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AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

Introdução
• Todas as decisões no âmbito das finanças
corporativas encontram-se vinculadas ao objetivo
de criação de valor a empresa, promovendo a
maximização da riqueza de seus acionistas.
• A definição do valor de uma empresa envolve
uma crítica aos métodos patrimoniais baseados
no princípio de custo.
Introdução
• Todo modelo de avaliação, desenvolve
expectativas para a fixação dos resultados
futuros esperados do período de previsão e da
definição da taxa de atratividade econômica.
• A metodologia de avaliação de uma empresa
exige o domínio de conceitos teóricos de
finanças e inúmeros fatores que condicionam o
valor da empresa.
Métodos Patrimoniais e Critérios de
Mensuração de Ativos
• Os métodos patrimoniais destacam o valor da
empresa com base no valor do respectivo
Patrimônio Líquido. O valor patrimonial é
medido pela diferença entre o valor de seus
ativos e o montante de suas obrigações
(Passivo). O valor da empresa é obtido pela
soma do patrimônio líquido com o valor do
passivo
Valor Histórico
• O valor histórico está fundamentado no princípio
do custo histórico dos ativos, ou seja, no valor
registrado no momento de sua aquisição ou
elaboração.
• Para o cálculo do valor histórico corrigido é
recomendada a atualização monetária de todos
os valores patrimoniais, respeitando-se a
natureza da formação e características
específicas de cada um deles.
Custo Histórico
• O custo histórico possui diversas limitações como
conceito a ser aplicado na avaliação patrimonial
e sua aceitação mais ampla ocorre de
preferência no âmbito da contabilidade
tradicional, dada a sua relação bastante próxima
com a receita realizada na operação do resultado
contábil.
• O valor de uma empresa é essencialmente
função de sua capacidade de gerar resultados no
futuro, e não dos valores apurados ou
acumulados em períodos passados.
Valor de Realização de Mercado
• O valor de realização de mercado determina o
valor possível dos ativos da empresa de serem
realizados individualmente em condições normais
de transações dentro de um mercado
organizado, ou seja, o preço razoável que se
pode obter na alienação de cada um deles.Além
das dificuldades naturais de avaliação, esse
método não leva em consideração a possível
sinergia dos ativos, fixando-se no valor
pecuniário de sua realização.
Preço da Realização de Mercado
• O preço da realização de mercado ao ser
estabelecido em um ambiente organizado, reflete
uma alternativa razoável do valor do ativo que se
espera realizar no curto prazo, como estoques de
mercadorias para venda, produtos em
elaboração etc.
Valor Realizado Líquido
• Segundo Hendriksen e Breda, o valor realizado
líquido é medido pela diferença entre o valor
corrente de venda do ativo e todos os custos e
despesas incrementais previstos relacionados
com a transação de venda e entrega (comissões,
fretes, produção, embalagens etc) exceto os de
natureza fiscal.Esse preço líquido, deduzido de
todas as despesas adicionais, permite que se
obtenha melhor aproximação do valor corrente
de mercado.
Valor de Liquidação
• O valor de liquidação representa o resultado que
se obteria de um eventual encerramento das
atividades da empresa, e sujeitos os ativos aos
preços de realização vigentes no mercado.
• A definição do valor de liquidação costuma
envolver grandes perdas de valor por admitir os
ativos pelo conceito físico, sem produzir valor
econômico.
Valor de Reposição
• O valor de reposição equivale ao preço corrente
de repor todos os ativos em uso da empresa, ou
seja, o custo baseado nos valores de mercado
dos diversos ativos em avaliação, admitindo-se
que se encontram em estado de novo.A
importância do preço de reposição é destacada
principalmente no pressuposto de continuidade
de um empreendimento, preocupando-se com as
variações nos preços específicos dos ativos.
Vantagem do Custo de Reposição
• Uma vantagem apontada no custo de reposição
é a possibilidade de apropriação dos resultados
de uma forma independente de sua realização,
ou seja, o reconhecimento do lucro antes da
venda dos estoques.
No que os valores de reposição
podem se diferenciar?
• Os valores de reposição podem diferenciar-se
dos valores históricos registrados pela
Contabilidade, gerando informações relevantes
como resultados (ganhos ou perdas) de
estocagem e de capital.
Ganhos e Perdas nos Valores de
Reposição

Ocorre ganho (economia) de estocagem quando
o custo do produto ou mercadoria estocado subiu
mais que o preço pago. Representa uma
economia determinada pela valorização real do
bem armazenado.

Esses Ganhos ou perdas de estocagem tornam-
se realizados quando ocorrer a venda. Não
realizados quando a variação nos preços ocorrer
antes da venda.
Conceito de Ganhas ou Perdas de
Capital

O conceito de ganhos ou perdas de capital é
determinado pela diferença entre o custo (valor)
corrente em determinada data passada, quando
da aquisição do bem.

O Custo de reposição (corrente) pode ainda ser
obtido em valores corrigidos, sofrendo seus
valores um ajuste por um índice de preços
selecionado para a data de comparação.
Para Ilustrar:

Admita que uma empresa tenha adquirido, no
início de determinado período:

100 unidades de mercadorias

Preço unitário de $ 500.

Ao final do período seguinte, a empresa vende:

60 unidades de seus estoques,

Preço $ 700/unidade. Apontamos um lucro bruto
nominal igual a $ 12.000, ou seja,

Receita de Vendas: 60 un X $700 = 42.000

Custo Venda Histórico: 60 un X $500 = (30.000)

Lucro Brtuo Histórico = 12.000

Estoque Final Histórico: 40 un X $ 500 = 20.000
Demonstração do Exercício

No entanto, se na data da realização da venda
tivesse a empresa de despender de $ 620/unidade
para REPOR as 60 unidades em estoque, seu
resultado bruto, em valores correntes, apresentaria
um lucro de apenas $ 4.800, isto é:

Receitas de vendas: 60 un X $ 700 = 42.000

Custo Venda Corrente: 60 un X $ 620 = (37.200)

Lucro Bruto Corrente = 4.800

Estoque Final Corrente 40 un X $ 620 = 24.800

Diante dos valores apresentados, notamos que
houve uma economia (ganho) de custo nos estoques
de $ 7.200 realizada no momento da venda.
2° Exemplo:

Admita, que a inflação do período de venda das
mercadorias tenha sido de 5%. Então, teremos:

Preço: $ 620/unidade

Assim teremos:

Custo Corrente da Mercadoria na Data da Venda:

60 un X $ 620 = $ 37.200

Custo Histórico Corrigido

60 un X $ 500 X 1,05 = ($ 31.500)

Economia de Custo Realizada Corrigida

= 5.700
Portanto:

• Observe que, em valores corrigidos, o lucro da


empresa na estocagem das mercadorias reduz-se
de $ 7.200 para $ 5.700, o que corresponde a
valorização do mercado nos estoques realizados
ocorrida acima com a taxa de inflação.
Economias (ou deseconomias) de
custo não realizado
●Há variações de valor nos elementos mantidos
em estoques pela empresa em determinado
período. São mensurados pelas diferenças
encontradas entre os custos correntes e os
históricos. Esses resultados não realizados
ocorrem pela manutenção de bens ativos nos
estoques da empresa, portanto uma valorização
nos estoques (não realizados) faria ocorrer um
lucro que existe somente na demonstração do
resultado e não existe em termos de caixa.
– Das 100 unidades de mercadoria adquiridas, a
empresa vendeu, ao final do 1º período, somente 60
unidades. Permanecendo estocadas 40 unidades,
as quais são avaliadas, em termos de balanço a
custos históricos, pelo preço de aquisição de
$500/unidade, tem-se :
– Estoques em Valores Históricos:
– 40 un x $500 = 20.000
– A preço de reposição, essas mercadorias atingem o
seguinte montante:
– Estoques a Preços de Reposição:
40 un X $620 = 24.800
– Desta forma temos uma valorização no estoque de
$4800 ($24.800 - $20.000), a qual é definida como
economia de custo não realizada. As mercadorias
adquiridas em um período atrás, e ainda não vendidas
valorizaram seus preços específicos em $4.800. É um
lucro (ganho) da empresa que, embora ainda não
realizado (não foram vendidas), afeta seu patrimônio
líquido efetivo. Não podendo a empresa, dispor destes
lucros não realizados.
– Em valores corrigidos, a economia de custo não
realizada, para uma inflação considerada de 5% no
período, atinge $ 3.800, ou seja :

– Estoques em Valores Correntes no Final do Período:


– 60 un X $ 620 = $ 24.800
– Estoques em Valores Históricos Corrigidos:
– 60 un X $ 500 X 1,05 = ($ 21.000)

– Economia de Custo Não Realizada Corrigida


– = 3.800
Análise das influências dos valores
correntes
RESULTADO RESULTADO RESULTADO RESULTADO
HISTÓRICO HISTÓRICO CORRENTE CORRENTE
PURO * CORRIGIDO PURO * CORRIGIDO
Receitas de Venda 42.000 42.000 42.000 42.000
Custo de Vendas (30.000) (31.500) 37.200 37.200
Lucro Bruto 12.000 10.500 4.800 4.800
Economia de Custo
7.200 5.700
Realizada
Lucro Realizado: 12.000 10.500 12.000 10.500
Economia de Custo
4.800 3.800
Não Realizada
Lucro Global 12.000 10.500 16.800 14.300
•As colunas 1 (resultado histórico puro) e 3
(resultado corrente puro) serão ignoradas, pois não
consideram os efeitos da inflação. Para finalidades
gerenciais e de avaliação, tem pouca utilidade. Nas
demais verificamos:
•O resultado histórico apura um lucro de maior
qualidade, considerando apenas valor obtido de
receita menos valor investido na compra do produto
vendido pela inflação, não levando em conta os
preços de reposição (variação de preço específica
dos produtos negociados).
• O resultado a valores correntes corrigidos
mostra que o acréscimo patrimonial global da
empresa é de $ 14.300, dos quais $3.800
ainda estão embutidos nos estoques não
vendidos (economia de custo não realizado)
valorizado acima da inflação. Trata-se de lucro
ilusório por não estar disponível
financeiramente.
No entanto fica demonstrada que o lucro de $
10.500, também apurado pelo método de custo
histórico corrigido, é formado, na realidade, de
duas partes, uma, indisponível, de $5.700, que é a
diferença entre o preço de reposição da
mercadoria vendida e o investimento efetuado em
sua aquisição corrigido. É lucro indisponível
porque precisará reinvestir esses $5.700 nos
estoque. Realmente não são $ 10.500 mas sim
$4.800, tendo ainda que deduzir os custos
operacionais.
Observações finais sobre os custos
de reposição
• O uso dos custos de reposição nos métodos
patrimoniais tem uma desvantagem que é seu
caráter subjetivo, quando aplicado a produtos
sazonais e de moda. As cotações correntes destes
itens nem sempre estão disponíveis no mercado,
demandando uma avaliação de maior incerteza dos
valores estimados.
• Em segmentos com acentuada evolução
tecnológica, torna-se complicado também se
apurarem os respectivos valores de reposição.
Para superar essa dificuldade, normalmente
adotam-se comparações com ativos que prestam
serviços aceitos como equivalentes, obtendo-se
por aproximação o preço de reposição.
O ativo total de uma empresa avaliado pelo custo
corrente deve reproduzir, em essência, o valor que se
deveria pagar para montar outra empresa igual (mais
próximo) em estado de nova. Essa análise é relevante
principalmente do ponto de vista de um investidor
potencial, que esteja considerando uma eventual
participação acionária no capital da empresa. Os
resultados de sua avaliação seriam comparáveis, para
efeitos de tomada de decisão, com os que apuraria
caso investisse seus recursos numa nova empresa
similar.
Valor da Empresa e Valor dos
Balanços
• O uso de balanços patrimoniais é observado com
freqüência para se definir o valor econômico da
empresa. A contabilidade costuma expressar
seus valores com base no princípio do custo,
voltado ao objetivo do lucro.
• A base contábil de valor para os ativos é o custo,
o qual está voltado para a apuração do lucro, e
não para refletir seu valor de vendas de mercado.
O Valor Patrimonial
• O valor patrimonial de uma empresa não tem
nada a ver com valor de mercado da empresa,
estando mais diretamente vinculados ao valor de
compra(custo) de seus ativos.
• O valor de um ativo é função de sua capacidade
futura de gerar riqueza. O valor de uma empresa
depende de seu desempenho esperado no futuro,
do que ela seja capaz de produzir valor(riqueza).
MODELO DO FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
• Configurado como um dos métodos mais
utilizados pelos avaliadores, a avaliação com
base no fluxo de caixa descontado retrata a
capacidade de geração de riquezas da empresa
baseada em sua performance futura.
MODELO DO FLUXO DE CAIXA
DESCONTADO
• Segundo Assaf Neto (2003, p.587), “uma
empresa é avaliada por sua riqueza econômica
expressa a valor presente, dimensionada pelos
benefícios de caixa esperados no futuro e
descontados por uma taxa de atratividade que
reflete o custo de oportunidade dos vários
provedores de capital”.
Matematicamente é definido
segundo a seguinte equação:
Valor = FCO1 + FCO2 + FCO3 ... FCOn
--------------------------------
(1+K) (1+K)2 (1+K)3 ....(1+K)n

Onde: “Valor” significa o valor econômico


(presente) do investimento; “FCO”: montante de
caixa gerado; “K”: taxa de desconto e “n”: úmero
de períodos.
Questões a serem pesquisadas
• O que significa WACC?;
• O que significa perpetuidade?;
• O que é e Valor Explicito?;
• Qual a fórmula da Perpetuidade?;
• O que é Fluxo de Caixa Descontado?
• O que é EBTIDA?.
Bibliografia
ASSAF Neto Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 2ª
edição. Editora Atlas S. A. - 2005.
GITMAN, Lawrence J.; MADURA, Jeff. Administração
financeira: uma abordagem gerencial. São
HOJI, Masakazu. Administração financeira. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 2000.
MARTINS, Eliseu. Avaliação de empresas: da mensuração
contábil à econômica. FIPECAFI -
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras. São Paulo: Editora Atlas, 2001.
MARTINS, Eliseu; ASSAF NETO, Alexandre. Administração
financeira. São Paulo: Atlas, 1985.

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