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1 Introdução
O Método dos Elementos Finitos, doravante abreviado como MEF, tem suas origens nos anos
40, tendo sido entretanto vastamente utilizado apenas nos últimos 20-30 anos, graças aos
avanços tecnológicos ocorridos nos equipamentos computacionais. Ele consiste basicamente
numa adaptação/modificação de métodos de aproximação conhecidos já no início deste
século, como por exemplo o Método de Ritz, estabelecido em 1909. Ele é atualmente
considerado um método matemático para a solução de equações diferenciais parciais, entre
as quais se inclui a Equação de Poisson, Equação de Laplace, Equação de Helmholtz, Navier-
Stokes, etc... Devido às suas características de flexibilidade e estabilidade numérica, ele
pode ser implementado na forma de um sistema computacional (programa de computador) de
forma consistente e sistemática, fato que explica a sua grande popularidade nos dias atuais.
Um grande impulso para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento foi dado pela indústria
aeroespacial, onde o método vem tendo larga aplicação desde os anos 50, sendo utilizado,
entre outros, para o projeto e análise de estruturas complexas de aeronaves, as quais
certamente não poderiam ser analisadas e projetadas de forma segura usando-se apenas
técnicas tradicionais analíticas. Entre as muitas áreas em que o MEF pode ser aplicado cita-
se: projeto e análise de estruturas, análise de escoamento de fluidos, distribuição de
temperaturas, eletromagnetismo, projeto de equipamentos eletromecânicos (máquinas,
transformadores, contatores, etc...). Em muitos casos práticos, o Método dos Elementos
Finitos é a única ferramenta capaz de fornecer uma solução aceitável, ainda que sob o ponto
de vista matemático a solução seja considerada como uma aproximação. Finalmente, devido à
utilidade e interesse para diversas áreas técnicas, o MEF foi objeto de um número
incalculável de artigos e livros publicados nos últimos 20 anos, sendo também incluído como
disciplina obrigatória nos currículos da grande maioria das universidades européias e
americanas, fato que também já ocorre em muitas universidades brasileiras. À medida que
técnicas computacionais e numéricas desempenham um papel cada vez mais relevante na vida
do engenheiro, torna-se fundamental o conhecimento dos fundamentos do MEF e da sua
aplicação prática, especialmente para aqueles que trabalham em áreas de projeto e análise.
O objetivo desta apostila é apresentar de forma introdutória os aspectos mais relevantes do
método, utilizando para tanto uma abordagem em apenas uma dimensão. A abordagem envolve
conceitos elementares da teoria de funções, álgebra e cálculo, os quais são abordados nas
disciplinas básicas dos cursos de engenharia. Também são apresentados exemplos simples e
ilustrativos dos conceitos. Ao final de cada seção são propostos exercícios que poderão (na
verdade, deveriam) ser resolvidos com ajuda de softwares comerciais tais como Matlab,
Mathcad, etc... A resolução dos exercícios propostos facilitará não apenas a assimilação dos
conteúdos apresentados mas também a aplicação do métodos a outros casos práticos
semelhantes.
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Problemas de valor de contorno são caracterizados pelo fato de que as condições de contorno
são fixadas nos extremos do intervalo considerado. Por outro lado, problemas em que ambas
as condições de contorno se referem ao mesmo ponto são chamados de problemas de valor
inicial. Problemas de valor de contorno são descritos em geral por equações diferenciais
parciais, problemas de valor inicial, por outro lado, são descritos por equações diferenciais
ordinárias.
Na equação (1) p e q são constantes positivas e f(x) é uma função dada e conhecida. As
condições de contorno (2) são típicas condições de contorno homogêneas; elas são chamadas
de condições de contorno de Dirichlet homogêneas. Existem ainda outros tipos de condições
de contorno que podem igualmente ser tratadas pelos métodos apresentados nesta apostila.
A escolha da condição de Dirichlet homogênea visa aqui meramente simplificar a análise.
Uma vez que a equação (1) é do tipo linear com coeficientes constantes e não homogênea
(lado direito diferente de zero), pode-se facilmente encontrar uma solução analítica para a
mesma. Todavia, será considerada inicialmente uma solução utilizando Séries de Fourier
contendo n termos, a fim de ilustrar a idéia básica do MEF. A solução proposta terá portanto
a forma seguinte:
n
un (x ) = ∑ aj ⋅ sen(j ⋅ π ⋅ x ) (3)
j =1
Os termos em coseno da Série de Fourier foram descartados a priori, a fim de que a solução
atenda às condições de contorno (2). Para a obtenção dos coeficientes aj procede-se de
forma usual, ou seja, substitui-se a solução (3) na equação (1), multiplica-se ambos os lados da
equação por sen(k ⋅ π ⋅ x ) e integra-se entre 0 e 1. Desta forma obtém-se:
n 1 n 1
∑ a j ⋅ p ⋅(j ⋅ π )2 ⋅ sen(k ⋅ π ⋅ x ) ⋅ sen(j ⋅ π ⋅ x ) ⋅ dx +
∫ ∑ a j ⋅ q ⋅ sen(k ⋅ π ⋅ x ) ⋅ sen(j ⋅ π ⋅ x ) ⋅ dx =
∫
j =1 0 j =1 0
1
∫ f(x ) ⋅ sen(k ⋅ π ⋅ x ) ⋅ dx
0 (4)
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1
2 ⇔ k=j
1
∫ sen(k ⋅ π ⋅ x ) ⋅ sen(j ⋅ π ⋅ x ) ⋅ dx = (5)
0
0 ⇔ k≠j
Substituindo-se a equação (6) na equação (3) obtém-se a solução aproximada da equação (1).
Exercício Proposto 1
Utilizando a equação (6), determine os coeficientes a j para a solução por série de
Fourier da equação (1) sujeita às condições de contorno (2). Considere p=1, q=0 e
f(x)=2. Determine a solução analítica da equação (1) e compare com a solução por
série de Fourier para os seguintes pontos: x=0, x=0.25, x=0.5, x=0.75 e x=1. Faça um
gráfico de ambas as soluções.
Exercício Proposto 2
Utilizando a equação (6), determine os coeficientes a j para a solução por série de
Fourier da equação (1) sujeita às condições de contorno (2). Considere p=1, q=1 e
f(x)=2. Determine a solução analítica da equação (1) e compare com a solução por
série de Fourier para os seguintes pontos: x=0, x=0.25, x=0.5, x=0.75 e x=1. Faça um
gráfico de ambas as soluções.
Pode-se demonstrar que as funções de base formam um espaço linear (vetorial), o qual pode
ser estendido para um espaço de Hilbert (Banach) acrescentando-se a definição de um
produto escalar (norma) ao espaço de funções.
Para obter-se a solução, constrói-se uma solução aproximada para a equação (1) em termos de
uma combinação linear das funções de base escolhidas, conforme segue:
n
un (x ) = ∑ a j ⋅ ϕ j ( x) (8)
j =1
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A fim de que as condições de contorno (2) sejam atendidas, as funções de base devem
satisfazer às seguintes condições:
ϕ j (0 ) = 0 ϕ j (1) = 0 j = 1, 2, 3, K n (9)
As condições acima são restrições que são impostas às funções que compõem o espaço. Estas
restrições visam assegurar as condições de contorno são atendidas pela solução aproximada,
ou seja, a seguinte relação será válida:
un (0 ) = 0 un (1) = 0 (10)
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Método de Galerkin. Funções de base que são tipicamente utilizadas são polinômios de
primeira ordem e ordem mais elevada.
Exercício Proposto 3
Determine a solução por série Fourier generalizada da equação (1) sujeita às
condições de contorno (2). Considere p=1, q=1 e f(x)=-x, n=1 e a seguinte função de
base:
ϕ1 (x ) = x ⋅ (1 − x)
Exercício Proposto 4
Determine a solução por série de Fourier generalizada da equação (1) sujeita às
condições de contorno (2). Considere p=1, q=1 e f(x)=2, n=2 e as seguinte função de
base:
ϕ1 (x ) = x ⋅ (1 − x)
ϕ2 (x ) = x 2 ⋅ (1 − x)
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0 0 ≤ x ≤ xk −1
x − xk −1
xk −1 ≤ x ≤ xk
h
ϕ j (x ) = (15)
xk −1 − x xk ≤ x ≤ xk + 1
h
0 xk + 1 ≤ x ≤ 1
As funções lineares definidas por (15) são chamadas de funções de base definidas por
trechos. A sua característica principal é o fato de que elas são diferentes de zero apenas em
um pequena parcela do domínio, no caso considerado o domínio é o intervalo [0,1]. Por este
motivo elas são por vezes denominadas de funções de base local. Esta característica
particular simplifica enormemente a solução do problema por métodos numéricos. As
derivadas das funções de base são mostradas na figura 1c e dadas matematicamente por:
0 0 ≤ x ≤ xk −1
1
+ xk −1 ≤ x ≤ xk
dϕ j (x ) h
= (16)
dx −1 xk ≤ x ≤ xk + 1
h
0 xk + 1 ≤ x ≤ 1
n −1
un (x ) = ∑ a j ⋅ ϕ j ( x) (17)
j =1
Os termos j=0 e j=n foram omitidos tendo em vista as condições de contorno. Observa-se
que a solução aproximada na forma (17) consiste de linhas poligonais conforme mostrado na
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figura 1d. Uma função com esta característica é chamada de função polinomial linear por
trechos. A solução entre dois pontos é assim aproximada por meio de retas; isto decorre do
fato de se ter utilizado polinômios de primeiro grau como função de base. Caso fossem
utilizados polinômios de mais alto grau a solução aproximada entre dois pontos seria uma
curva correspondente à ordem do polinômio utilizado. Por exemplo, tomando-se polinômios de
segundo grau obter-se-ia uma parábola como aproximação entre dois pontos.
un (xk ) = ak (18)
d dun
− p ⋅ + q ⋅ un ⋅ ϕk = f(x ) ⋅ ϕk
dx dx
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1 1
dun dϕk
∫ p ⋅ ⋅ ∫
+ q ⋅ un ⋅ ϕk ⋅ dx = f ⋅ϕk ⋅ dx k = 1,2,3,K(n − 1) (19)
dx dx
0 0
A forma (19) é conhecida como forma fraca da equação (1), sendo este nome derivado do fato
de que as exigências quanto à continuidade da função serem menos rigorosas que as da
equação original. O uso da forma fraca amplia o universo de funções que podem ser
empregadas como aproximação. O uso da forma original (1), também conhecida como forma
forte , exige que a solução possua a segunda derivada, não sendo possível a utilização de
funções de aproximação lineares. Todavia, o uso da forma fraca permite que funções
possuindo apenas a derivada de primeira ordem também possam ser empregadas como solução
de aproximação. O uso da forma fraca torna, portanto, possível o uso de funções lineares, as
quais simplificam a obtenção de uma solução aproximada.
Substituindo-se agora a equação (17) na equação (19) obtém-se:
n −1
1 ∑ a j ⋅ dϕ j
n −1
1
p ⋅ j =1 d ϕ
∫ dx
⋅ k + q⋅
dx
∑ aj ⋅ ϕ j ⋅ ϕk ⋅ dx = f ⋅ϕk ⋅ dx
∫
0 j =1 0
n −1 1 1
dϕ j dϕk
∑ ∫
aj ⋅ p ⋅
⋅
dx dx
∫
+ q ⋅ ϕ j ⋅ ϕk ⋅ dx = f ⋅ϕk ⋅ dx
k = 1,2,3,K(n − 1 ) (20)
j =1 0 0
As expressões sob o sinal de integral poderão agora ser resolvidas a priori para cada uma das
funções ϕ k , uma vez que todas as funções que aparecem na integral são conhecidas.
Considerando-se todas as funções de base dentro do intervalo de 0 a 1, ou seja fazendo-se k
variar entre 1 e n-1, chega-se a um sistema de equações lineares, cuja solução determina os
valores dos coeficientes a j , os quais por sua vez determinam a solução aproximada.
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0 1
h h h h
(a)
x0 x1 x2 x3 x4
ϕ 1 (x)
1.0
0 1
h h
(b)
x0 x1 x2
ϕ 2 (x)
1.0
0 1
(c) h h
x1 x2 x3
ϕ 3 (x)
1.0
0 1
(d) h h
x2 x3 x4
a3
u4 (x) a2
a1
0 1
(e)
x0 x1 x2 x3 x4
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3 1
dϕ j dϕ 1
∑
aj ⋅ p ⋅
∫ ⋅
dx dx
1
+ q ⋅ ϕ j ⋅ ϕ1 ⋅ dx = f ⋅ϕ1 ⋅ dx
∫ (22)
0 0
j =1
De acordo com a figura 2, o produto das funções ϕ1 e ϕ j é diferente de zero apenas para os
elementos que são vizinhos, ou seja o produto entre ϕ1 e ϕ j é diferente de zero apenas onde
ambas as funções são simultaneamente diferentes de zero. Para k=1 existem pela equação
(21) os produtos ϕ1 ⋅ ϕ1 , ϕ1 ⋅ ϕ2 e ϕ1 ⋅ ϕ 3 , dos quais apenas ϕ1 ⋅ ϕ1 e ϕ1 ⋅ ϕ2 possuem valor
diferente de zero. Esta característica vantajosa resulta da escolha do tipo de funções de
base. As mesmas considerações valem igualmente para as derivadas das funções de base.
Para k=1, será portanto necessário considerar apenas j=1 e j=2. Analisando-se a integral
entre 0 1 e tomando-se em conta as funções ϕ1 e ϕ j pode-se estabelecer a seguinte
simplificação:
2 1 dϕ j dϕ 1
∑ ∫
aj ⋅ p ⋅
⋅ 1 + q ⋅ ϕ j ⋅ ϕ1 ⋅ dx = f ⋅ϕ1 ⋅ dx
dx dx ∫
j =1 0 0
2 2⋅h 2⋅h
dϕ j dϕ1
∑ aj ⋅ ∫ p ⋅
⋅
dx dx
+ q ⋅ ϕ j ⋅ ϕ1
⋅ dx = f ⋅ϕ1 ⋅ dx
∫ (23)
j= 1 0 0
(24)
2⋅h h 2⋅h
x x (2 ⋅ h − x) ⋅ (2 ⋅ h − x) ⋅ dx = q ⋅ 1 h3 1 h3 h
∫
0
q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ1 ⋅ dx =
∫
0
q ⋅ ⋅ ⋅ dx +
h h ∫
h
q⋅
h h h
⋅
2 3
+ q ⋅
h
⋅
2 3
= q ⋅ ⋅2
3
(26)
Tomando-se ainda k=1 e considerando-se agora j=2, resulta para o segundo termo da equação
(23):
2⋅h 2⋅h
dϕ1 dϕ2 dϕ1 dϕ2
∫ ∫
a2 ⋅ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ2 ⋅ dx = a 2 ⋅ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ2 ⋅ dx (27)
dx dx dx dx
0 h
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A simplificação anterior decorre do fato de que entre 0 e h o produto das funções ϕ1 ⋅ ϕ2 ser
identicamente zero.
De modo análogo ao caso j=1, pode-se determinar os termos da integral (27) conforme segue:
2⋅h 2⋅h
dϕ dϕ −1 1 1 p
∫
h
p ⋅ 1 ⋅ 2 ⋅ dx =
dx dx ∫
h
p⋅ ⋅ ⋅ dx = −p ⋅ 2 ⋅ h = −
h h h h
(28)
2⋅h 2⋅h
(2 ⋅ h − x) ⋅ (x − h) ⋅ dx = q ⋅ h
∫
h
q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ2 ⋅ dx =
∫
h
q⋅
h h 6
(29)
Para a avaliação da integral no lado direito, pode-se fazer igualmente uma aproximação e
considerar a função a f(x) constante entre 0 e h e entre h e 2h. Assim, entre 0 e h será
h
assumido que a função f(x) possui o valor constante e igual a f , ou seja é o valor no
2
3⋅h
centro do intervalo. Entre h e 2h o valor assumido será f . Esta aproximação é em geral
2
justificada na prática tendo em vista que os intervalos h são pequenos. Desta forma, obtém-
se para o lado direito da equação:
2 ⋅h h 2 ⋅h
x (2 ⋅ h − x ) ⋅ dx ≅ f h ⋅ h x ⋅ dx + f 3 ⋅ h ⋅ 2⋅h (2 ⋅ h − x ) ⋅ dx
∫ ∫
f(x ) ⋅ϕ1 ⋅ dx = f(x ) ⋅
h
⋅ dx + ∫ f(x ) ⋅
h 2 0 h
∫ 2 h
∫ h
0 0 h
2⋅h
h 1 h2 3 ⋅ h 1 h2
∫ f(x ) ⋅ϕ1 ⋅ dx ≅ f ⋅ ⋅
2 h 2
+ f
⋅ ⋅
2 h 2
0
2⋅h
h h 3⋅h h
∫ f(x ) ⋅ϕ1 ⋅ dx ≅ f 2 ⋅ 2 + f ⋅
2 2
(30)
0
Portanto, considerando a equação (23) e as expressões (24) a (30), obtém-se para k=1 a
seguinte equação:
p h p h h h 3⋅h h
a1 ⋅ ⋅ 2 + q ⋅ ⋅ 2 + a2 ⋅ − + q ⋅ = f ⋅ + f ⋅ (31)
h 3 h 6 2 2 2 2
Considerando-se agora k=2, obtém-se de forma análoga ao caso anterior a seguinte equação:
3 1 dϕ j dϕ 1
∑ aj ⋅ p ⋅
∫ ⋅ 2 + q ⋅ ϕ j ⋅ ϕ2 ⋅ dx = f ⋅ϕ2 ⋅ dx
dx dx ∫ (32)
j =1 0 0
Considerando a forma das funções de base (figura 2), pode-se escrever a equação acima da
seguinte forma:
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2 ⋅h 3 ⋅h
dϕ1 dϕ2 dϕ 2 dϕ2
a1 ⋅ ∫ p ⋅ ⋅
dx dx
+ q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ2 ⋅ dx + a2 ⋅ ∫ p ⋅ ⋅
dx dx
+ q ⋅ ϕ2 ⋅ ϕ2 ⋅ dx +
h h
(33)
3 ⋅h 1
dϕ3 dϕ2
a3 ⋅ ∫ p ⋅
⋅
dx dx
+ q ⋅ ϕ3 ⋅ ϕ2 ⋅ dx = f ⋅ϕ2 ⋅ dx
∫
2 ⋅h 0
A primeira integral da equação (31) já foi avaliada anteriormente para k=1 e j=2, tendo como
resultado as expressões (28) e (29), repetidas abaixo:
2⋅h
dϕ1 dϕ2 p h
∫
a1 ⋅ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ1 ⋅ ϕ2 ⋅ dx = a1 ⋅ − + q ⋅ (34)
dx dx h 6
h
Avaliando-se o segundo termo da equação (32), resultará nas mesmas expressões calculadas
anteriormente para k=1 e j=1:
3⋅h
dϕ2 dϕ2 p h
∫
a2 ⋅ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ2 ⋅ ϕ2 ⋅ dx = a 2 ⋅ 2 ⋅ + q ⋅ ⋅ 2 (35)
dx dx h 3
h
O último termo da equação (31) fornece o mesmo resultado que obtido anteriormente para
k=1 e j=2:
3⋅h
dϕ3 dϕ2 p h
∫
a3 ⋅ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ3 ⋅ ϕ2 ⋅ dx = a 3 ⋅ − + q ⋅ (36)
dx dx h 6
2⋅h
Considerando-se as equações (33) a (36), resulta finalmente para k=2 a seguinte equação:
p h p h p h 3 h 5 h
a1 ⋅ − + q ⋅ + a2 ⋅ ⋅ 2 + q ⋅ ⋅ 2 + a3 ⋅ − + q ⋅ = f ⋅ h ⋅ + f ⋅ h ⋅ (38)
h 6 h 3 h 6 2 2 2 2
A fim de completar o sistema de equações será determinado ainda a equação que resulta para
k=3. Considerando-se a forma como as funções de base estão definidas, obtém-se a
expressão que segue:
3 4 ⋅h
d ϕ j d ϕ3 4 ⋅h
∑ aj ⋅
p⋅∫dx dx
⋅
+ q ⋅ ϕ j ⋅ ϕ3 ⋅ dx = f ⋅ϕ3 ⋅ dx
∫ (39)
j=2 2⋅h 2 ⋅h
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3 ⋅h 4 ⋅h 4 ⋅h
d ϕ 2 dϕ 3 dϕ dϕ
a2 ⋅ ∫ p ⋅ ⋅ + q ⋅ ϕ2 ⋅ ϕ3 ⋅ dx + a3 ⋅ p ⋅ 3 ⋅ 3 + q ⋅ ϕ3 ⋅ ϕ3 ⋅ dx = f ⋅ϕ3 ⋅ dx
∫ ∫
dx dx dx dx
2 ⋅h 2 ⋅h 2 ⋅h
(40)
A primeira integral da expressão (40) já foi avaliada anteriormente, para a segunda integral
resulta o mesmo valor que para j=1 e k=1 (ou j=2 e k=2). Para a expressão no lado direito
resulta de forma análoga aos casos anteriores:
4 ⋅h 2 2
5 1 h 7 1 h 5 h 7 h
∫ f(x ) ⋅ϕ3 ⋅ dx ≅ f ⋅ h ⋅ ⋅
2 h 2
+ f ⋅ h ⋅ ⋅
2 h 2
= f ⋅ h ⋅ + f ⋅ h ⋅
2 2 2 2
(41)
2⋅h
O sistema de equações é, assim, definido pelas equações (31), (38) e (42), as quais são
repetidas a seguir:
p h p h h h 3 h
a1 ⋅ ⋅ 2 + q ⋅ ⋅ 2 + a2 ⋅ − + q ⋅ = f ⋅ + f ⋅ h ⋅
h 3 h 6 2 2 2 2
p h p h p h 3 h 5 h
a1 ⋅ − + q ⋅ + a2 ⋅ ⋅ 2 + q ⋅ ⋅ 2 + a3 ⋅ − + q ⋅ = f ⋅ h ⋅ + f ⋅ h ⋅ (43)
h 6 h 3 h 6 2 2 2 2
a ⋅ p ⋅ 2 + q ⋅ h ⋅ 2 + a ⋅ − p + q ⋅ h = f 5 ⋅ h ⋅ h + f 7 ⋅ h ⋅ h
3 h 3 2
h 6 2 2 2 2
2 −1 0
p
[K ] = ⋅ − 1 2 − 1 (45)
h
0 − 1 2
4 1 0
q⋅h
[M] = ⋅ 1 4 1 (46)
6
0 1 4
1 3
f 2 ⋅ h + f 2 ⋅ h
h 3 5
[F] = ⋅ f ⋅ h + f ⋅ h (47)
2 2 2
5
f ⋅ h + f 7 ⋅ h
2 2
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a1
[A] = a2 (48)
a3
2 −1 0 L 0 0
L
− 1 2 − 1 0 L L 0
0 −1 2 −1 0 L 0
p
[K ] = ⋅ M O O O O M (49)
h
M O O O O M
0 L L 0 − 1 2 − 1
0 0 L L 0 − 1 2
4 1 0 L L 0 0
1 4 1 0 L L 0
0 1 4 1 0 L 0
q⋅h
[M] = ⋅ M O O O O M (50)
6
M O O O O M
0 L L 0 1 4 1
0 0 L L 0 1 4
1 3
f ⋅ h + f ⋅ h
2 2
3 5
f ⋅ h + f ⋅ h
2 2
h 5 7
[F] = ⋅ f ⋅ h + f ⋅ h (51)
2 2 2
M
M
f 1 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h + f 3 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h
2 2
a1
a
2
a
[A] = 3 (52)
M
M
an −1
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Exercício Proposto 5
Utilizando a equação (44), determine a solução por elementos finitos da equação (1)
sujeita às condições de contorno (2) utilizando 4 elementos. Considere p=1, q=0 e
f(x)=2. Determine a solução analítica da equação (1) e compare com a solução por
Elementos Finitos para os seguintes pontos: x=0, x=0.25, x=0.5, x=0.75 e x=1. Faça
um gráfico de ambas as soluções.
Exercício Proposto 6
Repita o exercício 5 utilizando 8 elementos e compare com a solução obtida para 4
elementos fazendo um gráfico de ambas as soluções..
Exercício Proposto 7
Repita o exercício 5 utilizando 16 elementos e compare com a solução obtida para 4
elementos fazendo um gráfico de ambas as soluções.
Exercício Proposto 8
Utilizando a equação (44), determine a solução por elementos finitos da equação (1)
sujeita às condições de contorno (2) utilizando 4 elementos. Considere p=1, q=1 e
f(x)=2. Determine a solução analítica da equação (1) e compare com a solução por
série de Fourier para os seguintes pontos: x=0, x=0.25, x=0.5, x=0.75 e x=1. Faça um
gráfico de ambas as soluções.
Exercício Proposto 9
Repita o exercício 8 utilizando 8 elementos e compare com a solução obtida para 4
elementos fazendo um gráfico de ambas as soluções.
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Exercício Proposto 10
Repita o exercício 8 utilizando 16 elementos e compare com a solução obtida para 4
elementos fazendo um gráfico de ambas as soluções.
Evidentemente que estas condições de contorno não representam o caso mais geral, uma vez
que condições de contorno não homogêneas também são comuns na prática. Além disso, deve
ser considerado o caso em que as derivadas da função u(x) possam ser especificadas como
condições de contorno. A fim de tornar a análise por EF mais genérica são apresentadas a
seguir as modificações necessárias nas matrizes do sistema a fim de abranger também os
casos citados. A abordagem não apresenta maiores detalhes matemáticos, os quais poderão
ser encontrados no item 4 da bibliografia citada ao final desta apostila.
Desta forma, como no caso anterior, existem n-1 coeficientes a determinar. As matrizes [K ]
e [ M] são idênticas às anteriores. A matriz [F] possui termos adicionais na primeira e na
última linha, assumindo a seguinte forma:
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1 3 p h h
f ⋅ h + f ⋅ h − − + q ⋅ ⋅ u0 ⋅
2 2 h 6 2
3 5
f ⋅ h + f ⋅ h
2 2
[F] = h ⋅ 5 7 (56)
f ⋅ h + f ⋅ h
2 2
M
M
1 3 p h h
f 2 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h + f 2 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h − − h + q ⋅ 6 ⋅ u1 ⋅ 2
As matrizes [K ] , [M] e [F] terão uma linha a mais acrescida ao final, sendo portanto matrizes
de n linhas e n colunas, mantendo no entanto a forma anterior:
2 −1 0 L 0 0
L
− 1 2 − 1 0 L L 0
0 −1 2 −1 0 L 0
p
[K ] = ⋅ M O O O O M (59)
h
M O O O O M
0 L L 0 − 1 2 − 1
0 0 L L 0 − 1 2
19
PUCRS - PPGEE - Prof. Luís A. Pereira - Aspectos Fundamentais do Método dos Elementos Finitos
4 1 0 L 0 0
L
1 4 1 0 L 0
L
0 1 4 1 0
L 0
q⋅h
[M] = ⋅ M O O O
O M (60)
6
M O O O O M
0 L L 0 1 4 1
0 0 L L 0 1 4
1 3 p h h
f ⋅ h + f ⋅ h − − + q ⋅ ⋅ u0 ⋅
2 2 h 6 2
3 5
f ⋅ h + f ⋅ h
2 2
5 7
f ⋅ h + f ⋅ h
h 2 2
[F] = ⋅
(61)
2 M
M
1 3
f 2 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h + f 2 ⋅ h + (n − 1) ⋅ h
3 2
f ⋅ h + (n − 1) ⋅ h + p ⋅ u1 ⋅
2 h
a1
a
2
a
[A] = 3 (62)
M
M
an
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9 Bibliografia
A seguir são listados algumas obras sobre o método dos elementos finitos e suas aplicações
onde maiores detalhes sobre o exposto poderão ser encontrados.
1) The finite element method using Matlab : Y. W. Kwon; H. Bang. CRC Press. 1996.
4) The Texas finite element series : Volume I, II, III, IV e V ; E. B. Becker, G. F. Carey,
J. T. Oden; Prentice Hall, 1981.
6) The finite element method and its applications : Masatake Mori ; Macmillan Publishing
Company, 1983.
7) The finite element method for elliptic problems : P. G. Ciarlet ; North-Holland, 1978.
9) The finite element method in elctromagnetics : J. Jin ; John Wiley & Sons, 1993.
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