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ESTUDO DE DESENHO: Perspectiva

1. Compreensão da Perspectiva
 
O conhecimento sobre perspectiva de observação, também denominada de cônica ou linear, é
indispensável para quem pretende desenhar corretamente a aparência de volume dos objetos,
profundidade e espaço de ambientes ou paisagens e todo tipo de esquemas gráficos que busquem
reproduzir as características tridimensionais da realidade.

1.1. Definição de perspectiva:

No desenho artístico a perspectiva pode ser definida como um recurso gráfico que utiliza o efeito
visual de linhas convergentes para criar a ilusão de tridimensionalidade do espaço e das formas
quando estas são representadas sobre uma superfície plana como a do papel de desenho.
 
1.2. O efeito visual das linhas convergentes:

Para compreender como ocorre a influência das linhas convergentes na


representação gráfica em perspectiva, observe o exemplo ilustrativo do cubo a
esquerda. A aplicação das linhas pontilhadas 1, 2 e 3
convergentes para o ponto P constroem as arestas de
suas faces A e B causando afunilamento a medida que
se distanciam do primeiro plano, gerando um efeito
visual de volume. Reproduzindo com isso as
características que são próprias da perspectiva.
 
1.3. Cômoda em perspectiva:

Enquanto exemplo de representação gráfica de objetos com o uso das


linhas convergentes, temos à direita uma cômoda simulando a mesma posição e situação do cubo.
Note que na sua face frontal os detalhes das gavetas são desenhados normalmente como são
observados, sem o uso da perspectiva. Somente as faces superior e lateral direita seguem as linhas
convergentes nos convencendo da aparência de tridimensionalidade.
 
   1.4. Ambiente em perspectiva:

O mesmo esquema gráfico com linhas convergentes deslocando-se para um ponto pode ser aplicado
em qualquer tipo de desenho. No exemplo do ambiente abaixo elas são as responsáveis pela sensação
de espaço existente entre o primeiro e o último plano dando efeito de profundidade.

  As linhas que representam as arestas dos objetos, citadas como convergentes, tecnicamente no
estudo da perspectiva são denominadas de linhas de fuga. Elas fazem parte de um conjunto de
recursos gráficos classificados como elementos da perspectiva, indispensáveis na construção
esquemática de formas e do espaço imitando a percepção visual do olho humano.

2. Elementos da perspectiva: 

Linha do horizonte, ponto de vista, ponto de fuga e linhas de fuga são os quatro elementos da
perspectiva que determinam o nível e o ângulo visual do espectador no contexto do desenho. Para
um estudo mesmo básico sobre perspectiva é necessário conhecê-los e saber o modo correto de sua
aplicação. Por isso, além de identificar visualmente cada um deles, faremos uma descrição sobre seu
significado e função no desenho a partir das demonstrações ilustrativas a seguir.
 
2.1. Linha do horizonte:

É o elemento da construção em perspectiva que representa o nível dos olhos do observador (linha
horizontal pontilhada LH).

Numa paisagem é a linha do horizonte que separa o Céu e a Terra. Vista ao longe, ela está na base
das montanhas e risca horizontalmente o nível do mar.
 
2.2. Ponto de vista:

0Na representação gráfica da perspectiva é comum


o ponto de vista ser identificado por uma linha
vertical perpendicular a linha do horizonte (PV). O
ponto de vista revela-se exatamente no cruzamento
dessas duas linhas.

Dependendo do ângulo visual de observação do


motivo, a linha vertical que localiza o ponto de vista
pode situar-se centralizada na cena compositiva ou
num de seus lados, esquerdo ou direito.
 
2.3. Ponto de fuga:

É o ponto localizado na linha do horizonte, pra onde


todas as linhas paralelas convergem, quando vistas
em perspectiva (PF).

Em alguns tipos de perspectiva são necessários dois


ou mais pontos de fuga. Em situações como estas
poderão ter pontos tanto na linha do horizonte
quanto na linha vertical do ponto de vista. Em
alguns casos é possível o ponto ficar fora tanto da
linha do horizonte quanto do ponto de vista.
 
2.4. Linhas de fuga:

São as linhas imaginárias que descrevem o efeito da perspectiva convergindo para o ponto de fuga
(linhas convergentes pontilhadas). É o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto que geram a
sensação visual de profundidade das faces em escorço dos objetos em perspectiva.

O uso dos elementos da perspectiva, em conjunto, permitem a elaboração de esquemas gráficos


necessários para desenhar objetos contextualizados em ambientes ou paisagens sem distorção
estrutural. Veremos a base destes recursos gráficos conhecendo sobre os diferentes tipos de
visualização em perspectiva.
3. Tipos de perspectiva:
 
Dependendo da posição ou do nível visual em que um objeto esteja em relação ao observador, a sua
representação em perspectiva pode ser aplicada com um, dois ou três pontos de fuga denominada
respectivamente de perspectiva paralela, oblíqua ou aérea. Veja a seguir sobre cada uma dessas
perspectivas com o auxílio ilustrativo de um cubo em vários exemplos.
 
3.1. Perspectiva paralela (1PF):

No desenho em perspectiva paralela, as linhas de fuga deslocam-se


apenas para um ponto (PF). Objetos nessa situação apresentam sua face
frontal paralela ao observador tanto os que estão localizados a sua
frente (cubo B) quanto a sua esquerda (cubo A) ou a direita (cubo C).

Um detalhe a ser observado é que na perspectiva paralela o ponto de


vista (PV, linha pontilhada vertical) localiza-se representado em
posição perpendicular a linha do horizonte situado tão próximo ao
ponto de fuga que parece estar sobre ele (PF).
 
3.2. Perspectiva obliqua (2PF):

Quando um o objeto fica em posição oblíqua, ou seja, com uma de suas


arestas voltada para o observador, suas linhas de fuga deslocam-se para
dois pontos (PF1 e PF2). Em casos como este, como pode ser
visualizado na ilustração do cubo a direita, observe que nenhuma linha
na estrutura do objeto foi representada na posição horizontal. Quando
não são verticais é porque deslocam-se para um dos pontos de fuga.

Em relação ao ponto de vista (PV), sua representação na linha do horizonte está centralizada entre os
dois pontos de fuga (PF1 e PF2). E estes, por sua vez, devem estar o mais distante possível um do
outro para evitar erros no desenho como veremos na demonstração passo a passo específica sobre o
cubo em perspectiva oblíqua.
 
3.3. Perspectiva aérea (3PF):
Quando observamos um objeto em posição oblíqua a partir de um nível visual bastante alto, para
melhor representá-lo tridimensionalmente, é necessário o uso de três pontos de fuga. Dois deles
ficam na linha do horizonte e o terceiro é representado na vertical do ponto de vista. Em
circunstâncias como estas raramente visualizamos a existência de linhas horizontais ou verticais na
estrutura do objeto. Todas são convergentes e deslocam-se para um dos três pontos de fuga.

Quanto ao ponto de vista (PV), este obedece aos mesmos critérios da perspectiva oblíqua. Permanece
representado num ponto central entre os pontos de fuga PF1 e PF2 na linha do horizonte (LH).
 
3.4. Perspectiva de esgoto (3PF):

A perspectiva de esgoto tem as mesmas características da perspectiva aérea enquanto representação


com três pontos de fuga. A principal diferença está no nível visual muito baixo do observador
tornando-a oposta no modo de visualização alterando, portanto, a localização do terceiro ponto de
fuga (PF3). Nesse novo contexto ele é representado acima da linha do horizonte. Veja o exemplo
ilustrativo.

Concluímos ate aqui a parte teórica que fundamenta sobre a compreensão, os elementos e os tipos de
perspectiva. Para dar continuidade e apreender em detalhes quanto a sua representação gráfica, é
necessário um estudo se valendo de formas geométricas. Elas são a base linear indispensável para
todo tipo de construção em perspectiva.

4. Perspectiva de formas geométricas:


 
Pela sua simplicidade estrutural as formas geométricas são a base esquemática utilizada, pelos
artistas, para representar graficamente qualquer objeto de pouca espessura ou volumétrico. Sendo
eles quadrados ou arredondados, simples ou complexos. Por isso, antes de executar desenhos de
objetos, ambientes, paisagens e demais figuras em perspectiva, com a intenção de delinear a
aparência tridimensional da realidade, é bom se deter primeiro em treinamentos passo a passo com
planos e sólidos geométricos para melhor compreender sua construção gráfica.

Estão disponíveis a seguir, em demonstrações passo a passo, o quadrado, o cubo, o círculo e o


cilindro em perspectiva. No final de cada aula passo a passo você verá alguns exemplos ilustrativos
de objetos e ambientes representados em perspectiva sob os mesmos critérios estruturais dos planos e
sólidos geométricos dos quais derivam. Veja sobre cada um deles.
 
4.1. Perspectiva do quadrado:

O quadrado é a forma geométrica que serve de base para representar em perspectiva objetos de pouca
espessura. Sua posição pode ser visualizada em perspectiva paralela (fig. 1 e 2) e oblíqua (fig. 3 e 4).
Ambas estão disponíveis no modo básico e avançado.
 
O QUADRADO EM PERSPECTIVA PARALELA

BÁSICO: O quadrado em perspectiva paralela (1pf)

    
fig. 1

AVANÇADO: O quadrado em perspectiva paralela (1pf)

     
fig. 2
 
O QUADRADO EM PERSPECTIVA OBLÍQUA

BÁSICO: O quadrado em perspectiva oblíqua (2pf)


(Opções básico ou avançado)

     
fig. 3

AVANÇADO: O quadrado em perspectiva oblíqua (2pf)


(Opções básico ou avançado)

     
fig. 4
 
4.2. A perspectiva do cubo:
O cubo é a estrutura base universal para o desenho de todos os objetos volumétricos. Por causa de
sua estrutura tridimensional com altura, largura e profundidade é possível a sua representação em
perspectiva paralela (fig. 5 e 6), oblíqua (fig. 7 e 8) e aérea (fig. 9). O cubo em perspectiva paralela e
oblíqua estão disponíveis no modo básico e avançado.
 
O CUBO EM PERSPECTIVA PARALELA (Básico e Avançado)

BÁSICO: O cubo em perspectiva paralela (1pf)


     

fig. 5

AVANÇADO: O cubo em perspectiva paralela (1pf)

     
fig. 6
 
O CUBO EM PERSPECTIVA OBLÍQUA (Básico e Avançado)

BÁSICO: O cubo em perspectiva oblíqua (2pf)

     
fig. 7

AVANÇADO: O cubo em perspectiva oblíqua (2pf)

     
fig. 8
 
O CUBO EM PERSPECTIVA AÉREA

O cubo em perspectiva aérea (3pf)

     
fig. 9
 
4.3. A perspectiva do círculo:

O círculo é a forma utilizada para desenhar o esquema de objetos arredondados com pouca
espessura. Para aprender sobre sua representação em perspectiva é necessário ter, como pré-
requisito, o conhecimento sobre a perspectiva do quadrado.
O CÍRCULO EM PERSPECTIVA

O círculo em perspectiva

     
fig. 10
 
4.4. A perspectiva do cilindro:

O cilindro é a matriz formal para a representação de objetos volumétricos arredondados a exemplo


de garrafas, rodas, tubos, etc.
Para aprender sobre sua representação em perspectiva é necessário ter, como pré-requisito, o
conhecimento sobre a perspectiva do circulo e do cubo em perspectiva paralela.

 
O CILINDRO EM PERSPECTIVA

O cilindro em perspectiva

     
fig. 11

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