Jornal do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre - Ano XIX - Edição nº 67

Trabalhadores na luta contra as demissões

e pela recuperação do setor aéreo

N
ós, aeroviários, e as
demais categorias de
trabalhadores do setor
aéreo, sabemos,
melhor do que ninguém, como
têm sido difíceis esses anos de
crise das companhias aéreas
Varig, Vasp e Transbrasil.
Fruto da má gestão de seus
administradores e das
dificuldades impostas pelas
políticas econômicas dos últimos
governos, a crise já derrubou
mais de 35 mil postos de
trabalho e vem sobrecarregando
os trabalhadores que ainda
estão empregados. Mas além de
precisarmos lutar para manter
nossos empregos, precisamos
ainda driblar os sucessivos
atrasos nos salários, nos
reajustes, enfim, em todos os
valores que por direito devemos
receber de remuneração.
O Sindicato vem lutando, ao
lado da categoria, em cada um
desses momentos difíceis, com
propostas e ação firme perante
às empresas, em defesa dos
nossos direitos. É assim que
conquistamos, através da
unidade sindical cutista no setor,
garantir o pagamento do 13º na
Varig, e defender os bens da
Vasp, através da intervenção,
até que tudo que nos é de direito
seja pago. Mas é preciso ir além.
A inércia, ou omissão do
governo, não colabora em nada
com a urgente necessidade de
reverter a situação.
É preciso ampliar nossa voz
perante o governo, o Congresso,
o Judiciário e a sociedade, para
que o quadro mude de uma vez
por todas. Até porque, as
propostas para a saída desta
crise das aéreas, apesar de
complexas, já poderiam ter sido
aplicadas. Falta é vontade
política do governo Lula para
assumir um papel mais
propositivo e atuante, criando a
Anac, regulamentando as
medidas do Conac, iniciando o
processo de paridade de
impostos e do valor do
combustível, como sugerimos no
PReSA, entre outras medidas.
E é porque elas são viáveis e
propostas por trabalhadores que
precisamos ir novamente às
ruas defendê-las. Para isso,
contamos com a unidade de
todas as categorias, sempre.
Os atos serão realizados nos
dias 23 e 24 de junho, no Rio de
Janeiro e São Paulo, nos
aeroportos Santos Dummond e
Congonhas, tal como ocorreu
meses atrás em Porto Alegre, no
aeroporto Salgado Filho.
Acompanhem as próximas
notícias sobre o nosso
movimento e estejam seguros
de que os sindicatos cutistas e a
Fentac/CUT estão fazendo a sua
parte. Boa luta a todos nós.

23/6 Rio de Janeiro - 24/6 São Paulo Virya Com

Fentac/CUT - Aeronautas, Aeroviários

e Aeroportuários
 Acesse www.aeroviarios.org.br, o portal do Sindicato!
Varig: a crise
do trabalhador
Quem mais sofre com a crise
na Varig é o trabalhador. Somos
nós que não recebemos os
salários em dia, o 13º, ou o
reajuste. Também somos quem
enfrenta o fantasma das
demissões, enquanto
acompanhamos as idas e vindas
da empresa, em suas
negociações com compradores.
A luta do Sindicato é pela
manutenção dos empregos e
pagamento dos salários, mas os
trabalhadores são credores da
empresa, porque exercem suas
funções dia-a-dia em troca de
uma remuneração que nem
sempre chega quando deve. A
direção da Varig tem negociado
com todos os seus credores,
menos com seus trabalhadores.
Se a Varig é a empresa aérea
mais querida dos brasileiros,
como saiu recentemente em
uma pesquisa do Ibope, são
seus funcionários os que mais
contribuíram com a construção
de sua marca. Se não encontra
definição quanto aos seus novos
investidores, ao menos poderia
propor um calendário de
pagamento dos valores
atrasados, incluindo o reajuste
deste ano. Mas não o faz, e os
trabalhadores amargam juros em
suas contas atrasadas, ou nos
empréstimos que precisam
contratar para poder continuar a
sobreviver em meio à crise.
Merecemos mais respeito e
dignidade.
AEROFOLHA é uma publicação
semanal do Sindicato dos Aeroviários
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Kaminski (10182), Henrique Lessa
(10083) - Colaboração: Vanessa
Voltaire - e-mail: redacao@virya.com.br
Edição finalizada em 15/6/2005
Tiragem: 2500 exemplares
Cinco imóveis da Vasp são penhorados
para pagamento de dívidas trabalhistas
Cinco imóveis da Vasp já
foram localizados pela Justiça do
Trabalho de São Paulo para
honrar a dívida da empresa com
seus funcionários. Os primeiros
bens a serem penhorados serão
quatro terrenos e um prédio em
construção (na avenida
Brigadeiro Faria Lima), em São
Paulo. A venda dos imóveis está
autorizada até o limite de R$ 75
milhões, para cumprimento do
Abertas inscrições na
Escola Técnica Mesquita
Estão abertas as matrículas
para o segundo semestre da
Escola Técnica José César de
Mesquita, que oferece cursos
técnicos em Mecânica,
Eletrônica, Informática e
Automação Industrial
(Mecatrônica). A escola é
mantida pelo Sindicato dos
Metalúrgicos de Porto Alegre e
dá desconto de 10% para os
aeroviários associados ao
Sindicato e seus familiares. Os
interessados devem apresentar
a carteira de sócio no ato da
matrícula. Maiores informações
no Sindicato, ou na Escola, cujo
fone é (51) 3340.3110, das 14 às
22 horas.
Empréstimo da Aeromot
Em matéria publicada na
última edição do Aerofolha,
questionamos a Aeromot sobre o
atraso no pagamento dos
salários, na mesma época em
que recebia um aporte financeiro
do BNDES na ordem de R$ 9
milhões. A empresa enviou
correspondência ao Sindicato
esclarecendo que, ao contrário
do que havia sido publicado na
imprensa, ela não dispunha de
tal soma por parte do Banco.
Segundo a carta, a Aeromot
tem apenas um contrato de
acordo judicial firmado em 27 de
maio.
Em nenhuma das 16
audiências, realizadas esta
semana, dos processos contra a
Vasp houve algum acordo com a
empresa. As sentenças serão
anunciadas no próximo dia 21
de junho. No dia 11 de junho, a
Vasp perdeu a concessão como
empresa de transporte aéreo
regular.
Justiça manda K2 pagar
dois trabalhadores
A K2, que demitiu mais de 20
funcionários, está pagando a
rescisão parcelada. Esta
semana, houveram dois
julgamentos sobre o caso, em
que o juiz determinou a
liberação do FGTS de um
trabalhador e o pagamento do
auxílio-desemprego de outro. As
ações são individuais. No dia 23,
haverá nova audiência.
VALES - Além do problema
com as rescisões, a K2 estava
atrasando a entrega do vale-
refeição. O Sindicato entrou em
contato com a empresa e os
valores foram depositados no
dia 13 deste mês.
financiamento de 20 aeronaves,
parcelado em cinco anos, e um
valor para capital de giro bem
inferior ao divulgado.
Esperamos que os novos
negócios com o Ministério da
Defesa ajudem a empresa, que
hoje se diz em crise. O
pagamento dos salários em dia
só pode contribuir com a saúde
financeira da Aeromot e
impulsionar seus negócios.
Portanto, deveria ser uma
prioridade da empresa respeitar
o pagamento dos funcionários.