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Autores:
Alexandra Prufer de Q.C.Araújo
Ana Lúcia Langer
Ana Valéria Neves de Araújo Leitão
Andréa Bezerra de Albuquerque
Márcia Mattos Gonçalves Pimentel
Raquel Tavares Boy da Silva
Regina Lúcia Rocha Ouricury
Projeto gráfico:
Ruy Machado
Ilustração:
Mauro Ernesto
Apoio:
Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
2006
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Prefácio da 2ª edição
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Apresentação
Um dos objetivos da ACADIM, talvez o se que no Brasil existam cerca de 80 mil portado-
principal, é o de divulgar e informar as pessoas res distribuídos nos mais de 30 tipos identificados
sobre a distrofia muscular. A população, na sua na literatura médica. A forma de maior incidência
maioria sabe muito pouco, ou nunca ouviu falar é também a mais grave e de progressão dos
sobre o tema. Isto não causa tanto espanto sintomas mais acelerado. Trata-se da Distrofia de
quando estamos falando de pessoas leigas. Duchenne, que atinge meninos, levando-os ao
Entretanto, nossa experiência vem demonstran- uso de cadeira de rodas no início da adolescên-
do que, mesmo dentro do universo dos profissio- cia. Nestes casos, o diagnóstico precoce é
nais da área de saúde, poucos possuem um nível decisivo para evitar seqüelas e procurar adiar ao
mínimo de conhecimento sobre a patologia. Em máximo a progressão da doença.
algumas especialidades, tais como neurologia, É de senso comum que quanto maior for o nível
fisiatria e ortopedia, este conhecimento é funda- de educação da população, melhores serão seus
mental. Em outras, como clínica e pediatria, que indicadores de saúde. No caso da distrofia não é
na maioria das vezes os profissionais terão o diferente. O portador bem informado, assim
primeiro contato com o portador de distrofia, como seus familiares e amigos a respeito da
este conhecimento pode acelerar o diagnóstico distrofia, terão maiores chances de ter uma boa
correto e o início do tratamento, o que é funda- qualidade de vida, que se traduz pela
mental, por se tratar de uma doença minimização dos problemas físicos, emocionais,
degenerativa. É importante destacar que um educacionais e sociais.
procedimento equivocado de um profissional Esta cartilha dirige-se, portanto, aos portado-
pode causar sérios problemas à saúde do res de distrofia, familiares, amigos, profissionais de
portador. Profissionais de fisioterapia, enferma- saúde e à população em geral, com o objetivo
gem, terapia ocupacional, entre outros, podem de aumentar o nível de informação sobre a
redirecionar os pacientes na busca do diagnósti- distrofia muscular, traduzindo-se em benefícios
co correto e, conseqüentemente, na prática para os portadores. Nossa cartilha é mais uma
terapêutica adequada. contribuição neste sentido.
A distrofia não é uma doença tão rara, como Pedro Pacheco de Queiróz Filho
se pressupunha até bem pouco tempo. Estima- Vice Presidente da ACADIM
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Sumário
Prefácio .............................................................................................................. 3
Apresentação ..................................................................................................... 4
Capítulo II: Aspectos Genéticos (Márcia Pimentel / Raquel Boy da Silva) ................... 11
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Capítulo I:
Aspectos Neurológicos.
1. O que é distrofia muscular? acometem. Algumas começam na infância
As doenças chamadas de distrofia e outras na idade adulta. Existe uma grande
muscular afetam o músculo e causam diferença na gravidade dentre as distrofias.
fraqueza. O músculo dá sustentação ao
esqueleto, permite que as articulações se 4. A distrofia muscular ocorre apenas
movimentem e que possamos fazer os em crianças? Apenas em meninos?
movimentos do nosso corpo. As pessoas Não. Existem distrofias musculares que
com distrofia muscular não conseguem ocorrem em crianças e outras que ocorrem
movimentar adequadamente os braços, as em adultos. Algumas formas ocorrem em
pernas, o rosto enfim todas as partes do ambos os sexos, porém a mais comum de
corpo. As distrofias musculares são doenças todas ocorre em crianças do sexo masculino
genéticas, nas quais o músculo sofre des- e é chamada de distrofia muscular de
truição (degeneração). Duchenne.
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médicos quando não conseguem andar garganta) causadas por bactérias são curadas
direito. A fraqueza nas pernas faz com que com remédios, dizemos que o tratamento é
as pessoas tenham dificuldade para correr, curativo. Outras doenças como a hipertensão
pular, subir escadas, se levantar do chão, ou arterial (pressão alta) e a diabetes (açúcar alto
andem de forma diferente. A fraqueza dos no sangue) têm controle, o tratamento não é
músculos do braço dificulta tarefas como curativo. Nas distrofias musculares o trata-
lavar ou pentear os cabelos, colocar coisas mento também é de controle da doença e
em prateleiras elevadas, tudo que obrigue não curativo. O tratamento faz com que a
os braços a se elevarem acima da cabeça. A doença não progrida (não piore), o que
fraqueza das mãos dificulta uso de lápis ou ocorreria se não fosse feito nenhum trata-
caneta, as pessoas perdem a firmeza para mento, melhorando as condições de vida das
manipular abjetos com as mãos. A fraqueza pessoas com distrofia.
dos músculos da face que costuma ser dos
dois lados do rosto, dificulta o ato de asso- 10. Como se descobre que alguém
biar, chupar canudos e podem passar tem distrofia?
desapercebidos. O médico mais indicado para examinar
O fenômeno miotônico deixa a pessoa pessoas com fraqueza muscular é o neuro-
com dificuldade de relaxar um músculo que logista. Pelo exame clínico ele verifica não só
está contraído. É como se fosse uma que a fraqueza está presente, observa onde
câimbra indolor, o músculo fica duro e está ocorrendo fraqueza, e se existem
demora a relaxar. As mãos fechadas segu- outros sinais que indiquem que a fraqueza
rando firmemente um objeto demoram a se é ou não por doença do músculo. A fraque-
abrir por exemplo. Isto ocorre mais no frio. za muscular também pode acontecer por
O fenômeno miotônico é encontrado nos problemas nos nervos ou na espinha e o
adultos com distrofia miotônica. exame clínico nestes casos é diferente.
Suspeitando de doença do músculo, o
9. Existe tratamento para distrofia médico pedirá um exame de sangue que
muscular? mede a quantidade de enzimas musculares,
Toda doença tem tratamento. Algumas principalmente a enzima chamada de
doenças como as amigdalites (inflamação da creatino cinase (CK). A CPK está presente
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dentro dos nossos músculos e é liberada das quando um exame genético é positivo,
em maior quantidade para o sangue toda ou quando a biópsia muscular mostrar que
vez que o músculo se “rompe”, e isto ocorre existe degeneração. Neste último caso, para
no processo de destruição muscular. saber qual o tipo de distrofia, tem que fazer
O exame de eletroneuromiografia testa testes especiais de imunohistoquímica no
se os nervos estão funcionando bem e se o material biopsiado . Através destes testes se
músculo reage corretamente. Pela biópsia comprova qual o defeito deste músculo
muscular é possível ver no microscópio se o (que substância normal não está adequada-
músculo tem o aspecto normal ou se ele mente presente). No caso da distrofia
está sofrendo uma degeneração. Também muscular de Duchenne ou Becker esta
na biópsia muscular observa-se normalida- substância é a distrofina.
de ou anormalidade de diferentes compo-
nentes do músculo. 13. Outras pessoas da família devem
Alguns exames genéticos existem para ser examinadas?
o diagnóstico de algumas distrofias. Para ajudar o diagnóstico genético, a
forma de herança da doença, ajuda se o
11. Pode-se descobrir a doença logo neurologista puder examinar outros casos
após o nascimento? suspeitos na família. Existem situações em
Logo após o nascimento raramente as que o exame da pessoa é normal mas ela
distrofias musculares modificam o compor- pode, em exames de sangue, mostrar que
tamento e funcionamento dos músculos carrega parte do defeito genético (porta-
das crianças (exceção para as distrofias dor). Nos casos de portadores de distrofia
congênitas e a distrofia miotônica forma de Duchenne o exame da CPK está alterado
neonatal, do bebê). No entanto exames de na maioria. Isto significa que se der positivo
sangue como o da CPK ou os exames confirma a pessoa como portadora do
genéticos já podem mostrar a doença. defeito; se der negativo não diz nada (a
pessoa pode ser portadora e ter este exame
12. Como se confirma a doença? Quais normal). A confirmação de ser portador
os exames ou testes necessários? depende de exames genéticos. (ver pergun-
As distrofias musculares são confirma- tas 23 e 24)
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Capítulo II:
Aspectos Genéticos.
18. O que é um gene? mostram mais condensados podendo ser
É um segmento de DNA (ácido vistos no microscópio através do uso de
desoxirribonucleico) que contém a informa- técnicas de cultivo celular (cromo = corados
ção biológica, responsável pelas característi- somos = corpos).
cas de um organismo. O genoma humano O ser humano possui 46 cromosso-
contém cerca de 35-40 mil genes responsá- mos (23 de origem materna e 23 de
veis pela produção de várias proteínas que origem paterna) em cada uma de suas
controlam todos os aspectos da embriogê- células, com exceção de seus gametas
nese, do desenvolvimento, do crescimento, (óvulos e espermatozóides) que possuem
da reprodução e do metabolismo do ser somente 23 cromossomos. Os cromosso-
humano. São eles as moléculas que deter- mos humanos são classificados em autos-
minam nossas características, como cor da somos, presentes igualmente em homens
pele, dos olhos e comandam a formação e e mulheres, e cromossomos sexuais (X e
o funcionamento de todos os nossos Y). O sexo feminino possui 22 pares de
órgãos. Em decorrência da informação autossomos e 2 cromossomos sexuais X;
genética contida nos genes, existe uma o sexo masculino possui 22 pares de
estreita relação entre eles e o estado de autossomos, 1 cromossomo X e 1 cro-
saúde ou de doença. mossomo Y.
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Há outros tipos de mutações que, para somente o indivíduo com a mutação é que
produzirem algum distúrbio ou doença, vai transmitir a doença para os seus filhos.
necessitam que ocorram no par de genes Os pais, neste caso, apresentam um risco
(um gene mutado vindo da mãe e o outro de transmissão para outros filhos considera-
gene mutado vindo do pai), determinando do baixo.
um padrão de herança recessivo. Neste A maioria das mulheres portadoras de
caso, os pais não apresentam a doença e a mutações no gene da distrofina são assin-
cada gestação há um risco de 25 % de tomáticas. Entretanto têm um risco de 50%
transmissão da doença para seus filhos. Até de passar o gene defeituoso para a sua
o momento, foram descritas 8 formas de descendência, isto é, metade dos filhos
Distrofias tipo Cinturas que apresentam poderão ser afetados e metade das filhas
este padrão de herança. Infelizmente, na serão portadoras, porém clinicamente
ausência de história familiar, o diagnóstico normais.
e, especialmente, medidas preventivas, Deve-se atentar para o fato de que na
somente poderão ser realizadas quando DMB, pela sua manifestação menos agres-
nasce um primeiro indivíduo afetado na siva, muitos pacientes alcançam a idade
família. adulta e vêm a se casar, gerando filhas e
E, por fim, há mutações que ocorrem filhos normais. Isto pode criar a falsa impres-
unicamente em genes do cromossomo X, são de que não há mais risco de ocorrência
produzindo doenças definidas como ligadas desta doença neste grupo familiar. Entre-
ao cromossomo X. Como exemplos citamos tanto, deve-se ter em mente que todas as
as distrofias musculares Duchenne (DMD) e suas filhas são portadoras obrigatórias do
Becker (DMB). gene e, portanto, poderão vir a ter meninos
Cerca de 2/3 dos casos de DMD são ( netos do indivíduo com DMB) doentes em
herdados de mães portadoras e os 1/3 50 % dos casos.
restantes são decorrentes de mutações
novas. Entende-se como mutação nova 23. O que é um portador?
aquela que pode ocorrer somente no filho É um indivíduo que tem uma cópia de
ou filha sem que os pais apresentem a um gene defeituoso (que causa uma doen-
mutação e consequentemente a doença, e ça), porém não manifesta a doença. O
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Capítulo III:
Aspectos Fisiátricos.
28. Como é feito o tratamento de uma pouca dificuldade?
Distrofia Muscular? Exercícios passivos, utilizados sob a
Na área da Medicina Física e de Reabili- forma de manobras de alongamento,
tação a meta é preservar a capacidade do aplicadas aos membros inferiores e superio-
paciente de andar de forma independente, res, de forma adequada às condições
e prolongar e melhorar a qualidade de vida. músculo-esqueléticas do paciente. Os
Consideram-se três etapas distintas da principais grupos musculares trabalhados
incapacidade física provocada pela são: os músculos das panturrilhas (múscu-
miopatia: los da parte posterior da perna), os flexores
1ª fase ou inicial: de incapacidade física dos joelhos, os flexores dos quadris e o
mínima ou moderada; tensor da fáscia lata, assim como os múscu-
2ª fase ou intermediária: na qual a inca- los dos membros superiores.
pacidade física se manifesta pelas dificul- “Conselhos”:
dades do paciente nas atividades de vida Os exercícios de alongamento devem ser
diária (AVD) tais como: levantar-se da realizados em superfície estável, como por
cadeira, subir e descer degraus e andar de exemplo, um colchonete sobre o chão;
forma independente; O tempo de execução de cada alonga-
3ª fase: na qual a incapacidade física está mento deve ser de 20 segundos;
configurada pela impossibilidade de andar Seria interessante deixar a criança de
sem o auxílio da cadeira de rodas e barriga para baixo, durante o tempo de 15
complicações clínicas diversas. segundos no mínimo, algumas vezes
durante o dia.
29. Qual o tratamento de fisioterapia
recomendado para uma pessoa com
distrofia muscular que anda com
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Fig. 10: Paciente em decúbito ventral (de
barriga para baixo), apoia-se os quadris com
uma das mãos e elevando-se o joelho do
membro inferior fletido, enquanto o mem-
bro oposto se encontra em extensão (esti-
cado).
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Capítulo IV:
Aspectos Psicológicos.
33. Deve-se tratar a criança com DMP discreta. Nem sempre as pessoas entendem
de maneira diferente das outras crian- logo as instruções.
ças? Mimá-la mais?
Deve-se tratá-la do mesmo jeito que as 36. Como explicar a ela a sua doença?
outras crianças. O mimo vai torná-la autori- Diga-lhe que seus músculos são um
tária, com baixa resistência a qualquer pouco mais fracos e tem dificuldades para
contrariedade. Prejudica seu desenvolvimen- fazer algumas coisas. Não se deve atemori-
to social. zar a criança com as explicações dadas.
Ela só deve ser protegida fisicamente, o Fale também de seus talentos. Elogie
que deve ser explicado de maneira muito sem exagero o que ela faz bem. Todos têm
clara. alguma aptidão especial que, quando
percebida e valorizada pela família, fortalece
34. Ela deve freqüentar a escola? a auto-estima.
Sim. Toda criança é curiosa, gosta de
aprender e participar do convívio em grupos. 37. Como responder se pessoas fizerem
Estar na escola é fonte de alegria e perguntas sobre sua doença?
inserção social. Diga que a criança tem um problema
nos músculos e por isto apresenta algumas
35. Como ajudá-la quando entrar na dificuldades.
escola?
Explicando à professora e aos funcioná- 38. Posso enriquecer a educação da
rios no que exatamente a criança precisa ser criança com DMP? Como?
ajudada. Pedir que, no mais, a tratem como Sem dúvida. Algum sábio disse que o
uma criança comum. trabalho da criança é a brincadeira. Brincan-
A princípio seria bom uma atenção do adquire patrimônio intelectual, afetivo,
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imaginativo e criativo. Melhora sua qualida- ajuda onde anteriormente não precisava. A
de de vida na infância e na idade adulta. independência será preservada se lhe
Dos 3 / 4 aos 6 / 7 anos adora ouvir e perguntarem sempre como deseja ser
contar histórias, desempenhar diferentes ajudada.
papéis nas brincadeiras, pintar, desenhar,
cantar, dançar, representar. Seu trabalho 41. Como ajudar o adolescente com
consiste em desenvolver a linguagem, a distrofia?
imaginação criadora, distinguir o mundo A adolescência é um período por si só
real do que é fantasia ou sonho. bastante tumultuado. Caracteriza-se pela
Dos 6 / 7 até 11 / 12 anos é o período construção de um novo espaço pessoal
do “homo faber”. O jogo deste período é a na família e na sociedade. Acontecem
construção. O desenho é instrumento conflitos.
importante. Há intensa manipulação de Não é só o corpo que sofre modifica-
objetos e ferramentas. Através das brinca- ções. O pensamento adquire a capacidade
deiras adquire noções complicadíssimas, de raciocínio abstrato. O jovem não precisa
como a lógica das classes e relações, das de atos concretos e manualização para
operações matemáticas, do sistema métrico aprender sobre a vida.
e frações. Seria bom que o adolescente portador
Não é preciso preocupar-se em ensinar. de distrofia chegasse a esta fase com um
Basta estimular a brincadeira. bom nível de socialização. Seu desenvolvi-
É gratificante partilhar a infância de uma mento necessita que participe de grupos,
criança. conheça pessoas com os mais variados
pontos de vista sobre diferentes assuntos.
39. Ela deve conviver com outras pesso- Ele estará escolhendo e mapeando seu
as e crianças? novo espaço no mundo.
Sim. Deve ser incentivada a fazer amigos Também é importante que confie o
e conviver com outras crianças. bastante em algumas pessoas, para que
possa conversar, pedir opinião ou auxílio.
40. Deve-se estimular a independência?
Sim. A criança pode passar a precisar de 42. Como lidar com a sexualidade na
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Capítulo V:
Terapêutica respiratória.
46. O uso do ambu pode auxiliar a 47. Como deve ser feito?
parte respiratória do portador de DMP? O ambu ou aparelho de ressuscitação
Imaginemos um membro com sua manual consiste em uma “bola de borracha,
musculatura alterada. Caso não sejam de forma oval”. Num de seus pólos há uma
feitos exercícios que estimulem sua movi- máscara semelhante àquelas usadas em
mentação e alonguem sua estrutura, em aparelhos de inalação. O paciente inspira
pouco tempo observaremos que ficará profundamente inicialmente e procura
atrófico, com contraturas e com amplitu- aprisionar este ar através do fechamento da
de de movimentos limitada. Este mesmo glote. Um novo volume de ar é empurrado
raciocínio vale para o pulmão e caixa através de uma compressão feita no ambu
torácica. e aprisionado no pulmão fechando-se
Air-stacking, em português significando novamente a glote (empilhamento). Conse-
empilhamento de ar, são insuflações que cutivamente novos volumes são
são adicionadas aos pulmões de forma a disponibilizados apertando-se o ambu e
expandi-los, e também à caixa torácica até mantidos no pulmão até a expansão pul-
sua capacidade máxima. Desta forma monar e da caixa torácica se completarem e
exercitaremos estes grupos musculares, a retenção pela glote não mais puder
melhorando sua movimentação, impedindo ocorrer.
que fiquem atróficos e expandiremos Para a Respiração Glossofaríngea, descri-
alvéolos pulmonares que se mantinham ta no início dos anos 50, são usadas a
colabados. Aparelhos como ambu, ventila- língua e a musculatura faríngea como
dores a volume e “máquinas de tosse” além auxílio à inspiração. Inicialmente um volume
da respiração glossofaríngea são os mais de ar é engolido e mantido através do
indicados para fornecimento de ar para o fechamento da glote. A seguir outro volume
exercício. é adicionado ao primeiro e mantido. O
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Capítulo VI:
Emergências
61. Que tipo de medicamento é contra- principalmente por via parenteral por seu
indicado ao portador de DMP? efeito depressor respiratório; estatinas,
Algumas drogas devem ser evitadas usadas para diminuir o colesterol e AZT,
para os portadores de doença droga usada para combater a AIDS por
neuromuscular. Entre elas devemos citar induzirem à rabdomiólise (morte da célula
alguns anestésicos inalatórios, como os muscular).
derivados do halotano e curarizantes
despolarizantes como a succinilcolina, 62. Que medidas devem ser tomadas
ambos usados em anestesia geral. A admi- caso haja necessidade de usar anestesia
nistração deste tipo de droga pode levar à em portadores de DMP?
necrose do músculo. A morte celular libera Procurar hospitais com retaguarda de
grande quantidade de potássio na circula- unidades de terapia intensiva é fundamen-
ção levando à parada cardíaca. tal. As drogas de risco devem ser lembradas
Creatinoquinase (CK) e mioglobina também e mostradas à equipe médica e anestesia,
são liberadas para a corrente sangüínea nem sempre familiarizada com o problema.
com conseqüente lesão renal. O tratamen- 1. Diagnóstico de hipertermia maligna
to é feito com dantrolene. Os anestésicos o mais precoce possível para utilização de
intravenosos são mais seguros, mas pode tratamento. A droga de escolha é o
haver alterações cardíacas pelo efeito Dantrolene 2.5mg/kg intravenosamente;
depressor dos barbitúricos e do propofol. esta dose deverá ser repetida até a normali-
Hipnomidate e midazolan são seguros. zação da PaCO2, ritmo cardíaco e tempera-
Anestesias regionais e locais podem ser tura corporal.
utilizadas. 2. Outras medidas de apoio como
Outras drogas devem ser controladas, hiperventilação com O2 100%; correção
entre elas narcóticos e derivados (morfina) dos distúrbios metabólicos; monitorização
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Capítulo VII:
Células-tronco
As pesquisas científicas com células- obtidas de embriões humanos produzidos
tronco, adultas e embrionárias, significam por fertilização in vitro e não utilizados no
esperança para milhões de portadores de respectivo procedimento, atendidas as
doenças genéticas até hoje incuráveis, seguintes condições:
como muitas doenças neuromusculares — I – sejam embriões inviáveis; ou
muitas delas letais na infância e na juventu- II – sejam embriões congelados há 3
de —, o diabetes e o mal de Parkinson, (três) anos ou mais, na data da publicação
entre outras. As células-tronco também são desta Lei, ou que, já congelados na data da
o caminho para o tratamento de vítimas de publicação desta Lei, depois de completa-
acidentes ou violência que tiveram lesões rem 3 (três) anos, contados a partir da data
físicas ainda irreversíveis. de congelamento.
Em qualquer caso, é necessário o
64. O que são células-tronco embrioná- consentimento dos genitores.
rias?
As células-tronco embrionárias são 66. De onde vem as células-tronco
responsáveis pela formação de todos os utilizadas nas pesquisas?
tecidos, órgãos e células do nosso corpo. As células-tronco embrionárias a serem
usadas para pesquisa são provenientes do
65. Pode-se fazer pesquisa com células- conjunto de células descartadas ou conge-
tronco embrionárias no Brasil? ladas por mais de 3 anos nas clínicas de
Sim, em março de 2005 foi aprovada no fertilização in vitro.
Congresso Nacional e sancionada pelo
presidente a Lei de Biossegurança, que 67. Por que elas são diferentes das
permite, para fins de pesquisa e terapia, a outras células do nosso corpo?
utilização de células-tronco embrionárias As células-tronco embrionárias são as
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capazes de formar somente células dos 74. Há tratamentos que utilizam célu-
órgãos que as originaram. Hoje há experi- las-tronco adultas?
mentos que visam descobrir se as células- O tratamento mais conhecido com
tronco adultas são capazes de se transfor- células-tronco adultas é o autotransplante
mar em diferentes células do corpo huma- de medula óssea, realizado há mais de 30
no, mas seus resultados ainda estão sendo anos em todo o mundo em pacientes com
debatidos pela comunidade científica. leucemia. Nele, toda a medula óssea da
pessoa é retirada, tratada e reimplantada
72. Para que servem as células-tronco ou então a medula de um paciente é
adultas? destruída e as células-tronco adultas de
As células-tronco adultas têm como outro paciente são injetadas. Hoje células-
principal função renovar tecidos que mor- tronco do cordão umbilical também estão
rem ao longo da nossa vida seja por doença sendo usadas nesses transplantes. Os
ou por morte natural. Elas existem, por resultados variam, mas muitos conseguem
exemplo, na medula óssea e estão constan- se curar.
temente produzindo células do sangue,
como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos
e plaquetas.
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Bibliografia:
Kakulas Byron A.: A Guide to the daily management of Duchenne Muscular Dystrophy.
Rocy Bay Village- The Western Australian Society for Crippled Children – Western
Australia, 1998.
Araujo Leitão, RE; Araujo leitão , AVN de; Lancelloti, CLP: Distrofias Musculares. In:
Lianza, S . Medicina de Reabilitação, 2001, Cap. 26, p. 381-393.
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Serviços:
Diagnóstico e Tratamento:
UFRJ, para crianças: Instituto de Puericultu- UFF, para adultos e crianças: Hospital
ra e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/ Antônio Pedro - conta com neurologistas,
UFRJ) - conta com neuropediatras e possibi- tem eletroneuromiografia, possiblidade de
lidade de biópsia muscular e diagnóstico biópsia
genético de distrofia ligada ao X, não tem
eletroneuromiografia UERJ, para adultos e crianças: no Hospital
de Clínicas Pedro Ernesto - conta com
UFRJ, para adultos: Hospital Universitário neurologistas, tem eletroneuromiografia,
Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) - possiblidade de biópsia e diagnóstico
conta com neurologistas, tem genético - SERVGEN-UERJ
eletroneuromiografia, possiblidade de
biópsia e diagnóstico genético de distrofia UFRJ, para adultos e crianças: Serviço de
ligada ao X Medicina Física e de Reabilitação do Hospi-
tal Universitário Clementino Fraga Filho,
UFRJ, para adultos e crianças: Instituto de conta com médicos fisiátras.
Neurologia Deolindo Couto (INDC/UFRJ) -
conta com neurologistas, tem Instituto Oscar Clark (IOC–PMRJ): para
eletroneuromiografia, possiblidade de adultos e crianças, oferece terapia
biópsia e diagnóstico genético de distrofia ocupacional, saúde mental, fonoaudiologia
ligada ao X e assistência social., órteses e próteses.
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Endereços Úteis:
○
ACADIM – Associação Carioca Av. Presidente Vargas, 2863 / 1º andar.
○
○
dos Portadores CEP 20210-030 - Rio de Janeiro - RJ.
○
○
de Distrofia Muscular Tel.: (21) 2502-5766
○
○
http://www.acadim.com.br / e-mail:
○
acadim@acadim.com.br
○
○
○
○
INDC – Instituto de Neurologia Av. Venceslau Braz, 95 - Botafogo
○
○
Deolindo Couto Tel.: (21)2295-6282
○
○
http://www.indc.ufrj.br/
○
○
○
○
Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Av. Brigadeiro Trompowski, s/n - Ilha do Fundão
○
○
Gesteira IPPMG – UFRJ ○
Tel.: (21) 2590-4891 / 2562-6133
http://acd.ufrj.br/ippmg/
○
○
○
○
http://www.ibrm.org.br
○
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○
○
http://www.ihb.org.br/
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Endereços Úteis:
○
Federação Brasileira Largo de São Francisco, 26/1705
○
○
de Homeopatia 20051-070 - Rio de Janeiro - RJ
○
○
Tel.: (21) 2221-3194
○
○
http://www.homeopatiabrasil.org.br
○
e-mail: homeofab@rjnet.com.br
○
○
○
○
Centro de Terapia Aquática – CTA Rua Araticum, 337 - Largo do Anil
○
○
(21) 2447-9151 / 2436-5835
○
○
○
○
Estado de São Paulo R. Engenheiro Teixeira Soares, 715 - Butantã
○
○
ABDIM – Associação Brasileira São Paulo - SP - CEP 05505-030
○
○
de Distrofia Muscular Fone/Fax: (55 011) 3814-8562
○
○
○
e-mail: abdim@sili.com.br
http://www.abdim.org.br
○
○
○
○
São Paulo - SP
○
http://genoma.ib.usp.br/index.php
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○
e-mail: aadm@netsite.com.br
○
○
http://www.aadm.com.br/
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Endereços Úteis:
○
Estado de Minas Gerais Informações: (031) 3385-1322
○
○
ADIM – Associação Mineira de Distrofia Muscular
○
○
○
○
Estado do Pará Informações: (091) 984-7008
○
APDIM – Associação Paraense de Distrofia Muscular e-mail: dac@nautilus.com.br
○
○
○
○
Estado de Santa Catarina Informações: (048) 35262718 /
○
○
ASCADIM - Associação Sul Catarinense (048) 34427474 / (048) 34428127
○
○
de Amigos e Familiares de Portadores e-mail: ascadim@gmail.com
○
○
de Distrofias Musculares Progressivas
○
○
○
Estado do Rio Grande do Sul ○
○
Informações: vbrizola@hotmail.com
AGADIM – Associação Gaúcha de Distrofia Muscular
○
○
○
○
Estado do Rio Grande do Norte Av. São Miguel dos Caribes, 2950
○
○
http://asdmrn.hpg.com.br
○
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Entidades Internacionais:
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Parent Project Sociedade da Distrofia Fáscio-Escápulo Umeral
○
○
1012 N. University Ave
○
Fundação da Distrofia Muscular do Sul da África
○
Middletown, Ohio 45042
○
Muscular Dystrophy Family Foundation
○
Tel: (513) 4240696
○
Toll-Free: 1-800-7145437
○
Asociación Colombiana para la Distrofia Muscular
○
Fax: (513) 425-9907
○
Asociación de Distrofia Muscular del Perú
○
e-mail: Pat Furlong – patfurlong@aol.com
○
○
Living For Today - Preparing For Tomorrow
○
The Muscular Dystrophy Association - USA (MDA)
○
○
Hope For Muscular Dystrophy
European Alliance of Neuromuscular
○
○
Disorders Associations Parent Project UK Muscular Dystrophy
○
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○
The Muscular Dystrophy Ireland Web Site Union Italiana Lotta alla Distrofia Muscolare
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○
Distrofia Fáscio-escapulo-umeral: site europeu
The Muscular Dystrophy Campaign
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Enfermidades Neuromusculares
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Neuromusculares (ASEM)
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Neuromusculares
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