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ABRAMOVAY, Miriam e PINHEIRO, Leonardo Castro.

“Violência e Vulnerabilidade
Social”. In: FRAERMAN, Alicia (Ed.). Inclusión Social y Desarrollo: Presente y futuro
de La Comunidad IberoAmericana. Madri: Comunica. 2003.

Violência e Vulnerabilidade social

Miriam Abramovay1
Leonardo Castro Pinheiro2

A violência e a vulnerabilidade social são fenômenos que vem se acentuando no mundo


contemporâneo. Entender a relação entre eles é o principal desafio dos governos e da
sociedade civil para este século. É conveniente destacar que os jovens de classes populares,
se comparados a outros extratos da sociedade são uns dos grupos mais atingidos por esses
fenômenos. Visto que vários estudos3 demonstram que a precariedade dos serviços públicos
e das condições de vida, a falta de oportunidades de emprego e lazer e as restritas
perspectivas de mobilidade social, como potenciais motivadores de ações violentas. Assim,
tendo em vista a situação em que vivem os jovens de camadas populares, as esferas
convencionais de sociabilidade já não oferecem respostas suficientes para preencher as
expectativas desses jovens. Nos vazios deixados por elas constitui-se uma outra esfera ou
dimensão de sociabilidade cuja marca principal é a transgressão.

Neste sentido, o presente artigo visa discutir a relação entre a violência (sofrida e praticada
por jovens) e a condição de vulnerabilidade social que eles se encontram. A vulnerabilidade
social é tratada aqui como o resultado negativo da relação entre a disponibilidade de
recursos (materiais ou simbólicos) dos atores e o acesso à estrutura de oportunidades
sociais, econômicas, culturais que provêem do Estado, do mercado e da sociedade civil.

Para este fim o artigo foi dividido em duas partes além desta introdução, conclusão e
bibliografia. A primeira parte analisa, a partir de estudos recentes, os conceitos de violência
e vulnerabilidade social e procura correlacioná-los com vista a desenvolver um campo de
referência para o estudo de políticas públicas. Já a segunda parte analisa o conceito de
capital social e advoga seu uso em projetos que tenham com o objetivo quebrar o ciclo
perverso da violência e vulnerabilidade social entre os jovens de camadas populares e

1
Miriam Abramovay é professora e pesquisadora da Universidade Católica de Brasília (UCB)
2
Pesquisador- UNESCO
3
Desde 1997, a UNESCO-Brasil iniciou uma série de pesquisas centradas nos temas de juventude, violência e
cidadania. Alguns dos livros que resultaram dessas pesquisas são os seguintes: Juventude, Violência e
Cidadania nas Cidades da Periferia de Brasília (1998); Gangues, Galeras, Chegados e Rappers – Juventude,
Violência e Cidadania nas Cidades da Periferia de Brasília (1999); Cultivando Vidas, Desarmando Violências
– Experiências em Educação, Cultura, Lazer, Esporte e Cidadania com Jovens em Situação de Pobreza
(2001), Juventude, Violência e Vulnerabilidade Social na América Latina: Desafios para Políticas Públicas
(2002) e Escolas Inovadoras: Experiências Bem-Sucedidas em Escolas Públicas (2003).

1
relacionando-os empiricamente a algumas iniciativas bem-sucedidas de organismos
internacionais como a UNESCO Brasil e organizações não-governamentais.

Violência e Vulnerabilidade Social

A violência é um fenômeno social que preocupa a sociedade e os governos na esfera


pública e privada. Seu conceito esta em constante mutação visto que não é fácil defini-lo,
pois não existe um conceito absoluto. Enquanto um conceito mais restrito, pode deixar de
fora parte das vítimas, uma definição muito ampla recorre no perigo de deixar de fora parte
das vítimas e de não levar em conta as micro violências do cotidiano. Em sentido estrito
refere-se à violência física como a intervenção de um individuo ou grupo contra a
integridade de outro(s) individuo(s) ou grupo(s) e também contra si mesmo. Tal definição
abarca desde os suicídios, espaçamentos de vários tipos, roubos, assaltos e homicídios até a
violência no transito (camuflada sobre o nome de “acidentes”) e todas as diversas formas de
agressão sexual, ou seja a violência que se encontra no código civil ou segundo Chesnais
(1981) a “ violência dura”. Já a violência simbólica refere-se ao abuso do poder baseado no
consentimento que se estabelece e se impõe mediante o uso de símbolos de autoridade,
como a violência verbal e também a violência institucional marginalização, discriminação
e práticas de assujeitamento utilizadas por instituições diversas que instrumentalizam
estratégias de poder).

No Brasil a violência está intimamente ligada à condição de vulnerabilidade social de


certos extratos populacionais, como por exemplo os jovens. Atualmente, esses atores
sofrem riscos de exclusão social sem precedentes devido a um conjunto de desequilíbrios
provenientes do mercado, Estado e sociedade que tendem a concentrar a pobreza entre os
membros deste grupo e distanciá-los do “curso central” do sistema social. (Vignoli, 2001).

Outro aspecto perverso da vulnerabilidade é a escassa disponibilidade de recursos materiais


ou simbólicos a indivíduos ou grupos excluídos da sociedade. O não acesso a determinados
insumos (educação, trabalho, saúde, lazer e cultura) diminui as chances de aquisição e
aperfeiçoamento desses recursos que são fundamentais para que os jovens aproveitem as
oportunidades oferecidas pelo Estado, mercado e sociedade para ascender socialmente.

Marilena Chauí (1999) define a violência de forma multifacetada: seria tudo o que vale da
força para ir contra a natureza de um ator social, ou seja, todo o ato de força contra a
espontaneidade, a vontade e a liberdade de alguém e todo o ato de transgressão contra o que
a sociedade considera justo e direito.

Para Santos (1986:53), as noções de solidariedade social, consciência coletiva, crime e


anomia fornecem um ponto de partida para o estudo da violência. Segundo Durkheim in
Santos, a violência seria definida como, “um estado de fratura nas relações de
solidariedade social e em relação às normas sociais e jurídicas vigentes em dada
sociedade”.

Santos (1986:68) ainda destaca a interferência no mundo atual dos conflitos relacionais que
agregam às relações de dominação. A violência nesta perspectiva poderia ainda ser

2
explicada, como “um ato de excesso, qualitativamente distinto, que se verifica no exercício
de cada relação de poder presente nas relações sociais de produção social”.

Devido à generalização do fenômeno da violência não existem grupos sociais protegidos,


diferentemente de outros momentos históricos, ainda que alguns tenham mais condições de
buscar proteção institucional e individual. Isto é, a violência não mais se restringe a
determinados nichos sociais, raciais, econômicos e/ou geográficos, ela tornou-se um
fenômeno sem voz e rosto que invade o cotidiano.

A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas ocasiona


uma grande tensão entre os jovens que agravam diretamente os processos de integração
social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade.
Ressalta-se que a violência embora, em muitos casos, associada à pobreza, não é sua
conseqüência direta, mas sim da forma como as desigualdades sociais, a negação do direito
ao acesso a bens e equipamentos como os de lazer, esporte e cultura operam nas
especificidades da cada grupo social desencadeando comportamentos violentos.

Assumindo que os recursos à disposição do Estado e do mercado são insuficientes para,


sozinhos, promoverem a superação da vulnerabilidade e de suas conseqüências, em
particular a violência, advoga-se o fortalecimento do capital social intergrupal, através do
aumento da participação e valorização das formas de organização e expressão do jovem,
como estratégia de ação para envolver a sociedade e seus recursos na busca de soluções
para o problema como descreveremos na próxima seção.

Capital social como instrumento de combate ao binômio violência/vulnerabilidade


social

Experiências que priorizam a participação dos jovens como antagonistas do seu processo de
desenvolvimento vêem demonstrando ser alternativas eficientes para superar a
vulnerabilidade desses atores, tirando-os do ambiente de incerteza e insegurança (Castro et
al, 2001). Captar e disseminar a expressão dos jovens, concretizando suas potencialidades
juvenis e permitindo que eles contribuam para a problematização de seu cotidiano é de
fundamental importância para o sucesso desses programas. Além disso, a valorização das
formas de expressão tipicamente juvenis, tais como o rap e o grafite, colabora para que,
tanto os próprios jovens quanto o resto da sociedade, reconheçam esses atores como
capazes de contribuir e construir soluções pacíficas para os conflitos sociais.

Através da pesquisa Cultivando Vidas, Desarmando Violências, a UNESCO, acompanhou


por meio de uma complexa engenharia de pesquisas e avaliações, programas realizados
por governos locais, ONGs, e outras entidades da sociedade civil em 10 estados brasileiros,
que desenvolveram atividades que colaboram no combate a violência e na construção de
uma cultura pela paz, recorrendo ‘a arte, educação para cidadania, esporte e
entretenimento com e para jovens em comunidades sujeitas a vulnerabilidades sócio-
economico-culturais.

A intenção era dar reconhecimento social às iniciativas e identificar os caminhos


alternativos que foram percorridos por diversas instituições para o incremento do capital

3
social e desenvolvimento dos jovens. A pesquisa demonstrou que através do estimulo ao
capital social intergrupal, expresso por meio dos programas das referidas intituições
buscava-se construir espaços alternativos de estimulo a criatividade, ‘a participação, ‘a
auto-estima, ‘a formação artístico e cultural, e promoviam a formação em temas como
cidadania, oferecendo alternativas de ocupação do tempo e contribuindo para uma massa
critica ‘à cultura e praticas de violência.

Em muitas dessas experiências resgatavam-se sentidos de direitos humanos, facilitando


meios de expressão e de verbalização, pelos jovens, dos sentimentos de indignação,
protesto e afirmação positiva de suas identidades. Além disso, utilizando o poder agregador
do lúdico, seja na forma de arte, esporte ou cultura, e investia-se em outra forma de
sociabilidade entre os jovens e entre gerações , evitando o isolamento social dos jovens e
estigmas sociais contra culturas juvenis.

Experiências tais quais as descritas no livro Cultivando Vidas e outros vários estudos (ver
entre outros Coleman, 1990; Narayan, 1997; Collier, 1998; Glaeser, Sacerdote e
Scheinkman, 1996; Rubio, 1997), demonstram que a diminuição da vulnerabilidade social e
o combate as suas conseqüências, em especial a violência, passam pela promoção e
fortalecimento do capital social intergrupal.

Mas o que vem a ser capital social?

Com seu livro Comunidade e Democracia: A Experiência da Itália Moderna e em outros


artigos recentes a respeito do desaparecimento da cultura cívica na América, Robert
Putnam (1993 e 1995) inspirou a literatura acadêmica sobre capital social. O capital social
pode ser entendido como um tipo particular de recurso que esta disponível a indivíduos ou
organizações e que facilita a realização de ações coletivas. Os componentes do capital
social incluem (1) o contexto onde se operam as obrigações, expectativas e confiança entre
os atores, (2) a qualidade aos canais de informações disponíveis e (3) a existência de
normas e sansões que visem disciplinar as relações entre os atores. Apesar de não serem as
únicas fontes, as redes de engajamento públicas, como: associações comunitárias, clubes de
esporte, associações culturais e outros tipos de organizações voluntárias ou não; são
geralmente caracterizadas como importantes locais para a geração de capital social.
Diferentemente do capital físico ou humano, o capital social não é de propriedade de
indivíduos ou instituições. Surge das relações entre atores e serve para facilitar as
atividades de cooperação entre eles.

O conceito de capital social nos convida a explorar a infra-estrutura da sociedade civil e


sugere que com sua análise se possa encontrar explicações do porque algumas localidades
ou instituições apresentam maior vitalidade e eficiência no combate a exclusão social e a
violência do que outras.

O capital social não é um conceito homogêneo, mas uma composição de vários elementos
sociais que promovem (contextualizam) a ação individual e coletiva. As pesquisas
desenvolvidas a respeito vêm utilizando indicadores de capital social baseados na
participação em organizações sociais, atitudes cívicas, cooperação e sentido de confiança
entre os membros da comunidade.

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Existem dois argumentos principais que defendem os efeitos positivos do capital social
sobre a redução da violência (crime). Ambos, segundo os autores, estão ligados ao
entendimento de relações simpáticas (sympathetic) entre os membros da comunidade:

• o capital social reduz os custos das transações sociais, colaborando para


soluções pacíficas dos conflitos.

• comunidade com fortes laços entre seus membros são melhores equipadas
para superar o problema de ação coletiva do tipo free-rider4.

Por outro lado, acredita-se que, em certos contextos, fortes interações sociais permitem aos
indivíduos envolvidos em atividades criminais trocarem com mais facilidade informações e
know-how para a diminuição dos custos do crime. Essas interações sociais podem facilitar
a influência de marginais sobre outros membros da comunidade, desenvolvendo a
propensão ao crime e violência. De acordo com Glaeser, Sacerdote e Scheinkman (1996),
essa interação social perversa pode ser a causa fundamental para a inércia das taxas de
crime, observadas nas cidades dos EUA.

Nesse texto, denomina-se o primeiro tipo de capital social de capital social positivo; e o
segundo tipo, de capital social negativo.

No livro Gangues, Galeras, Chegados e Rappers discute-se a formação de capital social


negativo para a contribuição no aumento da presença desses grupos no Distrito Federal.
Considerando a hipótese da existência de gangues, propõe-se a conhecer quem são os
jovens que delas fazem parte e sua representação/percepção sobre temas tais como
violência, família, trabalho, educação, consumo, drogas, cidadania, futuro .A relevância do
trabalho baseia-se em números que demonstram a altíssima incidência da violência entre a
juventude, principalmente nos grandes centros urbanos.

Em linhas gerais, as teorias que explicam as possíveis causas da emergência da violência e


criminalidade entre a juventude apresentam três grandes grupos de hipóteses: o que se
ancora na explicação individual, enfatizando a culpa no indivíduo, por conta da
personalidade e de fatores biossociais; o que atribui a causa a fatores estruturais, em
decorrência do atual modelo econômico global, que exclui grandes contingentes
populacionais e o que atribui o problema à crise e falência das instituições e normas da
sociedade moderna.

A formação de gangues/galeras se dá, em sua maioria, nos espaços onde a sociedade não
tem respostas efetivas, por parte do poder público, para as suas demandas e necessidades.
Esse não cumprimento de suas atribuições força o Estado a aceitar um novo tipo de
“ordem” imposta, de maneira geral, pelo crime e pela violência. Por conta desses fatores,

4
Para saber mais consulte OLSON, Mancur. A Lógica da Ação Coletiva: Os Benefícios Públicos e uma
Teoria dos Grupos Sociais. São Paulo: Iedusp. (1999).

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entre outros, adverte-se que não existe apenas uma crise de ideais ou de expectativas de
futuro, mas também uma adaptação ativa a novos modelos e identidades.

Os resultados do estudo mostra, de modo geral, como as gangues e galeras são


caracterizadas de forma negativa, já que implicariam na adoção de atitudes criminosas, tais
como pichação, assaltos, furtos, vandalismo. Por outro lado, os grupos de rappers são
retratados de forma positiva, já que estariam, na sua maioria, mais afinados com a
denúncia e o protesto – principalmente através da música – sobre a situação de vida de seus
membros. Seriam, portanto, uma espécie de alternativa às gangues. Numa distinção entre o
capital social positivo e o capital social negativo.

Em outra perspectiva, Narayan (1999) estende a formulação de Lederman e relaciona a


abrangência do capital social com a eficiência das ações do Estado (funcionalidade de
governo) para explicar os efeitos do capital social no combate a vulnerabilidade em geral, e
a pobreza em específico. Para o autor, a combinação entre o capital social e a ação do
Estado pode gerar: bem estar social e econômico, a permanência da situação de exclusão, o
conflito ou ações coletivas de superação dos problemas, dependendo da abrangência do
capital social e da eficiência da ação estatal (Narayan, 1999: 14).

O bem estar social e econômico é obtido em cenários ideais, onde a boa funcionalidade do
governo, complementada pela existência de fortes relações sociais intergrupais, consegue
produzir resultados econômicos e sociais positivos para os problemas apresentados.

Em países, regiões ou comunidades com uma boa funcionalidade de governo com clivagens
sociais, onde um grupo exerce domínio sobre a estrutura política, a existência de capital
social positivo favorece a consolidação da situação de exclusão dos grupos não
dominantes. Por ventura, se os grupos não-dominantes conseguirem organizarem um
capital social que transpasse suas identidades, sua ação pode alterar o status quo e a
distribuição de poder entre os grupos, alcançando a situação de bem estar social e
econômico.

De outra forma, Narayan (1999) explica que na situação de mau funcionamento estatal a
sociedade com capital social predominantemente do tipo negativo estaria mais disposto a
debandar-se para o conflito, violência, guerra civil. Para o autor, com o mau funcionamento
da força estatal, os grupos sociais passam a substituir as funções do aparato público, no
entanto, uma vez que o capital social e do tipo negativo, os benefícios gerados por essa
substituição são concentrados no grupo dominante, que exclui os demais pelo uso da força
ou pela ameaça do uso.

Em sociedades onde os recursos estatais não conseguem atender demandas da população


mas onde é predominante o capital social negativo, as interações sociais extra-estatais
tornam-se gradualmente substitutas das funções estatais, formando a base para estratégias e
ações de superação dos problemas daquelas sociedades. Associações de moradores,
cooperativas de produtores, associações de pais e mestres, organizações não
governamentais de proteção a minorias independentes ou com pouco contato com agencias
governamentais passam a suprir demandas não atendidas pelo Estado.

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Iniciativas como o Programa Abrindo Espaços da UNESCO apresentam-se como propostas
geradores de capital social positivo, capazes de promover a inclusão social, acesso a
espaços alternativos, protegidos, equipamentos e bens de arte-educação e entretenimento,
bem como de convivência para a juventude e a comunidade em geral. A preocupação com
a qualidade da programação dos fins de semana nas escolas é outra marca peculiar e
transcende tais momentos, pois se investe na construção de uma cultura de paz, cuidando de
pilares de tal cultura, como valores, ética, estética e educação baseada nos direitos
humanos e de cidadania. Seu principal objetivo é colaborar para a reversão desituaçôes de
vulnerabilidade social.

Outro fator importante é a expectativa de que o Programa Abrindo Espaços possa


contribuir, cada vez mais, para que o espaço escolar se torne um local de acesso a todos os
membros da comunidade, independente de estes estarem formalmente a ele vinculados,
promovendo um tipo de interação capaz de atrair não apenas os jovens regularmente
matriculados, mas - e sobretudo - aqueles que ainda não estão. Além disso, acredita-se na
possibilidade de se propiciar uma nova via, mais informal, de aproximação entre a família e
a escola, a comunidade e a escola e a juventude e a escola.

O Programa se baseia em vários componentes interligados, sendo a abertura das escolas,


um produto cuja elaboração e re-elaboração passa pelo acionamento de pesquisas de
avaliação em distintos momentos de implantação e desenvolvimento do Programa; o
concurso de especialistas em temas da agenda das atividades que se realizam nos fins de
semana; na capacitação dos animadores que acionam tais atividades; na produção de
material artístico-pedagogico e na participação de jovens, comunidade e escolas

Conclusão

Em suma, a literatura analisada sobre capital social e sua relação com a pobreza, com a
exclusão e com a violência (apenas para citar alguns casos específicos), sugere que
intervenções que objetivam a melhoria das economias nacionais precisam levar em
consideração a organização social, facilitando ou incentivando a promoção de interações
entre grupos que fortaleçam o capital social abrangente para que a sociedade participe da
formulação, implementação e avaliação das estratégias de desenvolvimento.

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