Disciplina: Tcnicas de jornalismo impresso e on-line Professor: Fbio Pereira Trabalho: Crnica Alunos: EUGNIO CONY FARIA CIDADE

Braslia, 31/05/2011

AS APARNCIAS ENGANAM, AS COINCIDNCIAS TAMBM

Dez horas da manh. Cu azul, brisa suave no canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Tnia e eu fomos Ilha da Gigia ver uma casa para comprar. Morar em uma ilha, sem pontes, sem carros, a dez minutos a remo do j conturbado trnsito da Barra, era um sonho. Casas de pescadores, com canoas como carros na garagem, ao lado de manses com lanchas, em convivncia pacfica, mas nem tanto. Ainda na canoa pedimos informao ao barqueiro sobre a localizao da casa do Presidente da Associao de Moradores da ilha. - Logo que saltarem vocs vo at o final da rua principal, dobram pras esquerdas, a quase ltima casa, virada pro canal. No tem erro disse o barqueiro. E l fomos ns, andando pela rua de areia, pensando em como seria morar num lugar daqueles em que se misturavam to democraticamente ricos, remediados, e os sem remdio, mas ainda pescadores da Lagoa da Barra. Realmente no foi difcil achar a casa, a quase ltima. A ltima era a que queramos ver, talvez comprar. Solcito, o presidente pegou as chaves para nos mostrar a casa. O terreno tinha um formato estranho, meio triangular, com uma casa prfabricada de madeira. Tudo parecia muito interessante. Mas a casa no estava l to bem assim. Por ser to perto da gua salgada a madeira havia trabalhado, as portas internas no fechavam direito e o assoalho estava fora de nvel. - Ah, nessas portas vocs do jeito, s passar uma plaina e tudo bem. Sabe, acho que voc vo mesmo morar aqui, no tem jeito. Sabem os nomes do casal dono da casa, perguntou o presidente. - No, o anncio do jornal no tinha nomes, disse eu. - Pois . Eles tm os mesmos nomes que vocs: Tnia e Eugnio. uma grande coincidncia, no ? Com certeza vocs vo morar aqui! A coincidncia s serviu para me alertar que as coincidncias so uma linguagem cifrada de Deus, e que s ele a entende. No compramos aquela casa.

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