia


Federal, com Superintendência Regional na cidade de São Paulo, com endereço
à Rua Xavier de Toledo, nº 280 - 13º andar - Centro - São Paulo - SP - CEP:
01048-000, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
ESTADUAL

A Justiça Estadual é competente para julgar lides em que o


objeto seja Acidente de Trabalho.

Tal entendimento vem de decisões inúmeras de nossos


tribunais, senão vejamos:

A competência para julgamento das ações acidentárias é


da Justiça Estadual, forte no art. 129, da Lei 8.213/91 e nas inúmeras decisões
de nossos tribunais:

“PROCESSUAL CIVIL – CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA – AÇÃO


ACIDENTÁRIA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – SÚMULA Nº 15, STJ”.
Compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações cuja pretensão
envolva o reexame veiculado à matéria acidentária em si mesma, recaindo no
âmbito de incidência do enunciado da Súmula nº 15, STJ, ex vi do artigo 109, I,
da CF. Conflito conhecido, declarando-se competente o Tribunal de Justiça, o
suscitado. (STJ – CC 31708 – MG – 3ª S. – Rel. Min. Vicente Leal – DJU
18.03.2002)"

”PROCESSUAL CIVIL. COMPETENCIA. AÇÃO ACIDENTARIA. JUIZO


ESTADUAL”.

Conforme art. 109, inc. I da CF/88 é da Justiça Comum do Estado a


competência para processar e julgar ações acidentárias. Competente o MM.
Juiz de direito da 3ª Vara de Acidentes do Trabalho da Comarca do Rio de
Janeiro. (STJ – CC 1057 (199000018722/RJ) – 1ª Seção – Rel. Min. Carlos Velloso
– DJU 14/05/1990)”

O artigo 129, da Lei nº 8.213/91 é claro:

“Os litígios e medidas cautelares


relativos a acidentes do trabalho
serão apreciados:

I- ...

II- na via judicial, pela Justiça dos


Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as
férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação
do evento à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente de
Trabalho-CAT.”

II - DOS FATOS
A autora é beneficiária do instituto-Réu desde 27/07/1992
(doc. anexo 1), inscrita no benefício sob o nº 00889546-2 (doc. anexo 2),
fazendo jus desde então, ao recebimento de auxílio-acidente.

Ocorre que, à época da concessão do benefício da Autora, a


legislação vigente impunha o percentual de 30% do valor do salário-de-
contribuição em caso de acidente de trabalho como no caso da Autora.
(verificar qual o inciso em que se enquadrava: I, II ou III da Lei
8.213/91, artigo 86, para verificar se não está no inciso III que dava
direito a 60%, que é superior a lei atual.

Desde então, a Autora vem recebendo seu benefício desta


forma e neste patamar, sem qualquer alteração ou sequer revisão de seu
valor, apesar de haver legislação posterior regulando de maneira diferenciada
este tipo de benefício, que estipulou o patamar de 50% para todos os casos.

Desta feita, a Autora não vislumbra outra alternativa, que a


de se socorrer do Judiciário para ver reparado seu direito, amparado pelo
Princípio da Igualdade, constante em nossa Lei Maior.

III - DO DIREITO

A Autora obteve a concessão do seu benefício Auxílio-


Acidente, em 27/07/1.992, por ocasião, fazia jus a tal assistência conforme os
ditames da Lei da Previdência nº 8.213 de 1.991 em seu artigo 86.

Estipulava então, o artigo 86 da referida Lei, que o valor do


benefício Auxílio-Acidente deveria equivaler a 30% (trinta por cento) do valor
do salário-de-contribuição, visto estar enquadrada no inciso I do referido artigo.

Dizia a antiga redação do artigo 86 da Lei 8.213/91:

“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido ao segurado quando, após a


consolidação das lesões decorrentes do acidente do trabalho, resultar seqüela que
implique:
I - redução da capacidade laborativa que exija maior esforço ou necessidade de
adaptação para exercer a mesma atividade, independentemente de reabilitação
profissional;
II - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da
atividade que exercia à época do acidente, porém, não o de outra, do mesmo nível de
complexidade, após reabilitação profissional; ou
III - redução da capacidade laborativa que impeça, por si só, o desempenho da
atividade que exercia à época do acidente, porém não o de outra, de nível inferior de
complexidade, após reabilitação profissional.
§ 1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá,
respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a
30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por
cento) do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não
podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício.”

No entanto, tal artigo sofreu alteração dada pela Lei nº


9.032/95, em seu artigo 3º, que assim estabelecia:
“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza
que impliquem em redução da capacidade funcional.

1º O auxílio-acidente mensal e vitalício corresponderá a 50% (cinqüenta


por cento) do salário-de-benefício do segurado. “

Infere-se assim, que aqueles segurados que obtiveram o


deferimento de seu benefício posteriormente ao advento da Lei 9.032/95,
alcançaram um valor maior de prestação em comparação com aqueles
segurados com benefício concedido anteriormente a referida lei, como é o caso
da Autora, em virtude da alteração do percentual aplicado, que era de 30%
(trinta por cento) e passou a ser de 50% (cinqüenta por cento).

Esta nova sistemática de cálculo, não foi aplicada ao


benefício da Autora, que se viu em desigualdade de condições em relação
àqueles segurados que tem o benefício Auxílio-Acidente regido pela Lei
9.032/95, que agora teriam um percentual de 50% (cinqüenta por cento) do
valor do salário-de-contribuição.

Vale ressaltar, que o instituto-Réu não realizou qualquer


revisão ou alteração no valor do benefício da Autora, isto é, novamente
privilegiou-se alguns excluindo-se outros.

Desta forma, o que se pode denotar é que o instituto-Réu


está agindo desigualmente entre os iguais, ferindo um Princípio norteador de
nossa Constituição, que é o Princípio da Isonomia ou Igualdade.

Prescreve o artigo 5º da nossa Carta Magna de 1.988:

"Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
igualdade, à segurança e a
propriedade, (...)".

Veja-se, portanto que o Princípio da Igualdade tem sede


explícita no texto constitucional, sendo mencionada inclusive no Preâmbulo da
Constituição. Destarte, é norma supraconstitucional; estamos diante de um
Princípio, para o qual todas as demais normas devem obediência.

Há que se valer, portanto, do Princípio da Isonomia ou


Igualdade, no momento da elaboração da lei, apresentado-se isto como algo
lógico e coerente.
Se em épocas diferentes, se estabeleceram valores e
parâmetros diferentes para um mesmo caso, necessário e pertinente que se
faça a adequação dos casos anteriores à realidade atual, sob pena de produzir-
se uma instabilidade social.

A prestação continuada da Autora, denominada Auxílio-


Acidente, tem cunho alimentar, de sobrevivência e não é de forma alguma
diferente dos benefícios Acidentários concedidos atualmente, agora sob a
égide da Lei nº 9.032/95, ou seja, calculadas à base de 50% (cinqüenta por
cento) do valor do salário-de-contribuição.

Com efeito, existe entendimento já pacificado no âmbito


dos tribunais de que a lei nova pode ser aplicada aos efeitos futuros de
relação jurídica preexistente, desde que se respeite o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada e, uma vez sendo a norma posterior mais
benéfica ao beneficiário, não há impedimento de que ela seja aplicada. É que,
na espécie, realça a questão social.

É cediço que a lei previdenciária, de caráter


eminentemente social, destina-se a proteger os segurados assegurando-lhes
o direito à percepção de benefícios que se constituem de meios
indispensáveis à sua manutenção em razão de incapacidade, desemprego
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão
ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.

O legislador, ao alterar o percentual do benefício, o faz


para adequá-lo aos novos padrões da vida social.

Sendo a norma de direito público, deve comportar


interpretação extensiva, não havendo amparo para perpetrar uma
discriminação entre benefícios concedidos em datas distintas, quando a
situação jurídica é rigorosamente idêntica.
Assim, embora o tempus regit actum seja a regra geral
para disciplinar as relações jurídicas, na hipótese, a Lei 9.032⁄95, por conter
normas gerais de concessão de benefícios, deve tutelar a todos os
beneficiários da previdência, sem exceção, sem que se alegue agressão a
direito adquirido ou ato jurídico perfeito.

No mesmo sentido, vários são os julgados:

"PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RETROATIVIDADE DA LEI


NOVA MAIS BENÉFICA. LEIS Nº 8.213⁄91 E 9.032⁄95. POSSIBILIDADE.
- Em tema de concessão de benefício previdenciário decorrente de pensão
por morte, admite-se a retroação da lei instituidora, em face da relevância
da questão social que envolve o assunto.
- O art. 75, da Lei 8213⁄91, com a nova redação conferida pela Lei 9.032⁄95 é
aplicável às pensões concedidas antes de sua edição, porque imediata a sua
incidência.
- Embargos de divergência conhecidos e acolhidos." (ERESP 311302 ⁄ AL,
Terceira Seção, Minha Relatoria, DJ de16⁄09⁄2002, pág.00137).

"EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO.


MAJORAÇÃO DE COTA.ARTIGO 75 DA LEI 8.213⁄91, ALTERADO PELA
LEI 9.032⁄95. POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA IMEDIATA DA LEI NOVA.
I - O artigo 75 da Lei 8.213⁄91, na redação da Lei 9.032⁄95 deve ser aplicado
em todos os casos, alcançando todos os benefícios previdenciários,
independentemente da lei vigente à época em que foram concedidos.
Precedentes.
II – Esta orientação, entretanto, não significa aplicação retroativa da lei nova,
mas sua incidência imediata, pois qualquer aumento de percentual passa a
ser devido a partir da sua vigência.
III - Embargos rejeitados." (ERESP 297274 ⁄ AL, Terceira Seção, Relator
Ministro Gilson Dipp, DJ de 07⁄10⁄2002, pág. 170).

"AÇÃO ACIDENTÁRIA – BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI


ANTERIOR - REAJUSTE NOS CRITÉRIOS DA LEI 9.032⁄95 – REGRA DE
ORDEM PÚBLICA.
- Sendo a Lei 9.032⁄95 mais benéfica, deve incidir a todos os filiados da
Previdência Social, sem exceção, com casos pendentes de concessão ou já
concedidos.
- Em se tratando de lei de ordem pública, e visando atingir a todos que nesta
situação fática se encontram, não faz sentido excepcionar-se sua aplicação
sob o manto do direito adquirido e do ato jurídico perfeito.
- Recurso conhecido e provido." (RESP 240.771⁄SC, Quinta Turma, Relator
Ministro Jorge Scartezzini, DJ de 18⁄06⁄2001, pág. 164).

Dentro dessa visão teleológica, não há porque a Autora


permanecer com o valor do benefício Auxílio-Acidente no mesmo patamar que
à época, sendo que os benefícios da mesma espécie tem um valor maior com
base em um percentual maior.

É indissociável o benefício previdenciário, das necessidades


vitais básicas da pessoa humana, e a lei nova, vedada a ofensa ao ato jurídico
perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada, tem efeito imediato e geral,
alcançando as relações jurídicas que lhes são anteriores.
Portanto, Excelência, a Autora faz jus ao novo recálculo de
seu benefício pelos argumentos apresentados.

III - DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer seja a Autarquia citada,


na pessoa de seu representante judicial, no endereço declinado no preâmbulo
para, querendo, apresentar a contestação que entender cabível, devendo a
demanda, ao final, ser julgada procedente, condenando-a efetuar a revisão do
benefício Auxílio-Acidente, a partir de 28.04.95, na forma do artigo 86 da Lei
8.213/91, com a redação dada pela lei 9.032/95, consistindo seu valor em
renda mensal igual a 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-contribuição.

Ademais, requer a condenação ao pagamento das


diferenças encontradas entre o novo valor, e o valor efetivamente pago até a
sentença definitiva, atualizadas com a incidência da correção monetária
conforme a Súmula nº 148 do E. STJ, e acrescidas de juros moratórios de 6% ao
ano, a contar da citação da autarquia até a data do pagamento, e ainda, aos
honorários advocatícios em 20%, do valor total da condenação.

Requer, outrossim, a renúncia do crédito excedente a 60


salários mínimos, quando da atualização, para que possa a autora optar pelo
pagamento do saldo sem o precatório, conforme reza o parágrafo 4º do artigo
17, da Lei 10259/01.

Requer, por derradeiro, que lhe seja concedida a


Assistência Judiciária Gratuita diante de sua condição, e por força da natureza
da causa, que tem cunho alimentar (declaração de pobreza anexo).

Indica as provas pertinentes, sem exclusão de qualquer.

Dá à causa o valor de R$ 13.963,30 (treze mil, novecentos e


sessenta e três reais e trinta centavos).

São Paulo, 28 de julho de 2003

Advogado
OAB/SP nº

Você também pode gostar