UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAAO CAMPUS XIV DOCENTE FLVIA ANINGER DISCENTE OSVALDO LOPES DA SILVA JNIOR

IOR O texto de Vargas Llosa discute a questo das verdades e das mentiras nas obras literrias, afirmando que a fico, na verdade trata de um desejo do autor de modificar a realidade oui de viver em sua obra, uma vida que certamente no o tivera. No conto As Runas Circulares, de Borges, o autor retrata um homem, cuja obrigao imediata era o sonho. No primeiro momento, este homem encontra-se mergulhado em um sonho confuso, porm esse sonho comea a clarear e passa a ser descrito de forma mais objetiva. A partir desse ponto pode-se perceber que a forma com o qual o autor o sonho apenas um nico ngulo, de milhares de possibilidades que ele poderia ter escolhido para descrev-lo, ou seja, o fato real o sonho um enquanto os sinais que podem descrev-lo so inumerveis. Outro aspecto observvel do texto a questo temporal, visto que na realidade o tempo algo incontrolvel, porm no conto esse aspecto passa a no ser to importante. O tempo cronolgico existe (passado, presente e futuro), entretanto as horas e dias, que o homem dedica a seu sonho, de certa forma impossvel. Contudo realidade e fico se encontram mais uma vez para refletir, sobre como ns, seres humanos lidamos com nossos sonhos e desejos, e de certa forma gastamos boa parte de nossa sonhando. Certas vezes os concretizamos outras no, at porque, por mais delirante que seja, a literatura afunda suas razes na experincia humana. O ato da criao do filho pelo mago assemelha-se a criao ficcional, uma vez que a transformao material do desejo atravs da ao do mago reflete o ato de criar uma fico, isto porque o enredo denuncia a falta, mostra a fragilidade humana, carter essencial da fico. A expectativa que o homem criado pelo mago seja um ser perfeito , algo esperado pelo leitor, visto que seu criador demanda muito tempo na sua criao, porm os percalos ao longo do caminho, ilustram a recriao da realidade, ou seja, o que

acontece no plano real, e a formacomo tudo termina , vai de encontro a nossa expectativa e desse modo provoca maior admirao [do que se estes fossem] ao acaso e a fortuna.