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no captulo quatro que so discutidas a tcnica corporal, a gestualidade, a etiqueta corporal, a expresso dos sentimentos e as percepes sensoriais.

A maneira como o autor trabalha essas questes levam o leitor a perceber que as relaes com o corpo vo alm da dimenso biolgica circunscrita nesta temtica. atravs da corporeidade que as interaes e os rituais entre os atores so elaborados: "A percepo dos inmeros estmulos que o corpo consegue recolher a cada instante funo do pertencimento social do ator e de seu modo particular de insero cultural" (p. 56). Nesse sentido, at mesmo a dor vista como uma construo social e cultural, em que as percepes so individuais, mas tambm coletivas. Tal como as percepes, a gestualidade, a etiqueta e a expresso dos sentimentos so idealizadas e construdas nas estruturas social e cultural. Assim sendo, as representaes e os imaginrios do corpo perpassam a relao que os atores tm com o mundo. Eis o desafio da sociologia: a apreenso da dimen so que abarca as manifestaes afetivas e das relaes de vnculo social que os atores estabelecem entre si. Ainda esse captulo, que parece ser a centralidade da obra, j que o autor busca analisar a corporeidade na perspectiva dos tratamentos do corpo, levando em considerao a classe social e a cultura, a crtica das tcnicas de tratamento sob a tica biolgica, como o modelo mdico centrado, discutido com relevncia. As prticas educativas das condutas de higiene, os cuidados de sade e com o corpo so disseminadas de forma heterognea nas classes sociais, no considerando a cultura e os sistemas simblicos construdos pelas camadas populares. Assim, a sociologia est diante da compreenso da corporeidade na esfera privada (banho, cuidados com as crianas etc.) e tambm na rea pblica, como os espaos de esttica, cabeleireiros e outros, tendo a dimenso da classe social.

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