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Conta-nos a histria de uma menina, a Glria, que vivia numa aldeia pequena e com poucos habitantes.

Era uma menina igual a tantas outras, mas tinha uma dificuldade: no conseguia dormir sem ser embalada por histrias. Quando algum parava de contar a histria, fosse a que horas fosse, a menina abria imediatamente os olhos e dizia, sorridente: - E depois, e depois?. Ora, apesar de amor de me ser infinito, no h me que aguente noites inteiras e seguidas a contar histrias. Ento, todos os habitantes da aldeia, num verdadeiro esprito solidrio, cooperativo e comunitrio, contriburam para que a Glria tivesse um sono feliz e descansado, ou seja, seguindo uma escala elaborada pela professora daquele local, cada habitante, vrias vezes por ms, passava a noite acordado a contar histrias menina. O pai, que vivia muito longe, tambm lhe contava histrias, atravs de cartas, que a faziam viajar por terras distantes. Era o nico que lhe contava histrias de viagens. Cada habitante tinha experincias de vida e gostos de leitura diferentes, portanto cada um tinha o seu tipo de histrias preferidas. Uns contavam fbulas, alguns, adivinhas, outros, histrias de reis e de princesas ou histrias doces S que esta situao estava a tornar-se insustentvel para os habitantes da aldeia que, apesar de gostarem muito da menina, comeavam a sentir o peso do cansao acumulado de muitas noites em branco. At que, um dia, Glria recebeu do pai um presente especial: uma caixinha e, no seu interior, uma menina que parecia uma princesa, deitada sobre um montinho de algodo branco e fofo como as nuvens. O bilhete que a acompanhava explicava que era uma Fadinha de Olhos Fechados e que a tinha descoberto num lugar onde as pessoas dormem a ouvir histrias, s que ningum precisa de ficar acordado, pois todos os habitantes tm uma Fadinha de Olhos Fechados a viver dentro da sua almofada. A Fadinha gosta de passar as noites a sussurrar histrias ao ouvido de quem dorme. A essas histrias chamam-lhes sonhos.

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