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Copyright © by Carlos Rodrigues Brando, 1981 ma pare desta publica pode ser gravaa, armazenada em sistemas eleténics,foocopiada, reproduzia por meios mecinicos ou outos quaisquer ‘sem auorizagio prévia da 1M edigto, 1981 267 reimpressio, 2005, Revisio: José, Andrade (Capa: 123 antigo 27) rtisias Gra Dados Internacionais de Catalogacdo (Ciara Brasileira do Livro, Publicagio (CIP) 26 impr da I ed, de 1981, 1038-6 05.6441 cpp.374.0120981 Trdices para catdlogo sstemsten: 1. Alfabetiaagio de adultos Método Paulo ire Brasil: Bducagio 3740120981 2, Método Paulo Frere: Alfabetizago de Mdulos: Brasil: Educasio 374.0120981 Raa Emfia Marengo, FoneFax: (Oxx11) 6675-0188 ioraiasbrasiliense@editorabrasiiensecom br INDICE = Por qué? Pra qué? . — Um dia, perto de Angicos — 0 ABC do método = 0 trabaiho com a fala: 0 cfreulo de tura. — Ajustar, inovar, criar ...... - — Do método a0 sistema, do sistema 20 sonho = Contra o qué? Em nome do qué? « = Conclusdo..... — Indicagées para leitura . . “Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem que amanha recomecarei a aprender.” Cecilia Meireles Este pequeno livro deve ser dedicado a uma gente de quem a todo momento se fala aqui sem dizer 0 nome: monitores, alfabetizadores populares, animadores de ctteulos de cultura de ontem e de hoje. POR QUE? PRA QUE? Devo confessar, amigo leitor, que este livro foi escrito no fdlego de alguns dias e deve ter, portanto, todas as qualidades e também os defei- tos do que é feito no quente da coisa, na hora ‘em que a forca da vontade de dizer pode ganhar do cuidado de dizer com calma, no vagar do sério, com ciéncia e paciéncia. Mas ¢ que eu tenho raz6es. E vou contar. Poucos dias depois de haver combinado escrevé-lo, de haver inclusive conver- sado 0 comego do fio da idéia dele com Paulo Freire, acabei viajando para o Nordeste. Uma coisa no tinha nada a ver com a outra, mas acabou tendo. ‘Comecei a rascunhar o livro num cadernc no dia 19 de maio deste ano, em Campinas. Det no mesmo dia, a caminho de Séo Paulo e, dai no de Fortaleza, ‘Cearé. No dia’ seguinte eu segt Carlos Rodrigues Branddo O que é Método Paulo Freire com a viagem e o rascunho do livro, de Fortaleza a Mossoré, que fica num canto do sertéo do Rio Grande do Norte. O rascunho da primeira parte do livro foi acabado na viagem de volta do Nordeste 20 Sul, cinco dias depois. Eu voltava de um curso na cidade de Mossoré sobre as idgias e 0 método de Paulo Freire. Coisa que contando no se acredita, Mas eu conto. Mossord fica perto de Angicos, uma cidade- zinha nos fundos do Nordeste, onde neste ano © sol seca e resseca tudo 0 que hd. Foi ali onde, pela primeira vez — depois de uma pequena expe- riéncia em um bairro do Recife —, a equipe do Servigo de Extensdo Universitéria da Universidade Federal de Pernambuco, coordenada pelo profes- sor Paulo Freire, testou 0 que veio a se chamar “9 Método Paulo Freire de Alfabetizacdo de Adultos”. Na verdade, leitor, ali no se experimentava 36 um novo método, mas, através dele, um novo sentimento de Mundo, uma nova esperanca no Homem. Uma nova crenca, também, no valor @ no poder da Educacdo. Sinais do amor que © homem planta e que brotavam ali, no chao seco do sertéo, hé vinte anos, Pois vinte anos depois um punhado de gente se reuniu em Mossoré pra repensar junta, para trés, como € que aquilo foi. Pra pensar junta, para a frente, como é que agora poderi Foi programada uma “Semana de Arte e sofia”, naquele ano dedicada ao tema: Filosofia Educagéo Popular. Vieram estudantes e educa dores de todo 0 Nordeste. Veio até alguma gente do Sul. A idéia era a de fazer a critica de todo © trabalho anterior de Educago Popular e de Cultura Popular desencadeado no Brasil no come- ¢0 dos anos 60. Fazer a critica para repensar Uma coisa e a outra, para “reinventar a educacdo”” hoje, para os dias de hoje, como o préprio Paulo Freire gosta de dizer. As pessoas da minha gerago, 0s que viveram nos comecos de 60 o alvorecer da idéia, queriam a meméria dela, Recontar juntos, perguntar: “como ¢ que foi?”. Mas os jovens, 0s estudantes de colégio e das universidades que se amontoaram por Id, queriam & saber: “como é que faz?" Por isso o “Programa da Semana’ tinha de tudo, de reunides e mesas-redondas de reviséo das experiéncias do passado, a sessdes de discus so dos trabalhos atuais e dos sonhos possiveis de trabalho futuro com a Educagéo Popular: um nome? Um mito? Um modo de fazer? Crispiniano Neto, um professor e repentista notdvel do lugar, escreveu 0 “Programa da Sema: na” em cordel e abriu cantoria desse jeito: "De um a oito de maio Mossoré tem alegria De receber todo 0 povo Que pensa em democracia,

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