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Parece ter acontecido [...

] uma inimaginável aceleração do ciclo de inclusão – em que novas


formas e energias são incorporadas, domadas e recicladas como mercadorias -, ao ponto de
tornar difícil distinguir a “originalidade” autêntica da “exploração” comercial. (p. 150)

Ao lado da indústria da moda, a do rock é o melhor exemplo da


vendabilidade elástica do passado cultural, com suas reciclagens de sua
própria história na forma de retomadas e releituras, retornos e versões cover.
Nos últimos anos, o desenvolvimento de novas formas de tecnologia
acelerou e, de certa maneira, democratizou esse processo, a ponto de
permitir que as evidências culturais do rock sejam fisicamente desmantelada
e remontadas como pastiche e colagem, com mais rapidez e falta de controle
do que em qualquer época. (p. 150)

Em termos mais amplos, deve-se reconhecer, o rock pode ser considerado a


forma cultural pós-moderna mais representativa. Isso porque ele personifica
à perfeição o paradoxo central da cultura de massas contemporânea: o seu
alcance e influência globais unificadores, de um lado, combinamos com a
sua tolerância e criação de pluralidades de estilos, de mídia e de identidades
étnicas, do outro. (p. 151)

o importante no tocante a estilos como o ska, dub, rap e hip-hop são as oportunidades que eles
dão para a afirmação da identidade cultural de grupos sociais subordinados das Índias
Ocidentais e da Grã-Bretanha (p. 151).

A estética da versão oferece um equivalente popular-cultural do tão célebre principio de


intertextualidade. (p. 152) Ao fazer versões percebemos que há códigos em aberto e que é
possível participar da construção e significação de um determinado elemento, possibilitando o
incremento desse com outros.

Em vez de apenas exprimir uma identidade cultural particular, esse princípio estético permite
a expressão da experiência cultural heterogênea, “a negociação de identidades culturais mistas
ou transnacionais” (p. 152)

Se a indústria do rock exige um produto estável e reprodutível, também é


verdade que ela depende da invasão periódica da diferença e da inovação.
Com efeito, essa indústria é talvez o melhor exemplo do processo mediante o
qual a cultura capitalista contemporânea promove ou multiplica a diferença
no interesse da manutenção de sua estrutura de lucros. Se há um dominante
no rock contemporâneo, trata-se do domínio da múltipla marginalidade. (p.
153).

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