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ASSES. E
CONSULTORIA
AGOSTO 2005
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Era esta a norma inserta no artigo 6º, §1º da Lei de Acidentes do Trabalho
(Lei n. 6.367 de 21.10.76):
Art. 6º (...)
Vigente a Lei n. 8.213/91, assim dispôs na letra de seu artigo 86, §1º:
“Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.”
É da jurisprudência, a propósito:
² De acordo com o Supremo Tribunal Federal equivocam-se aqueles que defendem que os
segurados do Regime Geral de Previdência Social – RGPS têm direito adquirido a certa forma de
reajuste, situação bastante comum em relação aos pedidos de manutenção dos benefícios em
número de salários mínimos. O STF entendeu nessa hipótese que o segurado não tem direito
adquirido ao regime jurídico que foi observado para o cálculo do benefício, o que implica dizer
que, mantido o quantum daí resultante, esse regime jurídico pode ser modificado. Portanto, se
não há direito adquirido a regime jurídico de um instituto de direito, a lei pode, a qualquer
momento, trazer alterações, que alcançarão as situações em curso, como na situação aqui
discutida.
³ STJ – Embargos de Divergência em Resp n. 238.816-SC – Min. Rel. Gílson Dipp – 3ª Seção – data
do julgamento 24.4.2002.
Recurso especial. Previdenciário. Revisão de ação acidentária. Competência.
Justiça Comum Estadual. Precedentes do STF. Lei mais benéfica. Incidência.
Benefícios em manutenção. Possibilidade.
4. Considerações finais
Como a ação é um direito público subjetivo, os beneficiários de auxílio-
acidente, concedido antes do advento da Lei n. 9.032/95, podem movimentar a
máquina judiciária, provocando a prestação jurisdicional para majorar o
coeficiente de cálculo do benefício acidentário para 50% (cinqüenta por cento|)
do salário-de-benefício.
Além disso, convém esclarecer que a tese aqui levantada não afronta o
primado do ato jurídico perfeito. Explica-se: as importâncias de natureza
previdenciária não representam “prestações fracionadas” de um quantum a
receber, mas sim “prestações sucessivas”, irredutíveis e reajustáveis. Assim há
incidência imediata da lei nova mais benéfica sobre cada uma delas, sem que
se possa falar em ofensa ao direito adquirido ou ao ato jurídico perfeito,
insuscetíveis de serem alterados.
Classe / Origem
RE 420551 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a)
Min. - - MARCO AURÉLIO DJ DATA-31/03/2005 P OOO78
Julgamento
28/02/2005
Despacho
DECISÃO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA
VERSUS APLICAÇÃO RETROATIVA - RELAÇÃO JURÍDICA DE DÉBITO CONTINUADO
- PENSÃO POR MORTE - FONTE DE CUSTEIO - MATÉRIA FÁTICA. 1. A Turma
Recursal da Seção Judiciária do Estado de Santa Catarina acolheu pedido
formulado no recurso, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a "a)
revisar o benefício de pensão por morte da parte autora, elevando a renda
mensal para 100% do salário-de-benefício, a partir da vigência da Lei nº
9.032/95 (28/04/1995); b) pagar as diferenças das parcelas vencidas,
respeitada a prescrição qüinqüenal, com a devida correção monetária(...)"
(folha 57). O Colegiado entendeu que as Leis nºs 8.213/91 e 9.032/95 "devem
incidir imediatamente sobre todos os benefícios de pensão, independentemente
da lei vigente ao tempo do óbito do segurado" (folha 54), não podendo a
autarquia previdenciária evocar as garantias constitucionais do direito
adquirido e do ato jurídico perfeito. Quanto à necessidade de fonte de custeio,
consignou que o "almejado equilíbrio atuarial não significa relação imediata,
direta e específica entre determinado benefício previdenciário e as
contribuições que supostamente lhe deveriam servir por suporte financeiro"
(folha 54). Assentou que alguns benefícios não dependem de carência, de
contribuições, para serem concedidos, sobretudo aqueles relacionados à
assistência social. Por outro lado, registrou não haver preceito na Constituição
Federal a exigir que, na lei que importou na criação, majoração ou extensão de
benefício, seja criada ou apontada a fonte de custeio. Asseverou ainda que,
diante da complexidade dos sistemas orçamentários, tributários e de
financiamento da seguridade social, a demonstração de eventual desequilíbrio
não pode ficar a cargo dos segurados, sendo ônus da Administração Pública,
representada pelo Instituto Nacional de Seguro Social. Fez ver que a Lei nº
9.032/95, ao tempo em que aumentou a percentagem da pensão por morte,
incrementou as receitas previdenciárias, não havendo margem a entender-se
pela ofensa ao artigo 195, § 5º, da Carta (folha 45 a 58). No recurso
extraordinário de folha 59 a 70, interposto com alegada base na alínea "a" do
permissivo constitucional, o Instituto Nacional do Seguro Social articula com a
transgressão dos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, do Diploma Fundamental.
Sustenta, em síntese, que a concessão do benefício previdenciário é ato jurídico
perfeito, não podendo ser modificado por lei posterior que tenha alterado o
percentual do benefício, no caso, a pensão. Salienta que a elevação, de 50%
para 100%, sem a correspondente fonte de custeio, acarretaria o rompimento
do equilíbrio atuarial do sistema. A recorrida apresentou as contra-razões de
folha 72 a 86, nas quais discorre sobre o acerto da conclusão adotada pela
Turma Recursal; a ausência de demonstração de violência aos preceitos
evocados e o direito à pensão majorada conforme a Lei nº 9.032/95. O recurso
foi admitido por meio do ato de folhas 87 e 88. Às folhas 94 à 98, indeferi o
pleito de liminar formulado, decisão que restou referendada pela Turma,
consoante se extrai do acórdão de folha 99 a 107. A Procuradoria Geral da
República, no parecer de folha 111, preconiza o não-conhecimento do recurso.
2. Cumpre distinguir aplicação retroativa da lei e incidência imediata,
considerada relação jurídica de débito permanente projetado no tempo. Então,
há de se ter presente que a recorrida é beneficiária de pensão por morte do
cônjuge. É certo que, à época do início da satisfação do benefício, da morte do
segurado, não estava em vigor a Lei nº 9.032/95, que aumentou a pensão de
50 para 100%. Entrementes, trata-se de relação jurídica que não se exaure, sob
o ângulo de direitos e obrigações, em um ato único, desdobrando-se a ponto de
atrair, relativamente a parcelas a vencer, a aplicação da lei nova, no que veio,
até mesmo, a corrigir quadro pouco consentâneo com a ordem natural das
coisas, passando a pensão para 100% do salário de benefício. O tema não é
novo e com ele já se defrontou a Primeira Turma em processo no qual funcionei
como relator - Recurso Extraordinário nº 420.560-2/SC. Também a Segunda
Turma vislumbrou no caso a incidência imediata da lei nova, refutando a
vulneração de ato jurídico perfeito e acabado - Agravo de Instrumento nº
401.597-1/RJ, relatora ministra Ellen Gracie. No tocante à fonte de custeio, é de
notar que a base de cálculo da pensão - o salário de benefício - pressupõe as
contribuições cabíveis. Não fora isso, na decisão prolatada, fica esclarecido que,
na lei majoradora da pensão, previram-se receitas previdenciárias. 3. Ante o
quadro, nego seguimento a este recurso extraordinário. 4. Publique-se. Brasília,
28 de fevereiro de 2005. Ministro MARCO AURÉLIO Relator
Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 420.551-3
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): FLORIPE VENTURELLI
ADV.(A/S): PAULO CESAR PIVA E OUTRO(A/S)
fim do documento
Classe / Origem
RE 416744 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a)
Min. MARCO AURÉLIO DJ DATA-16/03/2004 P - 00066
Julgamento
27/02/2004
Despacho
DECISÃO - LIMINAR JUIZADOS ESPECIAIS - RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
LIMINAR SUSPENSIVA DE PROCESSOS EM CURSO - LIMITES SUBJETIVOS E
OBJETIVOS DA LIDE - INDEFERIMENTO. 1. A Turma Recursal da Seção Judiciária
do Estado de Santa Catarina entendeu que todos os benefícios de pensão,
independentemente da lei em vigor ao tempo do óbito do segurado, são
alcançados pelas alterações introduzidas pelas Leis de nos 8.213/91 e 9.032/95,
a partir das respectivas edições. O Instituto Nacional do Seguro Social interpôs
recurso extraordinário, evocando esteio da alínea "a" do permissivo
constitucional. Aponta violação aos artigos 5º, inciso XXXVI, e 195, § 5º, da
Carta Política da República e sustenta que o ato de concessão do benefício
previdenciário é ato jurídico perfeito, não podendo ser alterado por lei posterior
que tenha alterado percentual do benefício, no caso a pensão. Além disso,
prossegue, inviável é a majoração da pensão, de 50% e 100%, sem a
correspondente fonte de custeio, sob pena de romper-se o equilíbrio atuarial do
sistema. O recorrente requer, tendo em vista a plausibilidade do direito
evocado, o receio de dano de difícil reparação e o teor do artigo 14, § 5º, da Lei
nº 10.259/2001, "seja concedida medida liminar suspendendo todos os
processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida". 2. Para indeferir a
pretensão liminar, valho-me de voto que cheguei a proferir em sessão
administrativa na qual submetida proposta de emenda regimental que visava a
disciplinar o tema. Eis o teor do voto: Processo : 318.715 Assunto : Emenda
Regimental - art. 321 RISTF A proposta de emenda regimental visa a dar ao
artigo 321, cabeça, do Regimento Interno texto adaptado às normas
constitucionais em vigor e a inserir nesse artigo o § 5º com a seguinte redação:
Art. 321 - O recurso extraordinário para o Tribunal será interposto no prazo
estabelecido na lei processual pertinente, com indicação do dispositivo que o
autorize, dentre os casos previstos nos artigos 102, II, a, b, c, e 121, § 3º, da
Constituição Federal. § 5º Ao recurso extraordinário interposto no âmbito dos
Juizados Especiais Federais, instituídos pela Lei nº 10.259, de 12 de julho de
2001, aplicam-se as seguintes regras: I - verificada a plausibilidade do direito
invocado e havendo fundado receio da ocorrência de dano de difícil reparação,
em especial quando a decisão recorrida contrariar súmula ou jurisprudência
dominante do Supremo Tribunal Federal, poderá o relator conceder de ofício ou
a requerimento do interessado, ad referendum do Plenário, medida liminar para
determinar o sobrestamento, na origem, dos processos nos quais a controvérsia
esteja estabelecida, até o pronunciamento desta Corte sobre a matéria; II - o
relator, se entender necessário, solicitará informações ao Presidente da Turma
Recursal ou ao Coordenador da Turma de Uniformização, que serão prestadas
no prazo de 05 (cinco) dias; III - eventuais interessados, ainda que não sejam
partes no processo, poderão se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no inciso I
deste § 5º; IV - o relator abrirá vistas dos autos ao Ministério Público Federal,
que deverá pronunciar-se no prazo de 05 (cinco) dias; V - recebido o parecer do
Ministério Público Federal, o relator lançará relatório, colocando-o à disposição
dos demais Ministros, e incluirá o processo em pauta para julgamento, com
preferência sobre todos os demais feitos, à exceção dos processos com réus
presos, habeas corpus e mandado de segurança; VI - eventuais recursos
extraordinários que versem idêntica controvérsia constitucional, recebidos
subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais ou de Uniformização,
ficarão sobrestados, aguardando-se o pronunciamento do Supremo Tribunal
Federal; VII - publicado o acórdão respectivo, em lugar especificadamente
destacado no Diário da Justiça da União, os recursos referidos no inciso anterior
serão apreciados pelas Turmas Recursais ou de Uniformização, que poderão
exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se cuidarem de tese
não acolhida pelo Supremo Tribunal Federal; VIII - o acórdão que julgar o
recurso extraordinário conterá, se for o caso, súmula sobre a questão
constitucional controvertida, e dele será enviada cópia ao Superior Tribunal de
Justiça e aos Tribunais Regionais Federais, para comunicação a todos os
Juizados Especiais federais e às Turmas Recursais e de Uniformização. Quanto à
proposta de alteração da cabeça do artigo 321 do Regimento Interno, tem-se
simples atualização para que ocorra referência aos dispositivos constitucionais
hoje em vigor, ou seja, aos artigos 102, inciso III, alíneas "a", "b" e "c", e 121, §
3º, da Constituição Federal. Surge a problemática referente à inserção do § 5º e
incisos ao artigo 321. Por força de norma legal - § 2º do artigo 542 do Código de
Processo Civil -, os recursos extraordinário e especial são recebidos apenas no
efeito devolutivo. A concessão de eficácia suspensiva corre à conta de situação
extravagante, conforme proclamado em inúmeros casos pelo próprio Tribunal.
Há a necessidade de o interessado buscar o efeito excepcional - que é o
suspensivo -, mediante o ajuizamento, em face do poder de cautela geral do
Judiciário, de ação cautelar. Impossível é ter-se regra regimental a alijar o que
previsto no Código de Processo Civil, conferindo ao relator a faculdade de, sem
provocação da parte, ou mediante requerimento desta, deferir liminar. Acresça-
se dado de maior envergadura, considerado o sistema processual vigente até
aqui. A proposta efetuada possibilita que a liminar deferida no recurso
extraordinário, possuidor de balizas subjetivas próprias, alcance processos
diversos em curso em qualquer juizado do País. O preceito ganha alcance
superlativo, dando ao relator no Supremo Tribunal Federal incumbência que
extravasa os limites subjetivos do processo a ele distribuído. Implica a
possibilidade de atuar em situação idêntica à prevista quanto ao processo
objetivo revelador da ação declaratória de constitucionalidade, no que o artigo
21 da Lei nº 9.868/99 estabelece - talvez mesmo diante da circunstância de
tratar-se de processo objetivo - a possibilidade de o Plenário, e não o relator,
suspender, em medida cautelar, o julgamento dos processos que envolvam a
aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento
definitivo. Descabe estender a previsão, via norma regimental, ao âmbito do
processo subjetivo, ao recurso extraordinário, com a peculiaridade de ter-se a
atuação do relator. Frise-se, por oportuno, que o artigo 14 da Lei nº 10.259/01
refere-se a pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando
houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas
por Turmas Recursais na interpretação da lei, sinalizando a ordem natural das
coisas, e até mesmo o § 4º do citado artigo, o órgão competente para o
julgamento do incidente de uniformização, ou seja, a Turma de Uniformização,
que, iniludivelmente, não estará integrada ao Supremo Tribunal Federal. O § 6º
do artigo mencionado, mais uma vez, dispondo acerca de pedidos de
uniformização idênticos, remete às Turmas Recursais, versando a retenção para
que se aguarde o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. Nem se diga
que o § 10 alude não só aos tribunais regionais, como também ao Superior
Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. O preceito longe fica de
direcionar à conclusão segundo a qual cumpre ao Supremo pacificar, em
incidente de uniformização, a jurisprudência dos Juizados Especiais. A
referência nele contida, considerada a cláusula "no âmbito de suas
competências", diz respeito à admissibilidade do recurso extraordinário
interposto na origem em processo subjetivo. Vale dizer, cumpre ao Supremo
Tribunal Federal apenas a fixação das balizas a serem observadas pelo juízo
primeiro de admissibilidade do extraordinário. Vale salientar que o Diário
Oficial, na Seção 1, de ontem, 1º de outubro de 2003, publicou a Resolução do
Conselho de Justiça Federal nº 330, de 5 de setembro de 2003, aprovando o
Regimento Interno da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência,
presidida pelo Coordenador-Geral da Justiça Federal e integrada ainda por dez
juízes federais, sendo dois de cada Região. Assim, além da observância da
ordem natural das coisas - a uniformização é no âmbito de certo Tribunal ou, no
caso, considerados os juizados especiais e respectivas Turmas, não cabendo,
ante mesmo a existência de mecanismo próprio, qual seja, os embargos de
divergência do artigo 546 do Código de Processo Civil, dentro do Supremo
Tribunal Federal -, ter-se-á conflito de normas regimentais, com sobreposição
de medidas uniformizadoras - no Supremo e na Turma Nacional de
Uniformização de Jurisprudência. Quanto aos demais incisos propostos, seguem
eles a sorte do inciso I, cabendo algumas observações. No tocante ao inciso III,
tenho a regra como a modificar a relação processual do próprio recurso
extraordinário, no que se prevê que "eventuais interessados, ainda que não
sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias, a
contar da publicação da decisão concessiva da medida cautelar prevista no
inciso I deste § 5º" - redação em conformidade com o § 7º do artigo 14 da Lei nº
10.259/2001. Tem este dispositivo íntima ligação com o incidente de
uniformização de competência da Turma Recursal e não do Supremo Tribunal
Federal. Também não vejo como disciplinar-se sobrestamento de processos
diversos, nos quais interposto recurso extraordinário, com a automaticidade
contemplada no inciso VI. As partes têm o direito constitucional à tramitação
regular dos processos, não havendo como caminhar para a mesclagem
sugerida, mormente via norma regimental. Descabe ainda a eficácia vinculante
retratada no inciso VII que se pretende aprovar. Até aqui não houve reforma
constitucional em tal sentido, a ponto de transferir-se aos próprios órgãos
prolatores das decisões impugnadas mediante o recurso extraordinário o
julgamento deste. Em síntese, peço vênia para votar contra a inserção do § 5º
no artigo 321 do Regimento Interno do Tribunal, considerado o teor proposto. 3.
Indefiro a medida acauteladora de suspensão de processos em curso a
versarem sobre a matéria, reafirmando a necessidade de se atentar para a
organicidade e a dinâmica tão próprias ao Direito instrumental, surgindo, nesse
campo, com valia inafastável, as balizas subjetivas e objetivas do processo. A
decisão, uma vez coberta pelo manto da coisa julgada material, eficácia que a
torna imutável e indiscutível quando não mais sujeita a recurso ordinário e
extraordinário, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas -
artigos 467 e 468 do Código de Processo Civil. 4. À Turma, para o crivo
regimental. 5. Após a apreciação, referendada ou não esta decisão, colha-se o
parecer do Procurador-Geral da República, observada a interposição do recurso
extraordinário com alegada base na alínea "a" do inciso III do artigo 102 da
Constituição Federal. 6. Publique-se e intime-se pessoalmente a União. Brasília,
27 de fevereiro de 2004. Ministro MARCO AURÉLIO Relator
Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 416.744-1
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): MARIA BECKER HOFFMANN
ADV.(A/S): HEITOR WENSING JÚNIOR E OUTRO(A/S)
fim do documento
Classe / Origem
RE 418638 / SC
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a)
Min. - EROS GRAU DJ DATA-11/03/2005 P OOO86
Julgamento
14/02/2005
Despacho
DECISÃO: Discute-se, nestes autos, a legitimidade da aplicação das disposições
da Lei n. 9.032/95, que alteraram a Lei n. 8.213/91, e, conseqüentemente, o
direito dos beneficiários da Previdência Social ao recálculo da prestação que
percebem. 2. A decisão recorrida julgou procedente a pretensão da autora para
determinar a alteração do percentual da prestação, adequando as modificações
introduzidas pela Lei n. 9.032/95 ao artigo 75 da Lei n. 8.213/91. 3. No presente
recurso extraordinário, alega a autarquia federal que a aplicação retroativa da
referida lei a fatos constituídos antes da sua vigência implicou violação do
disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição do Brasil, que assegura a
intangibilidade do ato jurídico perfeito. Pede, por isso, a reforma do julgado. 4.
Insubsistentes, no entanto, os argumentos expendidos pelo recorrente. A Lei n.
9.032/95, ao alterar o artigo 75 da Lei n. 8.213/91, dispôs que "o valor mensal
da pensão por morte, inclusive a decorrente de acidente de trabalho, consistirá
numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-
contribuição". Resta evidente, portanto, que não houve alteração dos
pressupostos constitutivos para a concessão da prestação, mas tão-só do
quantum percebido, cujo parâmetro é a contribuição previdenciária a que o
beneficiário esteve obrigado. 5. Não há falar, então, em violação do ato jurídico
perfeito. Como decidido por esta Corte em caso similar, em que se controvertia
a respeito do teto de benefício tendo em consideração também o salário de
contribuição --- AI n. 54.478-AgR, Agravante INPS, Relator o Ministro Luiz
Gallotti, DJ de 23.8.72 ---, cuida-se de "uma relação de trato sucessivo, que se
projeta para o futuro, [e] óbvio é que a lei (...) pretendeu abranger as suas
sucessivas alterações, para evitar a estagnação que resultaria do aviltamento
da moeda". 6. Por outro lado, importa atentar para o fato de que o dispositivo
legal que majorar o percentual relativo às cotas familiares de pensão por morte
deve ser aplicado a todos os benefícios previdenciários, independentemente da
lei vigente na data do fato gerador, sendo inadmissível a alegação de aplicação
retroativa da lei, portanto, a hipótese não é de retroação, mas de incidência
imediata da norma. Em casos como o da espécie, tem aplicação o julgado deste
Tribunal proferido nos autos do RE n. 244.931, Relator o Ministro Moreira Alves,
DJ de 9.8.2002: "Ementa: (...). Por outro lado, no tocante à alegação de ofensa a
ato jurídico perfeito e a direito adquirido, essa violação inexiste, como
demonstrou o eminente Ministro Sepúlveda Pertence ao indeferir, em caso
análogo ao presente, o pedido de suspensão de segurança nº 1.033, 'verbis':
De logo, a situação não parece ser de retroação, mas de aplicação imediata; de
outro lado, quando se entendesse ser o caso da chamada 'retroatividade
mínima' (Matos Peixoto, "apud" Moreira Alves, ADIN 493, RTJ 143/724, 744), o
certo é que a proibição constitucional da lei retroativa não é absoluta, mas
restrita às hipóteses de prejuízo ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à
coisa julgada (Pontes de Miranda, Comentários à Constituição de 1946, 1953,
IV/126), do que, evidentemente, não se trata. Até porque, de regra, não os
pode invocar contra o particular o Estado de que dimana a lei nova." Ante o
exposto, com base no artigo 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao recurso
extraordinário. Intime-se. Brasília, 14 de fevereiro de 2005. Ministro Eros Grau
Relator
Partes
RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 418.638-1
PROCED.: SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. EROS GRAU
RECTE.(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADV.(A/S): MIGUEL ÂNGELO SEDREZ JUNIOR
RECDO.(A/S): JACY PRUDÊNCIO MACIEL
ADV.(A/S): GERSON BUSSOLO ZOMER E OUTRO(A/S)
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
Cópia do RG e CPF
Cópia da Carta de Concessão e Memória de Cálculo
Cópia do extrato dos últimos pagamentos ou histórico dos últimos pagamentos
pela internet no site www.previdenciasocial.gov.br
Procuração
Processo
RESP 476571 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2002/0148164-0
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
11/02/2003
Data da Publicação/Fonte
DJ 10.03.2003 p. 357
Ementa
RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE.
APLICAÇÃO DA LEI NOVA MAIS BENÉFICA. LEIS Nº 8.213/91 E 9.032/95.
POSSIBILIDADE.
- Em tema de revisão de auxílio-acidente, admite-se a aplicação da
lei posterior, em face da relevância da questão social que
envolve o assunto.
- O art. 86, da Lei 8213/91, com a nova redação conferida pela Lei
9.032/95 é aplicável aos benefícios concedidos antes de sua edição,
porque imediata a incidência desta.
- Recurso especial não conhecido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal
de Justiça, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos do
voto do Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Fernando Gonçalves,
Hamilton Carvalhido, Paulo Gallotti e Fontes de Alencar votaram com
o Sr. Ministro-Relator.
Processo
RESP 240771 / SC ; RECURSO ESPECIAL
1999/0109927-7
Relator(a)
Ministro JORGE SCARTEZZINI (1113)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
08/05/2001
Data da Publicação/Fonte
DJ 18.06.2001 p. 164
Ementa
AÇÃO ACIDENTÁRIA – BENEFÍCIO CONCEDIDO SOB A ÉGIDE DA LEI ANTERIOR -
REAJUSTE NOS CRITÉRIOS DA LEI 9.032/95 – REGRA DE ORDEM PÚBLICA.
- Sendo a Lei 9.032/95 mais benéfica, deve incidir a todos os
filiados da Previdência Social, sem exceção, com casos pendentes de
concessão ou já concedidos.
- Em se tratando de lei de ordem pública, e visando atingir a todos
que nesta situação fática se encontram, não faz sentido
excepcionar-se sua aplicação sob o manto do direito adquirido e do
ato jurídico perfeito.
- Recurso conhecido e provido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça em, na conformidade dos
votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer
do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator, com quem votaram os Srs. Ministros EDSON VIDIGAL, FELIX
FISCHER e GILSON DIPP. Ausente, ocasionalmente o Sr. Ministro JOSÉ
ARNALDO DA FONSECA
Processo
RESP 337795 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2001/0097453-7
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
27/08/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 16.09.2002 p. 238
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL DE BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. AUXÍLIO-ACIDENTE.
PERCENTUAL. LEI Nº 9.032/95. LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO
RETROATIVA.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consagrou o
entendimento de que as ações revisionais de benefícios acidentários
tem como foro competente a Justiça Comum Estadual (RE 204.204/SP,
rel. Min. Maurício Corrêa e RE 264.560/SP, rel. Min. Ilmar Galvão).
- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando de
acidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente à
época da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casos
pendentes de concessão.
- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, o
faz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novos
padrões que se estabelecem.
- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio de
sua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,
mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordem
pública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que se
encontrem na situação fática por ela abarcada.
- Recurso especial não conhecido
Processo
RESP 337819 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2001/0097468-7
Relator(a)
Ministro VICENTE LEAL (1103)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
13/08/2002
Data da Publicação/Fonte
DJ 02.09.2002 p. 253
Ementa
PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. LEI Nº 9.032/95.
LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI.
- A concessão do benefício previdenciário, em se tratando de
acidente do trabalho, deve submeter-se ao comando da norma vigente à
época da constatação do infortúnio, ressalvando apenas os casos
pendentes de concessão.
- O legislador, quando altera o percentual do auxílio-acidente, o
faz embasado em fatores da vida social, para adequá-lo aos novos
padrões que se estabelecem
- Excepcionar a aplicação de uma lei, sob o manto do princípio de
sua irretroatividade, utilizando-a de forma diferente a iguais,
mostra-se um equívoco, sobretudo porque, sendo ela uma lei de ordem
pública e aplicabilidade imediata, deve abranger a todos que se
encontrem na situação fática por ela abarcada.
- Recurso especial não conhecido
I - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
ESTADUAL
I- ...
II - DOS FATOS
A autora é beneficiária do instituto-Réu desde 27/07/1992
(doc. anexo 1), inscrita no benefício sob o nº 00889546-2 (doc. anexo 2),
fazendo jus desde então, ao recebimento de auxílio-acidente.
III - DO DIREITO
III - DO PEDIDO
Advogado
OAB/SP nº