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Índios

Tupis e guaranis

Na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, estima-se que os índios


brasileiros eram entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região
costeira que se estende do Ceará a São Paulo. Os guaranis espalhavam-
se pelo litoral Sul do país e a zona do interior. Em outras regiões
encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias,
palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.

Apesar da divisão geográfica, as sociedades tupis e guaranis eram


bastante semelhantes entre si, Os grupos se formavam e se mantinham
unidos principalmente pelos laços de parentesco, que também
articulavam o relacionamento desses mesmos grupos entre si.

Modo de vida dos índios

Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da


agricultura. Nem esta última, porém, servia para ligá-los
permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios
navegáveis, onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por
cerca de quatro anos. Depois de esgotados os recursos naturais do local,
migravam para outra região, num regime semi-sedentário.

Suas tabas (aldeias) eram formadas por ocas (cabanas), habitações


coletivas cujas paredes eram de madeira trançada com cipó recobertas
com sapé, desde a cobertura.

As várias aldeias se ligavam entre si através de trilhas, que uniam


também o litoral ao interior.

Alimentação: mandioca, peixe e mariscos

A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha


de mandioca, peixe, mariscos e carne. Conheciam-se os temperos e a
fermentação de bebidas alcoólicas. Com as fibras nativas dos campos e
florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras, esteiras, redes,
abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos e
urnas funerárias, pois enterravam seus mortos.

Na taba, vigorava a divisão sexual do trabalho. Aos homens cabiam as


tarefas de esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a
construção das ocas, a caça e a principal atividade para eles: a guerra.
As mulheres, além do trabalho natural de cuidar das crianças,
semeavam, colhiam, modelavam, teciam, faziam bebidas e cozinhavam.

Os casamentos serviam para estabelecer alianças entre aldeias e


reforçar os laços de parentesco. As aldeias tinham um chefe, o
morubixaba. Em torno dele, reunia-se um conselho da taba, formado
pelos líderes e o pajé (ou xamã), que desempenhava um papel mágico e
religioso. As crenças religiosas dos índios possuíam papel ativo na vida
da tribo. Praticavam-se diversos rituais mágico-sagrados, relacionados
ao plantio, à caça, à guerra, ao casamento, etc. A entidade suprema
era Tupã.

Povos guerreiros

As sociedades indígenas brasileiras resistiram à ocupação territorial


pelos portugueses, lutando bravamente por sua segurança e liberdade.
Entretanto, o contato inicial entre índios e brancos não chegou a ser
predominantemente conflituoso. Como os europeus estivessem em
pequeno número, podiam ser incorporados à vida social do índio, sem
afetar as sociedades tribais.

Isso favoreceu o intercâmbio comercial pacífico, as trocas de produtos


entre os brancos e os índios, principalmente enquanto os interesses dos
europeus se limitaram ao extrativismo do pau-brasil. Os brancos se
incorporavam às aldeias, totalmente sujeitos à vontade dos nativos.
Mesmo em suas feitorias, os europeus dependiam de articular alianças
com os indígenas, para garantir a alimentação e segurança.

Posteriormente, quando a colonização promoveu a substituição do


extrativismo pela agricultura como principal atividade econômica, o
padrão de convivência entre os dois grupos raciais sofreu uma profunda
alteração: o índio passou a ser encarado pelo branco como um obstáculo
à posse da terra e uma fonte de mão de obra barata. A necessidade de
terras e de trabalhadores para a lavoura levou os portugueses a
promover a expulsão dos índios de seu território, assim como a sua
escravidão. Assim, a nova sociedade que se erguia no Brasil impunha ao
índio uma posição subordinada e dependente.

Confederação dos tamoios

Contra essa ordem de escravidão e serventia, a reação indígena assumiu


muitas vezes caráter violento, como a guerra dos Tamoios, que se
estendeu por três anos, a partir de 1560. Incentivados por invasores
franceses, como Villegaignon, estabelecidos na Baía da Guanabara,
vários grupos desses índios uniram-se numa confederação para enfrentar
os portugueses, ao longo do litoral entre os atuais estados do Rio de
Janeiro e São Paulo. A atuação dos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e
José de Anchieta resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue,
uma aldeia situada onde hoje se localizam as cidades paulistas de São
Sebastião e Ubatuba.

Outra possibilidade de reação indígena ao avanço português era a


submissão, assumida sob a condição de "aliados" ou escravos. Essa forma
de convivência "pacífica" foi obtida particularmente graças ao trabalho
dos padres missionários que, promovendo a cristianização dos índios,
combatiam sua cultura e tradições religiosas, além de redistribuí-los
territorialmente, em geral de acordo com os interesses dos portugueses.

Finalmente, para preservar a unidade e a integridade de seu modo de


vida, os índios optaram também pela migração para as áreas do interior,
cujo acesso difícil tornava o contato com o branco improvável ou
impossibilitava a este exercer seu domínio. Essa alternativa, porém,
teve um preço alto para as tribos indígenas, forçando-as a adaptar-se a
regiões mais pobres ou inóspitas.

O Brasil foi descoberto pelos portugueses em 1500 e, durante


muitos anos, seus domínios restringiam-se principalmente ao
Nordeste, onde ficava a sede do Governo-geral (cidade de
Salvador) e à vila de São Vicente, no litoral paulista. A França
não reconhecia o Tratado de Tordesilhas e defendia o princípio
do direito à posse da terra por quem a ocupasse. Sua primeira
tentativa foi em 1555 na baía da Guanabara, no Rio, a França
Antártica.

Com relação ao Rio, os franceses chegaram na Baía da


Guanabara em 1555, comandados por Nicolau Durand de
Villegaignon e se fixaram na Ilha de Serigipe, na própria Baía da
Guanabara. Por dez anos resistiram aos portugueses,
organizaram um Arraial e construíram um forte chamado
Coligny. Fizeram amizade com os índios Tupinambás que, junto
com outras nações indígenas, guerreavam com os portugueses
contra sua escravização. A união das tribos indígenas contra os
portugueses ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios.
A primeira expedição organizada por Mem de Sá contra os
franceses ocorreu em 1560. Com a destruição do forte de
Coligny, os franceses foram expulsos temporariamente, mas as
batalhas continuavam e, em 1563, a Metrópole enviou reforços
para o governador.
Em 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou a cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro num espaço de terra entre o morro
Cara de Cão e o morro do Pão de Açúcar, que serviria
inicialmente de base na luta contra os franceses, que já
ocupavam a área havia dez anos, e seus aliados indígenas.

No dia 6 de março, os portugueses sofreram o primeiro ataque


dos índios tamoios, aliados dos franceses, e em 1º de julho de
1565 participaram da primeira luta naval entre tamoios e
portugueses.

Mesmo após a fundação do Rio, os franceses não deixaram a


cidade. Em 1567, no dia 18 de janeiro, Estácio de Sá recebeu
reforços do governador-geral Mem de Sá. No dia 20 de janeiro,
dia de São Sebastião, num ataque às paliçadas inimigas no
Outeiro da Glória, os portugueses venceram, mas Estácio de Sá
foi ferido no rosto e morreu um mês depois.

1. Coloque (V) para verdadeiro e (F) para falso.


( ) São Vicente foi a primeira vila fundada no Brasil.
( ) Os franceses foram os primeiros a colonizar o Rio de
Janeiro.
( ) Estácio de Sá foi o fundador da cidade do Rio de Janeiro.
( ) Os índios deveriam aprender os princípios do cristianismo e
abandonar suas crenças e cultura.

2. Complete as frases.
a) No início, para conquistar os _________, os jesuítas falavam
a língua ___________.
b) Os índios aprendiam regras européias de _________ e foram
abandonando seus ____________ e suas ___________ e
passaram a pensar e viver como os ___________ .

3. Marque com (X) as frases incorretas e reescreva-as,


corrigindo as informações.

( ) Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram


os índios nus, usando apenas colares e plumas.
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( ) A caça e a pesca eram atividades das mulheres indígenas.
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( ) A guerra tinha grande importância para os índios.
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( ) Os aldeamentos também eram conhecidos como missões
indígenas.
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4. Numere de acordo com a ordem dos acontecimentos:


( ) Fundação da França Antártica
( ) Fundação de São Vicente.
( ) Fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro.
( ) Expulsão dos franceses.
( ) Chegada dos portugueses à Baía de Guanabara.
5. Observando a figura, sobre a fundação da cidade do Rio de
Janeiro, responda como estão representados:
a) a Igreja: _________________________________________
b) as autoridades: ___________________________________
c) os soldados:______________________________________
d) os índios:________________________________________

6. Por que era difícil aos europeus a escravização dos índios?


Elabore um texto justificando sua resposta.
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7. Os índios, antes da chegada dos europeus, não usavam
roupas. A chegada dos colonizadores cobertos de roupas e
outros adereços deve ter chocado os índios, e os portugueses
devem ter ficado admirados com a nudez indígena. Se você
fosse um índio, como descreveria a chegada de pessoas tão
diferentes?
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8. Observe as ilustrações que mostram como viviam as pessoas


nas vilas coloniais. Você reconhece esse tipo de construção?
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Onde você mora existem moradias parecidas?
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Você já visitou algum lugar onde ainda existam pessoas que
vivem dessa forma? ___________________________

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