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2 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 3
editorial Ano 12 - Edição 53 - Maio/2011
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05
Rua Professor João Doetzer, 280
Jardim das Américas - 81540-190 - Curitiba/PR
(41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br
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Impressão - Gráfica Capital
Tiragem - 30 mil exemplares
A tiragem desta edição de 30 mil exemplares
é comprovada pela BDO Auditores Independentes.
Diretoria-Geral
Dagoberto Rupp
dagoberto@rodoviasevias.com.br
EDITOR-CHEFE
Davi Etelvino (SC 02288 JP)
davi@rodoviasevias.com.br
E
Paulo Roberto Luz João Augusto Marassi
nquanto deputados enrolam para votar no paulo@rodoviasevias.com.br joao@rodoviasevias.com.br
João Claudio Rupp Rodrigo M. Nardon
Código Florestal, ou negociam a dispen- joaoclaudio@rodoviasevias.com.br nardon@rodoviasevias.com.br
POLÍTICA 18
RODOVIAS 20
ESTRADAS DE TERRA
TRILHOS 24
capa 36
MOBILIDADE 48
CICLOVIAS
exclusiva 9
AVIAÇÃO 56
RODOVIAS 60
TAMOIOS
ABCP 64
AGNELO QUEIROZ
HIDROVIAS 66
64
concessões 68
EM TEMPO 14
TURISMO 72
na medida 83 roraima
infopágina 86 AMAZONAS 80
PONTE RIO NEGRO
imagem do mês 88
artigo 90
6 RODOVIAS&VIAS
nesta edição:
20 72
estradas de terra
48
MOBILIDADE TURISMO
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8 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
AGNELO QUEIROZ
Governador dO DISTRITO FEDERAL
C rítico ferrenho de seu antecessor, o Governador do Distrito Federal aposta suas fichas
no apoio do governo Dilma para captar recursos que permitam dar visibilidade a sua
gestão. Nascido em Itapetinga, interior da Bahia, mudou-se para Brasília no início dos anos 80
para cursar residência médica em cirurgia geral. Levantando as bandeiras da saúde pública e
do esporte, foi eleito Deputado Distrital em 1990. Depois disso e de três mandatos na Câmara
Federal (1994, 1998 e 2002), tornou-se Ministro dos Esportes do governo Lula em 2006. Após
uma série de escândalos envolvendo nomes históricos da política brasiliense, da qual Agnelo
dos Santos Queiroz Filho passou longe, foi eleito em primeiro turno para o governo do DF com
66% dos votos. Agora luta para melhorar a imagem de Brasília perante os brasileiros e, ao mes-
mo tempo, dotá-la de infraestrutura digna de uma capital nacional.
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exclusiva
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exclusiva
“anunciamos a liberação de
R$ 2 milhões do Ministério dos
Transportes para o transporte
de passageiros pela linha férrea
que une o Distrito Federal a
Goiás. Vamos lutar de forma
determinada pelo ramal
ferroviário de Brasília até
Goiânia porque o bem-estar do
nosso povo passa necessariamente
pela integração e desenvolvimento
de toda a região. “
conclusão da Linha Verde, sistema de inte- da, também anunciamos para a população
gração tarifária e operacional e início das a liberação de R$ 2 milhões do Ministério
obras da Linha Amarela, uma via por onde dos Transportes para o transporte de pas-
passará o Veículo Leve sobre Pneus (VLP), sageiros pela linha férrea que une o Distri-
que oferecerá um acesso mais rápido do to Federal a Goiás. Essa é a primeira medida
Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. para melhorar o transporte na nossa região.
Vamos lutar de forma determinada pelo ra-
Como o senhor avalia o sistema de mal ferroviário de Brasília até Goiânia por-
transporte de passageiros entre a capital e que entendemos que o bem-estar do nosso
as cidades satélites? povo passa necessariamente pela integra-
O transporte público é fundamental para ção e desenvolvimento de toda a região. A
a mobilidade e para a qualidade de vida da malha viária existente sai da rodoferroviária
população. Encaminhamos este mês para o e passa pela Estrutural, Setor de Indústria e
Tribunal de Contas do Distrito Federal o edi- Abastecimento (SIA), EPTG (Estrada Parque
tal de licitação de 900 ônibus comuns e 300 Taguatinga-Guará), Park Way, EPNB (Estrada
articulados. Além dessa importante medi- Parque Núcleo Bandeirante), Metropolitana,
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exclusiva
BR-040 e as cidades goianas de Valparaíso, do de 2014 e como legado para a capital fe-
Jardim Ingá e Cidade Ocidental, até chegar a deral, a meta do governo do Distrito Federal
Luziânia. é modificar todo o sistema de transporte
público do DF em dois anos. Serão criados
O VLT chega a tempo para a Copa do corredores exclusivos para ônibus e o Veícu-
Mundo? lo Leve Sobre Pneus (VLP). Brasília também
Sim. Com a aprovação do Plano Diretor terá o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que
de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU) ligará o aeroporto à Avenida W3. Após en-
na Câmara Legislativa, o governo do Distri- tendimento da Justiça de que o contrato
to Federal terá acesso aos R$ 2,4 bilhões do firmado pelo governo anterior era ilegal, de-
Programa de Aceleração do Crescimento terminamos que a decisão não fosse contes-
(PAC) da Mobilidade. O atual plano prevê in- tada e que uma nova licitação para as obras
tervenções viárias para os próximos 10 anos seja feita de forma rápida, transparente e
e irá modernizar o transporte no DF, já que o técnica. Apesar disso, o VLT ficará pronto a
último datava de 1975. Para a Copa do Mun- tempo da Copa do Mundo de 2014.
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exclusiva
Falando em Copa do Mundo, que obras estão prontos. Isso significa que 15% de toda
têm a participação do governo do Distrito a obra está concluída. As obras do Estádio
Federal? Nacional de Brasília serão entregues em de-
Uma das vantagens da capital federal é zembro de 2012, a tempo de receber a Copa
que todas as obras que vão preparar a cidade das Confederações, em 2013, evento teste
para o Mundial são públicas, o que permite ao para a Copa do Mundo de 2014. O estádio
governo do Distrito Federal ter controle sobre terá capacidade para 70 mil pessoas, ade-
o cronograma. A reforma do Estádio Mané quado inclusive para a abertura da Copa do
Garrincha, que está em estágio avançado, se Mundo de 2014, à qual Brasília é candidata.
comparado aos estádios de outras cidades-se-
de, tem a participação do governo do Distrito O aeroporto de Brasília está entre os
Federal. mais saturados do Brasil. Privatizá-lo é a
melhor solução?
O obra no estádio está dentro do crono- Esta é uma decisão que não cabe ao go-
grama? verno do Distrito Federal. O governo conta
As obras do estádio estão dentro do cro- com a ampliação do aeroporto e está con-
nograma. Atualmente, 35% do volume de fiante que ele estará preparado para rece-
concretagem está concluído. Da parte de es- ber a Copa de 2014. Nós estamos acompa-
cavação, já estão finalizados 70%. Além dis- nhando e apoiando a Infraero e o Ministério
so, dos 288 pilares que serão instalados, 184 da Defesa nesse sentido.
estão sendo concretados; e dos 96 blocos, 87
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em tempo
Rodovias&Vias
em mãos
Entrevistado da Exclu-
siva de abril, o Governador
de Roraima, José Anchieta,
recebeu em mãos a edi-
ção que o trouxe na capa.
Mais uma entrevista que
Rodovias&Vias publicou
para enriquecer o debate
entre as diferentes necessi-
dades e realidades das regi-
ões brasileiras.
Romário em Curitiba
O tetracampeão Romário, agora Deputado
Federal, esteve em Curitiba participando do
II Fórum Legislativo da Copa 2014. Junto com
outros parlamentares, conheceu a estrutura da
Arena da Baixada, do aeroporto Afonso Pena
e alertou para as exigências que a Fifa está
Foto: Rodovias&Vias/Alexsandro Hekavei
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em TEMPO
Taxi intermunicipal no MS
O Governador do Mato Grosso do Sul, André
Puccinelli, assinou decreto que regulamenta o
serviço de transporte rodoviário intermunicipal
de passageiros, via táxi, no Mato Grosso do Sul. O
decreto atende a uma demanda da categoria, que
exigia uma regulamentação legal para este tipo de
transporte. De acordo com Puccinelli, o transporte
do táxi é uma concessão municipal. “Quem faz a
regulação é o município. O táxi não pode andar fora
do perímetro urbano. Atendendo às exigências da
categoria, após reuniões, o governo começou a fazer
estudos para regularizar a questão do transporte
intermunicipal feito por táxis”, afirmou.
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em TEMPO
Xingó no PAC 2
O Governador de Sergipe, Marcelo Deda,
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em TEMPO
Foto: Divulgação
as rodovias. O transporte fluvial, que era
considerado lento e encarecia as mercadorias,
evoluiu, tornando-se mais seguro e ágil. Em
setembro de 1988, a transportadora Bertolini,
que era essencialmente rodoviária, iniciou
suas atividades na navegação da Amazônia.
Hoje, trabalha com diferentes tipos de balsas.
Transporta por água desde carga geral até
veículos e grãos (soja e milho). Os projetos
de empurrador ou balsa têm origem nas
necessidades da empresa, de onde resultam
as especificações de autonomia, potência de
motores, velocidade a ser atingida e consumo
de combustível, dependendo dos rios e da
carga que será transportada.
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POLÍTICA
Antaq terá
novo diretor
Ex-Ministro dos Portos Pedro Brito do Nascimento será Diretor
na Agência Nacional de Transportes Aquaviários.
Fotos: Rodovias&Vias /Paulo Negreiros
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antaq terá novo diretor
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Trecho sem pavimentação da BR-163.
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rodovias
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ESTRADAS DE TERRA
Quando asfaltar
Para o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT),
responsável pela administração da ma-
lha rodoviária federal, os principais in-
dicadores da necessidade de pavimen-
tação de uma rodovia não pavimen-
tada são o volume de tráfego e o tipo
de carga que ela recebe. Nos estados,
cada órgão rodoviário vinculado à ad-
ministração estadual tem seu próprio
manual, onde estão definidos os crité-
rios para pavimentação de uma rodo-
via. Da mesma forma, o Volume Diário
Médio (VDM) é o principal fator a ser
considerado.
O Coordenador-Geral de Planeja-
mento e Programas de Investimentos
da Diretoria de Planejamento e Pes-
quisa do DNIT, Adailton Cardozo Dias,
explica que alguns procedimentos são
obrigatórios: “Para qualquer obra de
construção no país, a legislação exige
a realização de estudos de viabilida-
de técnica, econômica e ambiental do
empreendimento, onde são avaliados
as soluções técnicas, os impactos so-
cioambientais e as ações de minimi-
zação ou compensação desses impac-
tos.” Segundo ele, por meio do PAC
(Plano de Aceleração do Crescimento)
Rebanho toma leito da Transamazônica..
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TRILHOS
Brasil na contramão
dos trilhos
A malha ferroviária brasileira, que já se aproximou dos 40 mil
km, ao invés de avançar, encolheu. Hoje restam apenas 29 mil km,
e parte deles está sem condições de uso. O movimento seguiu em
direção contrária à necessidade nacional.
Foto: Rodovias&Vias /Estanis Neto
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BRASIL NA CONTRAMÃO DOS TRILHOS
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TRILHOS
E
“ quivocadamente na matriz de
transporte brasileira, mesmo com
aportes de bilhões do BNDES nas con-
METRÔ
O Trem Metropolitano, ainda pouco
cessionárias, o modal ferroviário patina difundido no Brasil, está em apenas seis
nos 20%, um absurdo para um país de capitais – São Paulo, Rio de Janeiro, Bra-
dimensões continentais como o nosso”, sília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Re-
analisa o engenheiro especialista em cife –, transportando cerca 2,2 bilhões
transportes Paulo Sidnei Ferraz. de passageiros por ano. As duas maiores
Ideal para grandes volumes de car- metrópoles do país, São Paulo e Rio de
gas por longas distâncias (acima de 500 Janeiro, possuem, respectivamente, 70
km), o transporte sobre trilhos nasceu km e 48 km de linhas de metrô, enquan-
na Inglaterra no início do século XIX. to a Cidade do México tem uma exten-
Os trens se espalharam pelo mundo e são de 202 km, Paris tem 212 km, Nova
chegaram ao Brasil, que viveu a “Era das Iorque tem 368 km, e Londres, 408 km.
Ferrovias” entre 1870 e 1920, época em Apesar da sua extensão, o sistema de
que a malha ferroviária crescia cerca de metrô paulista recebe cerca de 3,7 mi-
6 mil km por década. lhões de passageiros por dia, o mais lo-
O desenvolvimento, porém, esta- tado do mundo.
cionou na década de 50, a partir do As dificuldades como escavações
governo de Juscelino Kubitschek. O profundas, desvios de tubulações an-
interesse político de trazer ao país a tigas e o alto custo impedem o avanço
indústria automobilística fez os inves- do sistema no país. “Levamos 100 anos
timentos mudarem de caminho. O foco acreditando que os ônibus resolveriam
passou a ser as rodovias, por onde os todos os problemas de mobilidade ur-
grandes caminhões de carga viriam a bana. Perdemos o bonde da história e
transitar. O transporte de passageiros agora somos penalizados com dificul-
sobre trilhos também evoluiu em todo dades de execução e custos elevados
o mundo. Os metrôs e trens de alta ve- para construção de novos metrôs ou
locidade, capazes de oferecer rapidez para expandir linhas atuais”, afirma Fer-
aliada à grande capacidade de passa- raz. Atualmente, as cidades brasileiras
geiros, tornaram-se importantes alter- buscam recursos do PAC (Programa de
nativas em diversos países. Mas, assim Aceleração do Crescimento) da Mobili-
como os de carga, não tiveram a mes- dade para fazer parte do grupo das que
ma evolução por aqui. podem oferecer o metrô a seu cidadão.
Foto: Rodovias&Vias /Estanis Neto
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BRASIL NA CONTRAMÃO DOS TRILHOS
Foto: Divulgação
Metrô de Londres.
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O DESPERDÍCIO DA VIDA
Velocidade acima da permitida na via, uma manobra brusca ou um instante de
desatenção bastam. As rodovias não permitem qualquer descuido e cobram caro
se ele acontece. O preço pode ser a vida de quem vacilou e até a de quem sempre
respeitou as leis de trânsito.
Foto: Rodovias&Vias / Leonilson Gomes
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Acidente na rotatória que dá acesso a Ribeirão Preto/SP.
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rodovias
TRISTE RANKING
1.º Santa Catarina 1 morte a cada 6 km
2.º Paraná 1 morte a cada 8,5 km
3.º Minas Gerais 1 morte a cada 13 km
4.º Bahia 1 morte a cada 14 km
Fonte: DNIT
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rodovias
“A postura do motorista é
ofensiva e não defensiva, como
deveria ser. É uma direção que
não se preocupa em se proteger ou
proteger a família.
Inspetora Maria Alice Nascimento Souza
Diretora-Geral da Polícia Rodoviária Federal
Foto: Rodovias&Vias / Leonardo Pepi
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O DESPERDÍCIO DA VIDA
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rodovias
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Para não perder este trem
O advento dos trilhos permitiu transportar mercadorias e passageiros em larga
escala de forma segura e eficiente. Hoje, os investimentos no setor ganharam novo
impulso e os comboios podem novamente mostrar-se promissores nas estradas
de ferro, desta vez para colaborar com a mobilidade de um mundo cada vez mais
urbanizado, e em cidades e regiões com trânsito cada vez mais congestionado.
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ARA aponta que os custos com conges- as operadoras do que transportar cargas.
tionamentos do tráfego por lá ultrapas- Ainda assim, no Brasil, um Decreto Federal
sam os US$ 6 bilhões ao ano. (Decreto n.o 1.832, de 4 de março de 1996)
Segundo a entidade, a terceira maior diz que no compartilhamento da malha
fonte de emissões de gases de efeito es- ferroviária a preferência é do passageiro.
tufa é o transporte rodoviário, e as rodo- Na teoria está estabelecido, mas na
vias australianas são palco de acidentes prática não é tão simples priorizar. Na
responsáveis por 1.450 mortes e 30 mil maior cidade do país, São Paulo, a malha
feridos graves todos os anos. Ampliar o da Companhia Paulista de Trens Metro-
modal ferroviário passa por desafios, e politanos (CPTM) precisa ceder espaço
um dos principais é o compartilhamento para as composições de carga nos ho-
das malhas para o uso de transporte de rários de menor movimento, as quais
cargas e passageiros. têm de passar por trechos comuns às
Nos Estados Unidos, o debate desta linhas de passageiros para chegar até o
questão recebe destaque da Associação porto de Santos, o mais movimentado
das Ferrovias Americanas (Association of do Brasil. Se é preciso dar espaço para o
American Railroads – AAR). Em seu estu- escoamento da produção e o transporte
do Ferrovias de Passageiros e Cargas: En- fretado de cargas, fica difícil diminuir o
contrando o Equilíbrio Ideal, a AAR afir- tempo entre as viagens para que passa-
ma a necessidade de ampliação das duas geiros ganhem mais oferta e velocidade
modalidades como forma de favorecer a em seu deslocamento.
própria saúde econômica nacional. É possível que a raiz do problema
Para a Associação, a saúde econômi- resida em um curioso exemplo apon-
ca dos Estados Unidos e da competitivi- tado pelo Diretor de Planejamento da
dade global depende criticamente da CPTM, Silvestre Eduardo Rocha Ribei-
existência de um sistema ferroviário de ro, durante entrevista exclusiva para
transporte saudável. É por isso que a ex- Rodovias&Vias: “Para percorrer 150 km
pansão do ferroviário de passageiros em em um trem da CPTM, o usuário paga
corredores de propriedade de ferrovias cerca de R$ 3,00. Ele paga os mesmos
de carga vai exigir uma parceria entre as R$ 3,00 para rodar apenas a distância de
operadoras de carga e passageiros que uma quadra de ônibus. Alguém tem que
proteja as necessidades do negócio e as pagar esta diferença”, explica. Na frase
responsabilidades de ambas as partes. do engenheiro, está embutida a questão
A verdade é que transportar pessoas, do subsídio que o Estado provê aos usu-
em geral, acaba custando mais caro para ários. Alguém tem que pagar a conta.
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capa
Companhias
Universo em expansão
As equipes de Rodovias&Vias mergulharam no ritmo frenético de grandes
metrópoles para conhecer melhor um sistema capaz de manter a mobilidade.
A engenharia sobre trilhos dos trens urbanos passa por uma transformação e
recebe recursos que mudarão a qualidade de seus serviços em tempo recorde, se
o planejamento for seguido e o setor público garantir a agilidade necessária aos
projetos. São Paulo e Rio de Janeiro têm papel fundamental nesta retomada.
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PARA NÃO PERDER ESSE TREM
“Outras 18 passarelas
estão em obras, e ainda
temos mais 11 projetos. É
preciso garantir a mobilidade
das pessoas por elas, pois a
cidade cresce ao redor do
sistema, que é segregado, e às
vezes corta bairros ou regiões
em que as pessoas querem
atravessar”
Eduardo Wagner de Sousa
Diretor de Engenharia e Obras / CPTM
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PARA NÃO PERDER ESSE TREM
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PARA NÃO PERDER ESSE TREM
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PARA NÃO PERDER ESSE TREM
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PARA NÃO PERDER ESSE TREM
Qual o prejuízo de um país que usa um contorno na baía. E assim foram se distri-
modelo inadequado de transporte? buindo os trilhos do transporte de passa-
O custo para a sociedade, para a cidade geiros na Região Metropolitana.
e para o país, que é enorme. No Brasil, temos
um modelo de transporte que se acomodou E a convivência entre os trens de carga
numa situação e se fez acompanhar de um e os de passageiros? Às vezes eles circu-
estímulo muito grande, a aquisição de car- lam nos mesmos trilhos, não é uma rela-
ros próprios. Milhares de pessoas ocupando ção conflituosa?
as ruas, congestionando. É realmente uma Bom, você tem vários fatores que con-
questão que exige uma atenção maior. Se o correm pra essa forma de percepção, inclu-
Brasil quer se colocar entre os países desen- sive interesses econômicos. Por exemplo,
volvidos, e não apenas entre os que cresce- nós temos hoje um problema que o Dr. Re-
ram economicamente, vai ter que trabalhar nato Figueiredo, da ANTT (Agência Nacional
muito isso, e trabalhar a cultura. de Transportes Terrestres), está tentando
ajudar a resolver na medida em que as ma-
Como os trens urbanos evoluíram no lhas que tiveram a operação privatizada são
Rio de janeiro? hoje núcleos de custo pra empresas que
O sistema do trem de subúrbio do Rio têm carga, então aqui mesmo, na Secreta-
foi transferido para o estado nos anos 90. ria de transportes do Rio, nós tínhamos essa
Depois, no final dos anos 90, a operação questão concretamente. O porto do Rio,
foi privatizada. O Rio de Janeiro dispõe de que é um núcleo importante da nossa ati-
uma extensa malha de trens. Dos 280 km vidade econômica, nós tínhamos muita di-
existentes, cerca de 200 são aproveitados. ficuldade na discussão, por exemplo, entre
Esse sistema praticamente modelou a ocu- o café do Sul e Minas e os minérios. Não era
pação do espaço da Região Metropolitana. nem conflito entre carga e passageiros, era
Os principais traços de desenvolvimento carga com carga mesmo. Até porque a in-
se deram ao longo desse corredor. Campo fraestrutura ferroviária para carga ainda não
Grande é um bairro de 250 mil habitantes e tinha conquistado uma capacidade maior.
está crescendo. O lado oeste da Região Me- Nós tivemos um grande avanço em termos
tropolitana cresce mais do que as outras de capacidade. Na verdade, tanto para trens
regiões por conta de espaços disponíveis. urbanos, de passageiros e de cargas, até
Um braço corta a Zona Oeste toda, outro pela perspectiva dos eventos esportivos,
braço corta a Baixada Fluminense. Atra- vivemos um momento que possui, sim, di-
vessa municípios populosos como Nova ficuldades, mas que detém oportunidades
Iguaçu, com 1 milhão de habitantes. Um muito interessantes.
terceiro braço corta Caxias, Magé e dá um
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Ciclistas
pedem passagem
Cidades do mundo todo têm incentivado o uso de bicicletas, com
ciclovias e espaços de locação. Pedaladas podem ser uma alternativa
ao trânsito caótico dos grandes centros.
Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi
48 RODOVIAS&VIAS
Projetos vias que cortam a cidade. O valor total do
programa é de cerca de R$ 2,5 bilhões e
Os projetos se multiplicam pelo país. prevê a recuperação de todos os trechos,
O próprio Ministério das Cidades mantém dando mais conforto e segurança aos
um projeto, batizado de “Bicicleta Brasil: usuários. Também está prevista a substi-
Avanços e Desafios”, que tem como objeti- tuição de todo o mobiliário urbano do en-
vo incentivar o uso da bicicleta como meio torno das vias, que inclui novos bicicletá-
de transporte em todo o país. rios e guarda-corpos, além da instalação
Individualmente, todas as cidades de sinalização horizontal e vertical.
também fazem a sua parte. Em abril, a Se- Em Belo Horizonte, as obras para im-
cretaria de Conservação e Serviços Públi- plantação de seis novas ciclovias come-
cos do Rio de Janeiro iniciou um projeto çaram há poucos dias. Elas fazem parte
de recuperação dos 144,3 km de ciclo- do programa Pedala BH, de incentivo
ao uso de bicicletas, coordenado pelo
BHTrans. Em um primeiro edital, publi-
cado em setembro passado, a BHTrans
contratou a empresa responsável pela
construção de 30 km de vias exclusivas
para bicicletas. Mas a previsão é de que,
até o fim de 2012, a cidade tenha mais
de 150 km de ciclovias.
Mais quilômetros de ciclovias tam-
bém estão nos planos da cidade de Cuia-
bá, capital do Mato Grosso. A proposta
apresentada no Plano de Mobilidade
Urbana da Região do Vale do Rio Cuiabá,
divulgado recentemente pelo governo
do estado, é de aumentar os atuais 19,7
km de vias exclusivas para bicicletas para
125,7 km (distribuídos em 19 vias).
São Paulo
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MOBILIDADE urbana
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CICLISTAS PEDEM PASSAGEM
Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes
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MOBILIDADE urbana
No ano passado a prefeitura de Curitiba usou R$ 26 mil dos R$ 2 milhões previstos para ciclovias.
instaladas duas estações com quatro poucos dias, mais de 11 mil pessoas se
bicicletas. Neste primeiro momento, a cadastraram para usar uma das 5 mil bi-
ideia é que as bicicletas sejam utiliza- cicletas disponíveis na cidade, em vários
das para trajetos curtos, então o em- pontos.
préstimo é gratuito por 10 minutos. Em Montreal, a segunda maior cida-
Por enquanto, o aluguel está disponí- de do Canadá (quase 4 milhões de habi-
vel para professores, alunos e funcionários tantes), a prefeitura implantou, em maio
da USP. Para usar a bicicleta, é preciso se de 2009, o sistema Bixi. Atualmente,
cadastrar no terminal do Pedalausp usan- são mais de 5 mil bicicletas disponíveis
do a carteirinha da universidade – uma se- para locação em mais de 400 estações
nha é gerada, a qual libera a bicicleta. de autosserviço. No centro da cidade e
nos bairros próximos, encontra-se uma
estação a cada duas quadras – elas têm
No mundo espaço, em média, para 20 bicicletas.
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AVIAÇÃO
À espera de
uma vitória
Desde 2005, o aeroporto de Vitória aguarda a conclusão das obras
de melhoria de suas instalações e capacidade. Um dos principais do
país e integrante da rede de aeroportos sob responsabilidade da
Infraero, viu seu movimento atingir 2,7 milhões de pessoas em 2010,
apesar de ter sido concebido para receber 570 mil passageiros ao ano.
Foto: Rodovias&Vias / Gustavo Louzada
56 RODOVIAS&VIAS
a espera de uma vitória
Solução proposta
Para os representantes do Espírito Santo, a solução
seria o governo federal repassar os recursos já reserva-
dos para as obras do aeroporto e deixar que o estado se
encarregue. “Temos que resolver a situação. Já fiz um
apelo à Presidente Dilma para nos ajudar. Estive com o
Ministro Nelson Jobim, na Diretoria da Infraero, com o
Ministro Palocci e com o Vice-Presidente Michel Temer.
Faremos questão em colaborar”, disse o Governador Re-
nato Casagrande.
Por enquanto, nem após a criação da Secretaria de
Aviação Civil (SAC) com status de Ministério a solução
pareceu decolar. O Ministro da Secretaria de Aviação Ci-
vil, Wagner Bittencourt, afirmou, em evento no início de
maio, que “é necessário melhorar a governança nos ae-
roportos brasileiros”. Na mesma ocasião, o Ministro dis-
se que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-
co e Social (BNDES) divulgaria em breve um estudo so-
bre a situação aeroportuária, incluindo as modalidades
Pouco espaço para o desembarque tumultua o terminal.
RODOVIAS&VIAS 57
AVIAÇÃO
Foto: Divulgação
lhos, Campinas e Brasília –, o que deixou
de fora outros considerados importantes,
como o do Rio de Janeiro (Galeão) e o de
Vitória.
A criação da Secretaria de Aviação
Civil pode revigorar a estrutura adminis-
trativa do setor no país (veja quadro). So-
mente a Infraero possui 36.744 profissio-
nais, dos quais 13.480 são concursados e
mais de 23 mil são terceirizados, segundo
a própria empresa. A tendência é o cresci-
mento da participação privada na gestão
dos aeroportos nacionais, mas a discus-
são está apenas começando.
Enquanto os entendimentos técni-
cos e políticos não se concretizam, os
usuários do aeroporto capixaba seguem
esperando as melhorias que façam jus ao
nome da cidade que o abriga e ao senti-
mento que pode surgir da solução para
seus problemas: Vitória! Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
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Tamoios em dobro
Um dos principais corredores de ligação entre interior e litoral de São Paulo está prestes a
receber investimentos que renovarão sua dinâmica. A Rodovia dos Tamoios, assim denominada
em homenagem à etnia indígena que habitava a região no passado, será duplicada pelo sistema
de Parceria Público-Privada (PPP), segundo anúncio do governo do estado.
Fotos: Rodovias&Vias / Leonilson Gomes
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rodovias
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TAMOIOS EM DOBRO
Os principais desafios da obra estão com as rodovias Via Dutra (BR-116), Car-
na complexidade dos trabalhos – cons- valho Pinto (SP-70), Estrada das Pitas (SP-
trução de túneis, cuidados com áreas de 88) e Rio-Santos (SP-55/BR-101).
preservação, traçado nas áreas monta-
nhosas – e na aprovação ambiental ne-
cessária para liberação do empreendi- Obras
mento, que deve levar mais de três anos
para ser concluído. Segundo a Secretaria Estadual de Lo-
No início do ano, o Governador Ge- gística e Transportes de São Paulo, a SP-
raldo Alckmin deixou claro que o proje- 099 atualmente passa por obras de me-
to é “absolutamente prioritário”. Consi- lhoria na extensão do trecho entre o km
derada principal acesso ao litoral norte, 11,5 e o km 64,4.
a Tamoios tem um fluxo médio de 20 Estão sendo realizados serviços de
mil carros por dia e mais de 40 mil nos recapeamento, drenagem, sinalização
fins de semana de verão. e elementos de segurança. Além disso,
Com a duplicação, será necessário uma ponte já foi implantada no km 18 e
também executar obras de contornos e outra está sendo construída no km 28. As
acessos nos municípios por onde passa a obras estão previstas para serem concluí-
rodovia – São José dos Campos, Paraibu- das no próximo semestre, e o investimen-
na e Caraguatatuba – e em intersecções to é de cerca de R$ 46 milhões.
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VANTAGENS E BENEFÍCIOS DO WHITETOPPING NA
REABILITAÇÃO DE PAVIMENTOS
Autor
Marcos Dutra de Carvalho, Engenheiro Especialista Itaipava - Teresópolis/RJ (BR 495), construído
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em 1928 e que se encontra em serviço até hoje, há
mais de 80 anos, conforme mostrado na Fig. 1.
WHITETOPPING: O QUE É? Construção
Os equipamentos de formas deslizantes de úl-
O Whitetopping é o recapeamento de pavi- tima geração, disponíveis no País, têm alto rendi-
mentos asfálticos com concreto de cimento por- mento e produtividade, possibilitando a produção
tland. A origem do termo refere-se à execução de diária de grandes extensões de pista, com largura
camada de cor cinza claro (pavimento de concre- total, caracterizando grande rapidez de execução.
to), com a função de base e revestimento, a ser Esse fato já foi comprovado em obras recentes aqui
colocada sobre um revestimento asfáltico exis- executadas e em execução.
tente, de cor escura (“cobertura branca”). Segurança e conforto de rolamento
Esta técnica, consagrada há anos nos Estados A aderência entre os pneumáticos e a superfície
Unidos, já teve emprego muito bem sucedido no do pavimento de concreto é favorecida pela existên-
Brasil, na BR-290 (trecho Porto Alegre-Osório) e cia das ranhuras artificiais, evitando hidroplanagem e
na rodovia SP-103/79, em São Paulo. Atualmen- proporcionando menor distância de freagem.
te, encontra-se em execução na Serra de São Vi- Ecologia e meio ambiente
cente (BR 163/364), próximo a Cuiabá/MT. A superfície clara do concreto contribui ainda
O concreto empregado no whitetopping é o tra- para a redução da temperatura ambiente, minimi-
dicionalmente usado em pavimentos rígidos, com zando os gastos com ar condicionado e reduzindo
resistência característica à tração na flexão (fctM,k), a poluição ambiental nas cidades. O pavimento de
medida aos 28 dias, da ordem de 4,5 MPa concreto é um aliado efetivo da proteção ambiental,
por motivos diversos:
VANTAGENS E BENEFÍCIOS DO WHITETOPPING - não aumenta a temperatura do ar; reduz a
As vantagens e os benefícios da adoção do white- temperatura ambiente cerca de 5ºC e a temperatura
topping na reabilitação de pavimentos asfálticos enqua- próxima à superfície de cerca de 14ºC;
dram-se em pelo menos seis categorias, que se interli- - é totalmente reciclável ao fim de sua vida útil;
gam, a saber: economia, técnica e desempenho, cons- - a estrutura do pavimento de concreto é menor
trução, segurança e conforto de rolamento, ecologia e que a correspondente em outra alternativa;
meio ambiente, e normatização, resumidas a seguir. - o cimento portland agrega valor a subprodutos
Economia industriais que não teriam uso prático senão de ser
A análise comparativa da viabilidade técnica e incorporado na fabricação do cimento;
econômica de projetos de pavimentos de concre- - o whitetopping permite significativa economia
to (rígidos) e asfálticos (flexíveis) tem comprovado de combustível e redução na emissão de gases gera-
que, a médio e longo prazo, os primeiros acarretam dores do efeito estufa pela frota circulante, conforme
sempre menor custo anual, considerada a sua gran- estudos da American Concrete Pavement Association
de durabilidade e a desnecessidade de gastar recur- (ACPA), dos EUA.
sos na sua manutenção. Normatização
Técnica e desempenho O emprego do whitetopping no nosso país é
É característica inerente de um pavimento técnica consagrada de reabilitação de pavimentos
de concreto a grande durabilidade, que se deve asfálticos, haja vista os excelentes resultados obti-
às propriedades estruturais do material: eleva- dos com as obras já executadas, sendo a sua cons-
da resistência mecânica e ao desgaste, e pra- trução regida por procedimentos normatizados,
ticamente impermeável. Exemplos no País, de conforme detalhado na norma DNIT 068/2004 – ES
pavimentos de concreto cujo comportamento – Pavimento Rígido – Execução de camada super-
excedeu até mesmo as previsões mais otimis- posta de concreto do tipo whitetopping por meio
tas, como o pavimento de concreto da Serra de mecânico – Especificação de Serviço.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vê-se que esta tecnologia é uma excelente
solução da engenharia para reabilitar a malha
rodoviária nacional.As Figs. 2 a 4 ilustram a exe-
cução do whitetopping na Serra de São Vicente/
MT (Rodovia BR 163/364), importante obra em
execução no Brasil.
Fig.2 –
Execução do
whitetopping
com
vibroacabadora
de formas
deslizantes.
Figura 3a - acabamento final com réguas metálicas Figura 3b - desempenadeiras metálicas de cabo
longo
As Figs.
5 e 6 mos-
tram trechos
do white-
topping da
Serra de
São Vicente/
MT, já em
serviço há
cerca de um
ano.
Figura 5 Figura 6
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Do porto à marina
Administração do porto de Itajaí investe em área para lazer náutico.
Fotos: Rodovias&Vias / Leandro Dvorak
66 RODOVIAS&VIAS
O porto de Itajaí, em Santa Catari-
na, concluiu estudos de viabili-
dade técnico-econômica para a cons-
uma necessidade no Brasil. “Estamos
em um momento de aumentar o nú-
mero de marinas no Brasil. Itajaí é um
trução de uma marina com espaço para município que tem grande parte do
850 barcos de lazer. território voltado para o mar e é funda-
A marina será administrada pela mental uma marina para alavancar sua
iniciativa privada, numa espécie de economia”, afirma ele.
concessão. Após a conclusão, a admi- Ainda segundo o estudioso, existe
nistração do porto delegará as opera- a necessidade de adaptação dos ór-
ções a uma empresa por um período gãos ambientais para este tipo de em-
predeterminado em contrato. O Com- preendimento, que é novo no estado.
plexo Náutico Ambiental do Saco da “Santa Catarina, ao contrário do estado
Fazenda, como foi batizado, terá 734 de São Paulo, não tem uma lei de mari-
vagas molhadas e 116 vagas secas, em nas, não tem uma regulamentação de
uma área de 132 mil m2, próxima ao ca- uso. O empreendimento envolve uma
nal de acesso do porto de Itajaí. O Saco questão socioeconômica, de como a
da Fazenda compõe área de mangue e sociedade vai lucrar com a marina. A
é bastante frequentado por pescadores outra questão, que é mais preocupan-
artesanais. Por outro lado, recebe saída te, é se os órgãos ambientais, tanto
de esgoto de diversos pontos da cidade municipal quanto estadual, têm condi-
e seu manejo sempre foi tema de dis- ções de monitorar de uma forma ade-
cussões ao longo dos anos. quada a performance da marina”, con-
clui Polette.
Necessidade O projeto está em fase de licencia-
mento ambiental e a expectativa dos
Segundo o especialista em Gestão administradores do porto é que o edi-
Costeira da Universidade do Vale do tal de licitação seja lançado nos próxi-
Itajaí Dr. Marcos Polette, as marinas são mos meses.
Ilustração: Divulgação
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CONCESSÕES
Trégua para as
estradas
Um entendimento entre o governo do estado do Paraná e as
concessionárias de rodovias paranaenses parece estar a caminho. As
140 ações judiciais existentes envolvendo os dois coadjuvantes da
batalha foram suspensas por 180 dias para um diálogo que promete
favorecer o maior interessado: o usuário.
Foto: Divulgação
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TRÉGUA PARA AS ESTRADAS
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TURISMO
A sorte acompanha
Roraima
O estado mais ao norte do Brasil guarda surpresas a cada passo. Visitar Roraima
é marcar um encontro com paisagens geográficas lindas e curiosas. A proximidade
com a Venezuela e a Guiana influencia os roraimenses, que refletem isso em seus
costumes.
Fotos: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel
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a sorte acompanha RORAIMA
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TURISMO
rios, o simpático e bonachão Jean, quem é tamanha que não são permitidos mais
recebe a nossa pequena comitiva. Com do que cinco ou seis pescadores simulta-
ares de “show man”, ele dá as boas-vin- neamente em determinados braços do
das, descreve as dependências, apresenta rio. Também é observada com atenção
as instalações e comenta sobre as mara- a época da piracema, momento em que
vilhas da cozinha – peixes não estão no várias espécies se reproduzem: “Nós te-
cardápio, pois trata-se de um empreen- mos aqui um hotel de selva no Baixo Rio
dimento com fortíssimo cunho preserva- Branco, eleito pela revista Forbes como
cionista. Sequer os exemplares que fazem o quarto melhor pesqueiro esportivo do
a alegria dos pescadores lá hospedados mundo, nós temos as regiões de serra be-
são machucados na atividade: é proibido líssimas, cacheiras, um estado preserva-
usar anzóis com “fisga” (aquela rebarba do, uma natureza totalmente virgem para
que invariavelmente machuca a boca do mostrar para o mundo.”, avalia o governa-
peixe quando se vai tirá-la). Prevalece a dor José de Anchieta.
técnica do fly fishing, que usa iscas artifi- Mas nem tudo são “flores”, pois nos
ciais que reproduzem pequenos insetos deram conta de que, infelizmente, há
e imitam as iguarias preferidas de tucuna- pescadores de outras regiões que sobem
rés, aruanãs e pirarucus. Assim, segundo o rio e praticam uma pesca predatória e
nos conta Jean, “temos o nosso protago- extremamente prejudicial. Quando da
nista, o peixe esportivo e principal motivo nossa estada, tivemos acesso a um plano
de quem nos procura, garantindo a diver- do governo do estado que visa fiscalizar
são de muitos e muitos hóspedes ao lon- esta área. Perto de tornar-se realidade,
go de bastante tempo. Devolvê-lo ao rio, por intermédio da FEMACT (Fundação Es-
além de mostrar respeito, é uma forma tadual do Meio Ambiente, Ciência e Tec-
de não interferir nas populações”. Sobre nologia), a previsão é de que, além de um
o perfil de quem normalmente se hospe- posto de fiscalização flutuante, o órgão
da no lodge, ele comenta, casualmente: receba ainda equipamentos e embarca-
“O Bush pai já veio brigar com tucuna- ções para suas abordagens, que, diga-se
ré aqui”, diz com um sorriso divertido. A de passagem, são arriscadas, pois comu-
preocupação em preservar as espécies mente estes pescadores estão armados.
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a sorte acompanha RORAIMA
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TURISMO
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AMAZONAS
um diamante no
Rio Negro
Descendo pelo rio Negro, pouco antes do encontro das águas com
o Solimões, o fluxo de embarcações é intenso. O translado de pessoas
e veículos entre uma margem e outra do rio pode levar até uma hora.
São em média 50 minutos para ir de Manaus à outra margem do rio, e
fazer a ligação com Iranduba, município vizinho. Além de tornar esta
travessia mais veloz, a ponte Manaus-Iranduba terá papel importante
Foto: Rodovias&Vias / Oberti Pimentel
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SOBRE O RIO NEGRO
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AMAZONAS
Secretário René Aguiar: “A grande diferença da ponte para as demais é o ambiente em que se encontra”.
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NA MEDIDA
metrô em florianópolis
Um metrô de superfície passará
pela Ponte Hercílio Luz, transportando
passageiros entre a ilha e o continente. É
o que o governo do estado espera com o
estudo de viabilidade técnica, econômica
e ambiental contratado durante as
comemorações do aniversário de 85 anos
da Hercílio Luz, cartão-postal da capital
catarinense. A emblemática ponte pênsil,
interditada desde 1991, é, depois da Golden
Gate, em São Francisco na Califórnia (EUA),
o modelo mais famoso de ponte pênsil
do mundo. Entre os principais pontos
abordados pelo estudo de viabilidade, está o
melhor modelo de veículo a ser utilizado, se
VLT (veículo leve sobre trilhos), VLP (veículo
leve sobre pneus) ou BRT (ônibus articulado), além das intervenções necessárias na cidade para
receber tal tipo de transporte. Já a ponte estará apta a receber qualquer um deles até 2014, que é
quando serão concluídas as obras de reabilitação pelas quais ela vem passando desde 2006.
RODOVIAS&VIAS 83
NA MEDIDA
Superávit
Tomara que o inverno de junho não esfrie as
exportações brasileiras. Na primeira semana de
maio, foram exportados US$ 5,29 bilhões, com
média diária de US$ 1,058 bilhão. O resultado
é 25,5% superior à média de US$ 843 milhões
Linha Executivo no
aeroporto de Brasília
O governo do Distrito Federal deu
início, no final de abril, à operação
da Linha Executivo Aeroporto.
Os passageiros contarão com
viagens em ônibus confortáveis
e diferenciados, equipados com
ar-condicionado, suspensão a ar,
DIivulgação
Bahia na Itália
O Governador Jaques Wagner foi à Itália vender o peixe
baiano. Apresentou o seminário “Um olhar sobre o estado
da Bahia” em Milão, para um número de participantes maior
do que o previsto pelo consulado do Brasil na cidade e pela
Embaixada da Itália no Brasil. Mais de 100 empresários
acompanharam a palestra e se mostraram entusiasmados
com as possibilidades de negócios e investimentos na
Bahia nos segmentos de petróleo, gás e petroquímica,
setor automotivo, mineração, energias renováveis e
agroindústria. Durante a missão, Wagner conheceu a
fábrica da Margraf, empresa com mais de um século de
existência, especializada na extração e beneficiamento de
mármores e granitos, localizada em Chiampo.
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NA MEDIDA
Ônibus-túnel
A empresa chinesa Shenzhen Huashi criou o ônibus rápido tridimensional. Ele tem vagões e
estações e ainda passa por cima do trânsito. Segundo a engenheira Karen Li, o “ônibus” só precisa
de uma ampliação na faixa de rodagem de 60 cm e a construção das estações, o que representaria
apenas 10% do custo de construção por
quilômetro de um metrô. Isso para ocupar
duas faixas de rolagem em uma rua comum.
Como é todo movido a eletricidade, também é
mais barato de manter que um ônibus comum.
Fotos: Divulgação
FORA DA MEDIDA
Fogo na ANTAQ
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) suspendeu temporariamente o
atendimento nas áreas de navegação marítima e de apoio, em consequência do incêndio
que atingiu as instalações do órgão no Rio de Janeiro, no último dia 22. Até que o trabalho
seja reativado, armadores e agentes marítimos poderão obter informações diretamente na
sede da Antaq, em Brasília. O fogo teve origem em uma sala comercial no décimo andar
do prédio onde funciona a Agência, no centro da Capital, e subiu para os demais andares.
O incidente deve afetar, ainda que provisoriamente, a rotina de atividades relacionadas à
navegação de longo curso e de cabotagem e ao apoio marítimo e portuário.
BR-101.
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Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi
RODOVIAS&VIAS
FotoLegenda
iMAGEM DO MÊS
São 600 toneladas rodando a uma velocidade média de 5 km/h
por pouco mais de 100 km. O reator, que saiu do porto de Paranaguá,
tem como destino final a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar),
da Petrobras, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. No
início do mês (dia 4), foi concluída a primeira parte da viagem, do km 0
ao km 11 da BR-277, trecho concedido à Ecovia. A segunda etapa será
maior, de aproximadamente 60 km, até a interseção da BR-277 com
o Contorno Leste. A partir daí, a carga circulará em direção à
refinaria por trecho administrado por outra concessionária, a
Autopista Planalto Sul, do grupo OHL.
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ARTIGO
MÃO DE OBRA:
O AGORA OU NUNCA
DA QUALIFICAÇÃO
melhoria da qualidade da educação no país. Não
Márcio Cancellara raro, empresas que decidem investir em pro-
Vice - Presidente da gramas próprios de capacitação esbarram no
Associação Brasileira de
Engenharia Industrial baixo nível educacional dos trabalhadores. Com
deficiências em habilidades básicas, como com-
preensão de texto e matemática, parte deles
permanece aquém das exigências de mercado,
mesmo após intensivos treinamentos.
O problema não é novo para as empresas, que
sempre o perceberam sob a forma de baixa eficiên-
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