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Justica e poder AI VTe Ifa Cet ate ou a virtude confronta a instituicao Em primeiro lugar, questdes de limitacao dos poderes, atribuigdes, fun- g6es e competéncias entre os diversos poderesdo Estado, sejam eles os. poderes tradicionais do liberalismo, sejam as novas agéncias e agentes, guindados de fato ou de direito a linha de frente do cendrio politico: Ministério Piblico versus Administragaio Publica, Mesa do Senado versus. Rina, OIVINDADE PAMILIAR + Ronen Gueagamta, a Cr: Chins ge un Satena oe Gabieina™ in No hay Onrecna iT veccnaw pik a cdo naps hremon visto, carece de econ elects park bia han ropresenirien 2 or (onder at manda que sates (a. cate even do (Seocasnascsin esoomaly ‘has hpoo guerre ‘unten slogan por af pote (basen a conwonar wn compe Bureciaticn y euténore oa Go ms eectces je (Gus ancuaewanpacos nee lvoe para reomplarer 40 ‘acorice pow reer 2 ‘ico, Dore ae este cusses, (pow oe se fac, ul come ol permanente “acoes' cet un ponds har ‘objeto son mombron. oe earecan com conan ‘Sis anatase un watoe (entero, sno somo conten Be hacionamenta ae! means. me REVISTAUSP Presidéncia da Repiiblica, partidos politi- ‘e0s ou deputados ¢ senadores versus Con- gfesso Nacional ¢ assim por diante, Parte das controvérsias origina-se da necessidade de interpretagio da ConstituigSo Federal ainda recente, parte deriva de mudanga no perfil de atwagao dos agentes, parte deriva da necessidade de espeteulo pibliconuma sociedade de midia. Por mais de uma déca- da estes personagens se vém enfrentando, sem que houvesse golpe de Estado, inter- vengdo militar, deereto de forga ou seme thante.O canal para ondeacorreram ascon- trovérsias foio Judiciério, especialmente os tribunais superiores Exigéncias de politicas publicas Em segundo lugar hi 0s conflitos cha- mados coletives, divididos'em duascatego- rias. Uns mostram grupos organizados que reivindicam beneficios sociais ou individu- sis coletivamente frufveis (satide, moradia, educagio, transporte, ete.) Nesies casos, a solugonatural ndo¢ um atodeadjudicagto (tipico do Judiciério), mas uma politica pa- blica. Trara-se de uma solugdo que requer ado apenas um reconhecimento de unt di- reitosubjetivoe deum darlentregar ouobri- gar a dar/entregar alguma coisa ou alguma quantiadedinheiro, mas um fazerou prover um servigo pablico (continuo, ininterrupto, impessoal, eic.). Servigos pUblicos exigem meios: receita para seu custeio, pessoal © material para sua execugSo, poder ou com: peténcia parasua efetividade (desapropria- 40, policiamento, fiscalizagao, regulagio administrative, remogdes, etc.). Tais conni- tos encontram no Judicidrio um canal para sua visibilidade, para se criar impasses que obriguem a negociagdes: evitaram que de- mandas basicas levassema revoltas popula- res continuas. Problemas individuais em chave coletiva Umaterocira espéciede conflito,corres- pondente a segunda espécie de conflito co- letivo,€ aquela aparentemente individual ¢ tradicional (controvérsiaentre partesclara- meatelimitadase comobjetodefinido,como numa obrigagocontratual,umaseparacio, uns crime ou uma contravengio), Na socie dade de massas ¢ de classes, porém, a nepe- tigdo dos casos individuais semelhantes in- dica a existencia de classes, grupos, conjun- tosem que a solugio de um caso antecipa a de outros semelhanites. Assim, a adjudica- do. em um caso pode ter consequénciasem muitesoutrossemelhantes,podendo-sepor em davida se haveria necessidade de um processo judicial completo para cada caso, ‘ouse baslaria uma decisdo seguida do reco- nhecimento doscasosindividuaiscomo par: ticipantes da mesma classe (9 problema da extensdo da res judicata), Um tipo ideal de conflito assim ¢ o das relagdes consumidor/: fornecedor. Para complicar as coisas, os in- dividuospertencem simultaneamentea gru- pos distintos: um consumidor de sapatos ¢ um fomecedorde servigos financeiros. NSO apenas na esfera do direito privado a “coletivizagao” ¢ visivel. Também noirei- to penal:a impunidade vigorante no Brasil traz.a marca do coletivo. No é uma pessoa que passa impune, mas uma classe, grupos inteiros jamais stio punidos. Ngo apenas deixam de ser punidos os responsaveis por crimes tradicionais ¢ cometidos indivi- dualizadamente. Ha oscrimes novos,as rau- dcs mais diversas, cometidas por grupos organizados, como pratica comum em cer- tossetores ouodanocausadoao patriméaio comum (istérico, ambiental, urbano,etc.). O que emerge desta brevissimacincom- pleta tipologia é, nitidamente, o problema radlicional da justigadistributiva eda legiti- midade do sistema normativo (dita justiga dindmica em Agnes Heller). Mais do que coletivos,osnovosconilitossio plurilaterais.

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