Você está na página 1de 21

25

5 PROJETO ELÉTRICO

5.1 Classificação da área

A área em questão utilizada para abrigar compressores de gás é o galpão de


dimensões mostradas no APÊNDICE B – folha01. É uma área aberta, bem ventilada, ou seja,
com ventilação adequada ou natural.
O tipo de substância inflamável existente é o Gás Natural. O gás natural é uma
mistura de gases encontrado frequentemente em combustíveis fósseis, isolado ou
acompanhado ao petróleo. Ainda que a sua composição seja diferente dependendo da fonte da
qual é extraido, é composto principalmente por metano em quantidades que podem superar 90
ou 95%, e contém outros gases como nitrogênio , etano, CO2 ou restos de butano ou propano.
Conforme conceituação americana (NEC), o Gás Natural pertence à CLASSE I
(gases e vapores). Possui um grau de risco baixo, ou seja, a liberação do produto inflamável
em recipiente fechado para o meio externo será via falha ou operação anormal do
equipamento. E a área encontra-se na DIVISÃO 2, devido a baixa probabilidade de presença
de mistura inflamável.
Com relação à conceituação brasileira (ABNT/IEC), o Gás Natural pertence ao
GRUPO IIA. Com relação à classe de temperatura, a temperatura de auto-inflamação do gás
equivale a 287° C. Com isso os equipamentos instalados nesta área devem ter elevação de
temperatura menor que 287° C. Por isto devem ser classificados como classe de temperatura
T3 que possui temperatura máxima de superfície de 200° C.
A área em questão faz parte da ZONA 2 conforme ABNT/IEC, devido a baixa
probabilidade de presença de mistura inflamável.
Conforme ABNT/IEC, o projeto elétrico utilizará equipamentos e normas voltadas
para instalações em Zona 2, Grupo IIA e classe de temperatura T3.
O tipo de proteção adotado é o tipo d “proteção a prova de explosão” aplicáveis para
Zonas 1 e 2.

5.1.1 Casa de Compressores


Um tipo de construção muito comum na indústria de processo é aquela em que há um
galpão para abrigar compressores (casa de compressores). Geralmente há um fechamento
26

lateral até certa altura, mas neste caso não há, além da cobertura para proteger as máquinas
contra a chuva. A parte inferior é aberta tendo apenas colunas de sustentação. Os
compressores se situam numa parte bem ventilada. Nesse caso, se o produto é mais leve que o
ar, em caso de vazamento com o meio externo, há uma tendência de o produto ocupar as
partes superiores do galpão. Na figura 5 observa-se a classificação de áreas sugerida para esse
caso.

Figura 5:Galpão adequadamente ventilado, compressor de gás natural.

5.2 Iluminação

O projeto de iluminação utilizará luminárias pendentes à prova de explosão Nutsteel


(código NE250AN3S25), com lâmpadas de vapor de sódio de 250W e reator com perdas de
30W. Dados sobre a luminária estão no APÊNDICE A.
A iluminação será acionada por circuito de comando utilizando relé fotoelétrico que
manterá as lâmpadas acessas em falta de luz.
A planta baixa e diagrama unifilar relacionadas à iluminação encontram-se no
APÊNDICE B-folha02 e folha03.
27

5.2.1 Luminotécnica

Visando a obtenção da quantidade de luminárias no projeto utilizou-se o método de


fluxo luminoso para se obter uma estimativa inicial. O iluminamento necessário para galpões
industriais é de 150 lux.

• Método de fluxo luminoso (estimativa inicial)

O Índice de recinto K é dado pela equação (1).


l×b
K= (1)
hM × (l + b)

l → comprimento local =24m


b → largura local = 14m
hM → altura montagem da luminária (distância luminária plano de trabalho) = 7m

Como K=1,26 aproxima-o de K=1,50 para utilizar a tabela 8 de fatores de utilização


(U).

Tabela 8:Fator de utilização

Como se trata de um galpão sem paredes e em contato com o ambiente foi feito à
consideração que as paredes, teto e piso consistem uma superfície escura. Logo:
ρ teto(%) =30
ρ parede(%) =10
ρ piso(%) =10
Daí o fator de utilização equivale a U= 0,19.
Como fator de depreciação (d) adota-se um período de manutenção de 5000h e
ambiente sujo, tendo assim d=0,66.

O cálculo fluxo total a ser emitido pelas lâmpadas (Φt) é dado pela equação (2).

E×S (2)
Φt =
U×d

EÆIluminamento médio requerido em luz; E=150lux


SÆÁrea do recinto em m²; S=336m²
dÆ Fator de depreciação; d=0,66
UÆ Fator de utilização; U=0,19
Com isso o fluxo total será Φt = 401913,88 lumens

A obtenção da quantidade de luminárias (N) é dado pela equação (3).


Φt
N= (3)
Φ

Φt Æ fluxo total a ser emitido pelas lâmpadas em lumens; Φt = 401913,88 lm


ΦÆfluxo luminoso da lâmpada em lumens; S=25000lm

Logo se obtêm uma quantidade N=18 luminárias (valor aproximado).


Porém pelo método ponto a ponto verifica-se que essa quantidade de luminárias não
é suficiente para obtenção de um ambiente com iluminação de 150 lux.

• Método ponto a ponto

Se a distância “d” entre a fonte de luz e o objeto a ser iluminado for no mínimo 5
vezes maior do que as dimensões físicas da fonte de luz, pode-se calcular a Iluminância pelo
Método de Iluminância Pontual como na figura 6.
Figura 6:Método ponto a ponto para incidência perpendicular

Esse método demonstra que a Iluminância (E) é inversamente proporcional ao


quadrado da distância. Por exemplo, dobrando-se a distância entre a fonte de luz e o objeto,
reduz-se a Iluminância sobre o objeto a um quarto de seu valor anterior. Se a incidência da luz
não for perpendicular ao plano do objeto, o modelo de cálculo passa a ser conforme figura 7.

Figura 7:Método ponto a ponto para incidência não-perpendicular

Iα é a intensidade luminosa de acordo com o ângulo de inclinação do feixe de luz.

Assim a Iluminância (E) em um ponto é o somatório de todas as Iluminâncias


incidentes sobre esse ponto oriundas de diferentes pontos de luz, conforme a seguir:
Figura 8:Método ponto a ponto

Para a lâmpada de vapor de sódio em questão, para a obtenção da intensidade


luminosa em cada ângulo utiliza-se a curva de distribuição polar da figura 9.

Figura 9:Curva de distribuição polar

Utilizando método computacional baseado no cálculo ponto a ponto neste galpão em


questão e utilizando dados da intensidade luminosa da curva polar acima, para cada ângulo
verifica-se uma iluminância de 150 lux com a utilização de 24 luminárias ou 24 pontos de luz.

5.3 Dimensionamento do QDL (Quadro de Distribuição de Luz)


Premissas:
Fonte 220V para as cargas
Transformador 150kVA, 3Φ , 60Hz , 13800:230 V , Δ-Y , Z = 4% , rigidamente
aterrado.
5.3.1 Dimensionamento da Iluminação

A iluminação constitui-se de dois circuitos (circuitos 1 e 2) com 12 pontos de luz


cada. Diagrama unifilar encontra-se no APÊNDICE B-folha02.

¾ Circuito 1e 2

Com relação à potência do circuito adota-se 12 lâmpadas de vapor de sódio de 250W


e reator com perdas de 30W e fator de potência de 0,92. Com isso:
P = 12x(250+30) = 3360W
Fp = 0,92
Características da carga:
Potência: 3360W
Trifásico
Tensão: 220V

Corrente de Carga:

P 3360
I= = = 9,58 A
3 × V × fp 3 × 220 ×
0,92

Para o cálculo do amper-trip utiliza-se um fator regime de 1,25 para regime contínuo,
logo:

AT = 1,25 × In = 1,25 × 9,58 = 11,975 A

As lâmpadas de vapor de sódio apresentam uma corrente de partida conforme


figura10. Considera-se a corrente eficaz (rms) como sendo a corrente na partida da lâmpada
conforme cálculo a seguir.
Figura 10:Gráfico corrente de partida X tempo

Onde 6 min=360s , In=9,58A e I=1,4In=13,41A

cálculo da corrente eficaz


T
1
[ f (t )] dt
2
2
Irms =
T2 − T1 ∫T1
considera - se f(t) como sendo uma reta próxima a curva da figura10
f (t ) = −0,0106 × t + 13,41
360

∫ [−0,0106×t +13,41
]
1
Irms = 2
dt
360 − 0 0

Irms = 11,12 A = 1,16In

Adota-se um mini-disjuntor tripolar termo-magnético siemens 5SX1 313-7 com


AT13A. O ampér-frame (AF), maior corrente da família deste disjuntor, equivale a 80A e a
corrente máxima de interrupção Icc=10kA.
Conforme figura 11 observa-se que o disjuntor protege contra sobrecarga na partida
da lâmpada.
Figura 11:Curva do disjuntor 5SX1

• Critério da máxima capacidade de condução de corrente:

Condutor unipolar, isolação em PVC e capa externa de PVC instalado em eletroduto


aparente (método de referência B1), classe de tensão 0,6/1kV.
Fator de correção por efeito de temperatura de 40º, conforme tabela 9: Ft = 0,87.
Tabela 9:Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30°C para linhas não
subterrâneas e de 20°C (temperatura do solo) para linhas subterrâneas.

Fator de correção por agrupamento, conforme tabela 10: Fa=0,80 (2 circuitos


agrupados).

Tabela 10:Fatores de correção para agrupamento de circuitos ou cabos multipolares


I 9,58
Iamp = = = 13,76 A
Ft × Fa 0,87 ×
0,80

Conforme tabela 11, o condutor de seção nominal 2,5mm² suporta uma corrente de
21A que é maior que Iamp, satisfazendo a condição.

Tabela 11:Capacidades de condução de corrente para fios e cabos isolados em termoplástico, condutor de
cobre

Condição de amper trip do disjuntor:


I = Icabo × Fa × Ft = 21 × 0,80 × 0,87 = 14,616 A > AT = 13 A( condição satisfeita)
Para o condutor terra, como a seção do condutor fase é 2,5mm², logo Sp=2,5mm²,
conforme tabela 12.

Você também pode gostar