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C H
Álcoois primários:
OH
H
C
Álcoois secundários:
OH
Álcoois terciários: OH
• Nenhum álcool é gasoso à temperatura ordinária. Os álcoois primários da série
alifática normal são líquidos até C12, e sólidos a partir daqui.
• A substituição de um hidrogénio de um hidrocarboneto por um radical hidróxilo,
provoca uma elevação do ponto de ebulição em desproporção com o aumento do peso
molecular resultante:
• Metano: -161,5ºC Metanol: +64,7ºC
• Etano: -88,5ºC Etanol: +78,3ºC
• Propano: -42,2ºC 1-Propanol: +97,2ºC
A comparação cos pontos de ebulição do metanol e do etano, assim como os do
etanol e do propano, com pesos moleculares muito próximos, mostra bem que esta
elevação não se relaciona com o aumento do peso molecular.
A introdução do grupo –OH produz um aumento do ponto de ebulição maior do que
o de qualquer outro substituinte, incluindo os de maior peso (Cl, Br, I):
• CH3-CH3: -88,5ºC CH3CH2Br: +38,4ºC
• CH3-O-CH3: -24ºC CH3-CH2I: +72,3ºC
• CH3-CH2Cl: +13,1º CH3-CH2OH: +78,3ºC
• CH3-CH=O: +20,8ºC
Esta peculiaridade provém da existência de ligações intermoleculares no álcool,
denominadas «ligações de hidrogénio» ou «ligações por pontes de hidrogénio». Estas
ligações resultam da forte polarização da ligação O-H, e da existência de importantes
cargas parciais sobre O e sobre H: manifestam-se forças de atracção entre o oxigénio
de uma molécula e o hidrogénio de outra, que provocam «associações» de moléculas
em maior ou menor número.
R R R R
+ -
δ δ- δ- δ-
δ O O O
H O +
- +
δ δ +
δ + δ+
δ H H δ H
O- R H H H + H
R O δ+ δ
δ
H δ- O O δ- O
+
δ-
δ
R R R
Estrutura "dímera" Estrutura "polímera"
Esta ligação intermolecular manifesta-se em todos os compostos orgânicos que
possuem grupos –OH (álcoois R-OH, fenóis Ar-OH, ácidos R-CO-OH, ou aminas
>NH; e igualmente em certo número de compostos inorgânicos.
A ligação de hidrogénio está longe de ser tão forte como a ligação covalente normal,
e o simples facto de dissolver um álcool (num solvente que não seja susceptível de
formar ele próprio uma associação deste tipo) basta para a romper, por dispersão das
moléculas no seio do solvente. Porém a sua influência sobre o ponto de ebulição é
muito importante, uma vez que aumenta a energia necessária para libertar uma
molécula das interacções com as moléculas vizinhas na fase líquida, e fazê-la passar à
fase gasosa.
A existência de ligações de hidrogénio tem igualmente efeito sobre a viscosidade, que
é maior do que a de qualquer líquido não «associado».
Os primeiros termos dos álcoois são solúveis em água, estando esta solubilidade
favorecida pela formação de ligações de hidrogénio «mistas» entre os hidróxilos das
moléculas do álcool e das moléculas de água. No entanto, à medida que aumenta o peso
molecular, diminui a solubilidade dos álcoois na água, porque a parte hidrocarbonada
da molécula se vai tornando cada vez mais importante em relação ao grupo funcional.
Os álcoois são tóxicos; a absorção do álcool metílico pode provocar a cegueira e a
morte, sendo, por outro lado, bem conhecidos os efeitos prejudiciais do álcool etílico
sobre o organismo.
As propriedades estruturais significativas do grupo funcional álcool são a
polarização (pela electronegatividade do oxigénio) da ligação C-O, e ainda mais da
ligação O-H, assim como a presença de dois pares de electrões não compartilhados
sobre o oxigénio:
As reacções dos álcoois derivam fundamentalmente de dois tipos
-
δ de comportamento:
δ+ δ+
C O H
- Ruptura da ligação O-H:
RO H RO- H+
RO H + B- RO- + BH
ou ainda com metais electropositivos.
Nas condições habituais de reacção, este carácter decresce desde os álcoois primários
aos álcoois secundários, e destes aos terciários. Pode ver-se nesta evolução uma
manifestação do efeito indutor repulsivo dos radicais que rodeiam o grupo funcional,
que «contrariaria» a polarização natural da ligação O-H e atenuaria a estabilidade do
ião RO-.
b) o segundo tipo de reacção também não é espontâneo. A partida do grupo hidróxilo
OH só é possível em meio ácido, depois da protonação do oxigénio.
R OH + H+ R O H R+ + H2O
H
A reactividade que corresponde a este esquema aumenta com a estabilidade do
carbocatião formado, ao invés do caso anterior, aumenta, pois, desde os álcoois
primários aos álcoois terciários.
• Os álcoois são, portanto, capazes de actuar como ácidos (doadores de protões) e como
bases (receptores de protões): são anfóteros.
• Em meio neutro, não é possível nenhum dos esquemas indicados e os álcoois
praticamente não reagem.
δ-
δ+
δ+
C O H ataque pelas bases
( R-O-)