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2. As necessidades colectivas
São aquelas que se apresentam como estados de carência ou insuficiência sentidos pela
colectividade, e cuja satisfação é tida como factor de desenvolvimento e estabilidade. Para serem
satisfeitas em condições julgadas convenientes, o Estado cobre todo ou parte do custo de
produção dos bens que as podem suprir. São, portanto, necessidades de satisfação passiva, uma
vez que a afectação dos bens que as satisfazem é feita sem intervenção directa dos sujeitos que as
sentem, cabendo a disponibilização desses bens ao Estado e outros entes públicos.
3. Os bens públicos
Bens públicos são todos aqueles que o estado e outros entes públicos afectam à satisfação das
necessidades colectivas ou todos aqueles que integram o património da administração pública
directa e indirecta.
3.1 Caracterização
Os bens públicos apresentam as seguintes características:
a) Prestam utilidades indivisíveis – todos os indivíduos tem acesso aos bens públicos à
mesma disponibilidade, isto é, os bens públicos não são susceptíveis de serem utilizados
por um só indivíduo isoladamente. Ex.: a iluminação pública.
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b) São não exclusivos – dos bens públicos ninguém pode ser privado. Ex.: o estado de
segurança nacional que é garantido pelo exército e pela polícia é usufruído por todos sem
nenhuma exclusão.
c) São bens não emulativos – para usufruir das vantagens da sua utilização os sujeitos não
entram em concorrência uns com os outros, pois não se trata de bens oferecidos no
mercado, mas sim criados, sustentados e oferecidos por pessoas dotadas de autoridade
que definirão e imputarão as utilidades que eles prestam e cobrarão continuamente o
montante do seu financiamento.
3.2 Os meios de financiamento dos bens públicos
Os bens públicos são financiados por três tipos de receitas públicas, nomeadamente, as receitas
patrimoniais, as receitas tributárias e as receitas creditícias.
a) Receitas patrimoniais – são valores que o estado recebe pela prestação de serviços,
venda de bens e produtos sob o seu domínio ou pela utilização individual do património
público. As receitas patrimoniais são voluntárias, pois surgem da manifestação de
vontade de um determinado indivíduo em usufruir de um produto, bem ou serviço que
esteja sob domínio do estado.
b) Receitas tributárias (impostos e taxas) – são valores provenientes do cumprimento de
obrigações impostas por lei aos cidadãos. São, portanto, receitas coativas.
Os impostos – são prestações coativas, unilaterais, sem fins de punição, que são impostas
aos indivíduos em relação aos quais se verificam certos pressupostos, previstos na lei e
que exprimem determinadas situações de riqueza.
As taxas – são prestações do mesmo tipo que os impostos mas que se diferem daqueles
pelo facto de que os particulares a quem são exigidas auferem uma determinada utilidade
relacionada com o funcionamento de um serviço ou utilização de um bem.
c) Receitas creditícias – são resultantes dos empréstimos contraídos pelo estado para cobrir
défices orçamentais ou de tesouraria, ou ainda para esterilizar o poder de compra e
combater a inflação. Podem ser portanto, receitas voluntárias ou coativas.
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A transição das finanças neutrais para as finanças modernas ou intervencionistas foi determinada
pelos seguintes factores:
6. As finanças intervencionistas
As Finanças Intervencionistas ou activas – têm a sua génese nas teorias keynesianas dos anos 30
do séc. XX e defendiam políticas económicas com vista à construção de um “estado do bem estar
social” – (Well fare state).
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a) A regra do mínimo é substituída pela regra do estado óptimo – o estado procura, com a sua
intervenção directa, suprir as falhas do mercado;
b) Alargamento do sector público, motivado pelas novas funções assumidas pelo estado;
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CONCLUSÃO
Os bens públicos, apesar da indivisibilidade que lhes é característica, podem prestar utilidades
individuais. É o caso dos bens semi-públicos.
Importa salientar que o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso, conforme for
estabelecido por meio da lei da pessoa jurídica à qual o bem pertencer. Ex: o uso do zoológico é
oneroso.
A introdução das receitas tributárias como meio de financiamento dos bens públicos deveu-se
essencialmente à insuficiência das receitas patrimoniais, as quais tornaram-se muito mais baixas
desde a afirmação do liberalismo. Hoje em dia, as receitas tributárias apresentam a parte mais
significativa das receitas públicas e em Moçambique apresentaram um aumento considerável
desde o último trimestre do ano passado.
A intervenção do estado no domínio económico é muito importante, não só em questões de
regulação e controle, mas também para a criação e execução de políticas de distribuição do
rendimento que reduzam as desigualdades sociais.
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BIBLIOGRAFIA
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