Você está na página 1de 4

Pastagens (passo-a-passo)

Formação de pastagem passo-a-passo


Para se ter boa formação de uma pastagem, não é necessário somente comprar uma boa semente, mas
uma série de passos que não custam quase nada e podem melhorar em muito o resultado na formação da
pastagem. Veja o caminho que você deve seguir para ter uma pastagem de sucesso.
1º Passo
Faça uma boa amostragem do solo e encaminhe a um laboratório conceituado, para verificar as
deficiências nutricionais do solo e os níveis de acidez. Para uma boa amostragem, você deve coletar no
mínimo 15 sub amostras em pontos diferentes para compor uma amostra, a profundidade da
amostragem deve ser de 0 a 20 cm.
Em função dos níveis de fertilidade e da reposição que se pretende fazer, deveremos estar buscando a
variedade de gramínea mais adaptada a fertilidade. É recomendável que se solicite a um Engenheiro
Agrônomo para estar interpretando e recomendando a análise.
2º Passo
Havendo necessidade de calcário é conveniente que se divida a dose em duas partes, uma no início do
preparo do solo e outra posteriormente, devemos lembrar que o calcário leva de 20 a 60 dias para agir
no solo e diminuir a acidez.
O preparo do solo é feito com arado ou uma grade-aradora, devendo-se incorporar os restos de cultura
anterior para que as mesmas sejam devidamente decompostas e não venham a prejudicar a germinação e
o desenvolvimento da gramínea a ser implantada.
É conveniente que os torrões sejam quebrados sem no entanto esfarelar o solo, muitas vezes o excesso
de preparo do solo através de gradagens sucessivas pode levar à pulverização do solo e prejudicar a
germinação.
Normalmente usa-se passar a grade uma ou duas vezes e depois concluir o preparo com a grade
niveladora.
A falta de preparo também é uma condição adversa e prejudica a germinação.
Se o terreno estiver muito compactado pode-se realizar uma subsolagem para quebrar esta camada de
compactação.
Em áreas amorradas nunca proceder ao preparo do solo no sentido morro abaixo, sempre em nível.
Realizar a conservação do solo através de curvas de nível e/ou terraços.
O fósforo pode ser aplicado parte durante o preparo do solo e parte no plantio ou, integralmente no
plantio.
3º Passo
Um ponto muito importante a ser observado é quanto a umidade do solo e portanto, devemos atentar
para a época do plantio. É recomendável que se aguarde o início efetivo das chuvas para que tenhamos
no solo uma reserva de umidade de aproximadamente 100 mm de chuva e uma perspectiva de novas
chuvas chegando. O uso de plantio no pó é uma técnica não recomendada, pois apresenta alto risco de
insucesso.
4º Passo
A escolha da gramínea a ser plantada exige a observação de alguns detalhes, tais como:
-Uma propriedade deve ter pelo menos três tipos diferentes de gramíneas, este fator é importante
principalmente em relação a pragas, florescimento da gramínea e o seu comportamento na rebrota,
durante o período das águas.
-Como é a topografia do terreno a ser formado?
Em áreas mais amorradas e sujeitas a erosão, devemos evitar de plantar gramíneas de touceira.
-O terreno onde a pastagem será formada é seco ou úmido?
Existem algumas gramíneas que se adaptam melhor em terrenos úmidos e outras não.
-Qual a finalidade de uso da pastagem? Dependendo do animal que irá fazer uso da pastagem (bovino,
eqüino, ovino ou caprinos) existe uma gramínea mais adaptada.
-Como é a fertilidade do terreno?
Temos gramíneas mais exigentes que outras em fertilidade do solo.
-Qual o nível tecnológico a ser adotado? Existem gramíneas que apresentam uma rebrota mais rápida e
suportam uma capacidade maior de animais por área.
5º Passo
Alguns cuidados devem ser tomados no momento da compra da semente.
-Comprar semente somente de empresas idôneas.
-Sempre exigir Nota Fiscal da semente e fazer constar o lote, na mesma nota.
-Verificar se a sacaria encontra-se em boas condições.
-Verificar a validade da semente.
-Verificar junto a etiqueta se o que está recebendo é o que foi comprado.
-Armazenar a semente sobre um estrado e em local seco e ventilado.
-Adquirir a semente sempre com antecedência de 30 dias antes da data de plantio, para poder checar a
qualidade da mesma.
O armazenamento na propriedade deve ser feito com muito critério, pois a semente é um ser vivo e
como tal ela respira e transpira, consumindo assim energia, diminuindo o seu vigor e perdendo a
qualidade. O ideal é que a semente seja armazenada em local fresco e ventilado, isenta de umidade e
livre de roedores. Deve-se evitar armazenar a semente com defensivos agrícolas.
6º Passo
Com o que a semente pode ou não pode ser misturada no momento do plantio? Chamamos isso de
veículo, seria um enchimento para fazer um volume maior e facilitar a regulagem da plantadeira.
Podemos misturar a semente com os seguintes materiais:
Adubos fosfatados.
Calcário.
Esterco curtido e peneirado
Palha ou areia.
Não usa com as sementes:
Adubos nitrogenados
Adubos Potássicos
Palha ou areia
É conveniente que após a mistura, o plantio seja o mais rápido possível.
A quantidade a ser usada vai depender das condições de plantio, existem três condições distintas (ideal,
média e adversa), e para cada uma delas uma quantidade de sementes adequada, (veja a tabela na pág.
11).
A profundidade de plantio é um fator muito importante a ser analisado, temos dois tipos de sementes e
para cada uma, profundidade adequada. Sementes graúdas (Brachiaria) a profundidade adequada é de
até 2 cm e para sementes miúdas (Panicum) até 1 cm de profundidade.
7º Passo
Após o plantio, deve haver um acompanhamento periódico da área e as condições climáticas devem ser
monitoradas.
Muitas vezes dependendo do tipo de solo, topografia e a intensidade da chuva, pode haver estrago na
área e esta deve ser recuperada o mais breve possível.
A adubação potássica e nitrogenada pode ser feita após o primeiro pastejo.
Antigamente tinha-se como hábito deixar a planta sementear para depois colocar os animais para o
primeiro pastejo, esta técnica não é recomendada pois gera inúmeros prejuízos para a formação da
pastagem.
Após a semeadura devemos cobrir a semente ou compactá-la, podemos cobrir a semente com uma grade
niveladora totalmente travada, sempre tomando o cuidado para não enterrar demasiadamente a semente
e só utilizá-la, em solos pesados (argilosos). Outra forma bastante interessante é o rolo compactador,
este irá compactar a semente fazendo com que a mesma germine mais rapidamente e tenha o seu
desenvolvimento mais precoce. O rolo compactador poderá ser utilizado tanto em solos pesados
(argilosos), quanto leves (arenosos). Veja como fazer um rolo compactador:
Recomenda-se que por volta dos 60 a 70 dias realize-se uma simulação do corte dos bovinos puxando a
ponta do capim e caso consigamos cortar a planta sem abalar a raiz, está no momento do primeiro
pastejo. Este deve ser feito com animais jovens e mais leves, cortando apenas as pontas do capim e a
seguir, vedando-se o pasto por mais trinta dias.
Quando a pastagem entrar no sistema de manejo normal, o período de descanso e a altura do corte deve
variar para cada cultivar,(veja a tabela na pág. 11).
8º Passo:
Afinal de contas, qual a quantidade de semente que devemos utilizar?
Em primeiro lugar é fundamental definirmos qual a condição de plantio que a área se enquadra.
Condição Ideal:
Solo analisado e corrigido.
Solo bem preparado.
Uso de adubo no plantio.
Equipamentos em boas condições.
Uso de um rolo compactador.
Plantio solteiro, ou seja, somente o capim sem consorciar com uma outra cultura, como por exemplo, o
milho.
Boas condições de umidade.
Topografia boa e sem problemas de erosão.
Conservação de solo.
Condição Média:
Plantio a lanço em superfície sem compactação.
Plantio com solo semi-preparado.
Plantio consorciado com culturas anuais (milho, sorgo, etc).
Época de plantio com incidência de veranicos.
Área sujeita a assoreamento ou erosão.
Equipamentos que não ofereçam uma regulagem muito precisa.
Condição Adversa:
Plantio aéreo.
Plantio tardio.
Plantio em terrenos com declividade acentuada.
Plantio com pouco preparo do solo.
Plantio em várzeas úmidas.
Plantio a lanço manual.
Plantio com matraca.
Plantio no pó, ou seja, antes do início das chuvas.
Equipamento que não oferece regulagem.
Plantio pós-queimada.
Qual o Valor Cultural que estarei comprando da Semente Ourofino?
Ex: Brachiaria brizantha cv. Marandú VC 40%
Condições Ideais: 240 / 40 = 6 Kg/ha.
Condições Médias: 320/40 = 8 Kg/ha.
Condições Adversas: 480/40 = 12 Kg/ha.
Lembramos que, o uso excessivo de sementes é prejudicial na formação da pastagem.

Você também pode gostar