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Palavras-chave: Dons espirituais, amor

de Deus, amor cristão

O livro I e II Coríntios — Os
problemas da igreja e suas soluções,
escrito por Stanley Horton e publicado
pela CPAD, apresenta-nos uma divisão
bastante interessante do capítulo 13 da
primeira carta de Paulo a esta igreja.

1. A necessidade do amor (13.1-3)


O contraste neste capítulo é entre os
dons espirituais sem amor e os dons
espirituais com amor. Paulo já mostrou
que o amor é visto em ação,
especialmente no dom de Deus: Jesus e
sua morte na cruz. Mas Paulo não
degrada os dons, nem diz que o amor é
melhor que os dons. ‘O ponto é que sem
amor os melhores dons perdem sua
apropriada eficácia, valor e
recompensa.’ Paulo apresenta isto com
sete exemplos do ministério espiritual
valorizados pelos coríntios.
As línguas eram tão altamente
valorizadas que alguns pensavam que
eles falavam em ‘línguas [...] dos anjos’
(ou esta pode ser uma figura de
linguagem que Paulo usa para indicar a
alta consideração dos coríntios para com
as línguas). Mas, quer sejam línguas
humanas ou angelicais, sem amor tais
línguas não tinham mais efeito que ‘o
metal que soa ou [...] o sino que tine.’
Eles chamam a atenção, e isso é tudo.
Assim, as línguas sem amor podem
chamar a atenção, mas não contribuem
para a adoração genuína.
Em Corinto, as línguas não estavam
trazendo edificação nem sequer aos
indivíduos que as falavam, porque a
falta de amor dos coríntios os ‘fazia
tolerar, ou endossar, a sexualidade
ilícita, a cobiça e a idolatria (1 Co
5.9,10; fato ilustrado em 1 Co 5.1-5;
6.1-11; 6.12-20; 8.1; 10.22)’. [...]
2. A natureza do amor (13.4-7)

Considerando que a palavra ‘amor’ é


usada em tantos contextos diferentes,
Paulo identifica doze características que
descrevem o tipo de amor necessário na
busca e manifestação dos dons
espirituais.
O amor é sofredor (paciente) para com
as pessoas que nos provocam ou ferem.
Não permite que surjam ressentimentos,
mesmo quando os males assolam. Ele
caminha a segunda milha, oferece a
outra face, suporta o insulto, é paciente
com os que discordam, ou escarnecem,
ou zombam (Mt 5.39,41). [...]
O amor não pára com uma mera
paciência que tolera aqueles que
amontoam abuso sobre abuso. É
ativamente gentil, vence o mal com o
bem (cf. Lc 6.27; Rm 12.21), procura o
que pode fazer pelos outros, põe-se a
serviço dos outros, encoraja os outros a
falar e ministrar (cf. 1 Co 14.30,31).
O amor não é invejoso, nunca tem
ciúmes, nunca expressa má vontade,
malícia ou mau humor. Seu coração é
muito grande para se ocupar com
insignificâncias, ou rivalidade, ou
competição provocadas por ciúme. [...]
 O amor não trata com leviandade,
nunca é fanfarrão, mas é
verdadeiramente humilde. Nunca se
exibe, nunca ostenta suas próprias
virtudes, nunca mostra orgulho em ser
usado com os dons, nunca chama
atenção para si. [...]
O amor não se ensoberbece, não é
orgulhoso, inchado ou convencido, nem
é ávido por honra. Não é como algumas
pessoas que fazem um espetáculo para
mostrar que são humildes, mas
interiormente sentem o quanto são
importantes. Não ‘se assenhoreia’ dos
menos afortunados, nem trata os outros
como inferiores. Nunca é enfatuado,
arrogante ou despótico. Nunca exige
seus direitos, nem ente reconhecimento
que lhe é devido por fiéis serviços
prestados (veja Mt 20.26-28; Lc 17.7-
10). 
O amor nunca se porta com indecência,
desonra ou vergonhosamente; nunca é
rude ou impróprio. Jesus era um perfeito
cavalheiro. O seu amor sempre é
atencioso, cortês e gentil; nunca é
grosso ou vulgar. O amor nunca
envergonha, fere ou humilha o outro,
mas é sempre amável. [...]
O amor não busca os seus interesses,
nunca é egoísta, cobiçoso ou avaro.
Deus tanto amou que Ele deu (Jo 3.16).
O mesmo amor divino nos fará mais
interessado em dar do que receber.
Procura o bem dos outros. Não exige
que as coisas sejam feitas do seu jeito,
mas aceita a liderança dada por Deus
(cf. 1 Co 14.37).
O amor não se irrita. O amor não se
enfurece, pouco importando as
circunstâncias. Qualquer irritabilidade
que surge vem de uma fonte diferente.
Mas o amor mantém a vitória mesmo
quando tudo parece dar errado.
O amor não suspeita mal, não mantém
um registro dos erros. Não está atento
ao mal que lhe é feito, antes não toma
nota disso. Sempre perdoa e nunca
guarda rancor. Nunca lembra as pessoas
de palavras nocivas ou danos ditos ou
feitos no passado.
O amor não folga com a injustiça, com o
mal, nem com a queda ou infortúnios
dos outros. O amor nunca diz “Eu te
disse” ou “Bem feito”. Nem desenterra
os pecados do passado ou deseja expor
ou ridicularizar os erros dos outros. [...]
O amor tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta. Sempre defende,
sempre confia, sempre tem esperança,
sempre persevera. Nunca se rende,
tolera. É obediente, fiel, confiante e
esperançoso. Suporta a pressão com fé
e esperança ousadas. Vê onde é preciso
ajuda e se coloca sob a carga sem que
lhe seja pedido ou implorado. Fornece
coragem sincera aos outros. [...]

3. A prioridade do amor (13.8-13)

Amor como este nunca falha (gr. Piptai,


‘cai’), acaba ou se anula. As profecias
‘serão aniquiladas’ (gr.
Katargethesontai, ‘suprimidas’,
‘extinguidas’, palavra diferente de amor
‘que falha’). As línguas ‘cessarão’, serão
silenciadas ou acabarão (gr. Pausontai,
outra palavra diferente). O dom
espiritual da palavra da ciência também
desaparecerá, cessará.
Quando? Não hoje quando todos os dons
são tão necessários para edificar os
crentes, mas quando ‘o que é perfeito’,
ou completo, vier. ‘Quando vier o que é
perfeito’ se refere à perfeição que Jesus
trará quando Ele voltar outra vez e
recebermos nosso novo imortal e
incorruptível (1 Co 15.53,54) e
entrarmos nas bênçãos milenares. Até
então estaremos sujeitos às nossas
limitações presentes (Rm 8.18-25). 

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