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TEXTO DESCRITIVO: O CISNE Formas arredondadas, graciosos contornos, alvura deslumbrante e dura, movimentos flexveis, tudo no cisne nos

agrada aos olhos. Pela facilidade, pela liberdade de seus movimentos na gua, devemos reconhec-lo, no somente como o primeiro dos navegadores alados, mas ainda como o mais belo modelo, que, para a arte da navegao, nos ofereceu a natureza. Seu aspecto ereto e seu peito arredondado parecem, com efeito, figurar a proa de um navio, ao fender as ondas: seu largo estmago representa a quilha; o corpo, inclinado para a frente ao singrar as guas, ergue-se atrs como uma popa; a cauda um verdadeiro leme; os ps parecem largos remos e as grandes asas, semiabertas ao vento e levemente pandas, so velas a impelirem o navio, que , ao mesmo tempo, navio e piloto. (Buffon) Observe que o autor retrata o cisne atravs de uma comparao. Ele associa cada parte do cisne a uma parte de um navio.

TEXTO NARRATIVO EM 1 PESSOA:

A BORBOLETA AZUL

No dia seguinte, como eu estivesse a preparar-me para descer, entrou no meu quarto uma borboleta, to negra como a outra, e muito maior do que ela. (...) A borboleta, depois de esvoaar muito em torno de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a e ela foi pousar na vidraa; e, porque eu a sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite. O gesto brando com que, uma vez posta, comeou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, que me aborreceu muito. Dei de ombros, sa do quarto; mas tornando l, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelo dos nervos, lancei mo de uma toalha, bati-lhe e ela caiu. No caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabea. Apiedei-me; tomei-a na palma da mo e fui dep-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um pouco aborrecido, incomodado. - Tambm por que diabo, no era ela azul? disse comigo. (Machado de Assis) ATIVIDADE:

Machado de Assis ironiza a tendncia humana de arranjarmos desculpas tolas para o que fazemos de errado e, assim, ficarmos livres da culpa. Por ser uma narrativa, h fatos (aes, acontecimentos) que se sucedem no texto. Por exemplo: 1. A borboleta entrou no quarto; 2. A borboleta esvoaou em torno do narrador, etc. Continue sequenciando os fatos que ocorrem nessa narrativa, a partir dos exemplos acima.

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