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Técnico em Segurança do Trabalho

SANEAMENTO DO MEIO I

Poluição Atmosférica
Professor: Ivan Araujo

Poluição Atmosférica

A partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial,


aumentou muito a poluição do ar. A queima do carvão mineral despejava na
atmosfera das cidades industriais européias, toneladas de poluentes. A partir
deste momento, o ser humano teve que conviver com o ar poluído e com todas
os prejuízos advindos deste "progresso". Atualmente, quase todas as grandes
cidades do mundo sofrem os efeitos daninhos da poluição do ar. Cidades como
São Paulo, Tóquio, Pequim, Nova Iorque e Cidade do México estão na lista das
mais poluídas do mundo.

A poluição gerada nas cidades de hoje são resultado, principalmente, da


queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e
derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem
lançado uma grande quantidade de monóxido de carbono e dióxido de carbono
(gás carbônico) na atmosfera. Estes dois combustíveis são responsáveis pela
geração de energia que alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes
de grande parte das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado
atualmente é extremamente difícil.

Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros


urbanos. A saúde do ser humano, por exemplo, é a mais afetada com a
poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite alérgica, alergias e
asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos. A poluição
também tem prejudicado os ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em
geral.

Fruto desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai


corroendo, com o tempo, monumentos históricos. Recentemente, a Acrópole
de Atenas teve que passar por um processo de restauração, pois a milenar
construção estava sofrendo com a poluição da capital grega.

O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito


estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da
seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na
atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calor fica
concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas. Futuramente,
pesquisadores afirmam que poderemos ter a elevação do nível de água dos
oceanos, provocando o alagamento de ilhas. Muitas espécies animais poderão
ser extintas e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais freqüência.

Apesar das notícias negativas, o homem tem procurado soluções para


estes problemas. A tecnologia tem avançado no sentido de gerar máquinas e
combustíveis menos poluentes ou que não gerem poluição. Muitos automóveis
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já estão utilizando gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo,


temos milhões de carros movidos a álcool, combustível não fóssil, que poluí
pouco. Testes com hidrogênio tem mostrado que num futuro bem próximo, os
carros poderão funcionar com um tipo de combustível que lança, na atmosfera,
apenas vapor de água.

Os gases poluentes são aqueles produzidos, principalmente, pela queima


de: combustíveis fósseis (gasolina e óleo diesel), resíduos orgânicos (lixos) e
vegetação florestal. Estes gases absorvem parte da radiação infra-vermelha
emitida pela Terra, favorecendo e efeito estufa e o aquecimento global.

Os principais gases poluentes da atmosfera são: dióxido de carbono


(CO2), gás metano (CH4), óxidos de nitrogênio (NOx).

O efeito estufa tem colaborado com o aumento da temperatura no globo


terrestre nas últimas décadas. Pesquisas recentes indicaram que o século XX
foi o mais quente dos últimos 500 anos. Pesquisadores do clima afirmam que,
num futuro próximo, o aumento da temperatura provocado pelo efeito estufa
poderá ocasionar o derretimento das calotas polares e o aumento do nível dos
mares. Como conseqüência, muitas cidades litorâneas poderão desaparecer
do mapa.

O efeito estufa é gerado pela derrubada de florestas e pela queimada das


mesmas, pois são elas que regulam a temperatura, os ventos e o nível de
chuvas em diversas regiões. Como as florestas estão diminuindo no mundo, a
temperatura terrestre tem aumentado na mesma proporção.

Um outro fator que está gerando o efeito estufa é o lançamento de gases


poluentes na atmosfera, principalmente os que resultam da queima de
combustíveis fósseis. A queima do óleo diesel e da gasolina nos grandes
centros urbanos tem colaborado para o efeito estufa. O dióxido de carbono
(gás carbônico) e o monóxido de carbono ficam concentrados em determinadas
regiões da atmosfera formando uma camada que bloqueia a dissipação do
calor. Outros gases que contribuem para este processo são: gás metano,
óxido nitroso e óxidos de nitrogênio. Esta camada de poluentes, tão visível nas
grandes cidades, funciona como um isolante térmico do planeta Terra. O calor
fica retido nas camadas mais baixas da atmosfera trazendo graves problemas
ao planeta.
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Pesquisadores do meio ambiente já estão prevendo os problemas futuros


que poderão atingir nosso planeta caso esta situação persista. Muitos
ecossistemas poderão ser atingidos e espécies vegetais e animais poderão ser
extintas. Derretimento de geleiras e alagamento de ilhas e regiões litorâneas.
Tufões, furacões, maremotos e enchentes poderão ocorrer com mais
intensidade. Estas alterações climáticas poderão influenciar negativamente na
produção agrícola de vários países, reduzindo a quantidade de alimentos em
nosso planeta. A elevação da temperatura nos mares poderia ocasionar o
desvio de curso de correntes marítimas, ocasionando a extinção de vários
animais marinhos e diminuir a quantidade de peixes nos mares.

Preocupados com estes problemas, organismos internacionais, ONGs


(Organizações Não Governamentais) e governos de diversos países estão
tomando medidas para reduzir a poluição ambiental e a emissão de gases na
atmosfera. Neste contexto surgiu o Protocolo de Kyoto.
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Protocolo de Kioto

O Protocolo de Kyoto é um instrumento internacional, ratificado em 15 de


março de 1998, que visa reduzir as emissões de gases poluentes. Estes, são
responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. O Protocolo de Kyoto
entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, após ter sido
discutido e negociado em 1997, na cidade de Kyoto (Japão).

Porém, países como os Estados Unidos tem dificultado o avanço destes


acordos. Os EUA alegam que a redução da emissão de gases poluentes
poderia dificultar o avanço das indústrias no país.

Objetivos e Informações

No documento, há um cronograma em que os países são obrigados a


reduzir, em 5,2%, a emissão de gases poluentes, entre os anos de 2008 e
2012 (primeira fase do acordo). Os gases citados no acordo são: dióxido de
carbono, gás metano, óxido nitroso, hidrocarbonetos fluorados,
hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. Estes últimos três são
eliminados principalmente por indústrias.

A emissão destes poluentes deve ocorrer em vários setores econômicos e


ambientais. Os países devem colaborar entre si para atingirem as metas. O
protocolo sugere ações comuns como, por exemplo:

- aumento no uso de fontes de energias limpas (biocombustíveis, energia


eólica, biomassa e solar);

- proteção de florestas e outras áreas verdes;

- otimização de sistemas de energia e transporte, visando o consumo racional;

- diminuição das emissões de metano, presentes em sistemas de depósito de


lixo orgânico.

- definição de regras para a emissão dos créditos de carbono (certificados


emitidos quando há a redução da emissão de gases poluentes).
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Expectativas

Os especialistas em clima e meio ambiente esperam que o sucesso do


Protocolo de Kyoto possa diminuir a temperatura global entre 1,5 e 5,8º C até o
final do século XXI. Desta forma, o ser humano poderá evitar as catástrofes
climáticas de alta intensidade que estão previstas para o futuro.

Conferência de Bali

Em dezembro de 2007, entre os dias 3 e 14, outro evento importante


aconteceu na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança
Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e
negociações representantes de centenas de países começaram a definir
medidas para a redução da emissão de gases poluentes.

Os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países


mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para
troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países
participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence
em 2012.

Aquecimento Global

Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global


está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes,
principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel,
etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido
nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil
dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes
gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra,
dificultando a dispersão do calor.

O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colaboram


para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na
atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o
resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de
forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências
em nível global.
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Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.

Conseqüências do aquecimento global

- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no


mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível
da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas
cidades litorâneas;

- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura


provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários
ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente
em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é
aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;

- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura


faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando
estes tipos de catástrofes climáticas;

- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as


ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa
onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
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CHUVA ÁCIDA

A chuva ácida, ou com mais propriedade deposição ácida, é a


designação dada à chuva, ou qualquer outra forma de precipitação atmosférica,
cuja acidez seja substancialmente maior do que a resultante da dissociação do
dióxido de carbono (CO2) atmosférico dissolvido na água precipitada.

A principal causa daquela acidificação é a presença na atmosfera


terrestre de gases e partículas ricas em enxofre e nitrogênio reativo cuja
hidrólise no meio atmosférico produz ácidos fortes. Assumem particular
importância os compostos nitrogenados (NOx) gerados pelas altas
temperaturas de queima dos combustíveis fósseis e os compostos de enxofre
(SOx) produzidos pela oxidação das impurezas sulfurosas existentes na maior
parte dos carvões e petróleos. Os efeitos ambientais da precipitação ácida
levaram à adoção, pela generalidade dos países, de medidas legais restritivas
da queima de combustíveis ricos em enxofre e obrigando à adoção de
tecnologias de redução das emissões de substâncias reativas para a
atmosfera.

Causas e consequências da precipitação ácida

Na ausência de qualquer contaminante atmosférico, a água precipitada


pela chuva é levemente ácida, sendo de esperar um pH de aproximadamente
5,2 a 20 ºC, valor inferior ao que resultaria se a solução ocorresse em água
destilada (pH = 5,6) devido à presença de outros compostos na atmosfera
terrestre não poluída. Essa acidez natural, apesar de localmente poder ser
influenciada pela presença de compostos orgânicos voláteis e de óxidos de
carbono gerados por trovoadas, resulta essencialmente da dissociação do
dióxido de carbono atmosférico dissolvido na água, formando um ácido fraco,
conhecido como ácido carbônico, segundo a reação:

CO2 (g) + 2H2O (l) ⇌ H2CO3 (aq)

O ácido carbônico sofre ionização em solução aquosa, formando baixas


concentração acidificantes de ions hidrogênios:

2H2O (l) + H2CO3 (aq) ⇌ CO32- (aq) + 2H3O+(aq)

A ionização acima referida ocorre tanto nas gotículas de água atmosférica


(nas nuvens, nevoeiros e neblinas), na água existente na superfície de gelos ou
cristais de neve e ainda no orvalho e na água adsorvida em partículas sólidas
em suspensão no ar. É devido a essa multiplicidade de vias de formação que o
termo chuva ácida, apesar de muito difundido, deve ser preferencialmente
substituído por deposição ácida, já que a acidificação da precipitação, com
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todas as consequências ambientais resultantes, pode ocorrer na ausência de


chuva.

Em resultado dessa acidez natural, o limite para se considerar a


precipitação como ácida é em geral um pH inferior a 4,5 (a 20 °C), o que
corresponde a precipitação que contém concentrações mensuráveis de um ou
mais ácidos fortes e que pela sua acidez causa comprovados efeitos negativos
sobre as plantas, os organismos vivos aquáticos e as estruturas construídas e
equipamentos com os quais entre em contato.

Origem da acidez acrescida

A acidez acrescida que está na origem da precipitação ácida resulta na


sua maior parte da interação dos componentes naturais da atmosfera terrestre
com poluentes primários, entre os quais avultam os óxidos de nitrogênio e os
óxidos de enxofre, os quais reagem com a água atmosférica para formar ácidos
fortes como sejam o ácido sulfúrico e o ácido nítrico. A principal fonte desses
poluente primários é a queima de combustíveis fósseis para produção de
energia térmica, energia eléctrica e para a propulsão de veículos.

Embora existam processos naturais que contribuem para a acidificação


da precipitação, com destaque para os gases lançados na atmosfera pelos
vulcões e os gerados pelos processos biológicos que ocorrem nos solos,
pântanos e oceanos, as fontes antrópicas, isto é resultantes da ação humana,
são claramente dominantes. A prova dessa predominância foi obtida pela
determinação da diferença entre a acidez da precipitação nas zonas
industrializadas e em partes remotas do globo, pela comparação da acidez
atual com o registo deixado pela captura da precipitação no gelo dos glaciares
ao longo de milhões de anos e pelo registo deixado nos fundos de lagos e
oceanos pela deposição de restos orgânicos indiciadores das condições de
acidez prevalecentes.

A análise das camadas de gelo depositadas em glaciares e nas calotas


polares mostram uma rápida diminuição do pH da precipitação a partir do início
da Revolução Industrial, passando em média de 5,6 para 4,5 ou mesmo 4,0 em
algumas regiões, mostrando uma forte acidificação. Igual conclusão é retirada
da análise da prevalência de espécies de diatomáceas em camadas de
sedimento recolhidos do fundo de lagos, confirmando a correlação entre a
industrialização e a diminuição do pH da precipitação.

As principais fontes humanas dos gases poluentes primários são as


indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de transporte motorizados.
Os gases libertados podem ser transportados na circulação atmosférica por
muitos milhares de quilómetros antes de reagirem com gotículas de água,
originando então os compostos que acidificam a precipitação.
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A sua natureza transfronteiriça, já que a circulação atmosférica dispersa


os efeitos ao longo de grandes áreas da Terra, leva a que também afete as
regiões situadas a jusante do seu ponto de emissão no sistema de circulação
atmosférica, levando a que áreas onde as emissões não são significativas
possam ser severamente prejudicadas pela precipitação de poluentes gerados
a montante.

História da chuva ácida

As emissões de dióxido de enxofre e de óxidos de nitrogênio têm crescido


quase continuamente desde o início da Revolução Industrial. Robert Angus
Smith, num estudo realizado em Manchester, Inglaterra, fez em 1852 a primeira
demonstração da relação entre a acidez da chuva e a poluição industrial,
conceituando em 1872 a designação chuva ácida.

Apesar da relação entre precipitação ácida e poluição do ar ter sido


descoberta em 1852, o seu estudo científico sistemático apenas se iniciou nos
finais da década de 1960. Harold Harvey, professor de Ecologia na
Universidade de Toronto, publicou em 1972 um dos primeiros trabalhos sobre
um lago "morto" em resultado da acidificação das suas águas pela deposição
ácida, trazendo a questão da chuva ácida para a ribalta da política ambiental.

O interesse público pelos efeitos da chuva ácida iniciou-se na década de


1970, a partir dos Estados Unidos da América, quando o New York Times
publicou os resultados obtidos em estudos feitos na Hubbard Brook
Experimental Forest (HBES), em New Hampshire, que demonstravam os
múltiplos danos ambientais que a acidez da precipitação estava a causar.

Ao longo das últimas décadas têm sido reportadas leituras de pH na água


de gotas de chuva e em gotículas de nevoeiro, colhidas em regiões
industrializadas, com valores inferiores a 2,4 (a mesma acidez do vinagre).

A precipitação ácida com origem industrial é um sério problema em países


onde se queimam carvões ricos em enxofre para gerar calor e electricidade,
como a China e a Rússia. Embora com outras origens, com destaque para o
tráfego automóvel, o problema afeta vastas regiões da Europa e da América do
Norte.

O problema da precipitação ácida tem crescido com o aumento da


população e com a industrialização, abrangendo áreas crescentes do planeta,
com destaque para a Índia e o sueste asiático. O uso de altas chaminés
industriais para dispersar os gases emitidos tem contribuído para aumentar as
áreas afetadas, já que os poluentes são injetados na circulação atmosférica
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regional, atingindo vastas áreas a sotavento do ponto de emissão. Em


resultado, é comum a deposição ocorrer a considerável distância do ponto de
emissão, com as regiões montanhosas a receberem a maior parte da acidez
precipitada (simplesmente por serem áreas de maior precipitação devido às
chuvas de montanha). Um exemplo destes efeitos é a grande acidez da
precipitação na Escandinávia quando comparada com as emissões
relativamente baixas ali produzidas.

Origem e formação dos compostos ácidos

Embora a amónia e os compostos orgânicos voláteis, com destaque para


o dimetilsulfureto (DMS) de origem oceânica e o ácido fórmico em algumas
regiões de floresta tropical, contribuam para a acidez da precipitação, os dois
principais grupos de compostos que geram a acidez da precipitação são os
óxidos de azoto e os óxidos de enxofre, com predominância para estes últimos,
os quais são esmagadoramente de origem antrópica.

Os óxidos de enxofre

A principal causa de acidificação da precipitação é a presença na


atmosfera de óxidos de enxofre (SOx), com destaque para o dióxido de enxofre
(SO2), um gás proveniente da oxidação de compostos de enxofre (S) contidos
nos combustíveis fósseis e na matéria orgânica que é queimada. Outra
importante fonte de gases contendo enxofre são as emissões dos vulcões.

Apesar das crescentes restrições ao consumo de combustíveis ricos em


enxofre sem os adequados mecanismos de controlo das emissões, estudos
recentes estimam as quantidades emitidas de SO2 (expresso em S elementar)
em cerca de 70 000 000 toneladas/ano (70 Teragramas/ano) a partir da queima
de combustíveis fósseis, 2 800 000 toneladas/ano (2,8 Tg/ano) a partir da
queima de biomassa, em especial por fogos florestais, e cerca de 8 000 000
toneladas/ano (8 Tg/ano) em resultado de emissões vulcânicas.

Na fase gasosa o dióxido de enxofre é oxidado por adição do radical


hidroxila via uma reação intermolecular:

SO2 + OH· → HOSO2·

que é seguida por:

HOSO2· + O2 → HO2 + SO3

na presença de água líquida nas gotículas das nuvens, nevoeiros e outras


formas de condensação atmosférica, o trióxido de enxofre (SO3) é rapidamente
convertido em ácido sulfúrico:
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SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (l)

Para além das reações atrás apontadas verificam-se outras, em meio


aquoso, as quais levam a que o ritmo de perda de SO2 na presença de nuvens
seja substancialmente maior do que o verificado em meio gasoso. Tal deve-se
à hidrólise nas gotículas de água, na qual o dióxido de enxofre dissolvido, num
processo similar ao descrito para o dióxido de carbono, hidrolisa numa série de
reações de equilíbrio químico:

SO2 (g)+ H2O ⇌ SO2·H2O

SO2·H2O ⇌ H++HSO3-

HSO3- ⇌ H++SO32-

No meio atmosférico ocorrem numerosas reações aquosas que oxidam o


enxofre (S) do estado de oxidação S(IV) (S+4) para o estado de oxidação S(VI)
(S+6), levando à formação de ácido sulfúrico (H2SO4), um dos mais fortes
ácidos conhecidos. As reações mais importantes, muitas delas com uma forte
componente fotoquímica, ocorrem com o ozônio (O3), peróxido de hidrogênio
(H2O2) e oxigênio (O2). As reações com o oxigênio são catalizadas por traços
de ferro e manganês presentes nas gotículas das nuvens.

Óxidos de Nitrogênio

Apesar do Nitrogênio (N2) ser o gás mais abundante na composição da


atmosfera da Terra, aquele elemento na sua forma biatómica é muito pouco
reativo. Para reagir com o oxigênio gasoso precisa de grande quantidade de
energia sob a forma de altas temperaturas e pressões ou uma via catalítica
adequada. Para além da conversão bioquímica que ocorrem em organismos
especialmente adaptados à fixação do nitrogênio, na natureza a oxidação do
Nitrogênio apenas ocorre nas descargas elétricas das trovoadas, fazendo dos
óxidos de Nitrogênio compostos em geral pouco comuns.

Esta situação alterou-se profundamente nas regiões industrializadas com


a introdução dos motores a explosão. Naqueles motores, as pressões e
temperaturas cridas no interior dos cilindros levam à oxidação do Nirogênio do
ar ali injetado, formando uma complexa mistura de óxidos de Nitrogênio, em
geral designados por NOx, que é libertada para a atmosfera com os gases de
escape. São estes gases que, reagindo com os componentes da atmosfera, em
particular com a água, formam ácido nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3),
ácidos fortes que contribuem poderosamente para a acidificação da
precipitação.
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Pela queima de combustíveis fósseis a altas pressões e temperaturas na


presença de Nitrogênio do ar, temos que na câmara de combustão dos
motores, ocorre:

N2 (g) + O2 (g) → 2 NO (g)

O óxido de Nitrogênio formado, instável nas condições atmosféricas


normais, na presença do oxigénio do ar, produz:

2 NO (g) + O2 (g) → 2 NO2 (g)

O dióxido de Nitrogênio formado, na presença de água líquida nas


gotículas das nuvens, nevoeiros e outras formas de condensação atmosférica,
produz por adição do ion hidroxilo (NO2 + OH· → HNO3):

2 NO2 (g) +H2O (l) → HNO3 (aq) + HNO2 (aq)

COMO SE FORMA A CHUVA ÁCIDA


Inicialmente, é preciso lembrar que a água da chuva já é
naturalmente ácida. Devido à uma pequena quantidade de dióxido de carbono
(CO2) dissolvido na atmosfera, a chuva torna-se ligeiramente ácida, atingindo
um pH próximo a 5,6. Ela adquire assim um efeito corrosivo para a maioria dos
metais, para o calcário e outras substâncias.
Quando não é natural, a chuva ácida é provocada principalmente por
fábricas e carros que queimam combustíveis fósseis, como o carvão e o
petróleo. Desta poluição um pouco se precipita, depositando-se sobre o solo,
árvores, monumentos, etc. Outra parte circula na atmosfera e se mistura com o
vapor de água. Passa então a existir o risco da chuva ácida.
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Mecanismos de precipitação

A deposição da precipitação ácida ocorre essencialmente pela via úmida,


tendo a deposição seca um papel secundário (exceto nas proximidades de
instalações industriais que emitam grandes volumes de partículas para o ar).

A deposição pela via húmida ocorre quando alguma forma de precipitação


(chuva, neve, granizo ou outra) remova os compostos ácidos da atmosfera
depositando-os sobre a superfície. Este tipo de precipitação pode resultar na
precipitação das gotículas onde se formaram os ácidos ou do arraste pela
precipitação de aerosóis existentes nas camadas atmosféricas atravessadas
pela precipitação em queda.

Apesar de menos significativa, a deposição a seco, isto é aquela que


ocorre na ausência de precipitação, representa cerca de 20 a 40% da
deposição ácida total nas regiões industrializadas. Para além da deposição de
material sólido em suspensão no ar, este tipo de deposição também inclui a
aderência e adsorção de partículas e gases na superfície da vegetação, nos
solos e materiais geológicos e nas estruturas construídas.
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Efeitos da precipitação ácida

Efeito da precipitação ácida numa estátua em calcário.

Estudos ecotoxicológicos demonstraram que a precipitação ácida tem


impactos adversos sobre as florestas, as massas de água doce e os solos,
matando plâncton, insetos, peixes e anfíbios. Também demonstraram efeitos
negativos sobre a saúde humana. Para além disso, a precipitação ácida
aumenta a corrosividade da atmosfera, causando danos em edifícios e outras
estruturas e equipamentos expostos ao ar.

Efeitos sobre os solos e as águas

Estudos ecológicos e toxicológicos revelam uma forte relação entre


baixos níveis de pH e a perda de populações de peixes em lagos. Com pH
inferior a 4,5 praticamente nenhum peixe sobrevive, enquanto níveis iguais ou
superiores a 6,0 promovem populações saudáveis.

Por exemplo, a presença de elevada acidez na água (pH < 5) inibe a


produção das enzimas que permitem que as larvas da maior parte das
espécies de peixes de água doce, incluindo a maioria da espécies de truta,
escapem das suas ovas.

Essa mesma acidez inibe o crescimento de fitoplâncton levando a


restrições na cadeia trófica que afecta os animais dela dependentes. Em
consequência, à medida que as águas vão se acidificando, a biodiversidade é
reduzida, do que já resultou o desaparecimento de múltiplas espécies da áreas
mais sensíveis.

Contudo, o contributo direto e indireto (isto é, via o escoamento


superficial) da precipitação ácida para a acidificação das águas de rios e lagos
é variável, dependendo das características da bacia hidrográfica. Estudos
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revistos pela Environmental Protection Agency dos Estados Unidos da América


demonstraram que a precipitação ácida causara diretamente a acidificação de
75% dos lagos e de cerca de 50 % dos rios e ribeiros estudados.

Outro efeito do abaixamento do pH é a mobilização nos sedimentos do


fundo dos lagos e rios e nos solos de metais pesados como o alumínio, o ferro,
o magnésio, o cádmio e o manganês. Em meio aquático, a presença de sais de
alumínio em solução faz com que alguns peixes produzam muco em excesso
ao redor de suas guelras, prejudicando a respiração.

Os lagos são particularmente afetados por receberem e concentrarem a


acidez proveniente do escorrimento através de solos acidificados pela
precipitação e por concentrarem parte importante da carga dos ions
solubilizados.

Nos solos, a alteração do pH altera a sua biologia e química, levando a


alterações na solubilidade de diversos compostos e a alterações na
microbiologia do solo, já que alguns microorganismos são incapazes de tolerar
as alterações resultantes. Os enzimas desses microorganismos são
desnaturados, perdendo a sua funcionalidade. O ions hidrogênio também
levam à mobilização toxinas e à solubilização e consequente perda de
nutrientes e micronutrientes essenciais à vida vegetal e ao equilíbrio trófico dos
solos. Um dos caminhos para a solubilização é o seguintes:

2H+ (aq) + Mg2+ (argilas) ⇌ 2H+ (argilas) + Mg2+(aq)

A química dos solos sofre profundas modificações quando catiões


importantes para o suporte da vegetação, como o Ca++ e Mg++, são perdidos
por lexiviação.
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Efeitos sobre as florestas e as culturas

Efeitos da precipitação ácida sobre uma floresta de picea (Erzgebirge, Alemanha).

Os efeitos adversos sobre as florestas resultam dos impactos direto e


indireto da acidez, incluindo os efeitos sobre a mobilização de ions nos solos e
as altas concentrações dos gases percursores no ar. As florestas situadas a
grande altitude são particularmente vulneráveis pois estão frequentemente
imersas em nevoeiros e nuvens cujas gotículas são mais ácidas do que a
chuva. Pelas mesmas razões, a precipitação oculta tende a ser mais ácida do
que a chuva, afetando particularmente as florestas de montanha.

As árvores são danificadas pela precipitação ácida de vários modos: a


superfície cerosa das suas folhas é rompida e nutrientes são perdidos,
tornando as árvores mais susceptíveis a gelo, fungos e insetos; o crescimento
das raízes torna-se mais lento e, em consequência, menos nutrientes são
transportados; ions tóxicos acumulam-se no solo, causando fitotoxicidade, em
geral afetando as zonas de crescimento das raízes, e minerais valiosos são
dispersos e arrastados pelas águas ou (como no caso dos fosfatos) ligam-se às
argilas de forma a ficarem inacessíveis para mobilização pelas raízes.

Apesar das plantas cultivadas também poderem sofrer com a acidez da


precipitação, particularmente se esta alterar significativamente o pH dos solos,
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os efeitos são minimizados pela aplicação de cal e de fertilizantes que repõem


os nutrientes perdidos. Em terrenos de cultivo recorre-se quando necessário à
adição de carbonato de cálcio para aumentar a capacidade tampão do solo,
evitando variações grandes do seu pH. Essa técnica é difícil de utilizar em
áreas de vegetação natural, sendo mal compreendidos os seus efeitos
colaterais, particularmente sobre a vida aquática e sobre as turfeiras e outras
áreas húmidas.

Sabe-se contudo, que a perda de cálcio das folhas de diversas espécies


arbóreas, devido à acidez da chuva, leva a uma perda da tolerância ao frio,
levando a danos ou mesmo à morte da planta durante o Inverno.

Efeitos sobre a saúde humana

Estudos epidemiológicos sugerem uma ligação direta entre a acidez


atmosférica e a saúde das populações, sendo os ions tóxicos libertados devido
à precipitação ácida a maior ameaça.

O cobre mobilizado foi implicado nas epidemias de diarreia em crianças


jovens e acredita-se que existem ligações entre o abastecimento de água
contaminado com alumínio e o aumento da ocorrência de casos da doença de
Alzheimer.

Estudos demonstraram que partículas finas em suspensão no ar, uma


grande parte das quais são formadas por sais dos ácidos formados na
precipitação ácida (sulfatos e nitratos), estão correlacionadas com o aumento
da morbilidade das pessoas e a morte prematura em resultado de doenças
como o cancro.

Aumento da corrosão atmosférica

A precipitação ácida pode causar danos nos edifícios e estruturas


expostas ao ar, com destaque para os edifícios históricos e monumentos,
especialmente os construídos ou revestidos com calcários e mármores. Esse
aumento da corrosividade resulta da reação do ácido sulfúrico contido na
precipitação com os compostos de cálcio contidos na pedra, formando gesso
que é solubilizado ou se desagrega da estrutura:

CaCO3 (s) + H2SO4 (aq) ⇌ CaSO4 (aq) + CO2 (g) + H2O (l)

A desagregação que se segue é rápida e comum, basta observar


elementos escultóricos e lápides localizadas nas grandes cidades, onde é
comum elementos epigráficos ficarem ilegíveis em poucas décadas. A
precipitação ácida também aumenta o ritmo de oxidação das estruturas em
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ferro, causando um rápido crescimento da ferrugem e dos danos por ela


causados.

Outro efeito é a redução da visibilidade devido à presença de aerosóis


contendo sulfatos e nitratos, em geral associados à formação de nevoeiros
fotoquímicos extremamente ácidos.

Regiões mais afetadas

As regiões particularmente afetadas pela precipitação ácida incluem a


maior parte da Europa, particularmente a Escandinávia, onde muitos dos lagos
estão tão acidificados que já não têm peixes e com extensas áreas florestais
fortemente danificadas, grande parte do nordeste dos Estados Unidos da
América e do sueste do Canadá. Outras regiões afetadas são sudeste da
China e Taiwan.

Regiões potencialmente afetadas nas próximas décadas incluem o sul da


Ásia (Indonésia, Malásia e Tailândia), a África do Sul, o subcontinente indiano e
o Sri Lanka e partes da África Ocidental (países como o Gana, Togo e Nigéria).

A natureza transfronteiriça da poluição atmosférica leva a que poluição


atmosférica cuja origem física está total ou parcialmente compreendida numa
zona submetida à jurisdição nacional de um Estado produza os seus efeitos
nocivos numa zona submetida à jurisdição de um outro Estado, mas a uma
distância tal que não é possível distinguir as contribuições de fontes emissoras
individuais ou de grupos de fontes.

Esses efeitos transfronteiriços levaram à assinatura de diversos acordos e


tratados internacionais tendo como objeto o controle da poluição do ar e em
particular as emissões que levam à acidificação da precipitação. Entre esses
instrumentos tem particular importância a Convenção sobre a Poluição
Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância, da qual Portugal é signatário.
Aquela Convenção tem Protocolos adicionais sobre o controle das emissões
atmosféricas de óxidos de enxofre e do Nitrogênio sobre a acidificação e a
eutrofização das massas de água interiores.

Soluções

Nos EUA, muitas usinas de energia que queimam carvão usam o sistema
de dessulfuração de gás (FGD) para retirar os gases contendo enxofre de suas
chaminés. Um exemplo de FGD é o depurador molhado que geralmente é
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usado nos EUA e em muitos outros países. Um depurador molhado é


basicamente uma torre de reação equipada com um ventilador que extrai a
fumaça de gases quentes da chaminé de uma usina de energia.

O calcário ou a pedra calcária em forma de slurry também é injetada na


torre para se misturar com os gases da pilha e combinar-se com o dióxido de
enxofre presente. O carbonato de cálcio da pedra calcária produz sulfato de
cálcio de pH neutro, que é fisicamente retirado do depurador. Ou seja, o
depurador transforma a poluição de enxofre em sulfatos industriais.

Em algumas áreas os sulfatos são vendidos a companhias químicas


como gesso quando a pureza de sulfato de cálcio é alta. Em outros, eles são
colocados num aterro.

Algumas pessoas opõem-se à regulação da geração de energia,


acreditando que essa geração de energia e poluição necessitam de caminhar
juntas. Isto é falso. Um reator nuclear gera menos que um milionésimo do lixo
tóxico (medido por efeito biológico líquido) por watt gerado, quando os dejetos
de ambas as instalações de geração de energia são adequadamente
comparados (os Estados Unidos proíbem a reciclagem nuclear, de modo que
esse país produz mais lixo que outros países).

Um esquema regulador mais benigno envolve a negociação de emissões.


Por este esquema, a cada planta poluidora atual é concedida uma licença de
emissões que se torna parte do capital da empresa. Os operadores então
podem instalar equipamentos de controle da poluição e vender partes das suas
licenças de emissões. O principal efeito deste procedimento é oferecer
incentivos econômicos reais para os operadores instalarem controles de
poluição. Desde que grupos de interesse público possam aposentar as licenças
por compra, o resultado líquido é um decréscimo contínuo e um menor
conjunto de fontes poluidoras. Ao mesmo tempo, nenhum operador particular
jamais será forçado a gastar dinheiro sem retorno do valor de venda comercial
dos ativos. Entre essas coisas citamos mais algumas que também ajudam:

• Conservar energia
• Transporte coletivo
• Utilização do metrô
• Utilizar fontes de energia menos poluentes
• Purificação dos escapamentos dos veículos
• Utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre.
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SISTEMAS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

PRECIPITADORES ELETROSTÁTICOS

Precipitadores Eletrostáticos são geralmente mais econômicos quando


comparados a outros sistemas de remoção de pó. Os custos operacionais são
reduzidos devido ao baixo consumo de energia, baixa perda de carga, menores
custos com peças sobressalentes e mínimas exigências de manutenção. Esse
equipamento remove até 99,5 % da massa total de particulado.

CAMPOS DE APLICAÇÃO:

As aplicações típicas para os Precipitadores Eletrostáticos são:


1. Usinas Siderúrgicas (sinterizações, altos fornos etc.) e beneficiamentos de
minérios em geral (pelotizações de minério de ferro, processos de redução
direta de minério de ferro, processos de redução de metais não ferrosos,-
alumínio, zinco, cobre, chumbo, níquel, cobalto, etc.
2. Plantas de produção na indústria eletrometalúrgica, química e de papel e
celulose.
3. Caldeiras a carvão ou óleo, caldeira de biomassa, secadores e moinhos de
carvão.
4. Plantas de produção de cimento, cal e gesso (fornos, moinhos, secadores e
resfriadores)
5. Plantas de geração de energia (centrais termoelétricas)

6. Incineradores de resíduos e lodos.

7. Fornos de fusão de vidros

8. Indústria de fertilizantes

9. Plantas de produtos Carboquímicos

10. Plantas de produção de gás

Método de operação e design básico:

Elétrons são emitidos de eletrodos de descarga (-) carregados com alta


voltagem negativa retificada. Esses elétrons migram para os eletrodos de
coleta (+). A medida que se acumulam nas partículas de pó presentes no gás
carreador, tais partículas ficam carregadas negativamente e o campo elétrico
as transporta para os eletrodos de coleta (+) (aterrados) onde são depositados
em suas superfícies.
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No precipitador Eletrostático de fluxo horizontal, os eletrodos de coleta


são placas perfiladas que formam um sistema de passagens através do qual
fluem os gases de exaustão. Os eletrodos robustos de descarga, são dispostos
ao longo do eixo central das passagens com 400mm de largura.

Um sistema de batimento mecânico limpa os eletrodos de coleta (placas) para


retirada da camada excessiva de pó coletada, por um sistema eletro-mecânico
sincronizado/programado, bem como os eletrodos de descarga também são
limpos de mesma maneira análoga, mas, em intervalos de tempo diferentes,
em relação ao sistema de batimento das placas.

Dimensionamento:
O componente velocidade em que as partículas se movem na corrente de gás
rumo aos eletrodos de coleta é conhecido como velocidade de migração (W) e,
este é diferente para cada tipo de aplicação do precipitador em relação ao
processo industrial, cujas emissões de particulados devem ser controladas. Os
valores de (W) para cada processo a ser controlado é "know-how" do fabricante
e são obtidas através de pesquisas e experiências de fornecimentos ao longo
do tempo, constituindo-se como sua tecnologia. O componente velocidade é
um fator empírico de suma importância para o dimensionamento do
precipitador que garante a eficiência da remoção do pó.

Outros fatores também exercem influência mútua sobre os parâmetros que


determinam a velocidade de migração. São eles:

- Resistividade elétrica do pó; teor de pó na entrada e na saída do precipitador;


tamanho das partículas do pó; composição química do pó, composição química
do gás; temperatura do gás carreador; e umidade do gás.

A resistividade elétrica do pó é um dos fatores mais críticos para a eficiência de


coleta. Ela depende primariamente da composição química do material a ser
coletado, e na maioria dos casos muda em várias ordens de grandeza em
função da temperatura e umidade presente no fluxo de gás a ser tratado.

Diversos métodos são usados para melhorar as condições físicas para a


coleta:
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- Condicionamento com água: o aumento da umidade do gás adicionalmente


reduz a resistividade do pó.

- Condicionamento do gás com aditivos: a injeção NH3 ou vapor de água reduz


a resistividade do pó sem provocar uma redução substancial na temperatura do
gás.

PRECIPITADOR ELETROSTÁTICO
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FILTRO DE MANGAS

Os filtros de mangas são largamente utilizados nos sistemas de


despoeiramento para a retenção de pós oriundos de processos industriais de
natureza diversa.

Este equipamento utiliza como elementos de filtragem, mangas cilíndricas,


plissadas ou cartuchos, executados em materiais especialmente selecionados
em função das características físico-químicas do particulado, gás carreador e
sistema de limpeza adotado.

Os elementos são normalmente acondicionados em gabinetes metálicos cujo


formato pode ser: cilíndrico, quadrado ou retangular, reforçados
estruturalmente conforme as necessidades operacionais. A eficiência de
retenção pode atingir 99,9%.

Disponíveis em vários tamanhos e arranjos podem ser fornecidos com:


estrutura de sustentação; escadas para acesso as partes superiores;
passadiços externos e internos; guarda corpos; moegas; revestimentos
especiais; isolamento térmico; válvulas manuais, rotativas ou de duplo pendulo;
roscas transportadoras para descarga do pó; recipientes para estocagem do
material recolhido; construção a prova de explosão; iluminação externa e
telhado.

OPERAÇÃO

A operação do filtro de manga é realizada pela passagem do ar carregado de


partículas através das mangas onde as partículas ficam retidas na superfície e
nos poros dos fios, formando um bloco que atua também como meio filtrante.
Para reduzir a resistência ao fluxo do ar o bolo deve ser periodicamente
desalojado.

Os filtros de manga podem operar sob pressões negativas ou positivas. A


pressão é limitada pela perda de carga através das mangas porque a descarga
é diretamente para a atmosfera.

A maioria dos filtros de manga operam sobre pressão negativa o que impõe um
dimensionamento exigente para o corpo que enclausura as mangas,
principalmente no que se refere a vedação.

A filtragem é realizada por mangas de tecidos de forma cilíndrica normalmente,


onde são retidas as partículas na superfície e nos interstícios dos fios dos fios
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do tecido formando um bolo que atua também como meio filtrante. Para reduzir
a resistência ao fluxo do ar o bolo filtrante é desalojado periodicamente.

A separação de partículas do fluxo de ar de gases industriais é frequentemente


realizada por filtros de fibras naturais ou sintéticas. Este elemento filtrantes têm
a forma tubular e ficam fixos em estruturas denominada corpo do filtro de
manga.

Existem defletores para direcionar o fluxo do ar para dentro ou fora destes


elementos, equipamentos para limpar as mangas e uma tremonha para coletar
e descarregar as partículas, através de válvulas rotativas, válvulas pendulares
ou rosca sem fim.

Esquema de funcionamento
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FILTROS DE MANGA
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Ciclones e Multiciclones

Equipamentos largamente utilizados como elementos de coleta de material


particulado, não só para controle de poluição, mas também como elemento do
próprio processo industrial na separação e até mesmo na classificação de
partículas.

O ciclone e multiciclone, constiui-se numa solução econômica e


eficiente, dependendo da inércia e distribuição granulométrica do produto, bem
como do rendimento de captação desejados.

Seu princípio de funcionamento, baseia-se na utilização da força centrífuga


para retirar do fluxo gasoso o pó ou cavacos, que perdem velocidade após
colidirem com a parede do ciclone, precipitando-se logo em seguida pela ação
da força da gravidade. O pó pode ser recolhido na parte inferior cônica de sua
carcaça.

Os ciclones e multi-ciclones podem ser utilizados como elementos finais de


filtragem ou pré - separadores em sistemas mistos, utilizando-se
normalmente nestes casos, como elementos finais de filtragem: filtros de
mangas ou lavadores de gases de alta eficiência.

Ciclone

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