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UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CCET – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
EIA – ESCOLA DE INFORMÁTICA APLICADA
MAGNÍFICA REITORA
Profª. Malvina Tania Tuttman
VICE-REITOR
Prof. Dr. Luiz Pedro San Gil Jutuca
[SOCINFO 2000]
ÍNDICE
UNIRIO .................................................................................................................... 2
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 84
1
Código fonte é um conjunto de palavras contendo instruções para ser feito o software, escrito em
uma das linguagens de programação.
2
End User License Agreements
7
Esse regime de práticas passou a ser adotado pela maioria das futuras empresas de
desenvolvimento de software, e na maioria das vezes com elevadíssimos preços de licença,
dificultando e inviabilizando as condições de aquisição de diversas organizações.
O Software Livre é uma alternativa bastante aplicada nessa situação, tanto para o setor
público como para o privado. O movimento Software Livre, iniciado na década de 80
através de pesquisas e compartilhamento de atividades da comunidade do cenário de
conhecimento livre, proporcionou um certo amadurecimento de opções livres no mercado.
Outro aspecto importante seria a maior compreensão do comportamento do programa,
proporcionada a quem utiliza as tecnologias empregadas no software livre em contraposição
à dependência da parte dos compradores em relação ao software escolhido, gerando
diversas dificuldades, não apenas de aprendizado do método de produção, assim como
problemas de compatibilidade entre sistemas que se comunicam entre si. Esse
aprisionamento traz consigo um custo relevante na mudança de fornecedor, uma vez que se
devem pesar os gastos relativos ao aprendizado e à supressão da incompatibilidade da
utilização do novo sistema.
Sendo assim, o estudo propõe analisar fatores que condicionam a conquista do software
livre, tratando itens que favorecem e dificultam sua adoção, avaliando também suas
vantagens na proposta do projeto Currículo Livre, que visa sua utilização no ambiente da
Universidade, onde soluções que asseiam o caráter da difusão do conhecimento são tidas
como primordiais.
Além de estudos de casos reais de adoção e sucesso de software livre em outras
instituições de ensino, este estudo aborda questões próprias da UNIRIO, Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro, suas individualidades estruturais e pessoais,
analisando a viabilidade da migração e o desempenho de sistemas livres por professores e
estudantes, levando em consideração os recursos do CCET3 (Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia), o curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, seu plano pedagógico, as
ferramentas necessárias para cada disciplina e pesquisas de opiniões dos corpos discente e
docente.
De modo organizacional, este trabalho possui a seguinte disposição:
3
Disponível em http://www.uniriotec.br
8
O Capítulo 2 trata de definições e conceitos ao longo do histórico do Software Livre,
sua formação, seus principais ideais e vantagens de utilização em relação ao software
proprietário, além de abordagens adicionais sobre a sua adoção em órgãos públicos.
O Capítulo 3 apresenta o projeto Currículo Livre, focando as vantagens do uso de
software livre na educação, seus méritos em ambientes educacionais, além de casos de uso e
sucesso em universidades conhecidas.
O Capítulo 4 contém materiais que dizem respeito sobre a UNIRIO, mais
especificamente o CCET, o Centro onde se localiza o curso de Bacharelado em Sistemas de
Informação, sob o qual este trabalho se encarrega de estudar a proposta de utilização de
Software Livre.
O Capítulo 5 descreve o processo de Análise da viabilidade exclusiva do uso de
Software Livre na UNIRIO, apresentando as pesquisas do corpo docente e discente da
Escola de Informática Aplicada e seus resultados. Além disso, exibe o projeto de pesquisa
de ferramentas livres para o curso de Bacharelado de Sistemas de Informação, relacionada
de acordo com as disciplinas oferecidas, por áreas.
No Capítulo 6, apresenta-se a conclusão deste trabalho, descrevendo discussões
adicionais a partir dos dados da observação estudados ao longo do mesmo e finalmente o
desenlace das questões de viabilidade do uso de Software Livre no curso de Sistemas de
Informação.
9
Capítulo 2 – Software Livre
2.1- Histórico
4
O Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) é um centro universitário de educação e pesquisa,
localizado em Cambridge (EUA), e um dos líderes mundiais em ciência e tecnologia.
5
GNU = GNU’s Not Unix (em português, GNU não é Unix). Disponível em http://www.gnu.org/
6
Sistema operacional portável, multitarefa e multiusuário originalmente criado por um grupo de
programadores da AT&T.
10
Também era de seu interesse uma comunidade ativa de desenvolvedores que
trabalhariam de maneira conjunta, justificando mais uma vez a necessidade do livre acesso
ao código fonte do sistema. Segundo Richard, o desenvolvimento de um software deveria
ocorrer de forma evolucionária, no qual um programador pudesse, a partir de um programa
já existente, adicionar melhorias, novas funcionalidades, novos recursos e até mesmo
aproveitar o código disponível para criar novos programas ao invés de recomeçar do ponto
inicial.
No ano seguinte, Stallman inventou e popularizou o conceito de copyleft, uma nova
espécie de licença, sob a qual qualquer pessoa poderia usar, estudar, modificar e redistribuir
um programa sob a condição de que o produto final permanecesse livre, ou seja, em
copyleft. O termo foi uma sugestão de um artista e programador que incluiu a expressão
“Copyleft – all rights reversed” numa carta. A frase é derivada de “copyright – all rights
reserved” utilizada para afirmar os direitos autorais em publicações. O copyleft permitiria
ao sistema operacional GNU vantagens sociais em relação ao sistema Unix, mesmo não
oferecendo vantagens técnicas.
Inicialmente Richard Stallman desenvolveu, adotando copyleft em suas licenças, o
editor de texto GNU Emacs e logo em seguida o gcc (GNU C Compiler), compilador de
código. Compilador é a ferramenta responsável em transformar o texto do código fonte em
arquivos executáveis em linguagem de máquina, viabilizando o desenvolvimento de
softwares.
Conseqüentemente, incorporou a Free Software Foundation - FSF7 (Fundação do
Software Livre) para empregar programadores livres de software e fomentar uma infra-
estrutura legal para a comunidade livre, com receita derivada de vendas de cd-rom com
softwares livres. De início, a fundação desenvolveu o interpretador de comandos Bash
(Bourn Again Shell), paródia do nome do famoso interpretador do sistema Unix, Bourn
Shell. Por fim, em 1990, o sistema operacional Unix estava praticamente completo. No
entanto carecia do kernel, o núcleo central do sistema, uma parte imprescindível de um
7
Disponível em http://www.fsf.org/home.pt.html
11
sistema operacional, o qual interage diretamente com os hardwares8 do computador. Os
membros do projeto GNU trabalharam num kernel denominado Hurd, que fora excluído por
motivos de complicações de design, o que o tornaria uma escolha bastante complicada.
O acesso às ferramentas necessárias para criação de software oferecidas, em conjunto
com a publicação de uma licença geral que poderia ser aplicada a todo o projeto de software
e com a difusão da Internet no mundo, tornou possível que outras pessoas escrevessem
softwares livres, independentemente do grupo GNU.
Em 1991, um projeto independente de um estudante da Finlândia Linus Torvalds do
Departamento de Ciência da Computação da Universidade Helsinki, utilizando o gcc e
baseado em Minix9, produziu o kernel Linux, um núcleo compatível com o Unix. Linus
disponibilizou o código fonte na Internet a fim de obter melhorias no programa com a ajuda
da comunidade livre. No ano seguinte, uma versão mais trabalhada do kernel Linux foi
incorporada aos programas livres existentes GNU, consolidando um sistema operacional
livre e completo, então chamado GNU/Linux. O GNU/Linux executa diversos aplicativos
da plataforma Unix, continua evoluindo até os dias de hoje e, no geral, é o exemplo mais
popular do software livre, com diversificados modelos personalizados de sistema
operacional completo, prontos para instalação e uso, que recebem o nome de distribuições.
Partindo da filosofia de compartilhamento de conhecimento livre, o processo de criação
de software livre sofreu convenientes evoluções e atualmente apresenta produtos
completamente eficientes em repositórios centralizadores, espaços para troca de
informações, onde programadores podem reportar erros e falhas dos programas para a
comunidade, demonstrar processos de instalação e utilização, transferir códigos fontes
modificados, apresentar correções e recursos alternativos, fazer documentação para
softwares existentes, entre outros modelos.
8
Hardware é a denominação da parte física do computador. Compreende os dispositivos do sistema, como
processador, placa de vídeo, memória, teclado e mouse, entre outros.
9
Sistema operacional semelhante ao Unix, porém gratuito e com o código fonte disponível, desenvolvido por
Andrew Tanenbaum e criado inicialmente para fins educacionais.
12
2.2 – Conceitos de Software Livre
A liberdade para executar o programa significa que qualquer pessoa física ou jurídica é
livre para utilizar o programa em qualquer tipo de sistema computacional, para quaisquer
tipos de trabalhos e atividades, sem que seja necessário atender alguma restrição pelo
fornecedor.
Não tendo acesso ao código fonte, o usuário é restringido na capacidade de entender e
modificar esse software adquirido, já licenciado ou patenteado. Só pode utilizá-lo, como
previsto no código binário original, que apenas a máquina compreende. Seria uma espécie
de caixa preta. Desse modo, a disponibilidade desses arquivos é pré-requisito obrigatório
para a liberdade do software. Caso o código fonte não seja distribuído junto com os
arquivos executáveis, ou binários, deve ser disponibilizado em local de onde possa ser
copiado, ou deve ser entregue ao usuário, se solicitado.
13
Na liberdade referente à distribuição, por sua vez, está inclusa a liberdade do repasse
dos códigos-fonte bem como, quando possível, seus arquivos binários gerados da
compilação desses códigos, seja em sua versão original ou modificados. Assim, não é
necessária a permissão do autor ou do distribuidor do programa para redistribuição do
mesmo, uma vez que a licença do software livre já nitidamente a concede.
Tais licenças devem ser irrevogáveis, para que sejam reais. Caso contrário, se o
desenvolvedor do software tiver poder de revogar a licença, o software não é considerado
livre.
É válido ressaltar que, em momento algum nas licenças, há referências a custos ou
preços envolvidos. Muitos associam diretamente o software livre ao termo gratuito. Mas
como se vê, nada impede que uma cópia adquirida por alguém seja revendida, tendo sido
modificada ou não por essa pessoa.
Nada impede também que as alterações feitas num software para uso próprio sejam
mantidas em segredo. Ninguém é obrigado a liberar suas modificações.
Já o caso do software proprietário é completamente diferente. É, em sua maioria, regido
sob uma variedade de normas que visam restrições de diversas naturezas. Uma delas é o
limite de seu uso em computadores de acordo com o número de licenças adquiridas. São
estabelecidas licenças pelas quais é necessário pagar por cada cópia instalada, geralmente
valores demasiadamente elevados. Ademais, é ilícita a redistribuição de suas cópias. Além
disso, normalmente as empresas que vendem seus softwares proprietários não
disponibilizam seu código-fonte, tornando dessa forma impossível tomar conhecimento por
completo dos cumprimentos realizados pelo programa e seu comportamento, tampouco
corrigir erros e fazer modificações ou adaptações de acordo com as necessidades pessoais
de seus clientes.
Alguns dos softwares livres mais conhecidos atualmente são o sistema operacional
GNU/Linux, a suíte de aplicativos para escritório OpenOffice e o navegador de Internet
Mozilla Firefox.
Em contrapartida, o fabricante de software proprietário mais conhecido é a Microsoft
com programas como o sistema operacional Windows, o pacote Microsoft Office e o
navegador Internet Explorer.
14
2.3 – Licenças Livres
15
2.3.1 - Licença GNU GPL (GNU General Public License)
10
A Licença Pública Geral do GNU está disponível, em português em:
http://creativecommons.org/licenses/GPL/2.0/legalcode.pt
16
2.3.2 - Licença BSD (Berkeley Software Distribution)
Criada pela Universidade de Berkeley, que desenvolveu seu próprio sistema Unix
quando passou a ser comercializado pela empresa AT&T. É conhecida como uma licença
permissiva, pois impõe poucas limitações sobre as formas de uso, modificação e
redistribuição sobre o software licenciado. Disponibiliza o desenvolvimento do software
para a sociedade, não impede sua venda e não há obrigações quanto à utilização do seu
código fonte, permitindo assim que o mesmo seja incluído em software proprietário. Esta
licença defende o crédito aos autores do programa, contudo não se importa em garantir que
trabalhos derivados de softwares livres permaneçam livres. Por conta dessa permissividade,
pode-se usar o exemplo da Microsoft, que incorporou parte do código do sistema
operacional FreeBSD para implementar a pilha de TCP/IP11, entre outros módulos, no
sistema operacional proprietário Windows.
Essa licença é bastante utilizada por desenvolvedores comerciais como a Sun12. Além
disso, outros softwares gratuitos também a utilizam, tal como os sistemas operacionais
FreeBSD e OpenBSD, e os programas Apache, BIND e Sendmail.
11
Modelo de protocolo de controle de transmissão e Internet. TCP/IP (Transmission Control Protocol /
Internet Protocol)
12
Stanford University Network – Empresa fundada por alunos de graduação da Universidade Stanford, uma
das primeiras a defender a computação em rede baseada em Unix, promovendo TCP/IP e criou a difundida
linguagem de programação Java. Disponível em http://www.sun.com/
17
2.3.3 - Open Source Definitions
Open source não significa apenas um software com código fonte acessível.Os termos da
distribuição devem cumprir com alguns critérios, copiados pela Open Source Initiative das
definições da licença Debian13 (The Debian Free Software Guidelines), escritas
originalmente por Bruno Perens em 1997, como parte de um contrato social entre o Debian
e a comunidade software livre, onde foram removidas, obviamente, as referências
específicas ao Debian.
Essa licença possui critérios que vão além da publicação do código fonte do programa,
que são:
(a) a redistribuição deve ser livre;
(b) o código fonte deve ser incluído e pode ser redistribuído;
(c) trabalhos derivados podem ser redistribuídos sob a mesma licença do original;
(d) pode haver restrições quanto à redistribuição do código fonte, se o original foi
modificado;
(e) a licença não pode discriminar contra qualquer pessoa ou grupo de pessoas, nem
quanto a formas de utilização do software;
(f) os direitos outorgados não podem depender da distribuição onde o software se
encontra;
(g) a licença não pode restringir outro software, ou outra tecnologia individual ou estilo
de interface.
13
Conhecida distribuição não comercial do sistema operacional GNU/Linux.
Disponível em http://www.debian.org/
18
As licenças criadas pela organização norte americana sem fins lucrativos Creative
Commons14 permitem que detentores de copyright possam abdicar, em favor do público, de
alguns dos seus direitos inerentes às suas criações, mesmo que retenham outros desses
direitos. Isso pode ser operacionalizado por meio de um sortimento de módulos
padronizados de licenças, que resultam em licenças prontas para serem agregadas ao
conteúdo que se queira licenciar.
As licenças Creative Commons tiveram como influências a GPL (GNU Public License)
e a GFDL (GNU Free Documentation License), e diferem-se das iniciativas anteriores por
não possuírem necessariamente, dentre seus direitos públicos, as liberdades referentes ao
código-fonte, uma característica específica de softwares. Desse modo, é perceptível a
intenção de utilização de licenças livres em outros tipos de conteúdo, como textos, músicas,
imagens e filmes.
As principais licenças CC foram redigidas, a princípio, considerando o modelo legal dos
Estados Unidos da América, seu país de origem. Dessa forma, conclui-se que as mesmas,
eventualmente, podem não interagir de forma perfeita com a legislação vigente de outros
países. No Brasil, as licenças já se encontram traduzidas para a língua portuguesa e
totalmente adaptadas à legislação brasileira, assim como em mais de trinta países, como,
dentre outros, França, Alemanha e Itália.
O Governo Federal do Brasil fornece as licenças Creative Commons GNU GPL e
Creative Commons GNU LGPL em seu site15 na Internet. Tais licenças constituem-se em
meta-dados gerados pelo Creative Commons acrescidos às partes explicativas das licenças
GNU, no âmbito de utilizar seus ideais voltados mais especificamente a questões do
domínio de softwares.
14
Sítio Oficial disponível em: http://creativecommons.org
15
Disponível em: http://www.softwarelivre.gov.br/Licencas/
19
2.4 – Software Livre X Proprietário
20
Embora possua, em sua maioria, participantes de grande conhecimento tecnológico, a
comunidade Software Livre, hoje envolvendo mais de dez milhões de pessoas, não é
constituída apenas de programadores no âmbito evolutivo do movimento. Agrega pessoas
das mais variadas áreas e interesses que utilizam e contribuem para a fortificação do
software livre, mesmo sem conhecimento de programação: seja traduzindo versões e ou
documentação de softwares, seja reportando erros encontrados nos sítios centralizadores do
programa para futuras correções ou até mesmo difundindo os ideais de liberdade e serventia
entre outras pessoas do convívio.
No software proprietário, o conhecimento é limitado a uma parcela extremamente
reduzida de pessoas e a versão inicial de um programa só pode ser liberada após inúmeros
testes e mesmo assim repleta de problemas que custam a ser percebidos e corrigidos pela
empresa que o desenvolve, uma vez que os usuários não têm acesso ao código fonte e são
mais afastados do processo de aprimoramento do software.
A adoção de Software Livre é uma forma de luta contra o monopólio de grandes
corporações que tentam se apropriar do conhecimento intelectual coletivo para benefício
próprio.
“O movimento do Software Livre clama pela descentralização da indústria
de software. O mais importante é que todas essas conquistas ficam disponíveis,
acessíveis à comunidade(...)
Compartilhar informações e conhecimento foi o que permitiu a maioria dos
grandes avanços da ciência.” [DIMANTAS 2003]
21
2.4.2 - Custo Reduzido
16
Download é uma transferência ou cópia de arquivos e programas da Internet para o computador.
17
Os softwares ao decorrer do tempo sofrem casuais ou freqüentes atualizações ou lançamento de versões
mais modernas. Há licenças de diversos softwares proprietários que sofrem validações de acordo com essas
atualizações do produto, sendo necessárias renovações do contrato com o fornecedor ou distribuidor
responsável.
22
2.4.3 - Legalidade de utilização
Como se sabe, a cópia não autorizada de programas proprietários é prática de ato ilícito
e considerada pirataria, mesmo sendo para utilização em ambientes que portem outras
cópias em situação legal do mesmo software. As licenças de software proprietário prevêem
restrições de uso em número restrito de máquinas.
De acordo com suas liberdades definidas, o software livre oferece a possibilidade de
instalação em número ilimitado de máquinas, de cópias e redistribuição do produto sem que
esteja praticando nenhuma operação ilegal, como o da pirataria de software.
“As liberdades do software livre (direitos de execução dos programas,
adaptação, redistribuição, aperfeiçoamento e abertura do código fonte) são
baseadas no direito autoral para sua manutenção. O que significa possuir uma
licença que autorize o uso irrestrito e possibilidade de alterações, para melhor
execução do que seja necessário”. [FERNANDES 2005]
Um dos erros mais graves na estratégia de adoção do modelo de software é definir como
padrões as soluções proprietárias de um único fornecedor, segundo [FERREIRA 2005].
Desta forma, o cliente se torna aprisionado ao fornecedor que pode exercer poder de
negociação sob ameaças de aumento de preço ou redução da qualidade dos produtos ou
serviços oferecidos. Fornecedores poderosos podem, dessa maneira, absorver uma
rentabilidade de uma corporação incapaz de corrigir tais aumentos de custos em seus
próprios preços, ou explorar recursos de outras áreas importantes de uma instituição de
ensino, por exemplo.
23
De modo contrário, o software livre reduz tal dependência, chegando a descartá-las em
muitos casos. A adoção de padrões abertos permite o acesso ao código fonte e, com isso, o
desenvolvimento interno das tecnologias ou então protege o conhecimento dentro da
corporação. E se tais serviços tecnológicos forem oferecidos por uma empresa de
consultoria específica, a opção de troca não é descartada, uma vez que o código fonte é
conhecido. Assim, os clientes podem negociar preços e serviços de uma maneira justa com
os fornecedores, sem temerem o risco de tornarem-se reféns tecnológicos.
Tem-se um exemplo citado por [ALMEIDA 2003] em educação à distância18. Uma
empresa líder mundial no ramo (WebCT) conseguiu seu atual sucesso oferecendo um
pacote com custo acessível e de boa qualidade. Assim, com sua ampla difusão no mercado,
reajustou os valores da tabela de preço de uma maneira abusiva. Muitas empresas de ensino
não tiveram alternativa a não ser a de prover novos recursos para atenderem aos novos
valores do fornecedor, muitas vezes desviados de outros setores, acarretando em prejuízos
institucionais.
18
Educação a distância é a modalidade de ensino que permite que professor e aluno não estejam fisicamente
presentes em um ambiente formal de ensino, e sim conectados via Internet.
19
Importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção, marca, entre
outros, ou pelo autor de uma obra, para permitir seu uso ou comercialização.
20
Maior e mais conhecida empresa de software no mundo, produtora do Microsoft Windows e do Microsoft
Office, entre outros.
21
Famosa produtora de softwares dedicada, principalmente a compiladores de programas.
24
programa de uma empresa para outra, oferecendo treinamento, desenvolvendo novas
soluções em softwares que ainda não existem, prestando consultoria a corporações que
estão em fase de migração do software proprietário para o software livre, fomentando dessa
forma a independência tecnológica resultante do compartilhamento de conhecimento e o
desenvolvimento de inovações de produtos e serviços no mercado nacional.
22
Disponível em : http://agenciact.mct.gov.br/index.php/content/view/24777.html/
25
2.4.6 - Segurança e Confiabilidade
23
Falhas na lógica programacional de um programa de computador.
24
Indivíduos que elaboram e modificam software e hardware de computadores, seja desenvolvendo
funcionalidades novas, seja adaptando as antigas, e são defensores da cooperação e disseminação do
conhecimento através da liberdade de informação. Erroneamente, para muitos, o termo designa programadores
maliciosos que agem com o intuito de violar ilegal ou imoralmente sistemas cibernéticos, o que nesse caso
compete o conceito de crackers.
26
se apresentar de forma oculta, para proteger os dados do sistema, e assim podem facilmente
descobrir e explorar falhas no comportamento do projeto existentes.
Embora guardar segredos normalmente não prejudique a segurança, a atitude de tornar
em segredo o código fonte é um método muito fraco de segurança, portanto não pode ser
considerado um argumento válido a favor da prática do software proprietário. O recurso de
criptografia25 se constitui em proteções de dados, mesmo quando o algoritmo do sistema é
conhecido. A segurança da informação é uma ciência que visa a proteção de dados de um
sistema e suas técnicas são extremamente necessárias para tal.
Outro aspecto bastante pertinente ao estudo é o conhecimento íntegro do
comportamento do software livre, o qual não é apresentado no software proprietário. Com a
disponibilização do código fonte, os usuários podem ter total ciência do que é composto o
sistema. Já a situação do modelo proprietário é diferente. O usuário sabe apenas que o
programa efetua as atividades que são visíveis a ele. Alguns estudos apontam
funcionalidades do software proprietário além das funções utilizadas pelos clientes, como a
retirada de informações privadas do usuário. Como a descrição de todos os comandos não é
acessível ao usuário final, é impossível ter certeza de que seus dados não estão sendo
enviados sem sua permissão. Em contrapartida, os usuários de softwares de plataforma
aberta têm total clareza no que diz respeito a essa preocupação.
25
Área de estudo de técnicas para proteção da informação, de qualquer natureza que seja.
27
sua maioria desnecessários e raramente utilizados. Essas freqüentes atualizações,
transpostas ao usuário como necessárias, podem ser justificadas pela garantia constante de
um fluxo de receitas financeiras pela parte do fornecedor de software e pelas parcerias com
os fabricantes de hardware.
Segundo Rubens Queiroz, em [ALMEIDA 2003], uma conseqüência dessa rigorosa
exigência mercadológica que as empresas de software adotam, é o lançamento de sistemas
operacionais e softwares viáveis apenas em computadores de última geração, fora do campo
de alcance da maioria das instituições, principalmente públicas e universitárias.
Em contrário a isso, os softwares livres adotam como diretrizes centrais a
funcionalidade e a eficiência, podendo ser empregados e utilizados em um amplo campo de
computadores, dos mais antigos e simples aos mais modernos e complexos, de acordo com
suas necessidades reais. Laboratórios de ensino, servidores web, servidores de e-mails,
dentre outros serviços podem ser criados de forma prática, com recursos já disponíveis e
considerados obsoletos pela instituição.
Tomando por base essa característica do software livre, e em busca de soluções
alternativas para oferecer novos serviços aos usuários, foi implantado na UNIRIO, campus
da Urca, pelos alunos de graduação de Sistemas de Informação um projeto para a instalação
de um sistema com terminais remotos. Esse sistema, chamado de Boot Remoto permite à
Universidade uma economia considerável no quesito de investimento em equipamentos.
O procedimento dessa solução constitui em terminais remotos espalhados pelas
instalações da universidade, em diversos prédios ao longo de quase toda extensão do
campus (onde se localiza o curso de Sistemas de Informação) e obtendo o sistema
operacional, dados de usuário e softwares utilitários diretamente de um servidor, sem a
necessidade de armazenamento ou processamento de dados na máquina local. Tal recurso
oferece um serviço transparente ao usuário, que não percebe diferença entre uma estação
normal de trabalho e um terminal de servidor remoto.
28
2.4.8 - Responsabilidade
29
ausência de negligência. Também não há garantias ou condição
de titularidade, uso pacífico, posse pacífica, correspondência à
descrição ou não-violação com referência ao produto. Você
assume todos os riscos resultantes do uso ou do desempenho
dos componentes do SO e de qualquer serviço de suporte.
Exclusão de danos incidentais, conseqüenciais e outros. Na
extensão máxima permitida pela legislação aplicável, em
nenhuma hipótese a Microsoft ou seus fornecedores serão
responsáveis por quaisquer danos especiais, incidentais,
indiretos, punitivos ou conseqüenciais (incluindo, sem
limitações, danos por: por lucros cessantes, perda de
informações confidenciais ou outras; interrupção nos negócios,
danos pessoais, perda de privacidade, falha no cumprimento de
qualquer obrigação (inclusive de boa fé e com cuidados
razoáveis), negligência e qualquer outra perda financeira ou de
qualquer natureza) resultantes do ou de qualquer forma
relacionados com o uso ou inabilidade no uso do software
atualizado ou dos serviços de suporte ou o fornecimento ou
falha no fornecimento de serviços de suporte ou de outro modo
sob ou com relação a qualquer disposição deste EULA, mesmo
que a Microsoft ou qualquer fornecedor tenham sido alertados
sobre a possibilidade de tais danos. (...)
As limitações, exclusões e isenções de responsabilidade
acima se aplicam na extensão máxima permitida pela
legislação aplicável, mesmo que qualquer recurso não
cumpra o seu propósito essencial.” [MICROSOFT 2005].
30
2.5 – Software Livre em Órgãos Públicos
Neste tópico serão estudadas algumas razões para que instituições públicas optem pela
escolha do software livre.
26
Conjunto de políticas e especificações técnicas regulamentadoras para a utilização da Tecnologia da
Informação e da Comunicação, denominada “Arquitetura e-PING – Padrões de Interoperabilidade do Governo
Eletrônico”.
31
Legalidade: Qualquer ação ou ato administrativo deve estar
expressamente autorizado em lei. Nada pode ser feito sem que haja
uma lei ou dispositivo equivalente que autorize ou normatize os atos
da Administração Pública.
32
Implementação do Software Livre na Administração Pública Federal, anexo ao
presente”. [BRASIL 2003]
Por motivos da grande importância de tal aspecto, mesmo já antes citado no capítulo
anterior, é importante entrar em alguns detalhes sobre a viabilidade econômica do software
livre, principalmente quando o assunto se refere ao poder público.
27
Possibilidade da verificação da integridade das informações, coerência e licitude da programação, e a
capacidade da prática do rastreamento das atualizações significativas nos dados, contendo informações do
autor e sua modificação, num horário definido.
33
“O Ministério do Planejamento tem necessidade de aquisição de novas
licenças de software, tanto para seu sistema de correio eletrônico como para
implementação de novas instalações da ferramenta de automação de escritório.
Estas aquisições representam um gasto de recursos em licença de software que
pode ser minimizado significativamente com a adoção de ferramentas de
software livre com funcionalidades similares. Aproveitando o momento
propício, poderemos também adotar a utilização de software livre em outros
segmentos, como por exemplo o navegador da Internet e o sistema operacional
GNU/Linux. (...)
A utilização de software livre possibilitará que deixemos de adquirir licenças
de software proprietário, o que implicará inicialmente numa economia
financeira, levando-se em consideração apenas os projetos de Migração do
Pacote de Automação de Escritório e Migração do Correio Eletrônico. A
economia estimada será da ordem de 2 milhões de reais, já considerando os
gastos operacionais do próprio processo de migração e implementação das
ferramentas livres, especialmente relacionados aos recursos humanos”. [MP
2005]
34
ter uma concepção de TCO coberta de senso crítico analisando os diversos tipos de custos
indiretos que podem estar envolvidos.
[MARGULIUS 2003], em seu artigo, publicou uma demonstração da viabilidade
econômica do Sistema Operacional GNU/Linux, tomando como base os índices de TCO:
“(…)The more fully an enterprise adopts Linux across its infrastructure, the
more financial leverage it is likely to get out of up-front investments in the OS.
Those investments, which can be considerable, include Linux training and tools,
and cost of migrating from a Windows or a Unix environment. And that
financial leverage is improving steadily as better management tools, more third-
party vendor support and more skilled Linux system administrators arrive on the
market. (…)
‘It’s really hard to break Linux TCO down’.
No matter which model you use, the financial benefit of switching to Linux
from Unix or Windows is driven by for main cost categories: acquisition,
migration, management and support. (…)”
2.5.4 - Privacidade
35
dos computadores do governo introduzindo códigos desconhecidos que podem
executar operações irregulares e não autorizadas. (...)
A NASA é uma grande compradora de software livre. Há, inclusive,
resoluções do governo norte-americano determinando a sua utilização no âmbito
do exército, que é um tradicional comprador de encomendas tecnológicas e que
exige soluções em software livre. As opções do Exército Americano, por
exemplo, são todas apoiadas em software livre”. [SANTANNA 2006]
2.5.5 - Diretrizes
“DIRETRIZES
36
05) Ampliar a malha de serviços prestados ao cidadão através de software
livre.
06) Garantir ao cidadão o direito de acesso aos serviços públicos sem obrigá-
lo a usar plataformas específicas.
07) Utilizar o software livre como base dos programas de inclusão digital.
08) Garantir a auditabilidade plena e a segurança dos sistemas, respeitando-
se a legislação de sigilo e segurança.
09) Buscar a interoperabilidade com os sistemas legados
10) Restringir o crescimento do legado baseado em tecnologia proprietária.
11) Realizar a migração gradativa dos sistemas proprietários.
12) Priorizar a aquisição de hardware compatível às plataformas livres.
13) Garantir a livre distribuição dos sistemas em software livre de forma
colaborativa e voluntária.
14) Fortalecer e compartilhar as ações existentes de software livre dentro e
fora do governo.
15) Incentivar e fomentar o mercado nacional a adotar novos modelos de
negócios em tecnologia da informação e comunicação baseados em software
livre.
16) Promover as condições para a mudança da cultura organizacional para
adoção do software livre.
17) Promover capacitação/formação de servidores públicos para utilização
de software livre.
18) Formular uma política nacional para o software livre”. [BRASIL 2003A]
Sendo assim, pode-se afirmar que a política de adoção de software livre faz parte da
linha de normas e conduta do governo federal do Brasil. Além disso, há ainda a idéia
dirigida ao incentivo nacional e promoção técnico-cultural da utilização de software livre,
também como instrumento para atividades de inclusão digital e garantia de auditabilidade e
segurança de sistemas, entre outras vantagens reconhecidas pela sua prática.
37
Capítulo 3 – Currículo Livre
A educação é um dos setores que mais oferece potencial de crescimento para o país.
Segundo [ALMEIDA 2003], a iniciativa privada vem explorando diversas possibilidades na
educação, estabelecendo parcerias e lançando raízes no mercado de trabalho ascendente e
com necessidades em inúmeros pontos, desde a educação formal até cursos
profissionalizantes.
O uso de computadores em instituições, seja de ensino a distância ou ensino regular, é
imprescindível, propiciando um melhor acesso a professores e alunos, material didático e
diversas outras atividades. A formação profissional é um importante instrumento para
romper barreiras e dominar novas tecnologias.
Dessa forma, a tecnologia e sua infraestrutura precisam de um estudo apropriado para
seu emprego na instituição de ensino. Tal estudo engloba aspectos importantes, como
recursos financeiros disponíveis, estrutura computacional do estabelecimento, recursos
humanos e objetivos finais do uso da tecnologia.
As questões financeiras geralmente constituem a maioria dos problemas no campo
tecnológico em ambientes educacionais. Não bastando o enorme gasto com equipamentos e
despesas operacionais de sistema, no caso, ainda haveria o custo de licenças de utilização de
softwares proprietários, que em sua maioria são de valores elevadíssimos e limitadas a uma
máquina, tornando assim, necessária a aquisição de diversas licenças de cada programa
dentre todos necessários para as atividades da instituição.
Como visto no capítulo anterior, o software livre é uma excelente alternativa para tais
ocasiões, uma vez que não é necessário pagar pelas licenças de utilização de software, como
no modelo proprietário, de caráter restritivo e aprisionador do conhecimento, levando à
conseqüência da dependência de soluções tecnológicas, além da impossibilidade da difusão
do aprendizado.
Além da escassez de recursos financeiros, é bastante comum a necessidade da
renovação periódica de equipamentos considerados obsoletos ou precários para atender aos
38
requisitos dos novos lançamentos de versões proprietárias. Tais motivos justificam a
paridade de atualizações de hardware e software no mercado. Como já mencionado, o
software livre preza pela eficiência e portabilidade28, ou seja, há aproveitamento de
equipamentos considerados ultrapassados pela demanda moderna de softwares,
configurando, de uma maneira justa, as funcionalidades de acordo com as necessidades da
aplicação. Dessa forma, a receita destinada à renovação de peças de um laboratório de uma
universidade poderia ser aplicada na construção de um novo, com peças mais recentes e
sistemas mais pesados e complexos, enquanto equipamentos anteriores continuariam sendo
utilizados, seja no mesmo laboratório ou na implementação de novos projetos de pesquisa.
Seguindo esse pensamento, Rubens Queiroz cita um exemplo:
Como outra forma de utilização de hardware na educação com recursos livres, pode-se
mencionar o projeto chamado ‘computador multiterminal’, desenvolvido na UFPR –
Universidade Federal do Paraná.
28
Capacidade de um software ser utilizado em um amplo espectro de ambientes computacionais (diferentes
arquiteturas de hardware ou software) dos mais antigos aos mais modernos.
29
Professor do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Paraná - UFPR
39
em rede 44 mil computadores em todas as 2.100 escolas estaduais do Paraná”.
[COMIN 2006]
Por outro lado, um intenso motivo pela alternativa da metodologia do software livre na
educação é seu ilimitado potencial no âmbito do conhecimento, da pesquisa tecno-científica
e da busca por melhorias sociais travadas por estudos.
A utilização do software livre pela Universidade possibilita um exponencial crescimento
da competência em diversos aspectos, tornando-se uma promissora ferramenta de análise e
geração do aprendizado, ao contrário do regime restritivo e explorador do software
proprietário, que se apropria de conhecimentos anteriores, decorrentes do processo da
construção do próprio software, transmitindo apenas um limitado conhecimento da
aplicação do programa, defendido por perversas licenças de uso.
40
proprietário. Além disso, sabe-se que o verdadeiro aprendizado esta na
colaboração entre grupos e a troca de conhecimentos; o que é não é problema
para o software livre”. [ZILLI 2004]
“O software livre, embora não seja uma solução universal, pode contribuir
significativamente para a disseminação e uso em larga escala de soluções
eficientes e de baixo custo para a educação, a distância e mediada por
computador.
A quantidade de relatos do uso bem sucedido do software livre em escolas e
universidades são prova da viabilidade desta alternativa. Apesar do preconceito
em geral contra o emprego de soluções baseadas em software livre para a
educação em geral, os casos de sucesso são numerosos e representam uma prova
eloqüente de sua viabilidade “. [ALMEIDA 2003]
Sem contar que diversas atividades podem partir de centros universitários de pesquisa,
proporcionando aplicações imediatas de conhecimento colaborativos em diferentes níveis e
segmentos da sociedade. A adoção de tecnologias baseadas em software livre tem
contribuído para projetos de inclusão digital. Um exemplo de benefícios de caráter social
promovidos pela Universidade é o acesso aos meios computacionais, promovidos por
projetos como o Boot Remoto na UNIRIO, que atrai diariamente um grande número de
41
pessoas de diversos níveis sociais, desde estudantes e professores da universidade até
alunos de escolas municipais próximas que não possuem computadores com acesso a
Internet em casa.
Iniciativas como de telecentros geralmente são projetos que contam com apoio de
prefeituras e universidades, que oferecem contato com computadores conectados a Internet
em regiões pobres ou de grande concentração urbana, oferecendo, muitas vezes, desde aulas
de aprendizado e monitoria de usabilidade básica de computadores até mini-cursos
profissionalizantes.
Além dessas iniciativas, espalham-se por todo o país outros projetos educacionais de
utilização do software livre como ferramenta principal para fornecer conhecimento a grande
número da população. Como defende [DIMANTAS 2003], faculdades, colégios de ensino
médio e básico, prefeituras e ONGs, entre outras instituições e empresas, aprovam e
utilizam o software livre nas mais diversas aplicações, oferecendo nos dias de hoje o
conhecimento necessário para a futura inclusão digital do indivíduo, que faz parte do
processo de desenvolvimento socioeconômico do país.
Unificando as motivações da adoção do software livre em órgãos públicos com os
diversos pontos vantajosos da aplicação do modelo livre na educação, convergimos ao
42
pensamento da prioridade de ferramentas livres em universidades públicas, contemplando
assim, toda a gama de benefícios e funcionalidades oferecidos pelo ambiente livre.
30
Disponível em http://www.enec.org.br
43
computação, assim como relatos de experiências de implantação de software
livre nesses cursos.
O projeto pretende incentivar o uso de software livre dentro das
Universidades, além de conscientizar os alunos e professores quanto ao modelo
de desenvolvimento colaborativo de software e documentação, que é um
processo aberto e democrático, permitindo e incentivando a participação de
todos.
Sabendo disso, nada mais coerente que Universidades, que são espaços onde
o objetivo-fim é a disseminação de conhecimento e a criação de novos saberes,
façam uso de softwares que seguem esse modelo de desenvolvimento, que prima
pela liberdade acima de qualquer coisa”. [ENEC 2005]
31
Professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista – FIAP e membro da ONG Quilombo
Digital, grupo formado por pessoas que procuram entender quais as implicações do Software Livre nos
aspectos político, econômico e sociológico. Mais informações em http://www.michelazzo.com.br
44
O software livre, por suas características, é muito mais que isso. Ele deve ser
explorado a fim de apresentar como as coisas ocorrem e não somente como
programar para que ocorram. Isso não se refere apenas à questão técnica, mas
também à questão social, onde cada um aprende a contribuir para o coletivo,
mediante suas descobertas, seu aprendizado, seus erros e acertos. Formam-se
profissionais com aptidões e também forma o seu caráter”. [MICHELAZZO
2003]
45
grupo de estudo que defende o fortalecimento do uso do código fonte aberto dentro da
universidade, chamado Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL34),
Marcos Sunye, numa entrevista disponível em [COMIN 2006], o curso inteiro de graduação
em Ciência da Computação utiliza apenas ferramentas livres, principalmente por motivos de
aprendizado, de desenvolvimento do espírito de prospecção oferecido pela opção livre que
permite abrir o código do software e entender como funciona e ter seu domínio. Com isso, o
software livre já trouxe grandes benefícios para a Universidade, além dos econômicos,
como parcerias importantes com órgãos do governo, projetos que promovem melhorias para
o ambiente computacional para a própria universidade e para a sociedade.
34
Disponível em http://www.c3sl.ufpr.br/
35
Companhia de Informática do Paraná. Disponível em http://www.celepar.pr.gov.br/
46
possibilidade de alterar e adaptar os programas (já que são de plataforma aberta)
e o melhor aproveitamento das máquinas.” [CMC 2005]
47
Na página do CCUE36 é possível encontrar diversos projetos desenvolvidos pela equipe
de Software Livre da Unicamp, sob a licença GPL, como o ‘Rau-to’, sistema de perguntas e
respostas, ‘Nou-rau’, armazenamento e indexação digital, ‘e-Science’, ferramenta de
publicação dinâmica de pesquisa científica, entre outros.
Um dos grandes clientes dos projetos do CCUE é a Biblioteca Digital37 da Unicamp,
que oferece formato eletrônico de artigos, obras de arte, vídeo, teses e monografias entre
outros documentos de interesse ao desenvolvimento científico, tecnológico e sócio-cultural.
36
Disponível em http://www.softwarelivre.unicamp.br/
37
Disponível em http://libdigi.unicamp.br/
38
Mais informações sobre o TelEduc em http://hera.nied.unicamp.br/teleduc/
39
Disponível em http://www.dicas-l.com.br/
40
Entrevista concedida à InfomediaTV, disponível em
http://infomediatv.terra.com.br/infomediatv/?section=11&article=16
48
“Em toda esta caminhada com o software livre a Unicamp tem sido
fundamental e sempre deu o apoio irrestrito a todas as idéias que nasceram. O
serviço de FTP da Unicamp foi por muito tempo, e ainda continua sendo, um
dos principais repositórios nacionais e tem contribuído enormemente para a
consolidação do software livre. Nós temos diversos projetos em software livre.
O projeto de maior destaque é a biblioteca digital, sistema Nou-Rau, que abriga
a coleção de teses e dissertações da Universidade. São hoje mais de 10.000
documentos, disponíveis na Web em texto completo e indexados pelo conteúdo.
Já foram baixados mais de 1 milhão de documentos, e este sistema, sem dúvida
alguma, está desempenhando um papel importante no desenvolvimento nacional,
através da oferta de uma quantidade tão grande de conhecimento, gerado na
Unicamp. O software Nou-Rau é livre e é usado em outras universidades, como
a Unesp, UEL e até mesmo no exterior. (...)
Outro projeto, que admiro muito, é o Código Livre, que por felicidade, tive
condição de participar como apoiador, trazendo o servidor para dentro do CPD
do Centro de Computação da Unicamp, com todo o apoio da Unicamp e da
direção do Centro de Computação. O Código Livre é mantido pela Solis41 e foi
uma das muitas boas idéias do César Brod e de sua equipe.”
41
Famosa empresa que desenvolve soluções em Software Livre
49
Capítulo 4 – Bacharelado em Sistemas de Informação na
UNIRIO
4.1 – Histórico
42
Disponível em http://www.unirio.br/hugg/index.htm
43
Disponível em http://www.unirio.br/cpd/index.htm
44
Disponível em http://www.unirio.br/biblioteca/
50
Representação de Conhecimento e Raciocínio, Distribuição e Redes, e Sistemas de Apoio a
Negócios.
De acordo com o projeto acadêmico da UNIRIO, em [UNIRIO 1998], o curso de
Bacharelado em Sistemas de Informação, elaborado em 1998, deve-se formar a
interdisciplinaridade entre os diversos cursos e departamentos da UNIRIO, oferecendo
aptidões a seus profissionais egressos, tais quais: prática a suporte em ambientes
computacionais, conhecimento sólido em Ciência da Computação, conhecimento da
Metodologia Científica, formação teórica e prática em Engenharia de Software e Sistemas
de Informação, formação básica complementar em Ciências Administrativas, qualificação
na comunicação oral e escrita e formação básica complementar numa área de conhecimento
coberta por cursos de graduação oferecidos por outros centros da UNIRIO.
Apesar de pouco tempo de existência, o curso de Sistemas de Informação da UNIRIO
alcançou uma notável consideração nos mais variados meios, tanto no ambiente avaliador
do Ministério da Educação, como em movimentos estudantis e comunidades de
profissionais do campo de informática, como será apresentado a seguir.
No ano de 2005, o MEC organizou a avaliação do ENADE dos cursos, dentre outras
áreas, a de computação e informática. Como já mencionado anteriormente, o MEC
reconhece nessa área quatro definições de cursos, tais quais: Sistemas de Informação,
Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Licenciatura em Informática.
A UNIRIO participou do processo de avaliação do programa do MEC, alcançando o
grau máximo 5 (cinco), tornando-se a única, dentre as demais instituições do Estado do Rio
de Janeiro, a portar o conceito máximo no curso de Sistemas de Informação. Conforme o
resultado oferecido pelo INEP45, dentre as 404 (quatrocentos e quatro) cursos do Brasil,
apenas 6 (seis) conseguiram tal conceito.
45
Disponível em http://enade2005.inep.gov.br/resultados.php?c=CUniversidade&m=mostrar_lista_area
51
4.1.2 – Eventos e Participações
46
Disponível em http://www.forumsoftwarelivre.org.br/
47
As diretorias da executiva podem ser visualizadas em
http://www.enec.org.br/bin/view/ENEC/DiretoriaDaENEC
52
Livre do Rio de Janeiro, já abrigou figuras ilustres do cenário mundial, como Richard
Stallman, em Abril de 2006, um dos grandes responsáveis pela criação e defesa do Software
Livre.
53
Embora a ênfase do curso esteja em Engenharia de Software e Sistemas de Informação,
a extensão das disciplinas permite a apresentação da maioria das áreas básicas em aspectos
teóricos, problemas de modelagem e de projeto.
Para detalhar o plano de ensino do curso, a seguir serão listadas as disciplinas oferecidas
de cada área de estudo:
Área de Matemática
- Técnicas de Programação I
- Estruturas Discretas
- Técnicas de Programação II
- Estrutura de Dados
- Análise de Algoritmos
- Programação Linear
- Fluxos em Redes
- Algoritmos para Problemas Combinatórios
- Tópicos Avançados em Algoritmos
- Inteligência Artificial
54
- Linguagens Formais e Autômatos
- Compiladores
-Organização de Computadores
- Sistemas Operacionais
- Redes de Computadores
- Distribuição e Concorrência
- Comunicação e Segurança de Dados
- Projeto e Gerência de Redes Locais
- Calibragem e Análise de Desempenho
- Tópicos Avançados em Redes de Computadores
- Ambiente Operacional UNIX
55
Área de Sistemas de Informação e Banco de Dados
Área de Comunicação
- Sistemas Multimídia
- Computação Gráfica e Processamento de Imagens
56
Outras Áreas
57
Capítulo 5 – Software Livre na Uniriotec
58
Conhecimento do Linux
11%
Conhecem o
5% Sistema
Não conhecem
mas têm interesse
em conhecer
Não conhecem e
não têm interesse
em conhecer
84%
Utilização em Casa
Apenas Sistema
12% Operacional Linux
Apenas um Sistema
40% Operacional
Proprietário
(Windows)
Ambos os Sistemas
48%
59
Com base no gráfico 2, apesar de apenas 12% dos alunos utilizarem apenas o sistema
operacional GNU/Linux em casa, uma boa parcela possui ambos os sistemas instalados em
casa, o que evidencia o interesse de grande parte dos alunos no aprendizado em soluções
livres.
Preferência de SO no Laboratório
21%
Linux
47%
Windows
Tanto Faz
32%
Como se pode visualizar no gráfico 3, quase metade dos alunos não manifesta
preferência na utilização do sistema operacional, se tratando de GNU/Linux ou Windows.
Isso significa que a maioria dos estudantes não demonstra aversão ou preconceito ao uso de
recursos livres na universidade. Também se pode notar aqui mais um sinal de interesse do
corpo discente a soluções livres. O índice de alunos que optariam pelo GNU/Linux é maior
que o índice dos alunos que o têm instalado em suas casas como sistema operacional único.
O número de alunos que preferem utilizar o Windows na universidade é menor que o
número de alunos que o possuem em suas casas como único sistema operacional.
60
5.1.2 - Corpo docente do CCET
A aplicação dos questionários aos professores, por sua vez, ocorreu de forma similar,
porém com perguntas diferentes. A questão no caso do corpo docente toma uma
responsabilidade maior, uma vez que o método de ensino pode ser comprometido, e
também pode-se analisar, desse modo, o grau de compatibilidade e dificuldade dos
profissionais acadêmicos na possível migração do sistema.
Aos professores, foram feitas as perguntas em seus questionários, cujo modelo encontra-
se no Anexo 2.
As perguntas tiveram uma grande importância para conhecer até que ponto o professor
sabe do sistema operacional. Mais uma vez, foi utilizado o GNU/ Linux como representante
de Software Livre, por se tratar do maior ícone de sistema operacional livre na atualidade.
O resultado foi bastante positivo. Cerca de 77% dos professores entrevistados já tiveram
algum contato com o Sistema Operacional Livre e, dentre esses, 50% na forma de nível
administrativo ou de desenvolvimento.
A segunda e a terceira perguntas são interessantes, pois tornam possível o colhimento de
informações referentes aos recursos necessários nas aulas práticas, a natureza das
ferramentas utilizadas, se há ou não alternativas livres correspondentes para os itens
mencionados. De acordo com as respostas, 85% do corpo docente utilizam o laboratório da
universidade. Dentre os softwares utilizados na universidade, foram relatados, em suma:
- os sistemas operacionais (Windows e Linux),
- o pacote de escritórios da Microsoft (Microsoft Office),
- navegador de internet da Microsoft (Internet Explorer),
- gerenciador de e-mail da Microsoft (Outlook Express),
- software editor de imagens,
- ferramentas para edição de html,
- compiladores,
- IDE’s de desenvolvimento de software (Delphi, Pascal),
61
- editores de xml
- ferramentas de modelagem de dados.
Alguns professores retornaram algumas alternativas livres correspondentes aos
softwares proprietários que utilizavam; outros até já utilizavam softwares livres mesmo em
sistema operacional proprietário.
A quarta pergunta foi feita pelo propósito de analisar possíveis informações que
estariam relacionadas ao impacto de uma migração de sistema livre para os professores.
Poucos declararam falta de conhecimentos básicos do sistema operacional; alguns já
demonstravam insegurança às interfaces livres, devido ao costume e hábito ao ambiente
Microsoft. Dentre as respostas, pode-se apresentar:
- falta de conhecimento básico do sistema GNU/Linux,
- insegurança quanto à existência, compatibilidade e eficiência dos softwares livres
correspondentes aos proprietários,
- costume a padrões de softwares proprietários,
- dificuldade com as interfaces,
- incompatibilidade de arquivos e drivers para dispositivos,
- tempo de aprendizado para operar o sistema GNU/Linux,
- estranhamento dos alunos,
- possível visão da universidade, da parte do aluno, relacionada mais a questões
políticas que de negócio,
- dependência de uma equipe técnica com conhecimento da tecnologia GNU/Linux
para manutenção do laboratório.
Já a quinta pergunta, mais direta, considera o pensamento que o professor tem em
relação ao Software Livre e ajuda a analisar o nível de cooperação ao incentivo da adoção
de soluções livres no ambiente universitário. Também é importante para saber se o corpo
docente se mostra ciente das diretrizes do movimento do software livre e não apenas se
aceita ou não uma ferramenta específica.
62
Opinião dos Professores Sobre o Software Livre
13%
Apoiam o incentivo ao
Software Livre
63
- Deveria ser adotado amplamente este ambiente livre para ensino, desenvolvimento
de pesquisa e para uso administrativo na Universidade, em função do projeto
BROffice.org48.
- É necessário utilizar Software Livre para pôr fim à pirataria na Universidade.
Esta disciplina deixou de ser apenas teórica, passando a incorporar o estudo do Linux
[LINUX 2007] na sua ementa. Por exemplo, ao estudar drivers, o aluno não aprende
simplesmente o que é um driver e para que serve. Primeiro, o aluno aprende a identificar os
drivers instalados no sistema e a atualizá-los. Em seguida, o aluno é introduzido na
programação e na compilação de drivers. Além disso, dentro desse contexto, é discutida a
importância da utilização das linguagens Assembler e C no sistema operacional. Outro
exemplo interessante introduzido nessa disciplina é o estudo da segurança em sistemas
operacionais. O aluno verifica, através de exemplos, porque o Linux é considerado um
sistema mais seguro que o seu concorrente Windows. Isto é feito através do estudo dos
níveis de acesso do sistema, da execução de programas maliciosos e da verificação de
48
Baseia-se num conjunto de documentos de licenciamento aberto para subsidiar projetos com Software
Livre, principalmente de inclusão digital. Mais informações em http://www.broffice.org.br/
64
portas de comunicação disponibilizadas pelo administrador do sistema. Nesta fase, o aluno
é incentivado a pesquisar e adaptar vírus e programas de invasão do Windows para o Linux
e verificar porque eles normalmente não funcionam no segundo ambiente.
65
Administração de Bancos de Dados, são utilizados os SGBDs PostgreSQL e MySQL
[MySQL 2007], com ferramentas de administração também livres como pgAdmin,
phpPgAdmin e phpMyAdmin. O uso desses softwares livres vem permitindo um estudo
profundo das disciplinas e conseqüente conhecimento dos assuntos mais atuais, através da
interação de alunos e professores com a comunidade de usuários e desenvolvedores através
de fóruns. Esse conhecimento motivou uma proposta de projeto de pesquisa na área de
Inteligência de Negócios, para desenvolvimento e teste de ferramenta de processamento
analítico OLAP [CG-OLAP 2007] em data warehouse geográfico, construído com
PostgreSQL e PostGIS, sobre clusters de microcomputadores rodando sistema operacional
Linux.
A disciplina tem por objetivo introduzir o aluno no ambiente Unix utilizando, como
base principal, o sistema operacional livre GNU/Linux Fedora. Com esta finalidade, são
apresentados ao aluno, durante curso: os conceitos fundamentais do Unix, os comandos
básicos e de customização do sistema, portabilidade de aplicações, diferenças importantes
66
entre o Unix e os outros sistemas operacionais, os procedimentos necessários para possíveis
migrações, entre outros. Após a conclusão do curso, o aluno deverá estar apto a atividades,
como procedimento de instalação, criação e manipulação de arquivos e diretórios, edição de
arquivos texto pela ferramenta vi, formas de acesso a dispositivos e unidades de memória, e
métodos de administração básica de sistemas operacionais baseados na tecnologia Unix,
principalmente o GNU/Linux.
Com o ideal de estudar o uso de software livre na Universidade, foi utilizado como base,
nesta seção, o plano pedagógico do curso de Sistemas de Informação da UNIRIO. Dessa
maneira, busca-se indicar alternativas livres que atendam ao domínio das disciplinas
oferecidas.
Área de Matemática
- Scilab – Projeto para utilização em disciplinas de Cálculo. Possui uma vasta variedade
de ferramentas que auxiliam na construção de gráficos, armazenamento de dados e outros.
Disponível no endereço http://www.r-project.org/.
67
- Octave – Ferramenta que oferece uma interface de linha de comando para a resolução
numérica de problemas lineares e não lineares, e também para outras experiências
numéricas usando uma linguagem que é, na maior parte, compatível com o MatLab49. O
Octave possui ferramentas extensivas para a resolução de problemas numéricos de álgebra
linear, encontrando as raízes de equações não lineares, integrando funções ordinárias,
manipulando polinômios e integrando equações diferenciais ordinárias e equações
algébrico-diferenciais. É facilmente extensível e customizável através de funções definidas
pelo usuário, escritas na linguagem própria do octave ou usando módulos dinamicamente
carregados escritos em C++, C, Fortran ou outras linguagens.
http://www.gnu.org/software/octave/
- Joone – Java Object Oriented Neural Engine – Ferramenta de trabalho para criar,
treinar e estudar redes neurais, aplicada em Inteligência Artificial e desenvolvida em Java.
Disponível em http://www.jooneworld.com/.
49
Conhecido programa desenvolvido pela MathWorks de alta performance voltado para o cálculo. Disponível
em http://www.mathworks.com/
68
Área de Linguagem e Compiladores
69
padrões definidos para: HTML, PHP, JavaScript, JSP, SQL, XML, Python, Perl, CSS,
ColdFusion, Pascal. Oferece também fechamento automático de tags html e xml.
http://bluefish.openoffice.nl/
- Tkgate – Famoso simulador de circuito digital com uma eficiente interface gráfica.
Oferece recursos de simulação lógica, suporta um vasto domínio de elementos de circuito
primitivo e também módulos pré-definidos. Página Oficial: http://www.tkgate.org/.
- Digital Simulator – Programa que funciona como uma espécie de laboratório digital,
permitindo ao usuário projetar, simular e exportar seus projetos de circuito e baseado em
aplicações em ambientes Windows. Pode ser obtido pelo endereço
http://sourceforge.net/projects/digisimulator.
70
- Jarp – Ferramenta de análise de redes de Petri, ou redes de transição, oferece recursos
de composição visual e simulação interativa de redes. Disponível na página
http://jarp.sourceforge.net/.
71
- Eclipse – Famoso sistema que oferece ambiente de desenvolvimento de software em
várias linguagens, principalmente Java, a mais utilizada pela sua comunidade. Utilizado
para diversas funcionalidades, desde programas Java de aparelhos celulares até páginas JSP
(JavaServerPages).
72
oficial com download, fórum de discussão do produto, contendo inclusive uma comparação
detalhada em relação ao software da Microsoft encontra-se no endereço
http://www.openworkbench.org
73
Área de Sistemas de Informação e Banco de Dados
- Ferret – Ferramenta CASE para editar modelo de dados. Pode ser implementado
dentro de um domínio de base de dados relacional, como PostgreSQL e MySQL.
http://www.gnu.org/software/ferret/
74
- SQLite - SQLite é uma biblioteca C que implementa um banco de dados SQL
embutido. Programas que usam a biblioteca SQLite podem ter acesso a banco de dados
SQL sem executar um processo separado. SQLite não é uma biblioteca de cliente usada
para conectar com um grande servidor de banco de dados, e sim o servidor. A biblioteca
SQLite lê e escreve diretamente para e do arquivo do banco de dados no disco. Não
necessita de instalação, configuração ou administração; o banco de dados é guardado em
um único arquivo; mecanismo de armazenamento seguro com transações ACID50.
http://www.sqlite.org/
50
ACID é uma sigla referente às qualidades: Atomicidade, Consistência, Integridade e Durabilidade.
51
Processo de procura automática por padrões em grandes volumes de dados. O data mining aplica técnicas
provenientes da estatística, aprendizado de máquina e reconhecimento de padrões.
75
Área de Multimídia e Computação Gráfica
76
Disciplinas Gerais e Funcionalidade Administrativa da Escola
- Open Office – Pacote mais conhecido no cenário Software livre como suíte de
escritórios. Apresenta uma portabilidade grande, podendo ser instalado em diversas
plataformas, como GNU/Linux, FreeBSD, Windows e Mac OS X. Similar ao Microsoft
Office, contém as ferramentas que se tornaram imprescindíveis para qualquer computador
atualmente:
. Open Office Writer - Editor de texto rico em funcionalidades especiais, similar ao
software proprietário Microsoft Word, e ainda capaz de escrever documentos no formato
Portable Documento Format (PDF) e editar documentos html.
. Open Office Calc – Folha de cálculo e planilha similar ao Microsoft Excel. O Calc
possui uma série de funções que não estão presentes no Excel, incluindo um sistema de
definição de series para gráficos baseada na disposição dos dados na planilha. O Calc é
capaz de escrever a folha de cálculo como um arquivo PDF.
. Open Office Base – Sistema de gestão de base de dados, similar ao Microsoft Access.
. Open Office Impress – Um programa de apresentação de slides ou transparências,
similar em funcionalidades ao PowerPoint. Além das capacidades comuns de preparo de
apresentações, a partir da versão 2.0, é capaz de exportá-las no formato Macromedia Flash
(SWF).
Além dessas ferramentas mais comuns, também há outras inclusas na suíte atual do
Open Office, como editor de imagem vetorizada (OpenOffice Draw), editor de páginas html
(OpenOffice Web) e o editor de fórmulas matemáticas (OpenOffice Math).
http://www.openoffice.org/
77
- Mozilla Thunderbird – Um gerenciador de e-mails de comportamento similar ao
Microsoft Outlook Express. Oferece acesso a arquivos xml, bloqueia mensagens, tem filtro
anti-spam embutido entre os diversos recursos. Fácil instalação e utilização, por conta de
uma interface bastante intuitiva. Opera no modelo multi-plataforma.
http://www.mozilla.com/thunderbird/
78
Capítulo 6 – Conclusões
Como se vê, não são poucos os motivos apresentados a favor da utilização do software
livre em quaisquer que sejam os ambientes. As razões de economia no custo de licenças de
uso de software estão sendo as mais impulsionadoras aos processos de migração para
plataformas livres. Ao invés de aumentar os índices de dependência tecnológica que nosso
país sempre apresentou em relação aos países de maiores níveis de desenvolvimento, deve-
se incentivar e investir no aprimoramento do aprendizado em soluções que são promissoras
no desenvolvimento de recursos próprios e de qualidade. O software livre é uma solução
mais que necessária, uma vez que oferece ferramentas para uma liberdade de criação,
desenvolvimento e manutenção de tecnologias, e com isso, fomenta a indústria interna de
software no país.
O grande potencial que possibilitou o desenvolvimento e a difusão do software livre foi
seu vigoroso espírito colaborativo, partindo de uma filosofia que defende a informação
como um bem comum, e que deve ser acessada por todos e também para benefício de todos.
Tais paradigmas sociais do software livre ganharam forças para possibilitar o alcance da
aceitação de uma grande parte do mercado de software internacional, sem nenhum apoio
inicial de uma mega-corporação, competindo com esforços de multinacionais que investiam
pesadíssimo em pesquisa e desenvolvimento, sem falar nas estratégias ultravagantes de
marketing e parcerias de negócios.
A adoção de softwares livres pelo mercado tem se mostrado de maneira crescente, não
apenas por razões sócio-econômicas. É importante ressaltar o aspecto de qualidade que o
programa de código fonte aberto oferece aos profissionais, possibilitando conhecimentos e
pesquisas, além de aplicações customizadas e seguras dentro de um ambiente de produção,
enquanto o usuário antes se via confinado a depender tecnologicamente do fornecedor do
programa, além de depositar, cegamente, confiança na integridade das capacidades do
comportamento do programa, tendo conhecimento limitado às funcionalidades propostas
pelo responsável. Analisando tais critérios, dentre outros, que instituições de alta pesquisa e
órgãos governamentais como forças armadas, principalmente, optam pelo ambiente do
software livre e suas tecnologias, mesmo, muitas vezes, portando elevados mananciais
79
financeiros, o que torna justificável o pensamento de que as vantagens reais da prática do
software livre não sejam apenas de cunho econômico.
O grau de conhecimento oferecido pelo conjunto de tecnologias do movimento livre é
de uma enorme preciosidade para se adotar, não apenas diretamente no mercado de trabalho
como na academia. O ambiente universitário é o lugar ideal para o cultivo cooperativo de
pesquisa e conhecimento. É o berço de um possível avanço tecnológico do país, que se
mostra promissor com as qualidades favoráveis ao campo da informática com as propostas
de metodologia de produção onde o conhecimento é aberto a todos e progride de forma
colaborativa.
Justamente por todas essas comprovações da perseverante conjuntura do software livre
é que o autor deste trabalho defende a primordialidade da sua utilização, essencialmente na
Universidade pública. Assim, utilizando como ferramenta motivadora a cativante idéia do
projeto Currículo Livre foi levantado um estudo de adoção de ferramentas livres no curso
de Sistemas de Informação da UNIRIO, seguindo o exemplo de diversas outras
universidades, prestigiadas não apenas no Brasil como no mundo, ganhando melhorias em
diversos aspectos, como: na economia de contratos de utilização de softwares; no
aproveitamento de recursos de hardware da universidade; fonte colaborativa e acessível de
aprendizado na área tecnológica; diminuição e erradicação das práticas de pirataria de
softwares, não apenas na universidade como nas casas de alunos e professores; incentivo ao
desenvolvimento de tecnologias independentes no país e incentivo ao surgimento e
sustentabilidade de pequenas e médias empresas do ramo, fornecendo cada vez mais
recursos e consultorias para a desenvoltura própria do país, sem o envio de royalties nem
servir como refém do poderio tecnológico e conseqüentemente econômico do exterior.
Para um estudo da migração para software livre, assim como em qualquer tipo de
migração, é necessária uma identificação de alguns elementos de suma importância do
ambiente. Neste trabalho, foi aplicado um método de análise ao corpo docente e discente da
Escola de Informática Aplicada, na forma de questionários de perguntas diferentes para
cada tipo de integrantes. Como visto, foram obtidos alguns resultados relevantes no estudo
de mudança de tecnologia do ambiente computacional.
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De início, foram estudados os alunos do curso, que demonstraram, com o resultado, um
bom índice de aceitação do modelo livre proposto e, principalmente, um grande interesse no
aprendizado de tecnologia de software livre. A conseqüência da pesquisa também indicou
uma aplicação sem dificuldades para que satisfaçam, sem perda alguma, as exigências de
softwares utilizados na universidade. Mais de 90% dos alunos utilizam os terminais remotos
da universidade, que são constituídos de tecnologias livres por completo. Além disso, houve
um bom resultado na utilização do sistema operacional livre dos laboratórios. Os alunos, em
observações sugeriram, em grande parte, uma mudança não bruta dos sistemas, caso
ocorresse, e um auxílio no aprendizado da tecnologia do ambiente operacional GNU/Linux.
Posteriormente, o corpo docente da Escola de Informática Aplicada foi analisado.
Também foi obtida uma resposta favorável à implementação de software livre na faculdade,
com algumas declarações de possíveis dificuldades dos professores. Alguns não têm
conhecimento mais aprofundado que nível básico de usuário ou nunca tiveram contato com
o sistema operacional GNU/Linux, enquanto outros o utilizam como único sistema
operacional, tanto na universidade quanto em casa, em nível mais avançado. Na pesquisa de
ferramentas utilizadas nos laboratórios durante as aulas, surpreendentemente a grande
maioria das respostas continha softwares de uso básico de escritório, como programas de
apresentação, editor de texto e navegadores de internet. Além desses, é claro, possuíam
outros softwares de domínios mais específicos na área de informática, que apresentam
softwares livres correspondentes para suas aplicações de uso, embora alguns professores
não tenham conhecimento. Além disso, a maioria do corpo docente apóia o incentivo ao
Software Livre na Universidade.
Com esses resultados, pode-se afirmar a viabilidade da utilização de Software Livre na
Uniriotec. Tomando como base os depoimentos pessoais de todos os integrantes da Escola,
seria necessário um estudo da metodologia a ser seguida na migração de aplicações.
Inicialmente, poderiam ser instalados os aplicativos livres que funcionam em ambiente
proprietário, pois assim alunos não teriam um impacto tão grande e não precisariam instalar
em suas casas o sistema operacional de maneira forçada e imediata. Programas, como o
navegador Firefox, operam tanto em sistemas Windows como GNU/Linux. A utilização e
os bons resultados desses softwares servem como motivação para a aceitação de demais
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tecnologias livres. Também é importante observar o recurso empregado nos laboratórios,
chamado de dual boot, que é apresentado no início da partida da máquina através de uma
tela com opções de sistema operacional que se deseja usar. No caso da UNIRIO, os
sistemas operacionais são o Windows e GNU/Linux. De acordo com os relatórios do corpo
discente, alguns alunos da universidade tiveram seu primeiro contato direto com o ambiente
GNU/Linux na universidade e, até por motivos de requisitos para o mercado de trabalho
demonstraram interesse e se especializaram em administração do SO GNU/Linux.
O autor do projeto de graduação também indica uma outra possível solução para uma
melhor adaptação dos alunos ao uso do GNU/Linux, que seria uma disciplina cuja ementa
fosse composta de conhecimentos introdutórios ao ambiente Unix, preferivelmente no
primeiro semestre do curso, como disciplina optativa ou mesmo obrigatória.
Também é necessário que os professores colaborem com o incentivo ao uso de software
livre na universidade, adotando ferramentas livres que sejam correspondentes às
proprietárias sempre que possível. Caso contrário, os softwares proprietários que não
possuírem alternativos livres no mercado, podem operar sob emuladores de sistema até que
seja lançado um que satisfaça às necessidades da disciplina, ou então, construído por algum
projeto de pesquisa da faculdade, utilizando a liberdade oferecida pela tecnologia do
software livre.
E, como produto da pesquisa de softwares livres que atenderiam às necessidades das
disciplinas oferecidas pelo curso de Sistemas de Informação, várias ferramentas indicaram
eficiência, e observou-se uma enorme disposição de substituição aos softwares proprietários
utilizados. Como exemplo, os softwares atualmente utilizados em disciplinas na área de
Engenharia de Software como Rational Rose e MS Project podem ser substituídos por
softwares livres que se encarregam das mesmas funcionalidades, como o Umbrello e o
OpenWorkBench, respectivamente. O projeto de graduação listou, no geral, cinqüenta e
uma ferramentas livres em todas as áreas oferecidas pelo curso, com descrição das
funcionalidades de cada software e seu respectivo endereço para a página oficial.
Dessa forma, o software livre se mostra como uma excelente alternativa para prover
melhorias no ambiente universitário, de modo a trazer resultados positivos no aprendizado
de desenvolvimento de software, obtendo benefícios para o próprio centro universitário, e
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servindo no exercício de ajuda e implementação de soluções livres para outros cursos da
Universidade, e preenchendo os deveres iniciais da formação do projeto do curso de
Sistemas de Informação que trata do caráter interdisciplinar e do nome propriamente dito da
Escola de Informática. Aplicada.
Espera-se que este trabalho contribua, de fato, com melhorias tecnológicas, não apenas
para a UNIRIO, como para todos aqueles pertencentes da sociedade, esta que tem direito à
liberdade do conhecimento e a uma universidade pública de qualidade e detentora de
excelência em ensino.
83
Bibliografia
84
[CG-OLAP 2007] CG-OLAP. Disponível em http://200.143.194.60/ppgi/projetos-de-
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[ZILLI 2004] ZILLI, Daniel. Mundo Livre. Livro digital. 3ª edição. 2004.
90
Anexo1 – Questionário para corpo discente
UNIRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CCET – ESCOLA DE INFORMÁTICA APLICADA
Aluno:
Período:
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Anexo 2 – Questionário para corpo docente
UNIRIO
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CCET – ESCOLA DE INFORMÁTICA APLICADA
Professor:
Disciplinas:
1- Já teve algum contato com o sistema Operacional GNU/Linux? Até que nível?
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4- Se a UNIRIO adotasse um sistema somente GNU/Linux, quais seriam as
possíveis dificuldades que você acha que poderiam ter:
6- Opiniões adicionais:
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