Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
CURSO DE TEOLOGIA
PESQUISA TEOLÓGICA
UBERABA / 2011
RENATO ANÉSIO DA COSTA JUNIOR
"Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora." (1 Jo 4:1)
RESUMO
Eles defendiam o cristianismo mostrando que não havia provas em prol das
acusações feitas contra seus adeptos. Não satisfeitos com a mera defesa, eles
também atacaram seus oponentes. Finalmente, os apologistas também sentiram a
incumbência de estabelecer o caráter do cristianismo como uma positiva revelação
de Deus.
Não quero através deste trabalho abrir mão da apologética cristã tradicional,
mais levar a enfoque que a apologética cristã no presente século deve ser um
instrumento para conquistar pessoas. Apologética cristã no século XXI estimula os
leitores a que examine e formule abordagens em defesa do evangelho, adequadas
às suas necessidades e oportunidades particulares. Uma apologética insensível à
individualidade humana e à variedade de situações nas quais as pessoas se
encontram cairá rapidamente no vazio. Assim, a apologética deve ser revitalizada
com criatividade: é ciência por propor-se a conferir integridade e profundidade
intelectuais à evangelização, assegurando que a fé permaneça arraigada na mente
e no coração, ao mesmo tempo que é arte por ser uma tentativa criativa de combinar
a proclamação do evangelho com as necessidades e preocupações das pessoas.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................. 05
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 11
4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................. 86
O cristianismo é uma religião que por sua natureza exclui quaisquer outros
credos como verdadeiros, a não ser ele mesmo. Por isso, ele entra em choque
com as demais religiões existentes, que são sem exceções, produtos das idéias
dos homens, que na ânsia de sua procura pelo sagrado, por Deus, aliena-se nas
suas próprias imaginações, resultado da depravação total da qual está sujeita a
humanidade sem Deus. Enquanto as demais religiões apresentam vários
intercessores e deuses e, mormente, vários caminhos que levam a tais deidades,
o cristianismo por sua vez apresenta um só mediador e um só caminho que leva
exclusivamente a apenas um único Deus verdadeiro.
Neste choque de crenças a apologia se torna indispensável. Ela nasce
forçosamente como uma resposta ao ataque á sã doutrina que muitas vezes se
apresenta sob diversas faces.
Diante desse quadro, não podemos, de forma alguma, ignorar o que está
acontecendo à nossa volta, como se não pudéssemos enxergar ou, pior ainda, como
se não estivéssemos interessados em enxergar, simplesmente por acharmos que
não seremos atingidos por essa avalanche de pensamentos. Mas não é bem assim.
Muito pelo contrário. Quando observamos os conteúdos didáticos do ensino
fundamental ao acadêmico, conseguimos identificar sim as abordagens sobre os
conceitos relativistas e desconstrutivos relacionados aos temas fundamentais da
estrutura de uma sociedade, tais como: família, religião e ética.
Portanto, qualquer sistema de apologética, para ser completo, deve ter pelo
menos as seguintes partes: 1) Um ponto de partida lógico, 2) um ponto de contato
com o descrente, ou seja, “terreno comum”, 3) provas da verdade, 4) o papel do
raciocínio, 5) a base da fé em Deus, Cristo e a Bíblia. O significado destes aspectos
de uma apologética deve ficar claro ao explicar as metodologias abaixo.
Existe muito debate sobre a metodologia adequada para defender a fé, mas
elas podem ser resumidas dentro de três grupos maiores.
1.1.1 Evidencialismo
c) Prova da verdade - Algo é verdadeiro se ele é consistente com os fatos. Por isso
eles dão muita ênfase aos fatos históricos: a ressurreição de Jesus, etc. Para eles a
evidência exige um veredito. (Daí, o título do livro de Josh McDowell).
Os dois pressupõem que o universo pode ser interpretado pela mente humana sem
referência a Deus. Os princípios para interpretar o mundo existem no próprio mundo.
Mas, se o descrente pode descobrir a verdade e interpretar o universo sem Deus,
então por que ele precisa de Deus? E como é que o evidencialista sabe que existe
uma correspondência entre as percepções na sua mente e o mundo exterior dele? A
não ser que ele possa resolver os problemas inerentes à epistemologia do
empirismo, o apologista não pode comprovar a possibilidade do conhecimento. Sem
uma base de conhecimento não é possível comprovar a existência de Deus. Minha
avaliação é que o evidencialismo pode ser muito útil contanto que ele seja colocado
num arcabouço de pressupostos suficientes para o sustentar. O evidencialismo só
não basta para comprovar o cristianismo.
1.1.2 Racionalismo
A lei do meio excluído - ou A = B ou A não = B, não existe uma terceira opção, por
exemplo, ou Sócrates é um homem ou não é um homem. Não pode ser um ente que
seja parcialmente homem.
b) Terreno comum - Não existe terreno comum porque os não-crentes não podem
entender o que eles não experimentaram.
1.2.1 “Verificacionismo”
a) Ponto de partida lógico - Eles propõem a existência de Deus como uma hipótese
que precisa ser testada.
1.2.2 Pressuposicionalismo
b) Terreno comum - O ponto de contato com o descrente é o fato de que ele é uma
criatura de Deus, feito à imagem dEle e que ele mora no mundo que Deus criou.
Não existe terreno comum entre o sistema (epistemologia) do descrente e do crente,
porque a interpretação do mundo feita pelo descrente pressupõe que Deus não
existe. Mas o descrente não é consistente com os seus próprios pressupostos. Ele
aceita várias verdades que ele roubou do sistema cristão. Podemos aproveitar este
“terreno comum” para falar com eles. Por exemplo, os humanistas aceitam
relativismo ético e negam que existem absolutos morais, mas quando alguém rouba
o carro deles, eles insistem que roubar é errado.
Apesar de ter sido instruído aos pés de Gamaliel, o ex-fariseu Paulo de Tarso
não se deixava enganar pelo seu estranho pressuposto do antigo mestre. O apelo à
“tolerância” de Gamaliel fora abandonado tão logo o cristianismo começou a ser
bombardeado pelas doutrinas dos falsos mestres. Diferente de Gamaliel e seu apelo
à conivência, o apóstolo dos gentios se opôs a tudo aquilo que pusesse tropeço a
obra de Deus:
Paulo não estava disposto a seguir o conselho de Gamaliel. Ele já não estava
submisso ao antigo rabi. Seu mestre agora era outro, o Cristo.
2.1.3 Gamaliel versus Jesus Cristo
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os
conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos? [...] Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no
fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” – Mt 7.15-19
Jesus ensinou que não devemos nos deixar seduzir por milagres, pois,
diferente do que diz o teleapóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, os milagres
não autenticam o ministério de ninguém:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão
naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em
teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas
maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-
vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” – Mt 7.21-23
Ora, ainda sobre milagres, cabe dizer que João Batista não realizou nenhum
milagre (Jo 10.41), mas Jesus testificou dele dizendo que ele foi o maior entre os
homens (Mt 11.11). Por outro lado, o ministério de Judas foi seguido por sinais (Mt
10.1), mas Jesus testificou contra ele chamando-o de diabo! (Jo 6.70)
2.2 Devemos Julgar?
"Procuro alguém pra resolver meu problema, pois não consigo me encaixar
nesse esquema, são sempre variações do mesmo tema, meras repetições.
a extravagância vem de todos os lados, e faz chover profetas, apaixonados,
morrendo em pé, rompendo em fé dos cansados....que ouvem suas
canções... estar de bem com a vida é muito mais que renascer....deus já me
deu sua palavra..e é por ela que eu ainda guio meu viver! Reconstruindo o
que Jesus derrubou.. recosturando o véu que a cruz já rasgou..
ressuscitando a lei, pisando na graça, negociando com deus! No show da fé
milagre é tão natural, que até pregar com a mesma voz é normal. nesse
evangeliquês universal....se apossando dos céus...estão distante do trono,
caçadores de deus ao som de um shofar. E mais um ídolo importado dita as
regras para nos escravizar: É proibido pensar !!!!!"
Gostei demais desta música do grande João Alexandre, que foi muito feliz em
seu novo cd "É Proibido Pensar" em abordar um tema tão necessário para a reflexão
do povo de Deus. Recomendo o CD.
Nestes últimos dias o que mais nos deparamos é as heresias que estão
sendo pregadas em muitas igrejas por aí. A cada dia ficamos mais indignados com
tamanha distorção Bíblica, o Evangelho genuíno está sendo deixado de lado e
sendo trocado por uma “teologia popular” voltada ao misticismo, aos modismos, as
falsificações bíblicas e fetiches populares. Apóstolos, pai-póstolos, gurus gospel tem
surgido por aí trazendo um "outro evangelho". A palavra de Deus em sua essência é
trocada por modismos, por hierarquias eclesiásticas, por dinheiro e por interesses
particulares destes "super crentes". São tantos "chofár proféticos" que não aguento
mais tanta barulheira. É tanto "mantra gospel" que meus ouvidos já estão
estourando, é tanto ré-plé-plé que meu senso de racionalidade clama por socorro!
Quebra de maldições hereditárias onde o crente nunca se converte de verdade,
seções de descarrego, sabonetes de arruda, rosa ungida, sal grosso... é tanto "copo
d'agua consagrado" que dá até vontade de ir ao banheiro. Unções especiais, urros,
gritos, histerias, regressões, encontros tremendos, pastores poderosos, super
apóstolos.
Diante de tudo isso, muitos Cristãos infelizmente tem se calado para tanta
heresia, pois existe um conceito errado de que não devemos julgar nada, que não é
o nosso papel estar julgando o que ocorre com estas pessoas, principalmente se
vamos falar de algum “líder” que esteja em um comportamento que vai contra as
escrituras. Resumindo, querem nos calar mesmo! Já não bastasse a perseguição
contra os Cristãos que hoje em dia ocorre em muitos lugares no mundo, inclusive no
Brasil, ainda temos que aguentar a distorção bíblica de que jamais deveremos abrir
a boca de pastor x, apóstolo y, pois são os "ungidos de Deus". Nestes ninguém fala,
até Davi foi repreendido pelo profeta Natan, mas estes líderes contemporâneos não
podem ser repreendidos por algum erro ou heresia. É proibido pensar, é proibido
julgar! Muitas mentes estão sendo cauterizadas por esta "nova doutrina".
Existem algumas passagens Bíblicas que muitos Cristãos têm interpretado
erroneamente a respeito de julgamento. Meu compromisso nesta postagem é
desmistificar e esclarecer ao Povo de Deus de que não devemos nos calar jamais,
pelo contrário, devemos por obrigação exortar e lutar pelo Evangelho genuíno de
Cristo, afinal, quem ama luta pela verdade, pois "O amor não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade". (1 Co 13:6).
A primeira passagem Biblica a ser analisada é talvez a mais usada para
afirmar que nunca devemos julgar ninguém que esteja praticando e difundindo um
erro ou algo que vai contra as Escrituras. Esta passagem é Mateus 7:1
“Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida
com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro
no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando
tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então,
verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” Mt 7:2-5
“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. João 7:24
Outras passagens:
Outras passagens também indicam que é nossa responsabilidade julgar.
Jesus pergunta às pessoas em Lucas 12:57: “E por que não julgais também por vós
mesmos o que é justo?”. Jesus repreende os escribas e fariseus em Mateus 23:23 e
Lucas 11:23, dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o
juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém fazer essas coisas e não omitir
aquelas”. Era o dever deles, de acordo com a lei, julgar – mas eles tinham falhado
neste dever. Paulo orou para que o amor do filipenses “aumentasse mais e mais em
pleno conhecimento e toda a percepção”. (Fl 1:9). Ele diz aos Corintos: “Falo como a
criteriosos; julgai vós mesmos o que digo”. (1 Co 1:15).
Os cristãos são solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles
também são obrigados a provar se os espíritos são de Deus: "Irmãos, não deis
crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora." (1 Jo 4:1)
Mesmo nas reuniões cristãs eles devem "julgar" o que ouvem: "Tratando-se
de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem." (1 Co 14:29).
Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a
imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de
passagem não deve ser hospedado se for verificado que não se trata de uma
pessoa alicerçada na verdadeira fé ( 2 Jo 10,11). E um anátema (maldição) deve ser
proferido contra aqueles que apresentarem um tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).
3. APOLOGÉTICA ATUAL, CONTEMPORÂNEA E EVANGELÍSTICA
Declaração: Deus poderia criar algo tão grande e pesado como uma pedra que nem
mesmo Ele teria condições ou força para erguê-la.?
Argumento: Já que Deus não pode criar uma pedra assim, então Ele não pode ser
Todo-Poderoso. Agora, caso Deus conseguisse levantar essa pedra já não seria o
Todo-Poderoso, visto não criar uma pedra pesada demais.
Conclusão: Desde que Deus pode fazer todas as coisas e nós mostramos que há
coisas que ele não pode fazer, então, Deus não existe.
Proposição: Deus não pode violar a própria natureza dele; quer dizer, Ele não pode
ir contra o que Ele é naturalmente.
Declaração: a natureza de Deus não Lhe permite mentir, não ser Deus, não ser
Todo-Poderoso etc.
Conclusão: Então, a declaração de que Deus pode fazer todas as coisas, não é
verdade e a conclusão levantada contra Deus também não é verdadeira.
3.2 Uma Necessidade para o Evangelismo
No caso desta jovem, preciso prová-la que somos munidos sim de uma moral,
que está longe de ser um mecanismo puramente orgânico, e para tanto necessito da
apologética. Preciso defender racionalmente minha fé e mostrá-la como seu
pensamento está baseado na irracionalidade. A partir daí será possível evangelizar,
sem estar falando ao vento.
Insisto novamente que a apologética é importante, mas que deve ser seguida
do evangelismo, ou tudo volta à estaca zero. A apologética deve fazer parte do
processo evangelístico, e precisa contar para tanto com o essencial auxílio do
Espírito Santo.
“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende,
exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo
as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se
recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3
Apologética cristã no século XXI mostra ao leitor que a fé cristã não lida apenas com
sentimentos ou emoções; lida também com crenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comentários e consultas
GRÜNZWEIG, Fritz; HOLMER, Uwe & BOOR, Werner de. Cartas de Tiago, Pedro,
João e Judas. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba: Editora Esperança, 2008.
Bíblias e versões
Bíblia Sagrada [tradução dos originais hebraico, aramaico e grego, versão francesa
dos Monges Beneditinos de Maredsous (Bélgica)]. São Paulo: Editora Ave
Maria, 1966.
http://www.monergismo.com
http://www.icp.com.br
http://bereianos.blogspot.com