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Copyright © by Carlos Rodrigues Brando, 1981 ‘Nenhuma pat desta pubicago pode ser gravada, edigzo, 1981 26 reimpressi, 2005 Revisio: José E, Andrade (Capa: 123 (amigo 27) Araisas Graficos ‘Dados Internacionais de Catalogacdo na Publicagio (CIP) (Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasil Brando, Carlos Rodigues ‘© que ¢ metodo Paulo Freie / Carlos Rodrigues Brando, -- Si Paulo Braslense, 2008 (Colegio primeirs pasos 38) 26 reimpe da Ie. de 1981 ISBN 85-11-01038-6, Iabetizago (Eavcagdo de adultos) - Bri 2. Frere, Paulo, 1921-1997 I. Th. IL. Série os.6usi cbp.374.0120981 Traces para catdlogo distemdtico: |. Alfabeizago de adultos Método Paulo Freie: Brasil: Educagio 37400120981 2. Método Paulo Frere: Alfabetizagio de uducagio 3740120981 livraria brasiiense sa. Rua Ema Marengo, 216 -Tatuapé - CEP 03336.000 - Sto Paulo - SP. Livariasbrasiliense @editorabeas INDICE = Por qué? Pra qué? . — Um dia, perto de Angicos — 0 ABC do método . = 0 trabalho com a fal tura. — Ajustar, inovar, oriar ....... = Do método ao sistema, do sistema ao sonho . = Contra o qué? Em nome do qué? — Conelusdo .. ae — Indicagées paraleitura .. oO TRABALHO COM A FALA: O CIRCULO DE CULTURA Dé pra desconfiar que “circulo de cultura’’ ‘ade “‘turma de alunos” ou ade “sala de aula’. “Circulo”, porque todos esto & volta de uma equipe de trabalho que no ‘tem um professor ou um alfabetizador, mas um animador de debates que, como um companheiro alfabetizado, participa de uma atividade comum fem que todos se ensinam e aprendem. O animador coordena um grupo que nao dirige e, a todo mo- mento, anima um trabalho orientando uma equipe cuja maior qualidade deve ser a participagdo ativa em todos os momentos do didlogo, que € 0 seu nico método de estudo no circulo. “De cultura”, porque, muito mais do que o aprendizado individual de “saber ler-e-escrever”, © que © circulo produz sio modos préprios Carlos Rodrigues Brando O que é Método Paulo Freire 45 novos, solidérios, coletivos, de pensar. E todos juntos aprender, de fase em fase, de palavra em palavra, que aquilo que constroem é uma outra maneira de fazer a cultura que os faz, por sua vez, homens, sujeitos, seres de histéria — Palavras e idéias-chave no pensamento de Freire, Reler o Mundo: as fichas de cultura Uma noite esté tudo pronto. O pessoal do cfreulo convocado e entéo “a coisa’ comeca. Quando sente que dé, 0 animador coloca diante de todos 0 primeiro cartaz das fichas de cultura. Ele chama a atengéo para o desenho, a gravura. Sugere que digam o que esto vendo: o que a figura mostra? Quais séo as partes, os elementos dela? O que ser que ela quer dizer? Com o que @ que parece? - Este € 0 desenho que foi usado nos primeiros ciroulos de cultura do Nordeste. A discusséo dele pode tomar torn o tempo da primeira reuniéo do circulo. Pode continuar no outro dia. Paulo Freire escreveu assim sobre esta gravura: “18 situagio ~ 0 homem no mundo e com o mundo. Natureza e cultura. “Através do debate desta situagdo, em que se discute 0 homem como um ser de relagdes, se chega a distingdo entre os dois mundos — 0 da natureza eo da cultura. Percebe-se a posi¢éo normal do homem como um ser no mundo e com ‘0 mundo, “Como um criador e recriador que, através do trabalho, vai alterando a realidade. Com perguntas simples, tais como: quem fez 0 poco? por que © fez? como o fez? quando?, que se repetem com relacdo aos demais ‘elementos’ da situacdo, emergem dois conceitos bésicos: 0 de necessidade e 0 de trabalho e a cultura se explicita num primeiro nivel, o de subsisténcia. O homem fez © poco porque teve necessidade de agua. E 0 fez na medida em que, relacionando-se com o mundo, fez dele objeto de seu conhecimento, Subme- tendo-o, pelo trabalho, a um processo de transfor- macdo. Assim, fez a casa, sua roupa, seus instru

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