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O EVANGELHO DO PARAÍSO

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Título Original
“Tengoku no Fukuin”

ÍNDICE DO LIVRO

Prefácio
O problema populacional
Situação populacional de diversos países
O problema da redução do índice de aumento demográfico
A verdadeira causa das doenças
O problema da tuberculose
Cansaço e emagrecimento
Suor noturno
Problemas gastrointestinais
Dispnéia
Sensação de cansaço
A tuberculose não é uma doença contagiosa
A tuberculose e a ação psicológica
A trajetória da tuberculose
Toxinas medicinais
Os três tipos de toxinas
Procedimento em relação às vacinas
Medicina é ciência ?
As doenças contagiosas e as bactérias
Quantidade de bactérias encontradas nas notas e moedas
Tipos e quantidades de bactérias patogênicas
Local e quantidade de bactérias
Dietética
O segredo da longevidade
A respeito das doenças tropicais
Medicina desportiva
A verdadeira saúde e a saúde aparente
Campanha para se contrair gripe e campanha para eliminação dos remédios
O caminho da felicidade
A Medicina e a Natureza
Análise dos sintomas das doenças
Febre
Dor
Coceira
Indisposição e vômito
Diarréia
Edema e suor noturno
Vertigem e insônia
Depressão e paralisia
Tosse, hiperemia cefálica e zumbido nos ouvidos
Calafrio e prisão de ventre
Métodos de tratamento
As doenças e os erros da medicina
Amigdalite e Apendicite
Doenças do estômago
Doenças renais e diabete
Pleurisia e peritonite
Asma
Doenças cardíacas e pressão alta
Doenças cerebrais
Doenças da vista
Doenças do ouvido, nariz e garganta
Piorréia paralisia facial e nevralgia facial
Doenças hepáticas, icterícia e colecistopatia
Reumatismo
Câncer
Hemorróidas
Beribéri e Hipertireoidismo
Doenças venéreas
Doenças mentais e epilepsia
Doenças de senhoras
Inflamação e infecção, queimadura e corte
Doenças infantis
Tratamento dos rins e método de rejuvenescimento
O nosso método terapêutico e a medicina
Cuidados a serem observados no tratamento
O princípio do nosso método terapêutico
O poder da natureza
A transição da noite para o dia
A importância da cabeça
Sistema democrático de exames
Conclusão
Suplemento - Ciência espiritual
Aura
O pecado e a doença
Deus existe ?
O mundo desconhecido
Vida e Morte
Existem fantasmas ?
Julgamento no Mundo Espiritual
Constituição do Mundo Espiritual
O Mundo Material e o Mundo Espiritual são inseparáveis
Mundo do Tengu (9)
Mundo de Dragão
Mundo dos Perversos
O Bem e o Mal
Espírito Guardião
A advertência dos Antepassados
Incorporação
Doença e Espírito
Tuberculose
Doenças Mentais
Epilepsia
Paralisia Infantil
Câncer no estômago
Cárie óssea
Doenças da vista
Surdez, prisão de ventre, difteria
Os vários aspectos da doença espiritual
Camadas do Mundo Espiritual
Coletânea de estórias do Mundo Espiritual
O espírito de Hirokiti
Boneca fantasma
Espírito de raposa
Os espíritos de raposa e a senhora
Espírito de alcoólatras
Doente mental degenerado
Doente grotesco
O espírito de texugo e o crânio de caveira
O que é o amor
A luta entre o Bem e Mal
Conclusão Geral

PREFÁCIO

Qual será o maior e último objetivo do homem? Resumindo numa só palavra, é a


felicidade. Não há, certamente, quem possa negá-lo. Todavia, tanto as pessoas que
buscam a felicidade como aquelas que sentem já tê-la alcançado e desejam mantê-
la, não conseguem desligar-se de um problema: a questão referente à saúde. Com
razão Jesus de Nazaré disse que de nada adianta o homem ganhar o mundo inteiro
e perder a vida-
Com esse objetivo, a humanidade, há milhares de anos, criou o que se chama
Medicina e veio desenvolvendo-a e expandindo-a até hoje. No entanto, é triste
constatar que todos os esforços foram em vão. Aliás, a realidade mostra até
resultados contrários. A maior prova do que dizemos é o tato lamentável da redução
gradativa do índice de aumento demográfico, entre os povos civilizados.
Mas qual é a causa desses resultados contrários? A Medicina não dá respostas, ou
melhor, não consegue dá-las. Em todos os países, a começar pela Inglaterra, a
preocupação das autoridades em relação ao problema tende a tornar-se cada vez
mais séria: Por isso, há mais de dez anos venho me empenhando em estudá-lo e,
através de uma pesquisa peculiar que não se apoia na Medicina, pude apreender
seu fundamento: a existência de um grande erro nas bases da própria Medicina:
Eu consegui salvar o homem do sofrimento causado pela doença formando
pessoas sadias e, como resultado, obtive sucesso quanto à possibilidade de
prolongar a vida humana: Concretizou-se, assim, o grande ideal que a humanidade
perseguia e ansiava há milhares de anos.
Quanto ao prolongamento da vida, todos, sem exceção, acreditavam não passar de
um sonho de gente tola: Nesse sentido, estou certo de não existir, na história da
humanidade, absolutamente nada que possa ser comparado a tão grandiosa
descoberta: Por isso acredito que, quando o JOHREI, essa nova técnica medicinal,
chegar ao conhecimento de todos os homens, motivará uma grande revolução no
mundo. Entretanto, leitores, não há motivo para temor, pois ela difere
fundamentalmente das revoluções sangrentas e cheias de ódio que ocorreram no
passado:
é uma revolução repleta de alegria, luz e glória: Assim, serão consolidados pela
eternidade os alicerces da paz.
Minhas palavras talvez pareçam demasiado audazes. Contudo, se lerem
compenetradamente este livro, examinando a fundo seu conteúdo e pondo-o em
prática, reconhecerão que não há nenhuma mentira em minhas afirmações.
O que significa progresso da cultura? Obviamente, significa aumento progressivo do
bem-estar de cada ser humano. Mas qual a base desse progresso? Principalmente
a saúde e o prolongamento da vida do homem. E sabido que a humanidade, jul-
gando poder alcançar tal objetivo apenas pelo progresso da Medicina, sempre fez
todo empenho para atingi-lo. No entanto, embora todas as ciências venham
alcançando crescente progresso, a ciência da vida humana, que deveria estar à
frente de todas, não progrediu nem um pouco. E qual a razão disso? De fato, sem
ficar à margem de outras ciências, a Medicina mantém pomposa aparência, como
salas de cirurgia em grandes hospitais, inúmeros medicamentos, potentes
microscópios, aparelhos de radiografia, equipamentos de irradiações diversas, etc.
Faz profundas pesquisas científicas, atenta aos mínimos detalhes, e as pessoas
mostram-se fascinadas com a ocorrência freqüente de novas descobertas e a
divulgação de novas teorias. Não é, pois, de se admirar que elas acreditem que, um
dia, praticamente todas as doenças serão debeladas. Tal objetivo, entretanto, está
demasiadamente longe de ser alcançado e não se tem idéia de quando o será.
Não pretendo criticar a Medicina: Quero apenas alertar que ela está caminhando no
sentido totalmente oposto ao do seu verdadeiro objetivo, que é tornar os seres
humanos sadios. Por mais que a Medicina assuma aparências admiráveis aos
olhos das pessoas, se ela não estiver se aproximando passo a passo desse
objetivo, será uma existência inútil no campo da Ciência:
Teve, porém, seu mérito: a explicação minuciosa do funcionamento do organismo,
obtida graças à análise e dissecção, pela qual, inclusive, merece o nosso
agradecimento.
Mas por que será que a humanidade durante tanto tempo não percebeu os erros da
Medicina? É realmente um grande mistério do mundo. O JOHREI criado por mim
abre, agora, as portas desse mistério, que estiveram cerradas durante milênios.
Creio que Deus me confiou a execução da grandiosa tarefa de fazer o homem
retornar ao seu estado original de saúde.

Novembro de 1945
O autor

O PROBLEMA POPULACIONAL

Antes da Segunda Guerra Mundial, todos os povos civilizados, sem exceção, viviam
atormentados pela redução do índice de aumento demográfico. Isso era motivo de
preocupação para as pessoas conscientes de todos os países, a começar pelas au-
toridades, pois o problema promete, como conseqüência final, o terrível destino da
destruição dos povos. Com a incidência da guerra, momentaneamente o assunto
teve de ser deixado de lado, mas após o término do conflito urge retomá-lo.
Levando-se em conta as más influências da guerra, podemos imaginar que a
questão se torne ainda mais premente.
Qual era a situação populacional dos principais países do mundo antes da Segunda
Guerra Mundial? Segundo pesquisa da
Dra: Enid Charles, se a Inglaterra continuar no passo em que vem até hoje, com o
índice de natalidade e de morte decrescendo paralelamente, a população atual,
cerca de 46.000.000 de habitantes, dentro de cem anos cairá para 4.400.000, ou
seja, para menos de 1/10. Pelos cálculos de um famoso cientista demográfico da
Alemanha, daqui a cento e poucos anos, por volta do ano 2.050, a população
daquele pais estará em torno de 25.000.000 de pessoas. Comparando esse número
com o atual, 67.000.000, significa que ela diminuiria para cerca de 2/5. E qual é a
situação do Japão? De acordo com as estimativas do Dr. Nakagawa Tomonaga,
autoridade em ciências estatísticas, os 73.939.278 de habitantes de hoje, 1940,
calculando-se pela porcentagem observada até agora, daqui a 60 anos seriam
cerca de 120.000.000. A partir de então, esse número começaria a diminuir
acentuadamente. Dentro de 20 anos, estaria em 110.000.000 e, nessa proporção,
após 500 anos, ficaria reduzido a zero. A Inglaterra, daqui a 200 anos, teria 440.000
habitantes, e a Alemanha, daqui a 550 anos, 1.600.000.
Os dados acima são extremamente frios, mas trata-se de uma realidade irrefutável.
Aliás, pelos meus cálculos, creio que o perigo irá se apresentar ainda mais cedo.
Uma vez que a causa fundamental da redução do índice de aumento demográfico
está no avanço da Medicina moderna, enquanto os homens não despertarem para
este erro, o aumento do perigo será um resultado natural.
Esse fenômeno tão difícil de ser compreendido como a redução do índice de
aumento demográfico, surgiu a partir do século XIX. Antes do século XVIII, exceto
por razões peculiares a alguns países, nenhuma nação civilizada teve jamais que
se preocupar com semelhante problema: Se ele tivesse surgido antes daquele
século, a humanidade já estaria extinta, ou à beira da extinção, e não teria havido o
progresso dos povos civilizados que vemos, atualmente, na liderança do mundo.
Visto que, antes do século XVII, nenhum país possuía dados estatísticos, presumo
o seguinte:
Se a diminuição do índice de aumento populacional começou no início do século
XIX, ou num passado não muito distante dessa data - e o problema não existia
absolutamente antes do século XVII 7 algum método foi empregado por todos os
povos civilizados. E o que se pode imaginar. conseqüentemente, a chave do
problema é descobrir qual foi esse método. O fato de todos os povos civilizados o
terem aplicado, significa que eles acreditaram tratar-se, indubitavelmente, de algo
aprovado. Todavia, mesmo um método considerado aprovado, pelos resultados
obtidos durante dezenas de anos ou durante um período mais longo ainda, pode
passar a ser desaprovado. O ponto fraco do ser humano, no entanto, é que, uma
vez acreditando que algo é aprovado, embora provoque fenômenos reprováveis,
estes são apagados por um forte preconceito, e podem até nem ser percebidos.
Eu consegui descobrir a chave desse mistério chamado "algum método". Mas qual
é essa chave? Antes de explicá-la, vou mostrar a tendência da situação
populacional de diversos países.

SITUAÇÃO POPULACIONAL DE DIVERSOS PAÍSES

A título de experiência, mostrarei a situação demográfica da França, país que


apresentava um alto índice de natalidade no inicio do século XIX. (média de
crescimento por ano nas décadas abaixo, em cada 10 mil habitantes)
1801 - 1810 324
1811 - 1820 318
1821 - 1830 310

De 1831 a 1840 esse índice saiu da casa dos 300 e desceu para abaixo de 290.
Desde então, veio caindo sempre. Em 1870, na época da Guerra Franco-Prussiana,
baixou bruscamente para 250. Antes da Primeira Guerra Mundial, estava em cerca
de 190, mas, de 1914 a 1919, caiu para 124. Após a guerra, o índice de natalidade
recuperou-se. Em 1920, atingiu 214. De 1921 a 1925 a média anual desceu para
194. Dai por diante, continuou baixando e, em 1938, chegou à triste situação de
146. No livro "Teoria da Seleção Social", da autoria de um sociólogo francês, diz-se
que existem diversas causas para isso, mas que a principal é a esterilidade
fisiológica: Atente-se para o fato de que a redução da população francesa teve
início por volta de 1934.
Segundo dados do mesmo país, no começo do século XIX, ou seja, em 1801,
houve 900.000 nascimentos, e em 1926, 750.000; em 1931, nasceram 730.000
pessoas, de modo que a diferença não foi muito grande. Entretanto, é necessário
comparar esses números com o aumento da população no mesmo período: em
1801, foram 900.000 nascimentos para uma população de 27.000.000 de
habitantes; em 1926, 750.000 nascimentos para uma população de 40.000.000; em
1931, 730.000 nascimentos para 41.600.000 de habitantes. Assim, podemos
observar como tem sido grande a redução do índice de natalidade. A título de
experiência, mostraremos o movimento desse índice:
(vide tabela 1 da página 249)
A redução do índice de natalidade dos países civilizados não se restringe à França:
Atualmente, podemos encará-la como lei genérica: Só que, ali, o fato virou
problema, porque a redução foi mais rápida e começou já no início do século XIX.
Os países que viram a diminuição do índice de natalidade da França como o
incêndio do outro lado do rio1 em breve tiveram de enfrentar a mesma situação.
Vejamos os países europeus.
O índice de natalidade da Inglaterra é o que segue: (vide tabela 2 da página 249)
Como vemos, até a década 1871 - 1880, o índice médio de natalidade subiu em
todas as classes; desde então, reverteu seu caminho e começou a cair de modo
acentuado: da média de 355, na década de 1871 - 1880, baixou para a média de
241, no quinquênio de 1911 - 1915, antes da guerra; em 1926 foi para 178, e em
1930 para 168. Durante o meio século que vai da d& cada 1871/1880 até 1926,
praticamente diminuiu para menos da metade. Comparando-se com a França, a
redução do índice de natalidade foi duas vezes e meia mais rápida em 125 anos
(1801 a 1926). O fato surpreendeu e abalou a Inglaterra, e jornais como o "Times"
publicaram: "Desde o início deste século, os dados demográficos da Inglaterra
evidenciam uma característica muito marcante: a redução do índice de natalidade
tende a se tornar cada vez maior".
Os dados recentes são lamentáveis, conforme se pode constatar: (vide tabela 3 da
página 250)
Em 1926, como se pode observar, o índice de natalidade da Inglaterra perde até
mesmo para o da França (188).
Vejamos, a seguir, a situação da Alemanha: (vide tabela 4 da página 250)
Até a década 1871/1880 o índice de natalidade foi aumentando gradativamente,
mas, a partir daí, sofreu uma rápida regressão: de 391 caiu para 330, no começo do
século XX. Entretanto, como os alemães estavam acostumados a um grande a~
mento do índice de natalidade, viu-se a redução repentina com suspeita; o Sr.
Wagner, em 1907, disse tratar-se de uma baixa de maré momentânea, e houve
quem afirmasse que houvera erro nas estatísticas. Por conseguinte, os cientistas
alemães não acreditaram nos dados. Todavia, os números continuaram a cair. Em
1913, o índice desceu para 276, o que significa que, em quarenta anos, o índice de
natalidade da Alemanha sofreu uma que da de 1/3, aproximadamente.
Após a guerra, a situação é a seguinte: (vide tabela 5 da página 250)
No período compreendido entre 1871 e 1925, o índice de natalidade caiu quase
para a metade (44%). Ou seja, em meio século, a média de 391 da década de 1871
- 1880 baixou para 219 por 10 mil habitantes no quinquênio de 1921 - 1925. E conti-
nua caindo regularmente, com uma velocidade de redução duas vezes e meia
maior que a da França:
A seguir vejamos a Itália: (vide tabela 6 da página 251)
A Itália também registra diminuição do índice de natalidade, embora o fenômeno
não seja tão intenso como na Inglaterra e na Alemanha: Ultimamente, no entanto, é
marcante. (vide tabela 7 da página 251)
Daí por diante, o índice de natalidade veio caindo, praticamente, no mesmo ritmo;
em 1929 está em 251. Talvez por esse motivo, o governo italiano tem feito grandes
advertências ao povo. Sob a alegação de que, se a situação continuar, ao final de
dois séculos o pais irá enfrentar uma grande crise, está incentivando o aumento da
natalidade. Seja como for, em cerca de quarenta anos, até 1925, na Itália o índice
de natalidade reduziu-se em 1/4, aproximadamente.
Os dados levantados na Bélgica, na Suécia e na Noruega revelaram que nesses
países também houve redução de natalidade. Na Bélgica, registrou-se uma queda
de 40% em mais ou menos oitenta anos. A Suécia trilhou quase o mesmo caminho
que a França, com o índice reduzido à metade, em um século; na Noruega, a queda
iniciou-se depois da Suécia, mas, em dez anos, caiu para 40%. Agora voltemos
nossos olhos para outro continente.
Vejamos, em primeiro lugar, a situação da Austrália e da Nova Zelândia: (vide tabela
8 da página 252)
Num e noutro país, como se pode observar, o índice de natalidade caiu quase 30%
em apenas dezesseis anos. Os países de população branca do Hemisfério Sul, cuja
situação social é completamente diferente da Europa, também não constituem
exceção. Através dos dados de diversos países, concluiu-se que há diminuição do
índice de natalidade em todas as nações do mundo, e em todos os povos.
Vejamos, agora, a situação dos Estados Unidos. Esse país não tem feito registros
de nascimentos em âmbito nacional, e por isso não existem dados confiáveis sobre
a diminuição do índice de natalidade em todo o seu território. Entretanto, sul>
traindo o número de imigrantes da população total registrada no censo de cada ano,
comparando-o com a população indicada no censo do ano anterior e calculando o
índice de aumento demográfico, é possível saber o movimento do índice de
natalidade de um modo geral. Através desses cálculos, constata-se que desde 1880
o índice vem caindo. Aliás, o índice registrado nas regiões pesquisadas
recentemente, mostra redução anual da natalidade. (vide tabela 9 da página 252).
Quanto à América do Sul, no momento só se conhece a situação da Argentina. As
estatísticas nos mostram que de 1910 a 1914 a média anual de natalidade nesse
país, era de 389 para cada 10 mil pessoas, com um aumento natural de 208, o que
representa uma porcentagem magnífica: De 1934 a 1938, no entanto, baixou para
250, e o índice de aumento natural caiu para 125.
Mas como estará o Japão? (vide tabela 10 da página 253)
Entre 1916 e 1920, devido à influência da Primeira Guerra Mundial, o índice de
natalidade registrou o número mais baixo: 316, em 1919. No ano seguinte, talvez
pelo motivo contrário, ficou em 322, o mais elevado do país. A mudança observada
nesse período é comum a diversos países. Fora dele, até o final da Era Taisho
(1912-1926), o índice veio mostrando um aumento generalizado, mas, com o inicio
da Era Showa (1 92~), entrou numa onda decrescente. Como já dissemos, todos os
países considerados civilizados, mais cedo ou mais tarde - no espaço de 100 a 450
anos - tendem a diminuir o índice de natalidade; o Japão é o único onde se registra
aumento, sendo alvo de grande atenção por parte dos cientistas. Assim, a
diminuição já é como uma regra entre os países civilizados. Pela tabela 11 da
página 253, podemos ver o quanto ela tem se acentuado:
A França foi o país que primeiro atingiu o topo na redução do índice de natalidade.
Os demais países a seguiram, embora com velocidade diferente. Alguns a
alcançaram; outros já a ultrapassaram. O baixo índice de natalidade da França
como caso de exceção, é um fato do passado. Atualmente, tudo mudou, e os países
europeus estão na seguinte situação: (vide tabela 12 página 253).
Em todos os países observa-se redução do índice de natalidade e do índice de
mortalidade, mas como, em todos eles, a redução do índice de natalidade é maior,
o índice de aumento demográfico diminui. Para exemplificar, apresentamos os
dados da França: (vide tabela 13 da página 254)
Até 1913, o índice de mortalidade caiu 39%, mas o índice de natalidade caiu ainda
mais. Com essa queda, o excedente de nascimentos sofreu influência: Do final do
século XIX ao início do século XX, o excedente era pequeno, tendo havido um ano
em que se registrou excedente de mortes, de modo que não foi sem razão que os
cientistas franceses gritaram, antevendo a decadência do seu país. Em 1938, a
França estava com cerca de 130.000 habitantes a menos.
Também no Japão, conforme se ~»de ver na tabela 14 da página 254, o índice
médio de aumento demográfico de 1,0% no quinquênio 1919 - 1923 cai para 0,8%
no triênio 1934 - 1936.
Como acabamos de observar, a queda do índice de aumento demográfico é uma
regra que não tem exceção em nenhum pais. A estratégia utilizada até hoje, em
todos os países, tem sido o rebaixamento da idade matrimonial e a proibição do uso
de anticoncepcionais e da prática do aborto. Entretanto, esses métodos são
superficiais; pode ser que tenham algum resultado, mas não conseguem atingir
muitas pessoas. Em tudo há uma causa e um efeito. Por conseguinte, para
solucionar o problema da redução do índice de aumento demográfico só existe um
método radical: a eliminação de sua causa:

O PROBLEMA DA REDUÇÃO DO ÍNDICE DE AUMENTO DEMOGRÁFICO

Através das estatísticas aqui apresentadas, creio que puderam ter uma idéia do
problema demográfico do mundo, na atualidade. Resumindo, chegamos a estes
dois pontos:
1 - Na Europa, após a metade do século XIX, e no Japão, após o ano 10 da Era
Taisho (1921), o índice de aumento demográfico começou a diminuir.
2 - Houve, paralelamente, redução do índice de aumento demográfico e do índice
de mortalidade.
Vamos analisar detalhadamente esses dois tens.
Uma das causas do problema, eu afirmo, é a prática da vacinação, que a
humanidade considera a salvação do mundo.
A vacina foi descoberta no ano de 1749, em Berkeley, na Inglaterra: Como é do
conhecimento de todos, quem a descobriu foi Edward Jenner, que era filho de um
monge e recebeu o título de doutor em Medicina em 1792, na cidade de Londres,
vindo a falecer em 1823. Jenner soube que, já em 1710 aproximadamente, moças
gregas, perfurando com uma agulha as feridas de portadores de varíola e injetando-
lhes esse líquido purulento na pele, haviam conseguido diminuir a intensidade da
doença: Ao mesmo tempo, ele descobriu que a vacina para bois poderia ser
convertida em vacina humana: Assim, no dia 14 de maio de 1796, aplicou-a no
braço do próprio filho. Comprovando o sucesso, anunciou finalmente o método de
vacinação, em 1798.
No Japão, as primeiras vacinas foram importadas em 1849, sendo criado, em 1858,
um posto de vacinação, que se tornou a sede da Medicina ocidental. Pouco a pouco
foi aplicada a vacinação em massa:
A seguir, explicarei por que a pessoa fica imunizada contra a terrível varíola através
da vacina.
Um dos motivos para a varíola não se manifestar com a aplicação da vacina é a
inexistência de toxinas dessa doença na pessoa, as quais já foram eliminadas. Se a
pessoa possui as toxinas da varíola e a doença não se manifesta, há uma razão
para isso. O ser humano herda, de nascença, e preserva diversas toxinas, como as
da varíola, do sarampo, da coqueluche, etc. Especialmente a varíola, por ser
maligna, é muito temida: Mas por que ela se manifesta? E por causa da ação
purificadora natural que ocorre no corpo humano. Devido à ação purificadora, as
toxinas hereditárias, tentando ser eliminadas, acumulam-se sob a pele do corpo
todo e, em seguida, são expelidas. Isso é o que se chama erupção. Desse modo,
torna-se claro por que sai pus quando as bolhas estouram. A febre alta que surge
nessa oportunidade é uma ação natural para facilitar a dissolução e eliminação das
toxinas.
A vacinação paralisa a eliminação natural das toxinas hereditárias, isto é,
enfraquece a ação purificadora: Em outras palavras, torna negativo o positivo.
Assim, as toxinas que perderam a capacidade de eliminação e tomaram-se
negativas, permanecem dentro do corpo. E o que acontece com essas toxinas?
Elas se concentram e se solidificam em diversas partes, tornando-se causa de
muitas doenças, sem falar que enfraquecem as funções de todo o corpo. Resultam,
portanto, na diminuição da saúde, principalmente nas mulheres, as quais chegam a
ter reduzido seu índice de fertilidade, o que também é uma das causas do problema
demográfico.
Analisando as estatísticas, fica bem evidente o que acabamos de dizer. Na Europa,
os sinais de diminuição do índice de aumento demográfico começaram a aparecer
depois da descoberta da vacina: Como mostram os dados, foi na França que eles
apareceram mais rápido: 30 a 40 anos após; na Inglaterra, cerca de 70 a 80 anos
depois. No Japão, aconteceu quase que da mesma forma que na Europa: os
primeiros indícios surgiram 50 a 60 anos após o inicio da vacinação em massa:
Antes de falar sobre as diversas doenças causadas pelas toxinas hereditárias
negativas, vou mostrar o quanto a Medicina, até hoje, está errada em suas bases e
o engano que as pessoas cometem achando que o progresso superficial é o
verdadeiro progresso.
Vejamos, em primeiro lugar, o que é a doença:
Descobrir o que é a doença é, certamente, o problema que mais tem atormentado o
cérebro humano, nos tempos antigos e na época atual. Milhares de médicos e
cientistas do mundo inteiro dedicaram suas vidas à decifração desse enigma, mas
até hoje ninguém conseguiu decifrá-lo. Pelas explicações dadas até agora na
Medicina chinesa, a doença seria a quebra da harmonia do corpo humano; na
Medicina ocidental, existe a famosa teoria do Dr. Rudolf Virchow sobre o
enfraquecimento e a destruição das células, e também as teorias sobre os vírus,
entre elas a de Koch, na Alemanha, a de Pasteur, na França, e outras. Por
conseguinte, todas as teorias científicas apresentadas até o momento consideram a
doença como a destruição da saúde e, em casos extremos, algo que faz o homem
perder a vida: Nas religiões, ela é vista como advertência de Deus ou castigo pelos
pecados cometidos; consequentemente, deve ser temida, lamentada ou
amaldiçoada:
Segundo minha interpretação, a doença é a maior benção que Deus atribuiu ao ser
humano, constituindo motivo de júbilo e de alegria: Representa uma ação fisiológica
natural, através da qual a saúde do ser humano é preservada e sua vida é
prolongada. Por isso, ela deve ser motivo de nossa gratidão. Aqueles que lerem
esta tese, certamente ficarão surpreendidos, pelo seu conteúdo inédito. À medida,
no entanto, que forem lendo os itens do presente trabalho, acredito que todos hão
de concordar com ela:

A VERDADEIRA CAUSA DAS DOENÇAS

O ser humano, quando nasce, já possui diversas toxinas, principalmente toxinas


venéreas e toxinas da varíola, mencionadas anteriormente. Devido ao obstáculo
oferecido por essas toxinas, como falei no último item, não é possível manter-se
perfeita saúde. Por isso, o corpo humano está constituído de modo que nele se
processe uma ininterrupta ação purificadora natural, para que as toxinas sejam
expelidas fisiologicamente. Entretanto, quando ocorre a ação purificadora,
sobrevêm sofrimentos de certo nível, e essa fase de dor e mal-estar constitui aquilo
que se chama doença. Para explicar tal fenômeno, vamos tomar como exemplo a
doença mais comum, ou seja, a gripe, pois não há uma única pessoa que não a
tenha contraído. A Medicina ainda desconhece suas causas, mas, segundo
descobri, a gripe é uma das mais simples formas de purificação, vindo
acompanhada de sofrimentos como febre, dor de cabeça, tosse, catarro, coriza,
perda de apetite, suor, indisposição, etc.
Antes de mais nada, o que vem a ser purificação? A grosso modo, é um processo
que compreende duas etapas. A primeira consiste na concentração e solidificação
das diversas toxinas contidas no sangue em diferentes pontos do corpo,
especialmente os locais de grande atividade nervosa e as partes que ficam em
posição inferior quando a pessoa está parada: Com o passar do tempo, as toxinas
concentradas se solidificam, provocando enrijecimento dos músculos. As vezes não
há sofrimento algum; quando muito, rigidez nos ombros. A segunda etapa da
purificação começa quando a solidificação ultrapassa determinado nível, sobrevindo
aí o processo natural de eliminação. Para facilitá-lo, surge uma ação destinada a
dissolver as toxinas, isto é, a febre. O grau de febre depende não só da natureza,
quantidade e rigidez das toxinas, mas também da própria natureza do doer-te.
Muitas vezes, ela aparece como resultado do cansaço, após a prática de exercícios
físicos, pois estes aceleram o processo de purificação. As toxinas liqüefeitas são
eliminadas na forma de suor, catarro, secreção nasal, etc. A tosse e o espirro são
como ações de bombeamento: a primeira, para eliminação do catarro; o segundo,
para eliminação da secreção nasal. Isto se torna bem claro se observarmos que
realmente eliminamos catarro quando tossimos, e secreção nasal quando
espirramos. Por outro lado, a perda de apetite é causada pela febre. pela tosse e
pelos medicamentos. As dores de cabeça e das juntas são decorrentes da
dissolução das toxinas existentes nesses pontos, as quais excitam os nervos no
momento de sua eliminação em estado liquido. A dor de garganta ocorre porque as
toxinas contidas no catarro irritam a mucosa que reveste esse local, provocando
inflamação; a rouquidão baseia-se no mesmo principio, sendo causada pela in-
flamação das cordas vocais.
Eis, portanto, o que é a gripe. Não há necessidade de tratamento algum; basta a
pessoa deixar a purificação seguir seu curso normal, sem tomar medicamentos, que
em poucos dias, terminado o processo, estará curada: Desde que a cura seja natu-
ral, pela redução das toxinas, a saúde aumentará. Entretanto, apesar de a gripe ser
altamente recomendável, por constituir o mais simples processo de purificação, as
pessoas a temem, e a Medicina chega a dizer que preveni-la é a condição número
um para não contraí-la: Os leitores precisam compreender que isso é um grande
erro. Desde os tempos antigos acredita-se que a gripe dá origem a mil doenças,
mas na verdade ela é a única maneira de se escapar a essas mil doenças.
Desconhecendo-lhe a causa, a Medicina toma várias medidas quando a pessoa fica
gripada, todas elas no sentido de deter o processo purificador. Tais medidas
começam com a tentativa de baixar a febre através de medicamentos antitérmicos,
bolsas de gelo, compressas e Outros meios. Isso faz a purificação retroceder ao
primeiro estágio, ou seja, as toxinas que começaram a ser dissolvidas voltam a
solidificar-se. Com a solidificação das toxinas, a pessoa sente-se aliviada dos
sofrimentos causados pela febre, pelo escarro, pela secreção nasal, etc., e tanto ela
quanto o médico têm a ilusão de que a gripe está cedendo. Quando ocorre a
solidificação completa, pensam que a cura está selada: Na realidade, voltou-se à si-
tuação anterior; logo, é natural que haja uma recaída:
Chamo atenção para o fato de que os tratamentos baseados em remédios
antitérmicos, bolsas de gelo, compressas e outros semelhantes, detendo o
processo purificador, constituem a causa de sintomas mais intensos nas próximas
doenças que a pessoa contrair. Pode-se compreender, portanto, que as doenças
graves são causadas pela repetida interrupção dos processos purificadores de
menor intensidade, o que aumenta a quantidade de toxinas, tornando necessária a
ocorrência de um processo purificador muito intenso.
Sendo assim, o avanço da Medicina atual não passa de avanço do método
paralisador da purificação. Na realidade, não é um avanço no sentido de curar as
doenças, mas no sentido de não curá-las. Uma doença simples, que não deveria ir
adiante, desenvolve-se até se tornar uma doença grave. Iludidos, julgando que um
erro como esse significa progresso, os homens contemporâneos prejudicam suas
valiosas vidas e sua saúde, e por isso são realmente dignos de pena:
Originariamente, as doenças transmissíveis, a tuberculose e outras doenças
surgem em conseqüência de uma forte purificação, motivada, por sua vez, pelo
vigor físico. E natural, portanto, que os povos de baixa resistência física não tenham
purificações, ou tenham apenas purificações leves. A grande incidência de doenças
transmissíveis entre os povos menos civilizados é decorrente do seu intenso vigor,
e não da falta de cuidados higiênicos.
Para tornar essa teoria mais compreensível, vamos dividir os homens em três tipos,
no que se refere à saúde. O primeiro tipo tem um físico saudável e não possui
toxinas; Conseqüentemente não purifica, ou melhor, não contrai doenças. Pessoas
assim são extremamente raras. O segundo tipo é portador de toxinas e tem muito
vigor físico; em decorrência disso, a ação purificadora desencadeia-se em
pequenas e grandes doenças. O terceiro tipo, embora também seja portador de
toxinas, tem pouco vigor físico, razão pela qual a ação purificadora não consegue
se desencadear; mesmo que ocorra, é fraca: Tais indivíduos só purificam quando se
tornam mais vigorosos, através de exercícios ou de outros meios. Utilizando
remédios e fazendo repouso, eles melhoram momentaneamente, e por isso evitam
se cansar.
A Medicina atual, julgando que o caminho da cura é transformar as pessoas do
segundo tipo em pessoas do terceiro tipo, não mede esforços nesse sentido. Uma
prova é que as crianças da cidade, os filhos e mulheres de médicos, isto é, aqueles
que têm mais oportunidade de contatar com a Medicina e que mais fielmente
seguem as teorias médicas e higiênicas, são os mais fracos. Por outro lado, ainda
que se queira transformar os indivíduos do segundo tipo em indivíduos do primeiro
tipo, pela Medicina atual é totalmente impossível.
E qual é a causa da morte? As pessoas pensam que a morte é causada pela
doença, mas na realidade isso é muito raro; na maioria das vezes, ela é causada
pelo enfraquecimento decorrente da pressão exercida sobre a doença, ou seja,
sobre a ação purificadora: Sendo assim, como expliquei anteriormente, enquanto
que a Medicina paralisa a purificação, o físico reage contra isso, de modo que,
paradoxalmente, o sofrimento aumenta:
Os povos civilizados da atualidade, que diminuem seu vigor físico através de
tratamentos médicos, quase não têm doenças graves, porque, com o
enfraquecimento da purificação, elas não conseguem desencadear-se, o que adia a
hora da morte. Embora com muito custo, pelo seu físico fraco, as pessoas
continuam vivendo. Quando esses povos tinham mais vigor, sofriam fortes
purificações, isto é, contraiam doenças graves com facilidade. Como os
medicamentos reprimem fortemente a purificação, o estado da pessoa se complica,
e ela vai enfraquecendo, terminando por morrer. Os dados estatísticos mostram
que, na época em que o índice de mortalidade é alto, o aumento demográfico
também é alto. Essa é a explicação do segundo mistério referente ao problema
populacional.

O PROBLEMA DA TUBERCULOSE

Embora, na Europa1 a tuberculose esteja quase erradicada, no Japão ela tem sido
um grande problema ultimamente. Essa tendência de um mesmo problema mostrar
proporções inversas na Europa e no Japão, algo realmente incompreensível, eu a
explico da seguinte maneira:
Nos principais países civilizados, observa-se que a incidência da tuberculose tende
a diminuir pouco a pouco, em relação a 40 ou 50 anos atrás; no Japão, ao contrário,
ela está aumentando. Comparando-se o número de japoneses que morrem de
tuberculose, atualmente, com o número registrado há 30 anos, constata-se um
aumento de cerca de 30% Em 1932, a doença vitimou 126.704 pessoas. Tendo em
vista o número de mortos em conseqüência de disenteria, tifo, cólera e outras
doenças transmissíveis, foi 4 Ou 5 vezes maior. O número de tuberculosos,
presentemente, segundo os cálculos dos especialistas, é 10 vezes superior ao
registrado em 1932, ou seja, não fica aquém de 1.200.000. Dividindo pelo total da
população, veremos que uma, em cada 50 pessoas, é tuberculosa: As autoridades
dizem, no entanto, que o número chega a ser 3 vezes mais alto.
A seguir, farei um resumo sobre os métodos de tratamento da tuberculose
empregados em diversos países desde os tempos remotos até os dias atuais.
O aparecimento da tuberculose na história da Medicina é um fato antigo. Já no ano
400 A.C., na Grécia, Hipócrates fez referência a essa doença: Mais tarde, por volta
do ano 1 da Era Cristã, (ilegível) preconizou, como tratamento para os tuberculosos,
a vida junto ao mar; Gaius Plinius Secundus recomendou o isolamento no mato, e
(ilegível), o isolamento na montanha e leite de vaca. Só há 180 anos, entretanto, é
que o alemão Herman Bremer definiu um método de tratamento, construindo uma
casa que serviu de base para os atuais sanatórios.

No Japão, no ano 982 da Era Cristã, Tamba Yassuyori escreveu o livro intitulado
"lshin-ho", propalando que a tuberculose se era uma doença contagiosa. Em 1805,
Tatibana Nankei divulgou que existia a tuberculose contagiosa e a tuberculose
hereditária Honma (ilegível) afirmou tratar-se de uma doença contagiosa. Só depois
que Robert Koch descobriu o vírus da tuberculose, em 1882, é que se esclareceu a
natureza da doença. Em 1890, Koch iniciou o famoso tratamento pela tuberculina,
embora reconhecesse que o método ativava o foco da doença e aumentava-lhe a
resistência. Como ele foi aplicado sem levar em conta os sintomas, começaram a
aparecer, seguidamente, doentes graves, ao mesmo tempo que outros pioravam,
de modo que não foi possível obter o resultado esperado.

Mais tarde, sob o incentivo do tratamento pela tuberculina, deu-se continuidade a


intensas e sérias pesquisas no âmbito imuno-químico, mas nenhum método eficaz
foi descoberto. Aí, novamente, houve conscientização de que o caminho verdadeiro
para o tratamento da tuberculose era o método natural de Bremer. A Clínica
Trudeau, dos Estados Unidos, e as clínicas Leysin, Davos e outras, da Suíça, foram
instituídas por influência desse método, que, juntamente com a dieta, tornou-se
imprescindível no tratamento da doença.

Na Medicina, dá-se importância ao aparecimento do poder de resistência como


ação de cura. De acordo com sua interpretação, esse poder consiste numa ação
defensiva natural em relação aos cornos prejudiciais que se infiltram no corpo
humano. Segundo dizem, existem anticorpos que dissolvem e matam as bactérias
intrusas, neutralizando seu veneno. São ações, por exemplo, como a fagocitose dos
glóbulos brancos. Atualmente, incentiva-se o tratamento natural de Bremer e o
tratamento dietético porque se acredita que, aumentando as vitaminas do corpo,
aumenta-se o seu poder de resistência. E a materialização da crença de que não há
ninguém, além de nós mesmos, que possa curar a nossa própria doença".

Explanei a teoria e o método de combate à tuberculose empregado pela Medicina


atual. Para explicar o que descobri sobre essa doença, vou ater-me ao Japão, país
onde a sua incidência é maior, no momento.

Por que será que a propagação da tuberculose se intensificou no Japão


ultimamente, sobretudo na camada jovem? Por que razão, embora aplicados
grandes planos, a nível nacional, os resultados são contrários às expectativas, com
influência tão significativa sobre o poderio da nação? Segundo meu ponto de vista,
isso vem acontecendo porque o próprio método de prevenção empregado pelo
governo e pelos especialistas tende a apresentar efeitos contrários, ou seja, a
promover o aumento da doença. Falando sem reservas, a Medicina é que está
desempenhando o papel principal, na propagação da tuberculose. As pessoas
diagnosticadas como tuberculosas, principalmente no caso de doentes na fase
inicial, não têm nenhuma anormalidade nos pulmões; surpreendentemente, em
quase todas elas o diagnóstico está errado.
Para detectar a tuberculose, fazem-se vários tipos de exames: chiado no peito,
reação Mantoux, tempo de sedimentação dos glóbulos vermelhos, exame
microscópico dos bacilos de Koch, radiografias, etc. Os sintomas apresentados,
entre outros, são: febre constante, tosse, escarro (inclusive com sangue),
hemoptise, emagrecimento, suor noturno, problemas gastrointestinais, falta de ar e
cansaço. Vamos explicar pela ordem.

Conforme dissemos no tem "A Verdadeira Causa das Doenças", quando sobrevêm
uma gripe, pouco a pouco as toxinas hereditárias, urinárias e medicinais (explicarei
separadamente essas toxinas) concentram-se e solidificam-se em diversos locais,
mais ou menos definidos: uma parte ou toda a cabeça, proximidades das glândulas
linfáticas e da medula oblonga, ombros, juntas dos braços, costelas e proximidades,
diafragma, estômago, fígado, peritônio e proximidades, glândulas linfáticas das
virilhas, omoplatas e proximidades, os dois lados da coluna, rins, etc. Nos nódulos
existentes em um ou em vários desses locais, aparece febre, por ação da segunda
etapa da purificação, e sobrevêm diversos sintomas, como tosse e escarro. Nessa
ocasião, o médico diagnostica gripe e paralisa a purificação. Como resultado, a
saúde parece recuperada, mas as toxinas voltam a solidificar-se. Além disso, com
as toxinas que foram acrescentadas, surge nova purificação. Repetindo-se a
interrupção do processo, a força de purificação intensifica-se, e a febre e outros
sintomas tornam-se crônicos. É essa, em geral, a trajetória até a fase inicial da
tuberculose.

Ultimamente, fala-se que com o avanço da Medicina é possível descobrir a


tuberculose precocemente e fazem-se diversos tipos de exames por meio de
aparelhos. E fato conhecido que tais métodos são alvos de absoluta confiança, por
parte dos médicos e da sociedade em geral. Como, na verdade, eles são a causa
de diagnósticos errados, promovendo o aumento da doença, o problema é grave.
Vamos explicar melhor.

(1) Chiado no peito - O catarro acumulado numa parte do pulmão emite uma
espécie de chiado na hora da respiração. A causa do chiado é que as toxinas
solidificadas em diversas partes do corpo dissolvem-se com a febre e,
temporariamente, penetram nos pulmões e nele se acumulam, esperando pela
sucção para serem expelidas através da tosse. Consequentemente, o chiado no
peito desaparece com a eliminação do catarro. Enquanto há catarro, ele não
desaparece. Os médicos interpretam erroneamente esse estado, diagnosticando
tuberculose pulmonar.

(2) Reação Mantoux - Diferencia-se o positivo e o negativo através da injeção de


tuberculina. Se o local onde ela for aplicada ficar avermelhado ou se apresentar
inchado e ferido, é positivo; se não houver nenhuma anormalidade, é negativo. Pela
interpretação da Medicina, positivo significa que a pessoa já foi afetada pelo bacilo
de Koch; negativo significa que ela ainda não foi afetada por esse bacilo.
Entretanto, segundo minha interpretação, é justamente o contrário. Vou explicar
através de fatos reais.
Quando alguém é mordido por um inseto venenoso, o local da mordida fica inchado,
em conseqüência da ação purificadora causada pelo veneno do inseto. Isso ocorre
porque o corpo é virgem em relação a esse veneno. Existem alguns chineses que,
mesmo sendo mordidos por percevejo, nada lhes acontece, pois o veneno é
anulado pelo aparecimento de anticorpos. Por experiência própria, quando a
pessoa é picada por um borrachudo, sente forte coceira, mas, com freqüência do
fato, ela se acostuma e passa a não ter qualquer reação. Isso também se deve ao
aparecimento de anticorpos que anulam o veneno do borrachudo. Por estes
exemplos, podemos entender que o positivo, no caso da tuberculose, significa que
ainda não surgiram anticorpos em relação ao bacilo de Koch, e o negativo, que já
se foi afetado pelo bacilo vivo e já surgiram anticorpos. Aliás, o bacilo de Koch não
deve ser motivo de temor algum, pois ele não é absolutamente contagioso.
Explicarei isso posteriormente.

(3) Tempo de sedimentação dos glóbulos vermelhos - É um método para medir a


pureza do sangue. Nos portadores de sangue sujo a ação purificadora ocorre
facilmente, de modo que eles têm mais oportunidades de contrair doenças.
Entretanto, não é certo que essas pessoas contraiam unicamente a tuberculose. O
sangue sujo torna-se causa das mais variadas doenças, de modo que a Medicina
se equivoca ao limitá-lo como origem apenas da tuberculose.

(4) Exame microscópico dos bacilos de Koch - A Medicina define a gravidade da


doença de acordo com a existência ou não de bacilos de Koch. Ou seja, recomenda
cautela em relação aos portadores do bacilo, tachando-os de tuberculosos
declarados. Isso não tem o menor sentido, pois, como já dissemos anteriormente, o
bacilo de Koch não oferece perigo de contágio.

(5) Radiografia - Nos exames médicos, dá-se uma importância muito grande às
radiografias, mas vamos esclarecer esse ponto.

O diagnóstico é dado de acordo com a existência ou não de manchas nebulosas


na região torácica, e também de acordo com o tamanho delas. Mas o que são,
afinal, essas manchas nebulosas? Segundo minhas pesquisas, são toxinas
solidificadas, acumuladas no peito ou nas costas. Na maioria das vezes, estão
localizadas fora dos pulmões, isto é, fora da membrana pulmonar, nas costelas ou
nos músculos perto; raramente existem nódulos no interior dos pulmões. É fácil
distinguir se eles estão fora ou dentro: quando estão dentro, influem na respiração;
quando esta não apresenta anormalidade, podemos considerar que os pulmões
estão perfeitos.
As radiografias são planas e por isso fica difícil distinguir o interior e o exterior dos
pulmões, a frente e as costas. Entretanto, se for constatada a existência de
manchas nebulosas, a Medicina imediatamente diagnostica tuberculose. Por
conseguinte, devemos dizer que ela é imprudente e que o exame radiológico não é
um método preciso. Às vezes as radiografias são tiradas por parte (de frente, de
lado, de costas, etc.) e examinadas depois de reunidas, mas isso é muito
trabalhoso e, para uso comum, impraticável. Além disso, seja qual for a pessoa, as
radiografias sempre acusam a presença de algumas manchas nebulosas, sendo
extremamente raro quem não as possua. A Medicina faz o diagnóstico da
tuberculose considerando infalíveis os métodos apresentados acima; pela
explicação dada, no entanto, pode-se ver que eles carecem de precisão.
Em seguida, vou falar de modo geral sobre os sintomas da tuberculose. Deixarei de
lado a febre constante, a tosse e o escarro, porque já falei sobre eles. Quanto ao
catarro com sangue, trata-se de catarro ao qual se misturou uma pequena quan-
tidade de sangue impuro. E o mesmo que acontece quando uma ferida se abre e
vemos raios de sangue misturados ao pus. A hemoptise é causada pelo rompimento
de vasos sangüíneos na parte exterior do pulmão, para eliminação do sangue
impuro. Assemelha-se ao derrame cerebral, só que, nesse caso, o que se rompe
são vasos sangüíneos próximos do cérebro. Tais fenômenos devem-se à ação
purificadora, e o sangue impuro inevitavelmente vai à procura de uma saída. As
hemorróidas, a diarréia, etc., estão no mesmo caso. Com base nessa teoria, a
Medicina considera que a tuberculose com ocorrência de hemoptises é mais fácil de
ser curada. Por experiência própria, afirmo que isso realmente é verdade.

CANSAÇO E EMAGRECIMENTO

O cansaço e o emagrecimento são inerentes à tuberculose. É causado pela febre,


pela perda de apetite, pela falta de exercícios, etc. A febre, em especial, gasta muita
energia do corpo. Para amenizar a falta de apetite, as pessoas usam estimulantes
para o estômago, mas eles só têm efeito temporário; depois, o problema volta, e
com mais intensidade ainda. Os exercícios aumentam a resistência física, mas, em
compensação, provocam febre, e por isso é difícil contrabalançar a energia que se
gasta e a que se ganha. O melhor método, em suma, é a pessoa agir naturalmente,
como sentir vontade.

SUOR NOTURNO

De acordo com a interpretação da Medicina, o suor noturno é decorrente do


cansaço, mas isso não corresponde à verdade. Ele representa uma ação
purificadora: as toxinas liqüefeitas, dissolvidas pela febre, são eliminadas através
dos poros. E como a água quente em que se lavaram coisas sujas. Por esse
motivo, as pessoas que transpiram durante o sono têm uma certa resistência física.
Isso fica evidente ao se observar a raridade do fenômeno entre as pessoas idosas.
Pela minha experiência, quem transpira durante o sono reage bem às doenças. E
pelo mesmo motivo que, no caso da gripe, ela sara quando a pessoa transpira:

PROBLEMAS GASTRO-INTESTINAIS

Com o repouso absoluto e, conseqüentemente, a falta de exercício o estômago e o


intestino dos tuberculosos ficam bastante enfraquecidos. Até mesmo no caso de
uma pessoa saudável, se ela permanecer durante longo tempo em repouso
absoluto, seu estômago e intestino ficarão com a atividade reduzida, e logicamente,
enfraquecerão. Nem é preciso dizer que, tratando-se de um doente, isso ainda é
mais acentuado. Na minha opinião não existe nada pior que o repouso absoluto.
Mais tarde darei uma explicação detalhada sobre os problemas gastro-intestinais
sobre os efeitos contrários produzidos pelo uso contínuo de remédios para a
digestão sobre a falta de apetite em decorrência' da febre etc. Em relação aos
problemas gastro-intestinais do tuberculosos podemos dizer que, na maior parte,
são realmente fatais.
Um fato que merece a máxima atenção é que a maioria das pessoas a quem os
médicos diagnosticam tuberculose intestinal, na verdade estão com peritonite
purulenta: Entretanto, como a barriga dessas pessoas não apresenta a inchação
normalmente observada nos casos de peritonite, eles não conseguem descobrir o
problema. Aliás, existem doentes cuja barriga até diminui. Apalpando-se o local,
constata-se um grande enrijecimento e febre. Esse enrijecimento pressiona o
estômago e o intestino, ocasionando falta de apetite. Quando os nódulos da barriga
se dissolvem, pela ação purificadora, sobrevêm uma diarréia contínua, para sua
eliminação, e os médicos se equivocam, pensando tratar-se de tuberculose
intestinal. Esses nódulos purulentos também provocam tosse, escarro e dificuldade
respiratória. Recebendo o nosso método de tratamento no peritônio, os doentes que
apresentam estes sintomas pouco a pouco vão melhorando, até ficarem
completamente curados. Por isso, devemos dizer que os diagnósticos errados dos
médicos são exorbitantes.

DISPNÉIA

Este sintoma é muito freqüente entre os tuberculosos. Há uma grande diferença de


um doente para outro, mas, de qualquer forma, é um sintoma de caráter maligno.
Suas causas são as seguintes:
(1) Quando as toxinas penetram nos pulmões em grande quantidade, o volume
deles diminui, sendo preciso acelerar o ritmo da respiração, para absorver a
quantidade necessária de ar.
(2) Se, após a cura de pleurisia crônica ou aguda, ainda restam nódulos de pus
fora da membrana pulmonar, a respiração torna-se difícil por ocasião da purificação
desses nódulos.

(3) A purificação de nódulos purulentos na região do diafragma acarreta pressão no


movimento respiratório.
(4) Com o aparecimento da febre, as toxinas localizadas em todas as partes do
corpo se dissolvem, especialmente as que ficam na região das costelas. Quando
essas toxinas vão penetrar nos pulmões, eles próprios, para absorvê-las,
intensificam o ritmo da respiração.

SENSAÇÃO DE CANSAÇO

É decorrente do enfraquecimento geral do corpo, motivado pela febre e pelo


desgaste de energia.

A TUBERCULOSE NÃO É UMA DOENÇA CONTAGIOSA

Considerada contagiosa, a tuberculose é uma doença extremamente temida,


acarretando trabalho e gastos espantosos por parte do governo e dos indivíduos. As
pessoas têm pavor do contágio, e até os pais, filhos e cônjuges dos doentes são
terminantemente proibidos pelos médicos de se aproximarem e até de conversarem
com eles. Quando surge um tuberculoso numa casa, seus familiares perdem a paz,
sentindo-se ameaçados de contágio a qualquer momento.
Se a tuberculose fosse uma doença contagiosa, haveria razão para esse temor,
mas, segundo minha descoberta, não há indício algum de que o seja. O vírus da
tuberculose (o bacilo de Koch) não é contagioso; surge naturalmente. E por que
motivo? Conforme já expliquei, as toxinas que permanecem no corpo humano, com
o passar do tempo se deterioram. O aparecimento natural de microrganismo é um
tato comum a todas as matérias deterioráveis. A madeira, por exemplo: quando ela
apodrece, surge cupim. Até o arroz branco, por mais beneficiado que seja, se ficar
velho, dá bicho. Com o apodrecimento, nasce o orgânico até mesmo do inorgânico.
Mesmo que esteja cuidadosamente vedado, o arroz inevitavelmente dá bicho, e é
claro que os óvulos não vêm de outro lugar. Assim, acredito que um dia a Medicina
também descobrirá que a tuberculose não é contagiosa.
Para provar a teoria acima, vou contar minha experiência:
Minha família era formada, além de mim e de minha esposa, por seis filhos, que, na
época, estavam na faixa etária de dois ou três anos a quinze ou dezesseis. Durante
mais de dez anos, a título de pesquisa, eu sempre fazia que uma ou duas pessoas
tuberculosas em estado grave, cuja doença fora diagnosticada em grandes
hospitais, morassem conosco e recebessem o nosso tratamento. Pelo menos vinte
pessoas passaram por esse tratamento. Naturalmente elas eram tratadas como se
tossem da família, fazendo as refeições junto conosco, sem que se desinfetassem
pratos e talheres. Como experiência, os doentes dormiam no mesmo quarto em que
meus filhos dormiam. Alguns faleceram em minha casa, de modo que se pode ver
que todos eles eram doentes graves, desenganados pelos médicos. Passados mais
de dez anos, nenhum de meus seis filhos contraiu a doença: Aliás, eles são
exemplos de saúde. Essa experiência vem confirmar que a tuberculose não é uma
doença contagiosa:
Sendo assim, proponho que façam um teste a qualquer hora: Nem é preciso dizer
que eu próprio, minha família, meus discípulos e seus familiares, que chegam a
milhares de pessoas, serviremos de cobaias com muito prazer. Num livro que
publiquei tempos atrás, afirmei que a tuberculose não era contagiosa. Isso ofendeu
as autoridades, e o livro foi censurado. Fiquei com muita pena, pois, apesar de ter
escrito que me colocava à disposição para o teste mencionado, elas decidiram pela
censura, sem realizá-lo sequer, talvez por acreditarem que as teorias tradicionais
eram verdades absolutas. Daí podermos ver como as autoridades japonesas
daquela época eram obcecadas e firmemente dispostas a impedir o avanço da
cultura.
Os cientistas contemporâneos certamente rirão da minha teoria sobre o
aparecimento natural das bactérias, visto que essa teoria, sustentada pela maior
parte dos cientistas, foi superada pela de Pasteur, autoridade em bacteriologia na
França: Vou falar rapidamente a esse respeito.
Pasteur introduziu caldo de carneiro em dois frascos de vidro - um de gargalo curvo
e outro de gargalo reto. No frasco de gargalo curvo, constatou que não surgiram
microrganismos, enquanto que no de gargalo reto surgiram. Desde então, a teoria
do aparecimento natural das bactérias ficou superada, e até hoje se acredita na
teoria do contágio através do ar. A propósito desse principio, mais tarde explicarei
detalhadamente a relação entre o espírito e a matéria: Por ora, darei uma
explicação sucinta: Todas as coisas existentes no Universo são constituídas pelo
elemento fogo, pelo elemento água e pelo elemento terra: O espírito tem como
constituinte principal o elemento fogo; o ar, o elemento água; o solo, o elemento
terra: O espírito (elemento fogo) movimenta-se verticalmente; o ar (elemento água)
corre horizontalmente. O aparecimento de microrganismos deve-se ao calor, ou
seja, ao elemento fogo. Por isso, no caso do frasco de gargalo curvo, o vidro
atrapalha o elemento fogo, que sobe e desce verticalmente. O meio mais simples
de se entender essa teoria é observar que, quando a pessoa se deita, sente frio e,
quando está sentada ou em pé, fica aquecida:
Fala-se, também, que quando o Dr. Rudolf Virchow, considerado o deus da
Medicina do século XIX, divulgou a citopatologia, a Medicina moderna entrou em
nova fase. Segundo a citpatologia, o corpo humano - a pele, as membranas, os
músculos, os ossos, os pêlos, os cabelos, tudo, enfim - é constituído de inúmeras
células, cada uma das quais tem vida e função próprias; o conjunto da vida e das
funções de todas essas células é que constitui o corpo humano. A doença, portanto,
estaria ligada à alteração das células e ao atrofiamento de suas funções. Isso, a
grosso modo, é o que diz a citopatologia: No caso, por exemplo, da tuberculose
pulmonar, ela diz que os vírus penetram nos pulmões, reproduzem-se e expelem
substâncias tóxicas, modificando ou destruindo as células dessa região. As células
mortas são absorvidas no sangue e afetam as funções de todo o corpo, gerando
sintomas como febre, suor noturno, etc. A febre do tuberculoso, por conseguinte,
deve-se à corrosão efetuada pelo vírus da tuberculose no interior dos pulmões,
onde se forma um foco da doença: Por causa das substâncias tóxicas expelidas por
esse foco e pelo próprio vírus, o "nervo gerador da febre" é ativado e a pessoa fica
febril. Vou mostrar, no entanto, que essa teoria patológica é errada:
Se a decadência da função das células fosse a causa das doenças, a tuberculose
não deveria surgir na juventude, quando o metabolismo é mais intenso, e sim na
medida em que a pessoa vai ficando mais velha: O que acontece, porém, é
justamente o inverso, de modo que não é preciso dizer mais nada: Quanto à febre
apresentada pelos tuberculosos, segundo a citopatologia, é decorrente da ativação
do "nervo gerador da febre" pelas substâncias tóxicas que saem do próprio vírus:
Mas, afinal, qual a função desse nervo e onde ele se localiza? A Medicina diz que
está localizado dentro da cabeça, mas isso é a maior insensatez. De acordo com as
minhas pesquisas, o órgão denominado "nervo gerador da febre" não existe em
lugar algum do corpo humano. Uma vez que a Medicina veio tendo como código de
ouro uma patologia tão errada e infantil, era inevitável que ela entrasse num beco
sem saída, como vemos atualmente.
Não existem remédios que apareçam em tão grande quantidade quanto os
remédios para a tuberculose. Mas por que razão, na época do seu lançamento, eles
são elogiados como eficazes e, depois, acabam caindo no esquecimento? O fato
éque esses remédios parecem eficazes porque têm um poder muito grande de
paralisar a purificação. Também no Japão, recentemente, começaram a ser
recomendados novos medicamentos contra a tuberculose, como a vacina BCG, o
Cepharanthin e outros, mas é mais do que evidente que, em breve, estes também
serão abandonados.

A TUBERCULOSE E A AÇÃO PSICOLÓGICA

A Medicina moderna, como vimos, está promovendo o aumento da tuberculose.


Isso é uma tragédia tão grande, que custa acreditar que seja verdade. E devemos
observar que a Medicina tem contribuído para acelerar a doença inclusive
psicologicamente.
O ponto em que nós, seres humanos, diferimos dos outros animais é o fato de
termos atividade mental. Isto é, experimentamos alegria, raiva, tristeza, satisfação e
outros sentimentos, e somos mais sensíveis aos estímulos externos. Todos já ti-
veram oportunidade de constatar que a influência exercida pela mente sobre o
corpo é muito maior do que imaginamos. Quando uma pessoa está preocupada e
insegura, perde o apetite, fica pálida, silenciosa e com a mente confusa, sente mal-
estar, tem insônia e outros sintomas. Algumas ficam debilitadas mentalmente e, em
casos extremos, tomam-se doentes mentais. Com base nessa teoria, vamos
mostrar que não se pode absolutamente negligenciar a influência da ação
psicológica no problema da tuberculose.
Uma pessoa pode vir a ficar tuberculosa por efeito da ação psicológica:
Suponhamos que, numa casa, alguém contraia a doença: Em conseqüência disso,
seus familiares sentem-se dominados pela idéia de que poderão ser contagiados, e
esse pensamento não lhes sai da cabeça: Aí, casualmente, um deles pega uma
gripe. Normalmente a pessoa não ligaria, julgando tratar-se de uma gripe sem
conseqüências, que passaria com um remédio comum. Naquelas circunstâncias,
porém, ocorre-lhe a suspeita de que tenha sido contagiada e imediatamente
começa a receber tratamento médico. Este, como já me cansei de falar, tem efeito
contrário, agravado pela insegurança da pessoa, o que torna a cura ainda mais
lenta: O próprio médico suspeita que realmente houve contágio, por existir um
tuberculoso na família, e isso influencia o doente, cujo estado vai piorando cada vez
mais. Finalmente, baseado em mera suposição, o médico diagnostica a doença, ou,
mesmo que não chegue a faze-lo claramente, dá a entender seu pensamento. A
essas alturas, levada pela idéia de que a tuberculose é incurável, a pessoa fica em
desespero, e a moléstia agrava-se ainda mais, terminando por levá-la à morte.
Infelizmente, isso é o que mais acontece. Uma gripe que poderia ser curada
facilmente, acaba roubando preciosas vidas, pela ação psicológica de uma
Medicina errada: Diante de tal situação, não podemos ficar de braços cruzados.

Vou dar dois ou três exemplos bem ilustrativos: Um deles é um caso famoso,
ocorrido no exterior. Trata-se de uma experiência feita num presídio de Paris, na
França: Por ocasião de um exame de saúde, o médico disse a um prisioneiro
saudável:
"Você está tuberculoso." O prisioneiro não ligou, achando que devia ser engano.
Pouco tempo depois, após novo exame, o médico falou: "A sua tuberculose já está
um pouco mais adiantada." Mesmo assim, ele não ligou muito. Na terceira vez,
entretanto, quando o médico disse: "Você já se tornou um autêntico tuberculoso", o
prisioneiro mudou seu pensamento e, dia após dia, foi enfraquecendo, vindo a
falecer meses depois. O caso que se segue ocorreu nos Estados Unidos. Vedaram
os olhos de um prisioneiro e fizeram-lhe um pequeno corte no dedo. Em seguida,
colocaram-lhe um balde junto dos pés e, com um conta-gotas, provocaram um
barulho como se o sangue estivesse pingando. Passado algum tempo, o
pesquisador comentou: "A quantidade de sangue que você perdeu já não lhe dá
condições de sobreviver." Pouco depois, o prisioneiro morreu. Os animais, especial-
mente os bois, também ficam tuberculosos. O número de bois atingidos pela
doença é incalculável, mas isso não tem a menor influência sobre o seu tempo de
vida, que é o mesmo que o dos bois saudáveis. Obviamente, o fato decorre de não
existir nenhuma ação psicológica sobre eles, diferente do que acontece com os
homens.
Pelos exemplos citados, podem ver a influência da ação psicológica sobre o ser
humano.

A TRAJETÓRIA DA TUBERCULOSE

O caminho percorrido pela tuberculose até a declaração da doença, é como eu


acabo de descrever. Mas o problema começa na fase seguinte. Primeiramente, o
médico recomenda ao doente repouso absoluto, dieta alimentar, aeroterapia,
remédios, etc. Exceto a aeroterapia, todos esses tratamentos são métodos para
deter a purificação. O repouso é o método mais eficaz de enfraquecimento e, como
resultado, a força de purificação torna-se bem fraca; consequentemente, a começar
pela febre, que abaixa, todos os sintomas se amenizam. Os remédios e a dieta
alimentar também detêm a purificação, de modo que o doente pensa que está
melhorando. Quando, casualmente, ele faz algum exercício, a força de purificação
se intensifica e a febre volta: O médico se assusta e proíbe-lhe a prática de
exercícios. Todos os tuberculosos passam por essa experiência:

Aqui, devemos atentar para um fato: apesar de, no início, os antitérmicos serem
eficientes até certo ponto, o seu uso continuo faz com que, gradativamente, a febre
alta se torne persistente e nenhum método antitérmico surta efeito. Usado continua-
mente, qualquer remédio provoca intoxicação, surtindo, portanto, efeitos contrários.
Concordarão comigo observando que as pessoas que sempre usam laxantes ficam
com prisão de ventre crônica, e os usuários de morfina, cocaína e outras drogas
não conseguem mais largar o vício.

Como dizíamos, quando a febre alta perdura vários dias, a pessoa vai
enfraquecendo e fica de cama: Na fase final, a maioria é acometida de tuberculose
na laringe e nos intestinos. Segundo minhas pesquisas, a tuberculose na laringe é
causada por tóxicos fortíssimos de catarros antigos e deteriorados que passaram
por esse local, e também pela purificação de nódulos existentes em suas
proximidades. Quanto à tuberculose intestinal, já explicamos sua causa:

TOXINAS MEDICINAIS

No caminho percorrido até hoje pela Medicina ocidental, desde Hipócrates, seu
iniciador, há mais de 2.500 anos, e no caminho percorrido pela Medicina chinesa,
fundada há 5.000 anos por Fukugui, todos os tratamentos de doenças não
passaram de métodos para interromper a purificação, como eu já disse. Nesse
sentido, o método mais eficaz são os remédios. Estes, por natureza, são
substâncias tóxicas, cuja ação enfraquece o corpo humano. Por falta de
esclarecimento, a humanidade acreditou que os remédios têm um poder misterioso
na cura das doenças: Certamente foi devido a essa psicologia que surgiram as
expressões “santo remédio" e "remédio milagroso". Isso aconteceu porque a
verdadeira natureza da doença era completamente desconhecida; em suma,
porque se interpretou a doença no mau sentido e os remédios no bom sentido. Em
verdade, não se perceberam os efeitos contrários destes últimos.
No Japão, entretanto, no período final da Era Tokugawa (1603-1867), o grande
mestre da Medicina chinesa, Suguita Guenpaku, disse: "No mundo, não existe nada
que, por natureza, seja remédio. Todos os remédios são venenos.
Consequentemente, não se cura a doença com eles. O que se faz, na realidade, é
deter o veneno através de outro veneno." São palavras de grande sabedoria: Aliás,
um dos principais propósitos da Medicina contemporânea é a pesquisa de
substâncias tóxicas.

A Medicina acredita que, surtido o efeito do remédio, esse efeito se acaba. Mas é o
maior engano; os efeitos dos remédios permanecem no corpo humano. As coisas
que o homem deve comer e beber, foram definidas naturalmente pelo Criador.
Sendo alimentos destinados a preservar-lhe a vida, devem infalivelmente ter sabor.
Os órgãos digestivos foram criados com a capacidade de se adaptar aos alimentos
da Natureza; consequentemente, tudo aquilo que não é alimento está fora da
função dos órgãos digestivos, e, por isso, é natural que permaneça no organismo
sem ser digerido. Darei dois ou três exemplos ilustrativos.
Uma senhora que durante muitos anos trabalhou como enfermeira-Chefe de um
hospital, contou-me que um homem de pouco mais de quarenta anos morreu
subitamente, sem nenhuma causa aparente. Para descobrir a causa da morte, foi
feita a autópsia e constatou-se que nos intestinos desse homem havia uma grande
quantidade de pequenos grãos pretos. Estes grãos eram as pílulas que ele tomara
como laxantes durante muito tempo, devido à prisão de ventre. Pode-se imaginar
que isso provocou obstrução dos intestinos ou paralisação do movimento pe-
ristáltico. Fosse o que fosse, não restou nenhuma dúvida de que a morte fora
causada pelas pílulas laxativas.

Houve também um senhor, de cinqüenta anos mais ou menos, que faleceu


repentinamente por motivo semelhante. A única diferença é que a causa da morte
não foram os laxantes e, sim, o uso continuo de remédios para a digestão. Como
resultado da autópsia, constatou-se o grande acúmulo desse tipo de remédio em
seu estômago e intestinos.

Um doente assistido por um dos meus discípulos tinha diversos nódulos pequenos
na parte inferior do estômago e sempre sentia uma certa indisposição. Logo depois
que começou a receber o nosso tratamento, ele vomitou diversas vezes e, com
esses vômitos, os nódulos desapareceram e a indisposição acabou. Na hora em
que ele vomitava, expelia uma espécie de gosma cujo cheiro lembrava o das
lesmas. Essa pessoa, segundo ela própria nos disse, há mais de dez anos engolira
algumas lesmas e, surpreendentemente, elas permaneciam em seu estômago, sem
serem eliminadas.

Outro exemplo é o de uma cantora profissional que, para ter uma bela voz, engolira
duas lesmas. Passados alguns anos, apareceu-lhe, no lado esquerdo do estômago,
um pequeno caroço, parecendo câncer. Como ele inchasse cada vez mais, ela
submeteu-se a uma operação, a qual revelou que uma das lesmas morrera e se
transformara em nódulo e a outra estava viva e crescendo assustadoramente dentro
de sua barriga.
Pelo que acabamos de ver, é fato incontestável que os medicamentos, substâncias
estranhas ao corpo, não são eliminados, permanecendo no organismo.
A propósito de os medicamentos se tornarem a causa de doenças, existe um ponto
que as pessoas em geral não percebem. E o aparecimento de complicações,
apesar de o doente estar se submetendo a tratamentos médicos. Casos estes
fossem realmente eficazes, a pessoa, com o decorrer do tratamento, d~ veria
melhorar progressivamente, não havendo motivos para surgirem complicações. Se
alguém, por exemplo, tem três doenças, deveria ficar com duas, depois com uma e
sarar completamente. A seqüência dos fatos, no entanto, é justamente o contrário:
uma doença acarreta duas, três doenças, em total desacordo com a lógica. E é
estranho que nem os médicos nem os doentes tenham a menor desconfiança. Isso
nos faz ver o quanto as pessoas confiam na Medicina, já chegando a ser uma
espécie de superstição, o que eu não posso deixar de lamentar um instante sequer.
Pela teoria acima, se a humanidade conseguir eliminar os medicamentos, não há
dúvida de que as doenças irão desaparecendo gradativamente.
A experiência que eu adquiri através do contato com um grande número de doentes
me permite distinguir a gravidade da doença pela quantidade de toxinas medicinais.
Aqueles que possuem muitas toxinas medicinais apresentam os sintomas que
enumeramos a seguir:
Estão sempre indispostos, devido a uma febre imperceptível nos lugares onde se
concentram as toxinas, e por isso sentem pequenos calafrios, sendo mais friorentos
que as pessoas comuns. Enjoam-se facilmente das coisas, gostam de ficar deita-
dos, são inconstantes, não conseguem prender-se a uma só tarefa por muito
tempo. Seu pensamento é dispersivo e não têm capacidade de concentração.
Interpretam as coisas de forma negativa, carecem de senso comum e são
melancólicos; como preferem os lugares escuros aos claros, gostam mais dos dias
chuvosos que dos dias de sol. Irritam-se à toa e tendem a cair no desespero.
Qualquer coisa os incomoda, deixa-os histéricos e, embora saibam que estão
errados, não conseguem corrigir-se; ao contrário, martirizam-se com esse estado
de espírito. Em casos extremos, sentindo-se desiludida da vida, a pessoa planeja o
suicídio ou fica perturbada mentalmente. Quando há alguém assim num lar, todos
recebem sua influência, e a casa fica sombria, cheia de conflitos, sendo
completamente impossível uma vida feliz.
Outro sintoma: os homens contemporâneos têm o raciocínio lento. Por esse motivo,
as palestras de pessoas que ocupam cargos elevados, geralmente não podem ser
feitas sem uma redação prévia. Talvez para evitar que o sentido da palestra fique
confuso, por falta de lógica na seqüência das idéias, ou para que não haja
interrupções. Ou também pelo fato de as pessoas não confiarem em sua própria
cabeça. Além disso, a maioria dos homens atuais tem dificuldade de entender as
coisas com explicações simples. É preciso dar-lhes explicações detalhadas, com di-
versos exemplos, para que eles se dêem por satisfeitos. Se tivessem um bom
raciocínio, bastaria ouvirem uma só coisa para imaginarem tudo que está
relacionado a ela. A verdade é que o governo dos países considerados civilizados
precisa reunir a inteligência de um grande número de pessoas e estudar diversos
planos para obter soluções adequadas, a ponto de surgirem expressões como
"intercâmbio de reuniões". A quantidade de reuniões, principalmente nos órgãos
governamentais e nas empresas, com enorme desperdício de tempo, mostra isso
muito bem. Pela mesma dificuldade de compreensão do homem moderno, quando
o governo vai fazer novas instalações ou elaborar novos planos, tem de promover
propagandas insistentes, através de diversos meios, como rádio, jornais, cartazes,
etc., caso contrário a propaganda não entra na cabeça do povo.
Observando tais fatos, vemos a necessidade urgente de ensinar aos homens
contemporâneos, cuja inteligência cresce inversamente ao progresso da cultura, o
método para se libertarem dos medicamentos. Creio que, através da exposição
teórica e dos exemplos reais apresentados, os leitores puderam compreender o
quanto eles são maléficos.

OS TRÊS TIPOS DE TOXINAS

Como eu já disse, a origem de todas as doenças são as toxinas, que podem ser de
três tipos: hereditárias, urinárias e medicinais.
Que são toxinas hereditárias? São heranças dos tóxicos contidos nos
medicamentos. Esses tóxicos, passando por diversas gerações, transformam-se
numa espécie de toxina. Na história do Japão, há um fato ilustrativo do que
estamos dizendo:
A varíola surgiu no Japão há mais de 1.300 anos, a partir do reinado do Imperador
Kinmei (51~570). No ano 13 do reinado desse imperador, o budismo foi introduzido
no país, e, pouco tempo depois, houve o surto de uma epidemia desconhecida em
diversas regiões. Os governantes da época atribuíram-no à fúria dos deuses
japoneses, pela introdução do budismo, que foi, então, proibido. Entretanto, como a
epidemia não cessasse, viram que ela não tinha nenhuma relação com o budismo,
e este foi permitido novamente. Com base em minhas observações, aquela
epidemia, que, obviamente, era de varíola, foi causada pela introdução dos
medicamentos chineses, muito anterior à introdução do budismo.
A Medicina aponta a sífilis hereditária como sendo a causa de diversas doenças.
Aliás, na Alemanha, existe um grupo que defende a tese de que a sífilis é a causa
de todas as doenças. Eu, no entanto, penso que a chamada sífilis hereditária nada
mais é do que toxinas hereditárias, pois não São poucas as pessoas dadas como
portadoras dessa doença cujos pais e avós não a manifestaram.
As toxinas urinárias são decorrentes da urina que não é eliminada, em
conseqüência do atrofiamento da atividade renal. Segundo a própria Medicina, a
função dos rins é a produção da urina e de hormônios. Enquanto que as partes
desnecessárias dos alimentos e das bebidas são eliminadas em forma de fezes e
de urina, as substâncias estranhas, como eu disse anteriormente, não podem ser
eliminadas, e por isso, ao saírem dos rins, concentram-se e solidificam-se nessa
região. Como resultado da pressão desses nódulos, os rins ficam atrofiados, dando
origem a resíduos de urina que, pouco a pouco, vão se concentrando e solidificando
em ambos os lados da coluna, até os ombros; em seguida, deslocam-se para
medula, vasos linfáticos, parótidas, amígdalas e outros locais. A piorréia é uma
doença que tem por finalidade expelir as toxinas urinárias através das raízes dos
dentes; portanto, é a eliminação oral da urina deteriorada. Sabendo a origem dessa
doença, muitas pessoas ficarão repugnadas. Dessa forma, podemos dizer que as
toxinas urinárias são a causa de todas as doenças.
Quanto às toxinas medicinais, dispensam-se maiores detalhes, pois já falei sobre o
assunto, mas acho necessário explicar como elas se manifestam. Seus principais
sintomas são febre, dores, coceira, diarréia, vômitos, dormência, mal-estar, etc. A
febre é proporcional à quantidade de toxinas e pode-se até dizer que não se
observa a ocorrência deste sintoma entre pessoas que nunca tomaram remédios.
No tocante às dores, as produzidas pelos medicamentos ocidentais em geral são
agudas, podendo ser, por exemplo, picantes (como picada de agulha), perfurantes e
rápidas. Já os medicamentos chineses, quase todos, produzem dores brandas. A
coceira geralmente é causada pelos medicamentos ocidentais; as injeções de
cálcio, especialmente, provocam alergia e por isso requerem cautela.
Existe um método para se distinguir os três tipos de toxinas mencionadas. No caso
das toxinas hereditárias, quando se pressionam os nódulos com os dedos, não há
sensação de dor; no caso das toxinas urinárias, a dor é leve; tratando-se de toxinas
medicinais, a dor é intensa. Com bastante treino, não é tão difícil fazer a distinção.

PROCEDIMENTO EM RELAÇÃO ÀS VACINAS

Se, conforme foi exposto, impedimos a eliminação das toxinas hereditárias através
das vacinas e isso torna-se a causa de todas as doenças, é preciso parar
terminantemente com a vacinação. Por outro lado, contrair varíola como resultado
da abolição da vacina, também será um sofrimento insuportável. De que modo,
então, se poderia solucionar o problema? O melhor meio éa tática da diminuição
gradativa, pois, uma vez que a origem das toxinas hereditárias são as toxinas
medicinais, não é possível eliminar seus efeitos imediatamente, abolindo os
medicamentos. Essa eliminação é muito demorada, por conseguinte não há outro
recurso senão esperar pelo tempo necessário, empregando o meio acima. Através
do nosso tratamento, no entanto, a eliminação das toxinas hereditárias é muitas
vezes mais rápida que através de sua diminuição natural. Além disso, mesmo
contraindo a varíola, normalmente a pessoa melhora em cerca de uma s~ mana, de
modo que não há exagero em dizer que a abolição da vacina não representa o
menor perigo.

MEDICINA É CIÊNCIA?

Talvez não exista, atualmente, uma pessoa sequer que não veja a Medicina como
Ciência. Entretanto, eu digo que ela não é Ciência.
As ciências naturais devem desvendar a realidade da Natureza, descobrir suas leis,
criar padrões e com isso contribuir para o bem-estar da humanidade.
conseqüentemente, não devem permitir o mínimo de arbitrariedade ou negligência à
Natureza. A esse respeito, convém estabelecer a diferença entre o ser humano e os
animais. A Ciência coloca-os no Reino Animal, mas esse fato, por si mesmo, já é
uma arbitrariedade. Ela utiliza, como único método, a pesquisa em cobaias e ratos
brancos, e aplica os resultados dessa pesquisa aos seres humanos. Analisando sob
diversos aspectos o homem e os animais, poderemos dizer que eles diferem quase
radicalmente. O homem é um ser espiritual, e o animal, um ser material. A Religião,
por exemplo, assim como a Filosofia, a Arte, o amor-paixão, a piedade e outras
atividades mentais não existem entre os animais. Mesmo do ponto de vista material,
há uma enorme diferença entre estes e o ser humano no tocante à forma,
movimentos, constituição física, alimentação, modo de vida, etc. Entre outras
características, os animais possuem quatro patas, rabo e pêlo grosso no corpo
todo; além disso, sua linguagem, olfato, audição e tudo mais, são muito diferentes,
de modo que eu não preciso dizer mais nada. As experiências com animais, por
conseguinte, não são próprias das ciências naturais, mas de ciência que não leva
em conta a Natureza.
Resumindo em poucas palavras o ponto principal do famoso livro "O homem, ser
desconhecido", da autoria de Alexis Carrel, do Centro de Pesquisas Rockfeller, o
qual recebeu o Prêmio Nobel, a Ciência contemporânea "nada sabe a respeito do
ser humano".
A seguir, vou mostrar diversos exemplos.
Suponhamos que alguém da família de um médico adoeça. E interessante observar
que, na maioria das vezes, o médico não trata do doente, passando a tarefa a um
colega. Até mesmo pelo senso comum, é estranho que a vida de um familiar, tão
importante para ele, não fique sob seus cuidados e, sim, ao encargo de outra
pessoa. Certamente o médico age dessa maneira por não confiar nas suas
habilidades. Por experiência, ele sabe que os resultados são melhores quando se
coloca o doente sob os cuidados de mãos alheias. Os médicos certamente não
conseguirão dar explicações a esse respeito, mas eu penso da seguinte maneira:
A Medicina é um método de impedir a purificação; assim quanto mais tratamentos
se aplicam, mais a doença se agrava. Uma vez que o doente é pessoa de sua
família, o médico quer para ele o melhor tratamento possível e, naturalmente, iria
escolher os remédios da mais alta qualidade. Como esses remédios são os mais
tóxicos, os resultados são ruins. Sendo um médico estranho, irá fazer um
tratamento comum, e por isso a pessoa não piora tanto. Por conseguinte, ele se sai
melhor. Também é muito freqüente o doente custar a melhorar quando o médico se
empenha demais em curá-lo; ao contrário, aqueles com quem o médico não se
preocupa muito, melhoram mais rápido. Provavelmente isso acontece pelos motivos
já expostos.
No caso de uma doença mais grave, os laudos médicos sempre diferem. Se um
paciente for examinado por cinco médicos, com certeza os cinco laudos serão
diferentes, porque nãom existe um padrão científico; não seria absurdo dizer que o
padrão existente é até anticientífico.
Através de exemplos reais, mostrarei como são ineficazes os laudos e os
tratamentos médicos. Um deles refere-se à morte do Dr. (ilegível), ex-professor
honorário da Universidade Imperial, que era uma autoridade em oncologia. O
interessante é que há muito tempo ele vinha dizendo que ia morrer de câncer e, de
fato, veio a falecer dessa doença. Médicos famosos e o próprio Dr. (ilegível) haviam
diagnosticado câncer pulmonar, mas após a morte, feita a autópsia, verificou-se que
a doença se originara no intestino, tendo atingido, também, o pulmão. O câncer
intestinal, portanto, não foi detectado antes da morte, o que nos faz chegar às
seguintes conclusões:
12 - Um cientista tão notável como o Dr. (ilegível) não conseguiu evitar o seu
próprio câncer.
22 - A começar por ele mesmo, grande número de médicos não conseguiram
descobrir-lhe o câncer intestinal e, muito menos, curá-lo.
Outro exemplo. O Dr. lrizawa Tatsukiti morreu em conseqüência de apendicite. Na
ocasião, sabendo da doença de seu mestre, mais de cento e vinte médicos vieram
assisti-lo, empregando toda a sua inteligência para curá-lo. O próprio Or. Irizawa
deve ter pensado e repensado numa forma de debelar o mal, mas a apendicite,
doença de cura tão fácil, não foi debelada e ele acabou falecendo, o que mostra
claramente a incapacidade da Medicina. Dizem que, na ocasião, ele compôs o
seguinte poema: "Embora eu ache que não fará nenhum efeito, tomo, por
obrigação, o remédio que faço as pessoas tomarem".
Quando vão fazer um exame clínico, os médicos perguntam, nos mínimos detalhes,
não só o histórico das doenças do paciente, mas também a "causa mortis" e o
histórico das doenças de seu pai, mãe e irmãos. É tomando esses dados como
referência que eles dão o laudo. Evidentemente, procedem assim porque não
conseguem fazer um diagnóstico preciso baseado apenas no corpo do doente. Ora,
se a Medicina estivesse realmente avançada, os médicos deveriam descobrir a
causa da doença só de examinar a pessoa. No caso, porém, do tratamento que nós
aplicamos, o laudo de dez terapeutas será igual, já sendo possível, atualmente, dar
um diagnóstico preciso pelo simples exame do paciente.
Vou mostrar o que é a verdadeira Medicina. No que se refere ao tratamento, ele não
deve causar sofrimento algum; muito pelo contrário, deve até proporcionar uma
sensação agradável. Entre outras condições, é essencial que a cura seja rápida,
que a doença não reapareça nem mesmo depois de muitos anos, e que a pessoa
tenha ainda mais saúde que antes de ficar doente. Uma técnica medicinal com
essas características é que merece o nome de avançada.
Assim, é bom que analisem a realidade da Medicina contemporânea. Suas
condições são justamente o contrário das que acabamos de expor. Para avaliá-las,
basta pensarmos nos diagnósticos errados, nas dores causadas pelas injeções e
cirurgias, na longa duração dos tratamentos, no perigo de reincidência da doença,
na invalidez em conseqüência de uma operação, etc.
O trecho que se segue foi extraído do livro "A tuberculose e a vida", da autoria do
Dr. Kunishima Kihatiro:
"A primeira noção que nos transmitem no aprendizado da Medicina é que as
doenças melhoram naturalmente, ou seja, que elas melhoram apenas com a força
que nasce naturalmente no corpo, desde que somos bebês. Na primeira aula do
curso de Medicina nos é ensinada essa verdade existente há setecentos mil anos,
desde que a vida foi criada.
As circunstâncias que envolvem, atualmente, o tifo intestinal e a pneumonia são as
mesmas de cem anos atrás, quando a Medicina ainda não havia alcançado o
desenvolvimento que apresenta hoje. Seja qual for o médico que faça o tratamento,
ou quantos forem, o tifo do rico e o tifo do pobre duram o mesmo espaço de tempo,
isto é, quatro semanas. Se as doenças só melhorassem com médicos e remédios,
uma doença que há cem anos levava quatro semanas para ser debelada, agora
deveria levar duas ou três. O tifo, no entanto, continua levando quatro semanas. O
mesmo acontece no caso da pneumonia aguda; hoje, tal como naquela época, ela
dura uma semana.
A questão não diz respeito ao tempo que o remédio leva para fazer efeito, mas ao
tempo que é necessário para o aparecimento natural de uma força de resistência
que amenize os efeitos tóxicos do remédio até eliminá-los, restaurando o metabolis-
mo. Por isso, quando a pessoa é acometida pelo vírus do tifo ou da pneumonia, o
tempo de duração da doença é o mesmo de há cem anos atrás."
Pelos exemplos apresentados, creio que irão concordar se afirmarmos que o
avanço da Medicina não só é ilusório como anticientífico.

AS DOENÇAS CONTAGIOSAS E AS BACTÉRIAS

Atualmente, a Medicina acredita que quase todas as doenças são causadas por
bactérias. As bactérias minúsculas, que não podem ser vistas nem através de
microscópios, são chamadas de vírus. Segundo a Medicina, a gripe, a difteria, a
coqueluche, a coceira, a parotidite epidêmica e outras doenças são de contágio
rápido. Assim, em salas fechadas ou na condução, quando uma pessoa doente
espirra ou tosse, os vírus espalham-se como nevoeiro, juntamente com a saliva, e
os presentes são contagiados inspirando esses vírus que ficam pairando no ar. Os
velhos já estão relativamente imunizados; os jovens, no entanto e principalmente as
crianças, contagiam-se facilmente, e por isso não devem se aproximar muito de
pessoas doentes.

Dessa forma, se os homens contemporâneos acreditarem que a maioria das


doenças são causadas pelas bactérias, como se diz, a vida se tornará, para eles,
motivo do maior pavor. Fosse verdadeira a tese da Medicina, a vida em sociedade
seria totalmente impossível. Primeiro, as pessoas estariam correndo um grande
risco ao viajarem de trem, de ônibus ou de outra condução, pois o passageiro ao
seu lado pode estar com alguma doença contagiosa. Se todas as janelas de uma
condução lotada estiverem fechadas, seria impossível evitar o contágio pelo ar,
porque ali dentro deve haver tuberculosos ou portadores de outras doenças
consideradas contagiosas. Também seria perigoso conversar com as pessoas, pois
nosso interlocutor pode sofrer de alguma enfermidade transmissível e, durante a
conversa, é impossível ficarmos separados dele mais de um metro. Os lugares,
portanto, onde existe grande concentração humana, como teatros e cinemas,
seriam altamente perigosos. Assim, para ser fiel à t~ se da Medicina, em primeiro
lugar o homem teria de cortar todos os laços com a sociedade. A fórmula ideal seria
morar numa casa isolada nas matas ou a bordo de um navio em alto- mar. Se o ser
humano não vive dominado pelo pavor, é porque não acata inteiramente a tese da
Medicina.

Mais perigoso que o contágio através do ar seria, obviamente, o banho público e o


contato manual com as barras dos trens e de outras conduções, as maçanetas das
portas e o dinheiro. Este, especialmente, seria o mais perigoso, pois, passando
pelas mãos de um grande número de pessoas, é um verdadeiro ninho de bactérias.
A esse respeito, vamos relatar uma pesquisa que foi feita:

O Dr. Abe Mitsufumi, da área de Higiene da Faculdade de Medicina da Universidade


de Hokkaido, reuniu, num total de 345 amostras, notas de 10 ienes, moedas de
prata de 50 "sen"(1), moedas de níquel e de cuproníquel de 10 "sen" e moedas de
bronze de 1 "sen", provenientes de lugares onde elas passam pela mão de muita
gente, como correios, bancos, mercados, lojas de departamentos, restaurantes e
mercearias, assim como também dinheiro individual. Pesquisando as bactérias
presentes em cada moeda ou nota, ele verificou a existência de um número
incalculável de bacilos do cólon, bacilos paratíficos, estafilococos, bacilos da cólera,
esquizomicetos e outros. Todas essas bactérias são prejudiciais ao corpo humano e
é preciso ter muito cuidado principalmente com as crianças pequenas, que,
ingenuamente, costumam colocar moedas na boca. Muitas pessoas devem pensar
que o dinheiro também está impregnado de bacilos de Koch, mas, segundo a
pesquisa do Or. Abe, a quantidade desse bacilo, no dinheiro, é relativamente
pequena, não chegando a afetar o corpo humano.

(1) Sen = 1 centésimo do iene.

QUANTIDADE DE BACTÉRIAS ENCONTRADAS NAS NOTAS E MOEDAS


(Pesquisa realizada no mês de junho de 1936)

Vejamos, em primeiro lugar, o número de bactérias encontradas em cada nota de


10 ienes e em cada moeda de 50,10 e 1 "sen":
Nas notas de 10 enes, a quantidade atingia uma máxima de 169.505 bactérias, e
uma média de 52.491.

Nas moedas de prata de 50 "sen", uma média de 1.559 bactérias.


Nas moedas de cuproníquel de 10 "sen", 2.470 bactérias.
Nas moedas de níquel de 10 "sen", 2.203 bactérias.
Nas moedas de bronze de 1 “sen", 1.312 bactérias.

TIPOS E QUANTIDADE DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS

Vejamos, ainda, a quantidade de bacilos do cólon, bacilos do tifo, do paratito e


outras bactérias patogênicas encontradas nas notas e moedas examinadas:
Nas notas de 10 ienes 54
Nas moedas de prata de 50 "sen" 4
Nas moedas de cuproníquel de 10 "sen" 3
Nas moedas de níquel de 10 "sen"1
Nas moedas de bronze de 1 "sen" 4

As moedas de níquel de 10 "sen" apresentavam menos bactérias que as outras


porque fazia pouco tempo que tinham sido colocadas em circulação. Quanto ao
número relativamente pequeno de bactérias nas moedas de bronze de 1 "sen",
deve-se à própria natureza bactericida do bronze.
LOCAL E QUANTIDADE DE BACTÉRIAS

Qual a procedência do dinheiro que apresentava mais bactérias? O maior número


de bactérias foi observado no dinheiro proveniente dos mercados; em seguida, por
ordem, no que provinha dos correios, lojas de utilidades domésticas, supermer-
cados, restaurantes, confeitarias, mercearias e, por fim, no dinheiro de procedência
individual. Este último apresentava o número mais baixo porque, ficando dentro da
carteira, onde há menos circulação de ar, as bactérias não se multiplicam.

Como se pode ver, há uma enorme quantidade de bactérias, de todos os tipos, no


dinheiro. Entretanto, esterilizar as mãos toda vez que elas entram em contato com
dinheiro, é impossível, para quem quer que seja. Como solucionar, então, esse
problema? E muito fácil. Basta adquirir um corpo sadio, que não adoeça nem
mesmo que seja penetrado por bactérias. Mas é possível adquirir um corpo tão
sadio? Pelo. método de saúde criado por mim, é perfeitamente possível. E será que
as bactérias são tão terríveis como diz a Medicina? Não o são tanto assim, o que
pode ser comprovado pela pesquisa que passamos a relatar:

Segundo um artigo publicado pelo Jornal Yomiuri no dia 3 setembro de 1935,


existem, em Tóquio, 12.000 coletores de lixo. A Secretaria Social da cidade realizou,
em meados de dezembro do ano anterior, centralizada no Distrito de Adati, uma
pesquisa minuciosa sobre coletores de lixo a serviço de estabelecimentos
comerciais do ramo. No dia 2 de setembro foram divulgados os resultados.
Surpreendentemente, embora se trate de um serviço tão anti-higiênico, foi
constatado um número baixíssimo de portadores de doenças contagiosas e até
mesmo de outras doenças. Das 2.415 pessoas pesquisadas, apenas 60 eram do
sexo feminino; na faixa de 31 a 50 anos, existiam 1.299, mais da metade do total.
Quanto às condições de saúde, os que sofriam de doenças crônicas do fígado e
dos intestinos eram mais numerosos e, em seguida, os alcoólatras. Sofrendo de
doenças consideradas contagiosas, como a tuberculose pulmonar, e de doenças
venéreas, havia relativamente poucos. Entre as 2.415 pessoas pesquisadas, 2.123
eram saudáveis; de saúde debilitada, 85; fracas devido à idade avançada, 58;
inválidas, 35; portadoras de doenças incuráveis, 85; portadoras de outras doenças,
32.
Baseados na realidade evidenciada por essa pesquisa, podemos afirmar que quase
não há doenças transmitidas por vírus. Considerando as condições apresentadas
por profissionais que, mais do que quaisquer outros, estão em contato com vírus,
não podemos deixar de surpreender-nos.

Tudo que existe neste mundo é necessário ao ser humano. Caso chegue a época
em que alguma coisa se tome desnecessária, pela evolução da humanidade, tal
coisa deverá ser s~ lecionada e destruída naturalmente. Portanto, o ser humano diz
que algo é inútil ou prejudicial por ser obscura a razão de sua existência, em vista
de a cultura humana ainda não ter progredido a ponto de descobri-la. Nesse
sentido, até mesmo as bactérias são existências necessárias à sobrevivência da
humanidade. As doenças contagiosas, como outras doenças, são ações purifi-
cadoras. Só que a purificação é violenta, roubando a vida das pessoas com rapidez,
razão pela qual elas são muito temidas.

Vou explicar por que as doenças contagiosas são violentas.

Quando as impurezas existentes no sangue humano atingem certa densidade,


surge uma ação para eliminá-las, cujo motivo já expliquei anteriormente. A
necessidade de se ativar ainda mais essa eliminação é a razão da existência das
bactérias. Uma vez que São seres vivos, as bactérias, penetrando nos alimentos ou
na pele, necessitam de alimento, caso contrário, não poderiam preservar sua vida
nem multiplicar-se. Isso acontece com todos os seres vivos. Mas qual é o alimento
das bactérias? São as impurezas que existem no sangue. Quanto mais impuro for o
sangue da pessoa, mais propensa ela estará ao aparecimento de bactérias. Assim,
a distinção entre pessoas doentes e pessoas sadias é que estas têm sangue puro,
ao passo que aquelas têm sangue impuro. Os portadores de vírus têm pouca
quantidade de sangue impuro, de modo que não estão propensos a adquirir
bactérias patogênicas nem a morrer, ficando numa situação mediana.

Baseados no principio acima, podemos dizer que as bactérias são como faxineiras.
Sua função é fazer com que os portadores de sangue impuro se tornem portadores
de sangue puro. Visto que a Medicina promove uma paralisação intensa e contrária
à purificação executada por esses úteis micróbios, o resultado é a morte. E não é
só. Dando a isso o nome de imunização, ela realiza a vacinação preventiva de
diversas doenças contagiosas, o que vem a se tomar causa do enfraquecimento da
força de purificação do ser humano e diminuição da resistência física. Ultimamente,
é muito comum o aparecimento de um pequeno caroço abaixo do joelho. Isso
ocorre porque as toxinas das vacinas preventivas descem, solidificam-se e tentam
sair, de modo que, se deixarmos a natureza agir, o caroço desaparecerá
naturalmente, não havendo necessidade de preocupação.

A Medicina diz que os glóbulos brancos realizam uma atividade de defesa em


relação às bactérias existentes no sangue, mas, conhecendo o princípio que
acabamos de expor, a presença dessas bactérias não constitui problema. O
pernilongo e outros insetos que as pessoas abominam, transportam os limpadores
de sangue e por esse motivo também são existências importantes para os seres
humanos, pois, atualmente, existe muita gente de sangue impuro. No futuro,
quando houver um grande número de pessoas de sangue puro, não haverá mais
razão para a existência desses insetos, que desaparecerão naturalmente.

Na minha opinião, a palavra "contágio" deveria ser substituída por "aparecimento".


O nosso método terapêutico é uma ação para transformar os indivíduos de sangue
impuro em indivíduos de sangue puro. Assim, à medida que ele for difundido, é
incontestável que as doenças contagiosas irão diminuindo gradativamente.

DIETÉTICA

Dizem que a dietética, na Medicina atual, está bastante avançada. Explanaremos, a


seguir, com base num artigo de especialista do ramo, a teoria dietética da Medicina.

"As pessoas geralmente se alimentam três vezes ao dia. A alimentação tem por
objetivo fornecer as substâncias que São consumidas diariamente pelo corpo e, por
outro lado, promover a constituição do corpo. Assim, realiza-se no corpo humano,
ininterruptamente, uma ação de decomposição e uma ação de composição. Ao
conjunto dessas duas ações dá-se o nome de metabolismo. Mas por que processo
o alimento passa, depois de digerido e absorvido, até se transformar em
suprimentos e compostos?

Comecemos pelas proteína. Elas são decompostas no aparelho digestivo


transformando-se em aminoácidos, que, absorvidos pela mucosa das paredes
intestinais, penetram no sangue e, passando pelo fígado, São enviados ao corpo
inteiro, sendo distribuídos aos tecidos. Nestes, os aminoácidos se agrupam
formando proteínas peculiares; uma parte delas é mais uma vez decomposta e,
transformando-se em amônia, uréia, ácido úrico, creatina, creatinina e sais
minerais, é expelida através da urina. Dessa forma, ao serem digeridas, as
proteínas são utilizadas para a composição dos tecidos na forma de aminoácidos e
uma parte é queimada, como acontece com os carboidratos e as gorduras,
transformando-se em energia motora.

Vejamos, agora, os carboidratos. No final, eles se transformam em glicose,


monossacaridio que, absorvido pela mucosa intestinal, penetra nos vasos
sangüíneos e é transportado pela veia aorta. conseqüentemente, quando se
absorve uma grande quantidade de carboidratos, a taxa de açúcar do sangue
aumenta. Ingerindo-se muito carboidrato, ele vai para o fígado, onde fica
armazenado como glicogênio; de acordo com a necessidade, transforma-se
novamente em glicose e é fornecido ao organismo. Essa glicose sofre um processo
de oxidação, produzindo principalmente, energia motora, mas, ao mesmo tempo,
uma grande quantidade de gás carbônico. Quanto maior a atividade física da
pessoa, mais intensa é a oxidação da glicose; paralelamente, o glicogênio
armazenado no fígado é transformado de novo em glicose e vai suprir as
necessidades do organismo. Entretanto, até a produção do gás carbônico pela
oxidação da glicose, existem diversos produtos intermediários. O ácido pirúvico é
um deles, de modo que, medindo-se a sua quantidade, sabe-se o grau de fadiga
muscular. Além disso, parte dos carboidratos é transformada em gordura no interior
do corpo, onde fica depositada. Quando se ingerem muitos alimentos ricos em
carboidratos, a gordura aumenta e a pessoa vai engordando cada vez mais.

Vejamos, a seguir, os lipídios. Uma parcela é digerida e absorvida no estômago,


mas a maior parte é digerida e absorvida no intestino, decompondo-se em ácidos
graxos e glicerol, por ação da lipase pancreática, enzima solvente de gordura;
passando pela mucosa intestinal, eles são absorvidos, transformando-se outra vez
em gordura. Dirigem-se, então, para os vasos linfáticos, onde se juntam à linfa,
conferindo-lhe uma aparência leitosa. A linfa percorre o sistema linfático e vai ter ao
sistema venoso. Uma parte dos lipídios, posteriormente, fica armazenada no corpo
como gordura; outra parte é oxidada, transformando-se em energia. Entretanto,
diferentemente dos carboidratos, eles se transformam principalmente em energia
calorífica."

A teoria que acabamos de expor é extremamente minuciosa e, à primeira vista,


impressionante. Não é, pois, de se admirar que as pessoas em geral acreditem
nela. Todavia, por mais habilmente que uma teoria seja explicada, ela não terá
nenhum valor se não se adequar à realidade. Vou apresentar, agora, a teoria
dietética baseada nas minhas pesquisas.

Atualmente, quando se fala em dietética, fala-se de calorias, vitaminas, etc., mas eu


afirmo que, mesmo comendo-se alimentos que não contenham nenhuma vitamina -
A, B, C ou outra qualquer - consegue-se viver muito bem. O erro fundamental da
dietética moderna é que ela dá importância apenas a um aspecto da questão, ou
seja, aos alimentos, deixando de lado as funções do corpo humano, que os recebe
e processa.

Originariamente, o conjunto das atividades executadas pelos órgãos do corpo


humano forma uma química tão fabulosa, que não é possível compreendê-la nem
mesmo com todo o conhecimento atual. Com a ingestão de alimentos, o organismo
produz livremente os nutrientes necessários à vida e os transforma. Comendo-se
arroz, pão, verduras, batata, feijão, etc., o mago chamado função digestiva os
transforma em sangue, músculos e ossos. Entretanto, por mais que se dissequem
esses alimentos, não se consegue descobrir uma gota sequer de sangue, uma só
fibra muscular, não é verdade? Por mais que se disseque qualquer tipo de alimento,
não se encontrarão impurezas como as fezes e a urina, que são substâncias
fétidas, nem tampouco amônia.

Pela teoria dietética acima, se ingerirmos sangue, vitaminas, etc., qual será o
resultado? Na realidade, haverá um enfraquecimento do corpo. Quem ler isto,
achará estranho, mas, analisando mais profundamente, conseguirá entender. Se os
órgãos digestivos produzem vitaminas a partir de alimentos que não as contêm e
nós comermos vitaminas, não haverá espaço para a atividade da função digestiva
e, conseqüentemente, o aparelho digestivo enfraquecerá. Com o enfraquecimento
de uma atividade tão importante como essa, é óbvio que a atividade dos outros
órgãos, que têm funções conjuntas, também enfraquecerá. Por conseguinte,
praticando fielmente a teoria dietética da atualidade, obteremos resultados
contrários.

Para facilitar a compreensão do que estamos dizendo, darei um exemplo.


Suponhamos uma fábrica destinada à produção de determinado artigo pela queima
do carvão mineral e transformação do ferro. Com o trabalho dos operários, a ação
das máquinas e vários processos por que passa a matéria-prima, obtêm-se um
produto acabado. Esse processo de trabalho é, portanto, a força vital da fábrica. Se,
desde o inicio, se transportassem para lá artigos prontos, não haveria necessidade
do trabalho dos operários e da ação das máquinas, nem sairia fumaça das
chaminés, ou seja, a fábrica perderia a razão de sua existência. Assim, os operários
seriam dispensados e as máquinas enferrujariam. Portanto, se o corpo humano
ingerir alimentos acabados, não haverá espaço para a atividade da fábrica de
nutrientes e por esse motivo ela enfraquecerá. Essa teoria nos ensina que a força
vital do ser humano é produzida através da transformação dos alimentos
inacabados em alimentos acabados. Naturalmente, as vitaminas e todos os outros
nutrientes São alimentos acabados.

A alimentação dos agricultores é muito simples e por isso eles têm uma
extraordinária capacidade de trabalho. A grande força vital dos famosos agricultores
da Manchúria decorre do fato de eles se alimentarem unicamente de pão de sorgo,
nas três refeições diárias. Do ponto de vista da dietética, a alimentação ideal é a
das pessoas da classe superior. No entanto, observa-se que, apesar de comerem
alimentos cem por cento nutritivos e variados e os mastigarem bem, em geral elas
são mais fracas. O que sig
60

nifica isso? Mastigar bem os alimentos, sobretudo, não é recomendável, porque


enfraquece a atividade do estômago.

A dietética atual negligencia muito o valor nutritivo dos cereais. Quando se fala em
nutrientes, pensa-se que eles estão contidos em maior quantidade nos alimentos
complementares, mas isso também é um erro. Na realidade, os nutrientes contidos
nos cereais são os principais e os contidos nos alimentos complementares são
secundários. Pode-se dizer que a função destes é tornar os cereais mais
apetitosos. Pude comprovar essa teoria numa excursão que fiz aos Alpes
Japoneses. Fiquei espantado ao ver a marmita dos cicerones: era só arroz, não
havia mais nada, nem sequer ameixa salgada (2). Como eu lhes perguntasse se
arroz puro era gostoso, eles responderam que era "muito gostoso". E esses
cicerones sobem e descem, diariamente, um caminho extremamente íngreme,
carregando, nas costas, bagagens que pesam cerca de 50kg. Como é que os
nutricionistas explicarão tal fato?

Parece estranho que se goste de comer arroz puro, mas há uma explicação para
isso. O organismo do ser humano está constituído de modo a se adaptar ao
ambiente; se a pessoa tiver continuamente uma alimentação simples, seu paladar
sofrerá uma mudança - fato que não é muito conhecido - e a comida lhe parecerá
saborosa. Ao contrário, quando a pessoa se habitua a uma alimentação requintada,
acha esse tipo de alimentação cada vez mais saboroso e, por isso, procura pratos
ainda mais requintados. É o que se vê com freqüência entre aqueles que levam
uma vida luxuosa.

Falarei, a seguir, sobre o significado dos alimentos. Originariamente, alimento é


tudo aquilo que foi atribuído adequadamente aos seres vivos, a começar pelos
seres humanos, para preservação de suas vidas. O Criador definiu o que deve ser
ingerido pelo ser humano e o que deve ser ingerido por cada espécie de animal.
Quais são, portanto, os alimentos atribuídos ao homem? E muito fácil saber.
incluem-se, entre eles, as coisas que têm sabor Aos alimentos foi dada a
propriedade do sabor, e ao homem, a do paladar. Assim, devemos entender que
não só é errado mas também prejudicial ingerir pílulas nutritivas, as quais não
possuem sabor, não precisam ser mastigadas, nem requerem a atividade do
aparelho digestivo. Uma vez que os ambientes, as profissões e as características
físicas São diferentes, os alimentos necessários são aqueles de que a pessoa gosta
e tem vontade de comer no momento. Por conseguinte, sem ater-nos a teorias
dietéticas, basta comermos aquilo de que sentimos uma necessidade natural. Os
homens contemporâneos, no entanto, comem forçosamente coisas de que não
gostam e, do mesmo modo, deixam de comer as coisas de que gostam. Eles
pensam que assim terão saúde, o que é uma tolice sem igual.' Por isso não
podemos negligenciar os erros cometidos pela dietética.

As verduras e os legumes também contêm nutrientes em grande quantidade.


Levando em conta, portanto, o aspecto nutritivo, os cereais as verduras e os
legumes são suficientes para o homem. Podemos comprová-lo observando os
fatos. Os agricultores, os bonzos zen-budistas e outras pessoas vegetarianas
gozam de saúde e vida longa, enquanto os habitantes da cidade, que comem
seguidamente peixe, ave, carne de boi, etc., adocem com facilidade e têm vida
curta. É também do conhecimento geral que as pessoas que s6 comem carne ficam
com septicemia. Vou contar um caso que serve de exemplo para o que estamos
dizendo.

Anos atrás fui passear nas termas de Yunishikawa, situadas nas matas do' Estado
de Totigui. A população dessa vila era formada pelo clã Heike, composto de noventa
famílias, num total de mais de seiscentas pessoas. Todos eram completamente
vegetarianos e, embora houvesse peixes saborosos nos límpidos rios da região,
eles nem sequer os pescavam. Ouvi dizer que aquelas pessoas não comem carne
desde a época de seus ancestrais, nem sentem nenhuma vontade especial de
comê-la. Como a alimentação era estritamente vegetariana, pedi carne de galinha
ou ovos, mas me disseram que na vila não havia nem uma coisa nem outra. Isso
mostra o quanto seus habitantes eram rigorosos em relação ao vegetarianismo.

Obviamente não existiam médicos no lugar. Como eu perguntasse o motivo,


responderam-me que ali não havia necessidade de médicos. Na época, o único
doente era uma pessoa acometida de apoplexia, não se contando um só
tuberculoso. A questão, portanto, é saber o que nos estará ensinando uma vila tão
saudável como essa, vegetariana e sem médicos. E eu me pergunto por que as
autoridades e os médicos não fazem dela um objeto de pesquisa.

Segundo me contaram na casa onde eu estava hospedado, a família Heike, ao ser


derrotada numa luta, fugira para a mata e nela se embrenhara cada vez mais,
fixando-se num local aonde seus perseguidores não pudessem chegar com
facilidade. Na época, eram aproximadamente trinta pessoas. Encontrando-se numa
mata totalmente virgem, tiveram dificuldades para alimentar-se. No início,
sobreviveram comendo raízes de árvores e frutas. Continuando com uma
alimentação extremamente simples, a família não apenas sobreviveu como atingiu
a prosperidade atual, fato que vem a comprovar minha teoria.
Pelo exposto acima, podemos dizer que, estritamente no que se refere à saúde, a
alimentação vegetariana é a ideal; contudo, para se viver na sociedade
contemporânea, uma alimentação composta unicamente de vegetais é inadequada.
O alimento tem ligação com o pensamento e a vida. Assim, os vegetarianos ficam
com uma personalidade dócil, adquirem um pensamento de anti-resistência, e por
essa razão, em termos internacionais, há perigo de serem dominados. A
decadência da Índia talvez também tenha motivos religiosos, mas outro motivo é a
alimentação da grande maioria de seus habitantes, constituída apenas de vegetais
e leite de vaca (este, apesar de sua origem animal, tem o mesmo efeito que as
verduras). Pela mesma razão, os animais carnívoros, como o leão e o tigre, são de
natureza feroz, enquanto que os animais vegetarianos, como o boi e o cavalo, são
dóceis. Carecendo de desejos materiais, de ambições, etc., os vegetarianos são
pouco ativos e por isso não progridem. Por conseguinte, os homens
contemporâneos precisam necessariamente de uma certa dosagem de alimentos
de origem animal. A quantidade deve ser medida de acordo com o ambiente e a
profissão de cada um. Entretanto, visto que depois dos oitenta anos o homem fica
sem desejos materiais e sentimento de disputa, a partir dessa idade ele deve ter
uma alimentação vegetariana. Como resultado, sua saúde aumentará e sua vida
será mais longa.
Hoje em dia, quando uma pessoa adoece, aconselham-na a comer alimentos de
origem animal, dizendo que eles contêm vitaminas, e com isso, ao contrário, a
pessoa enfraquece mais e a cura da doença torna-se mais difícil. Em relação ao
leite de vaca deve-se ter cuidado. ele é adequado a bebês que ainda não possuem
dentes, mas é inadequado depois que surgem os dentes. O nascimento de dentes
significa já ser possível a ingestão de alimentos sólidos, porque os órgãos
digestivos se desenvolveram a fim de se adequarem a esses alimentos. Portanto,
se um adulto tomar leite como vitamina, irá enfraquecer. Como eu disse
anteriormente, o simples fato de mastigar bem os alimentos, já enfraquece a
pessoa; tomando leite, que é líquido, o enfraquecimento ainda será maior. Sempre
que alguém me pergunta por que um adulto não deve tomar leite, eu digo, rindo:
"Se o adulto tiver uma alimentação igual à do bebê, então ele deveria engatinhar e
ser carregado ao colo como bebê." No caso do leite, entretanto, se ele for usado
para tornar os alimentos mais saborosos, não há problema.

Os doentes costumam comer arroz empapado com ameixa salgada, mas isso
também é um erro. Originariamente, a ameixa salgada foi utilizada como alimento
dos soldados na época da Guerra Civil, porque com uma pequena quantidade a
pessoa já se sente alimentada. Hoje, portanto, ela é adequada para quem escala
montanhas ou faz excursões a pé, mas não para os doentes. Quando se come
bastante ameixa salgada, fatalmente o apetite diminui, mesmo que se tenha saúde.

Dizendo que é vitamina, costumam fazer as crianças tomar óleo de fígado de


bacalhau, o que é outro erro, porque o arroz, o trigo, o feijão, as verduras, enfim,
todos os alimentos possuem um óleo especifico. Os órgãos do corpo extraem esse
óleo e utilizam-no como vitamina na dosagem certa. Isso ficará bem claro se
observarmos que do farelo de arroz se extrai óleo de arroz; da soja, óleo de soja; da
semente de colza, óleo de colza. Assim, tomar óleo especificamente é pender
demais para a vitamina; é um método antinatural, pois, dessa forma, a função de
extrair o óleo dos alimentos, executada pelos órgãos do corpo, irá se atrofiar.

O SEGREDO DA LONGEVIDADE

Certamente não existe no mundo uma só pessoa que não deseje vida longa. Caso
me perguntem se há um método infalível para consegui-la, eu direi que sim. Desde
os tempos antigos, fala-se que o segredo da longevidade é a alimentação, a bebida,
o banho, o exercício, o sexo, etc. Tudo isso, é claro, deve surtir algum efeito, mas
não são métodos infalíveis. Estou convicto de que o método empregado por mim é
o ideal, tanto na teoria como na prática, e por isso vou expô-lo. Eu mesmo pretendo
praticá-lo depois dos noventa anos.

Como já expliquei, os órgãos humanos produzem os nutrientes necessários à


manutenção da vida. Intensificar essa atividade deve ser a condição principal, na
questão da saúde. A infância e a juventude são as épocas em que ela é maior, e por
isso nós nos desenvolvemos. Assim, para adquirirmos vida longa, precisamos
rejuvenescer nossos órgãos, tornando sua função nutritiva tão intensa quanto a de
uma criança. Talvez duvidem da possibilidade de um ato mágico como esse, mas
eu afirmo que ele é possível. E qual é o método a ser empregado? É ter uma
alimentação bem simples. Através desse método, os órgãos terão de desenvolver
uma intensa atividade, caso contrário, não conseguirão produzir os nutrientes
necessários. Portanto, a primeira coisa a ser feita por quem deseja vida longa é
rejuvenescer seus órgãos, pois, se eles rejuvenescerem, é lógico que todo o corpo
rejuvenescerá. Vou dar um exemplo:

Desde os tempos antigos é conhecida a longevidade dos bonzos zen-budistas, cuja


alimentação é extremamente simples.

O Mestre Torissu Etsuyama, bonzo responsável pelo Templo Ryunogawa, de


Tóquio, muito famoso em sua época e falecido no inicio da Era Showa (1926- ),
viveu cento e doze longos anos. Na manhã de sua morte, ele disse: "Vou morrer
hoje, por volta das cincos horas da tarde. Chamem minha família. Vieram todos.
Depois de dirigir uma palavra a cada familiar, o Mestre deixou este mundo, as mãos
unidas em prece, como se estivesse dormindo. Como todos os bonzos zen-
budistas, ele também praticava uma alimentação frugal.

Explicarei, agora, em poucas palavras, o que é morte natural e morte antinatural.


Morte natural é aquela que ocorre naturalmente, quando chega a hora de morrer. A
morte antinatural quando causada por doença ou outros motivos. Levando em conta
a idade dos homens contemporâneos, não haveria muito erro em dizer que, antes
dos noventa anos, a morte é antinatural, e acima dessa idade, é natural.

O que vou escrever a seguir, penso eu, servirá de referência para o método de
obtenção da saúde. Tempos atrás, eu fiz uma pesquisa sobre os "sen'nin"(3) e
cheguei à conclusão de que eles existem realmente. O livro japonês intitulado
"Torakiti Monogatari", escrito pelo famoso Hirata Atsutane, fala sobre eles, e por isso
não vou entrar em detalhes. Na época moderna, a narrativa dos feitos do "sen'nin"
Zuikei é a que mais se destaca. Seu discípulo Goto Mitiaki, que vive no bairro de
Shita Nakano, em Tóquio, manifesta sensibilidades espirituais através do "senju-
tsu"(4) e é muito conhecido. Mas os "sen'nin" certamente são originários da Coréia.
Segundo um livro que eu li sobre o método de treinamento dos "sen'nin" coreanos,
para um homem se tornar "sen'nin", o aprimoramento principal refere-se à comida:
ele deve cortar folhas de pinheiro em pequenos pedaços, misturá-los com água e
farinha de trigo sarraceno, fazer bolinhos de quatro a cinco centímetros com essa
mistura e comer três por dia, Depois de alguns anos, deverá diminuir para dois
bolinhos, até chegar a um.

(3) Habitante lendário das matas e montanhas, o qual, através de aprimoramentos,


consegue a longevidade.
(4) Magia realizada pelos "sen'nin'•.

A maior parte dos candidatos vai até aí. A partir de então é que é difícil: não comer
absolutamente nada, vivendo só de água. Raramente alguém ultrapassa essa
prova; aquele que o consegue, toma-se um verdadeiro "sen'nin". Talvez por isso di-
zem, desde os tempos antigos, que os "sen'nin" se alimentam de brumas. Com o
decorrer do treinamento, o corpo do "sen'nin" fica leve e ele torna-se capaz de
percorrer as matas com a facilidade dos animais. Vou contar minha experiência a
esse respeito:

Na juventude, contraí uma doença pulmonar e, para curá-la, segui uma alimentação
absolutamente vegetariana durante mais de três meses. Não usava sequer peixe
seco para fazer caldo de sopa. E o curioso é que meu corpo ficou muito leve. Mes-
mo estando em lugares altos e olhando para baixo eu não sentia vertigem; lembro-
me de que freqüentemente pulava de lugares com a altura do telhado de uma casa.
A medida, porém, que fui retornando á alimentação comum, fui gradativamente
voltando ao meu estado normal. Depois, passei a comer bastante carne. Nessa
época, meu corpo ficou pesado, e eu adoecia facilmente. Controlando a carne,
melhorei.

A respeito da idade dos 'sen'nin", li que o recorde foram oitocentos anos, atingido
por uma só pessoa, sendo que algumas atingiram de quinhentos a seiscentos anos;
para os "sen'nin", morrer entre duzentos e trezentos anos era morte precoce. Certa
vez eu vi a árvore genealógica da família Takeshiuti-no-sukune, onde constava que
a pessoa de vida mais longa dessa família viveu trezentos e quarenta e nove anos;
alguns viveram mais de trezentos; na faixa dos duzentos havia mais de dez.
Chegando à época moderna, a idade diminuiu: no final da Era Tokugawa, mantinha-
se na faixa dos cem; na Era Meiji, estava entre noventa e oitenta anos. Eu acharia
interessante pesquisarem o fenômeno. Nesse registro, consta que os Takeshiuti,
durante várias gerações, sempre tomaram chá de folha de espirradeira. Daí se
pode concluir que essa planta tem relação com a longevidade das pessoas da
referida família ou foi a causa da gradativa redução do seu tempo de vida.
Imagino que os antigos japoneses eram praticamente vegetarianos, tendo
começado a comer seres vivos pelos mariscos, o que é comprovado por cemitérios
de mariscos descobertos em diversas regiões do pais. Na época, a pesca era
rudimentar, limitando-se à pesca desses moluscos, que é muito fácil.
Posteriormente, desenvolveu-se uma técnica, e pouco a pouco os japoneses
começaram a ingerir peixe em maior quantidade. Apesar disso, a História nos
mostra claramente que era comum a pessoa viver mais de cem anos. Após a Era
Meiji, com a introdução dos medicamentos chineses e o hábito de comer carne de
boi, de porco, etc., a vida se tornou mais curta. Atualmente, a média de vida dos
japoneses é de pouco mais de quarenta anos.

O primeiro imperador da Dinastia Shin, da China, desejando alcançar vida longa,


ordenou a um súdito, chamado Jofuku, que averiguasse qual era a poção mágica
usada pelos habitantes da Ilha Horai, situada a leste, os quais, segundo se dizia,
tinham vida muito longa. Indo para essa ilha que, evidentemente, era o Japão,
Jofuku procurou em diversas regiões, mas não encontrou nenhuma poção mágica.
Acabou não regressando ao seu país e faleceu na Ilha de Shikoku. Seu túmulo
existe ainda hoje. Esses fatos nos mostram que os japoneses antigos tinham vida
longa por não usarem remédios.

A RESPEITO DAS DOENÇAS TROPICAIS

A maioria das pessoas que emigram para as regiões tropicais são acometidas pelas
chamadas doenças dos trópicos, ou seja, malária, dengue, calazar, etc. Vou
explicar, do ponto de vista do nosso método terapêutico, por que isso acontece.

O corpo humano está constituído de modo a se adaptar ao clima e ambiente do


local onde a pessoa reside. Assim, quando alguém emigra para um lugar de clima
totalmente diferente daquele a que está habituado, seu corpo, para adaptar-se ao
novo clima, sofre uma mudança, e é por esse motivo que surge a purificação. Para
se viver num clima quente, é necessário fortificar o sangue, a fim de que este se
torne mais puro. Por conseguinte, tendo contraído a doença, se a pessoa deixar
que ela siga seu curso normal, ficará completamente curada e, além disso,
imunizada. Se tomar remédios ou utilizar outros meios para paralisar a purificação,
a doença poderá até piorar ou deixar resíduos que irão causar sua reincidência.
Esse princípio aplica-se também às regiões frias. As endemias têm a mesma
explicação.

MEDICINA DESPORTIVA

Por que será que os desportistas, apesar de sua excelente forma física e de sua
resistência, têm vida relativamente curta? Isso constitui um mistério até mesmo
para a Medicina, mas agora iremos decifrá-lo.

Embora existam vários tipos de esportes, a maioria das pessoas restringe-se à


prática de apenas um. No caso de o praticarem constantemente, fazendo sempre
os mesmos movimentos, as toxinas existentes em seu corpo aglomeram-se e
solidificam-se nos pontos onde se concentra o esforço físico. Com o tempo, começa
a ação purificadora. Nos desportistas, as toxinas estão mais solidificadas; portanto,
o processo de purificação é persistente, o que toma difícil a cura. Baseado na
minha experiência, posso dizer que os atletas de natação possuem toxinas acumu-
ladas num dos ombros, formando um nódulo protuberante. Quando ocorre o
processo purificador, aparecem-lhes sintomas semelhantes aos da tuberculose, e
por isso, na maioria das vezes, os médicos diagnosticam essa doença. Assim se
explica a incidência de tantos casos de tuberculose entre esses atletas. Por outro
lado, os praticantes de golfe contraem moléstias renais com muita facilidade,
porque fazem esforço nos quadris, provocando o acúmulo de toxinas na altura dos
rins. Além do mais, ninguém desconhece a hipertrofia do coração dos corredores de
maratona.

A meu ver, do ponto de vista da saúde, os desportistas deveriam praticar dois ou


mais esportes. Mas o problema não se restringe aos desportistas. Os músicos
também precisam tomar cuidado, pois há possibilidade de contraírem doenças
devido à unilateralidade dos movimentos que executam. No caso dos pianistas, as
toxinas tendem a se solidificar na região torácica, pois o esforço se concentra em
ambos os braços, tal como o dos violinistas se concentram nos ombros, o dos
violoncelistas no ombro esquerdo e quadris, etc. Os músicos não deveriam
menosprezar tais fatos, procurando fazer outros tipos de exercícios, para con-
seguirem o equilíbrio.

A VERDADEIRA SAÚDE E A SAÚDE APARENTE

Podemos afirmar que a humanidade, ou pelo menos, a maioria dos povos


civilizados são doentes. A diferença está apenas em doença manifesta e não –
manifesta. Pessoas doentes são aquelas em quem a doença já se manifestou;
pessoas consideradas sadias, aquelas em quem a doença está para se manifestar.
Torna-se desnecessária qualquer explicação sobre as primeiras; limitar-me-ei,
portanto, a estas últimas.

Como já expliquei, as pessoas que estão por adoecer são aquelas em quem ainda
não foi iniciada a ação purificadora dos nódulos formados pelas toxinas. Assim, a
verdadeira saúde é a dos portadores de corpos físicos totalmente livres de toxinas;
neles, conseqüentemente, não ocorre purificação. Há pessoas, entretanto, que,
embora tenham toxinas acumuladas, ainda conseguem manter a saúde e
desempenhar suas atividades diárias, agüentando trabalhos físicos; aos olhos de
qualquer um, parecem saudáveis. Visto que, através dos exames feitos pela
Medicina atual, é difícil descobrir a presença das toxinas, tais pessoas são
consideradas sadias. A elas eu denomino "pessoas de saúde aparente". Fico, pois,
apreensivo ao pensar no grande número de portadores de "bombas" que estão
"dançando" no palco da vida. Fala-se desde os tempos antigos, que o homem é um
poço de doenças, mas essa expressão refere-se exatamente à saúde aparente.

Os médicos costumam dizer que doença não tem nada a ver com tempo de vida,
mas isso é uma grande tolice, pois entre ambos existe uma relação íntima e
inseparável. Na verdade, essa afirmação dos médicos não passa de um subterfúgio
para esconder sua incapacidade de curar a doença. Talvez seja pela mesma razão
que se fala ultimamente em Medicina Preventiva, estabelecendo diferença entre
esta e a Medicina Patológica, o que também é absurdo.

CAMPANHA PARA SE CONTRAIR GRIPE E CAMPANHA PARA ELIMINAÇÃO


DOS REMÉDIOS

Conforme expliquei anteriormente, é muito bom contrair gripe, que é a ação


purificadora mais simples. No entanto, por desconhecimento desse princípio, a
gripe é muito temida pelos povos civilizados, que se previnem bastante no sentido
de evitá-la. Assim, caso minha teoria seja aceita como verdade, é incalculável a
tranqüilidade e a alegria que esse único fato proporcionará às pessoas.
Principalmente as mães ficarão livres da grande ameaça que diariamente paira
sobre elas. A incidência de tuberculose certamente também diminuirá cinqüenta por
cento. Haverá, igualmente, uma acentuada diminuição dos casos de derrame
cerebral, dor de cabeça, otite, amigdalite, linfadenite, insônia, fraqueza, etc. E por
essa razão que eu incentivo a campanha no sentido de se contrair gripe.

Á medida que o nosso método terapêutico for conhecido pela sociedade em geral,
sobrevirá, inevitavelmente, em grande amplitude, a campanha para eliminação dos
remédios.

O CAMINHO DA FELICIDADE

No mundo contemporâneo, onde o progresso da cultura avança incessantemente,


quantas pessoas conhecem a verdadeira felicidade? Por certo é irrisório o número
de criaturas que podem considerar-se realmente felizes. Embora o objetivo final do
progresso da cultura seja o aumento da felicidade, o resultado é por demais
contraditório; aliás, a realidade nos faz até pensar que o progresso produz efeitos
contrários. Sentindo dúvidas a esse respeito e analisando o problema
minuciosamente, cheguei à conclusão de que a sua maior causa é a doença.
Depois da doença, as maiores desgraças são a guerra e a fome, cuja causa
verdadeira, segundo também descobri, é a deficiência física e mental do ser
humano. O antigo e conhecido provérbio "Um espírito sadio habita um corpo sadio"
são, incontestavelmente, palavras de ouro.

Através de minha experiência com inúmeros doentes, concluí que todas as pessoas
que apresentam deficiência mental, sem exceção, possuem nódulos protuberantes
nas glândulas linfáticas da região cervical, no lado direito ou no lado esquerdo, e
também na região da medula oblonga. A psicologia desses doentes extrapola os
limites da normalidade, de modo que eles não conseguem um perfeito
discernimento. As pessoas que se irritam facilmente ou que gostam de brigas,
sempre têm nódulos nos ombros, isto é, têm ombros enrijecidos. As crianças
nervosas, temperamentais, e os bebês chorões também apresentam um grande
enrijecimento nos ombros. À medida que os nódulos vão sendo dissolvidos e
eliminados através do nosso método terapêutico, a natureza dessas pessoas se
modifica: os adultos passam a falar e agir com bom senso, tornando-se amantes da
paz e da harmonia; as crianças tornam-se alegres e obedientes aos pais. Se o
conjunto de indivíduos constitui a Nação, e cada indivíduo, que é a unidade desse
todo, deixar de apreciar o conflito, a Nação, logicamente, tornar-se-á pacífica e
amável.

A pobreza e a fome geralmente são causadas pela guerra, mas podem ter outras
causas, como o baixo nível intelectual do povo, a preguiça e a falta de inteligência
dos governantes. Entretanto, nem é preciso dizer que tudo isso é conseqüência da
insanidade mental e física das pessoas, ou seja, da grande quantidade de toxinas
que elas possuem. As criaturas de espírito e corpo sadios naturalmente pensam e
agem com bom senso. Como são muito práticas, distinguem perfeitamente o que
devem e o que não devem fazer como seres humanos; apreciam o bem e odeiam o
mal; amam o próximo e alegram-se com a sua alegria. O princípio de Koshi - "Não
faças aos outros aquilo que não queres que te façam" - e o principio de que a maior
felicidade é aquela que se obtém ao fazer o próximo feliz, só podem ser praticados
quando se tem a mente e o corpo sadios.

Como resultado da exploração dos capitalistas, dos fazendeiros e de outras


pessoas que fazem o que bem entendem em nome de seus próprios interesses, os
trabalhadores, sem outra alternativa, para se autodefenderem, acabam
enfrentando-os em movimentos de grupo. Nesse sentido, não será exagero dizer
que os próprios capitalistas e fazendeiros é que geram o comunismo; ou seja, eles
lutam contra um fantasma criado por eles mesmos. Imaginemos, porém, uma
sociedade onde predominem pessoas saudáveis de corpo e de espírito. Até os
capitalistas teriam consciência de que deveriam ser moderados na obtenção de
lucros, distribuindo-os com os trabalhadores quando ultrapassassem certo limite.
Obviamente, os trabalhadores ficariam satisfeitos e alegres com esse procedimento
e procurariam colaborar com os patrões, visando o progresso de seus
empreendimentos. Assim, estaria firmado o pacto entre patrões e empregados no
seu verdadeiro sentido, de modo que não é nenhuma utopia o fim dos conflitos
entre as duas partes.

Numa sociedade com essas características, diminuiria sobremaneira a necessidade


de fíeis. Fala-se que a China, durante a Era Gyoshun, com uma lei constituída
apenas de três artigos, e o Japão, com os dezessete artigos da lei instituída pelo
Príncipe Shotoku, foram muito bem governados, o que eu acho perfeitamente
possível.

A MEDICINA E A NATUREZA

Tenho falado tanto sobre os erros da Medicina, com base em fatos concretos, que
os leitores já devem estar relativamente conscientizados a esse respeito. Desejo,
agora, acrescentar alguns pontos, mas gostaria de esclarecer que a minha crítica
se baseia na situação atual do Japão.

Se realmente a Medicina tivesse alcançado o progresso do qual ela tanto se


orgulha e o seu nível técnico tivesse atingido um grau elevado, os próprios médicos
e seus familiares deveriam ter mais saúde que as pessoas comuns. Entretanto, a
realidade mostra justamente o contrário. é um fato incontestável que os doutores
em Medicina geralmente têm vida curta e que seus familiares são mais fracos que
outras pessoas, contando-se, entre eles, muitos tuberculosos. Outro ponto a
considerar é que as palavras "tarde demais", tão ouvidas pelos doentes, expressam
muito bem a dificuldade dos médicos em curar as doenças. São palavras que
jamais deveriam ser ditas aos familiares de médicos e às pessoas da classe
superior, que sempre estão atentos à preservação da saúde. Em contrapartida, os
que aprenderam o nos-50 método terapêutico e seus familiares, cujo número
ultrapassa os cem mil, têm muito mais saúde que as pessoas comuns, conforme
mostram os fatos. Por isso, essa técnica tende a se propagar com grande impulso.

Quando observamos o desenvolvimento, a união e a separação, a prosperidade e a


ruína de todas as coisas existentes na Terra, vemos que esses fatos são, ao mesmo
tempo, naturais e inaturais, uma coincidência e uma necessidade, e que existe uma
lei abrangente e, ao mesmo tempo, rigorosa. Na realidade, tais fenômenos vão
muito além da inteligência e das teorias humanas. Consequentemente, o homem
continua fazendo um esforço incansável para buscar a Verdade através de estudos
e conhecimentos.

Nesse sentido, o próprio homem nasce, cresce e morre dentro da Grande Natureza.
Mas o que nós devemos procurar saber, em primeiro lugar, é por que nós
nascemos. Naturalmente, não é difícil imaginar que nós nascemos porque o
Governante do Universo precisa realizar Sua Providência aqui na Terra. Como se
pode ver claramente, cada povo e cada indivíduo possuem características
peculiares. Portanto, se o ser humano, a quem Deus atribuiu uma missão tão
importante, perde a saúde, é porque ele está contrariando a Grande Natureza, ou
seja, Deus, de modo que a solução radical do problema é a busca e a descoberta
dos pontos antinaturais. Mas quais são esses pontos? São os métodos empregados
para paralisar a purificação.

Assim como a doença, os fenômenos climáticos que ocorrem na Terra também são
ações purificadoras. Quando se acumulam impurezas na terra, elas são varridas
pelo vento, queimadas pelos trovões, lavadas e purificadas pelas chuvas e secas
pelo sol. Por conseguinte, até mesmo a questão da saúde e da doença deve ser
resolvida com base unicamente nos fundamentos da Grande Natureza. Isso é a
concretização da Verdade.

ANÁLISE DOS SINTOMAS DAS DOENÇAS

A grosso modo, os sintomas das doenças são os que se seguem: febre, dor,
coceira, indisposição, vômito, diarréia, edema, suor noturno, vertigem, insônia,
depressão, paralisia, tosse, hiperemia cefálica, zumbido no ouvido, calafrio, prisão
de ventre, etc. Vou explicar estes sintomas pelo nosso método terapêutico.

FEBRE
A Medicina atual, como já mencionei, diz que dentro da cabeça existe um nervo
que, por algum estímulo, faz surgir a febre. E parece que, impensadamente, ela
aponta a mesma explicação para a febre de outros locais, tal como a que é causada
pelo cansaço decorrente de exercícios físicos, e a febre proveniente da obstrução
do fígado, rins, estômago e intestinos. Entretanto, o chamado nervo da febre, ou
qualquer órgão semelhante, não existe em lugar algum do corpo humano, como eu
também já disse antes. Outro ponto que não podemos deixar passar despercebido
é a teoria de que "a temperatura do corpo é decorrente da queima dos alimentos".
Para afirmar uma tolice dessas, certamente pensam que a função digestiva é uma
lareira e que a digestão dos alimentos é como a queima do carvão.

Ao explicar a causa da febre, que eu descobri através de minhas pesquisas, quero


esclarecer aos leitores que se trata de uma tese absolutamente inédita, e por esse
motivo gostaria de que a lessem com toda atenção.

Todos os fenômenos do Universo são constituídos, a grosso modo, por três


elementos: o fogo, a água e o solo. O elemento fogo é a energia do Sol; o elemento
água, a energia da Lua; o elemento solo, a energia da Terra. E existem três planos:
O Mundo Superior, correspondente ao Sol; o Mundo Intermediário, correspondente
à Lua, e o Mundo Inferior, correspondente à Terra. Isso pode ser claramente
observado por ocasião de um eclipse. Esses três planos estão dispostos no sentido
vertical e no sentido horizontal. Ou seja, é o cruzamento do vertical e do horizontal
dispostos tridimensionalmente, o que também se aplica ao corpo humano. Neste,
há três órgãos que são os mais importantes: o coração, o pulmão e o estômago.
Sua função é absorver os três elementos mencionados acima, e graças a isso a
vida é preservada. O coração absorve o elemento fogo; o pulmão, o elemento água,
e o estômago, o elemento solo. Até hoje, entretanto, a Ciência apreendeu com
perfeição o elemento água e o elemento solo, mas o elemento fogo ainda é
desconhecido. E existe uma razão para isso: o elemento água é meio-matéria, e o
elemento solo é matéria, enquanto que o elemento fogo é imaterial.

Vamos aprofundar a teoria acima. O elemento fogo paira no espaço sobre a Terra,
que eu denominei Mundo da Energia Espiritual; o elemento água paira igualmente
no espaço sobre a Terra e forma o Mundo Atmosférico. Portanto, o coração absorve
o elemento fogo do Mundo da Energia Espiritual, e esse movimento é que provoca
as batidas cardíacas; o pulmão absorve o elemento água do Mundo Atmosférico, e
isso constitui a respiração; o estômago absorve os alimentos produzidos pelo
elemento solo, como é do conhecimento de todos. Por essa teoria, a temperatura
do corpo provém do elemento fogo, absorvido ininterruptamente do Mundo da
Energia Espiritual através das batidas do coração. conseqüentemente, a febre
surge porque se absorve calor em grande quantidade, necessária à dissolução dos
nódulos de toxinas, e é por esse motivo que as batidas cardíacas são mais
aceleradas quando se tem febre. O sangue coagula-se rapidamente após a morte
porque o elemento fogo retorna ao Mundo da Energia Espiritual, e o corpo seca
porque o elemento água r~ torna ao Mundo Atmosférico; o cadáver transforma-se
em pó porque ele é matéria e volta a ser elemento solo.
Outro ponto que merece atenção é que a febre geralmente não se estende ao corpo
todo, como as pessoas pensam; na maioria dos casos, ela é parcial. Em caso de
febre alta, por exemplo, quando procuramos o local da febre com a ponta dos
dedos, podemos descobri-lo claramente, pois ele apresenta-se quente como fogo.
Assim que esse nódulo é dissolvido, baixa a temperatura do corpo todo. Isso torna
mais do que evidente não existir nenhum órgão chamado "nervo da febre". Além do
mais, o termômetro, no qual as pessoas confiam, não é um instrumento preciso. Se
o ponto central da febre estiver próximo das axilas, ele indica febre alta, mas se
estiver num local distante, como no cérebro ou nas pernas, o termômetro quase não
a acusa. Ou seja, quanto maior a distância do centro da febre, mais baixa a
temperatura registrada. Como prova disso, quando tomamos a temperatura na axila
direita e na esquerda, freqüentemente constatamos uma diferença de cinco a seis
décimos.

Em caso de febre alta, é costume aplicar-se bolsa de gelo, mas isso é o que há de
mais impróprio. Se a temperatura normal do corpo é 36 graus, é porque essa é a
temperatura adequada para a atividade dos órgãos. Como a temperatura da bolsa
de gelo é de zero grau, o órgão onde ela é aplicada fica muitíssimo prejudicado e,
em casos extremos, inutilizado, em conseqüência de paralisação por congelamento.
Pela minha experiência, nas doenças em que há uma elevação muito grande da
temperatura, como o derrame cerebral, a pneumonia e o tifo, a morte é causada,
muitas vezes, não pela própria doença, mas pelo uso de bolsas de gelo. Vou dar
um exemplo. Certa vez pediram-me para visitar um estudante universitário
internado num hospital em estado grave. Na ocasião da internação, o único sintoma
apr~ sentado pelo doente era uma diarréia muito forte, mas, quando eu o examinei,
ele estava com isquemia cerebral fortíssima, muito enfraquecido mentalmente, com
vômitos intensos e sem nenhum apetite; enfim, estava super enfraquecido,
correndo perigo de vida. A explicação é a seguinte: no início, devido à febre alta,
causada pelo catarro intestinal, colocaram-lhe uma bolsa de gelo na cabeça, para
baixar a febre; aplicado por mais de vinte dias seguidos, esse tratamento provocara
uma forte isquemia cerebral. A diarréia, que fora motivo da internação, já havia
passado, e, agora, o jovem estava sofrendo de uma doença provocada por um
tratamento errado. Expliquei isso aos seus familiares, mas, por estarem presos à
superstição da Medicina, eles não quiseram suspender a bolsa de gelo. Sem outra
alternativa, fui-me embora. Três dias depois, recebi o comunicado da morte do
rapaz.

Que tristeza! Não posso deixar de lamentar o erro cometido pelos médicos aos
recomendarem bolsas de gelo para fazer baixar a febre. Devemos, inclusive,
esclarecer o mal terrível causado pelo uso contínuo de medicamentos antitérmicos.
Usando-se antitérmicos durante uma semana, geralmente vão aparecendo reações.
Se a febre é persistente, o médico diz que ela tem causa desconhecida.

DOR

Como eu já disse, a dor é provocada por toxinas solidificadas que, pela ação
purificadora da febre, são dissolvidas e, procurando uma saída, estimulam os
nervos dos músculos.

A dor se apresenta sob as mais diversas formas: dor proveniente de apendicite,


peritonite e rinite aguda, espasmos do estômago e do intestino, otite e reumatismo;
dor de cabeça, dor de dente, e os diversos tipos de nevralgias. A maioria é causada
pelo motivo exposto acima. As dores relacionadas aos ossos, tais como a periostite,
a osteomielite e a cárie das costelas'são decorrentes das toxinas solidificadas no
periósteo; dissolvidas pela purificação, essas toxinas procuram uma saída, fazendo
inúmeros furos minúsculos, o que provoca uma dor intens~ O mesmo ocorre com a
periodontite, a timpanite, etc. Após a cura da doença, os furinhos fecham. Em tais
casos, os médicos dizem que os ossos apodreceram, mas isso não é verdade. A
seguir, temos a dor intensa provocada pelo unheiro e pela gangrena. O local
afetado incha, toma uma coloração roxo-escura, e a infecção vai se espalhando
gradativamente, dando a impressão de que a carne apodreceu; por esse motivo os
médicos tratam logo de amputar a parte atingida. Mas é outro erro, porque o estado
descrito acima, depois de ter se alastrado até certo ponto, infalivelmente estaciona,
de modo que, obviamente, não se trata de apodrecimento.

Existem também as dores provenientes de queimaduras, cortes, batidas, etc., mas


estas, ao contrário das dores que acompanham as doenças, passam naturalmente.
Muitas vezes, entretanto, a cura torna-se difícil pelo uso de ungüentos desinfe-
tantes. Se a pessoa não usar medicamentos, limitando-se a lavar o local afetado
com água limpa, há uma sensível melhora.

Como dissemos, a dor é sempre causada pelas toxinas medicinais. Por


conseguinte, existem dores as mais diversas porque existem os mais diversos
medicamentos. Quando a pessoa recebe o nosso tratamento, a dor desaparece
rapidamente. Até o unheiro, a gangrena e outras doenças que provocam dores
intensas, tornam-se indolores com o recebimento de uma a três aplicações,
deixando o doente surpreso e alegre.

COCEIRA

A coceira, todos sabem, provoca um sofrimento que não fica para trás, em relação
ao sofrimento provocado pela dor. Ela é causada por três tipos de toxinas:
medicinais, hereditárias e alimentares. Suas formas mais conhecidas são a sarna e
a urticária; a primeira tem como causa as toxinas hereditárias, e a segunda, as
injeções de cálcio e os remédios que contêm iodo. A sarna é uma ação purificadora
das toxinas hereditárias latentes formadas em conseqüência da vacinação, e por
isso, enquanto que a varíola é de caráter agudo, ela pode ser considerada uma
varíola crônica. Leva meses para ser debelada, sendo que as mais demoradas
chegam a durar vários anos. No caso da urticária, costuma-se aplicar injeções de
cálcio, que produzem um efeito momentâneo; com o passar do tempo, o problema
manifesta-se novamente. Aliás, as injeções de cálcio, ainda que aplicadas para
outros fins, terão como resultado inevitável o aparecimento da urticária, doença
que, se deixarmos ter curso normal, sempre tem cura. A urticária também pode ser
de vários tipos; em geral, caracteriza-se pelo aparecimento de muitas bolinhas na
pele, mas existem as que se manifestam em forma de marcas, de manchas, etc. No
início, a pele fica avermelhada; à medida, porém, que a pessoa vai melhorando, a
pele vai escurecendo. Naturalmente, enquanto há vermelhidão, há coceira, mas
esta desaparece proporcionalmente à mudança da cor da pele. O mesmo se pode
dizer em relação à sarna.

Intoxicações causadas por determinados tipos de injeções, pela antipirina, por


peixes e por diversas carnes, todas elas apresentam sintomas semelhantes aos da
urticária, mas são passageiras. As mais leves melhoram em dois dias no máximo1 e
as mais graves duram alguns dias. A intoxicação causada pela antipirina, no
entanto, deixa manchas escuras, que, às vezes, levam anos para desaparecer.

INDISPOSIÇÃO E VÔMITO

A indisposição não se apresenta sempre da mesma forma. Entre as formas


principais, temos a ânsia de vômito, os espasmos, o enjôo na condução e a
depressão. A mais freqüente é a ânsia de vômito. Ela representa uma reação do
estômago, podendo ser causada por febre alta, isquemia cerebral, intoxicação
alimentar e medicinal, acidez estomacal, pilorostenose, gravidez, etc.

Quando ocorre uma isquemia cerebral muito forte, ela sempre é acompanhada de
vômito. Nessa ocasião, colocando-se a palma da mão na testa, verifica-se que esta
se apresenta gelada; além disso a pessoa fica pálida, suando frio, e por esses sin-
tomas percebe-se a isquemia. Se examinarmos a região do pescoço e da medula,
sempre encontraremos nódulos. Dissolvidos esses nódulos, a pessoa sente-se logo
aliviada, pois a pressão exercida por eles desaparece e o sangue passa a circular
para a cabeça.

No caso de purificação da cabeça devido à febre alta, há uma reação no estômago,


da mesma forma que no caso da isquemia cerebral, podendo, também, provocar
vômitos.

A intoxicação alimentar é um processo de purificação para expelir do corpo as


toxinas contidas nos alimentos, e geralmente é acompanhada de diarréia. Quanto à
intoxicação medicinal, é decorrente dos remédios absorvidos pelo organismo, os
quais, com o passar dos meses e dos anos, retornam para o interior do estômago,
transformando-se numa espécie de toxina. Isso pode causar vômitos, sendo que,
em tais oportunidades, as vezes sente-se o cheiro do remédio tomado.
No caso da acidez estomacal, a bílis que escorre para o estômago faz a pessoa
vomitar, por causa da fraqueza daquele órgão. Já no caso da pilorostenose o
vômito é causado pelo alimento que, não conseguindo descer para o estômago
devido ao estreitamento do piloro, tenta retomar. Tratando-se de alimentos moles ou
líquidos, sua passagem é fácil, mesmo que o piloro seja estreito, e por isso a
pessoa não vomita.

O enjôo durante a gravidez é provocado por toxinas acumuladas e solidificadas na


parte externa do estômago, as quais tentam ser expelidas, em virtude do
crescimento do útero. Com a dissolução e eliminação dessas toxinas, a melhora é
rápida.

Os espasmos têm causa espiritual ou são calafrios decorrentes de febre alta. No


suplemento constante no final desta obra darei explicações detalhadas sobre a
causa espiritual.

O enjôo nas conduções é causado por toxinas existentes na parte externa do


estômago. Com o balanço, elas vão se dissolvendo e penetrando no estômago.

A depressão pode ser de origem espiritual ou então provocada pela inatividade


estomacal, icterícia, isquemia cerebral, enrijecimento dos ombros e das costas, etc.

DIARRÉIA

Entre os sintomas de doenças, a diarréia é o mais freqüente. Ela pode ser aguda ou
crônica. A aguda provém de intoxicação causada por comida ou bebida. Costuma-
se dizer que a diarréia é decorrente de friagem durante o sono, mas isso é rarís-
simo. No caso de diarréia provocada por comida ou bebida, as pessoas acham
conveniente fazê-la parar com remédios ou, ao contrário, estimulá-la com óleo de
rícino, por exemplo. Obviamente essas medidas são prejudiciais e retardam a
melhora. O ideal é que esta se produza naturalmente.

Existe, também, a diarréia repentina e violenta não motivada pela alimentação.


Algumas pessoas chegam a evacuar dez vezes ou mais, num só dia. São fezes
líquidas, que podem conter sangue misturado; em casos extremos, expelem-se
substâncias semelhantes a carne podre. Logicamente, não há qualquer motivo para
a eliminação de pedaços de carne ou de algum órgão. Esse tipo de diarréia ocorre
mais entre os jovens e as crianças, sendo rara entre as pessoas idosas. Também
aqui, embora a melhora se processe naturalmente, as pessoas se assustam e
tomam medicamentos, o que, ao contrário, agrava o problema, acarretando seu
prolongamento ou até mesmo a morte da pessoa.

A diarréia crônica às vezes leva meses ou anos. Geralmente os médicos


diagnosticam tuberculose intestinal, mas, conforme já foi explicado, trata-se de um
processo de purificação do peritônio com tendência inflamatória. Tem como causa
as toxinas urinárias resultantes do atrofiamento dos rins, as quais sempre se
solidificam no peritônio.

EDEMA E SUOR NOTURNO

São duas as causas do edema. Normalmente ele é motivado pelo atrofiamento dos
rins ou deficiência da bexiga, sendo que a causa mais comum é o atrofiamento dos
rins. Em casos graves, atinge o corpo todo; em casos mais amenos, é parcial:
o lado direito, o lado esquerdo, ou a parte inferior do corpo. Entretanto, quando o
edema é parcial, atingindo apenas o rosto, um dos braços, as pernas, etc., não se
trata de atrofiamento dos rins:
é causado pela dissolução das toxinas existentes no local afetado. Um ponto que
merece atenção é que, quando as doenças vão se agravando, pode surgir edema
na planta dos pés. Acontecendo isso, devemos considerar que, em princípio, o
restabelecimento é difícil, podendo-se até encarar como aviso da morte. O edema
do beribéri limita-se à parte das pernas abaixo do joelho, mas para os médicos
diagnosticarem beribéri basta haver edema nas pernas, seja qual for o lugar, o que
é uma inconseqüência sem limites.

Existe um tipo de edema que nem os médicos nem outras pessoas percebem. É um
sintoma freqüente nas estudantes que engordam muito e vulgarmente são
chamadas de “troncudinhas". Aparentemente elas são saudáveis, mas a prova do
contrário é que se cansam com facilidade, têm palpitações, falta de ar, sensação de
corpo pesado e outros problemas. Isso é motivado pela urina que, não sendo
expelida devido ao atrofiamento dos rins, vai se espalhando em pequenas
quantidades pelo corpo todo e com o decorrer do tempo se solidifica. Obviamente, a
própria pessoa não percebe. Pessoas que engordam apesar de comerem pouco,
enquadram-se no caso acima.

Pode acontecer, ainda, que entre o útero e a uretra se acumulem pedras ou pus
solidificado, atrapalhando a saída da urina, o que vem a se tornar causa de edema.
Tais casos também são facilmente curados pelo nosso método terapêutico.

O suor noturno já foi mencionado na parte referente à tuberculose; por isso, limitar-
me-ei, aqui, a explicar o suor em lugar específico. Há pessoas que, por algum
estímulo, transpiram na cabeça, no rosto, nas axilas, etc. O suor representa a
eliminação de toxinas urinárias existentes nesses locais. As pessoas saudáveis
geralmente suam com facilidade no corpo todo; aquelas que aparentam saúde, mas
suam em lugares específicos ou quase não suam, têm deficiência em alguma parte
do corpo.

VERTIGEM E INSÔNIA

Outro sintoma freqüente é a vertigem. A Medicina desconhece sua causa, mas esta
é muito simples. Geralmente a vertigem é motivada por nódulos localizados na
medula oblonga, do lado direito, os quais pressionam as veias que levam o sangue
aos globos oculares. Como essa pressão se faz na forma de ondas, os nervos
óticos estremecem. Também pode ser decorrente da ação purificadora das toxinas
acumuladas perto dos globos oculares, por ocasião de uma febre alta, ou então
motivada por embriaguez, permanência durante muito tempo em frente ao
aquecedor, etc.

A causa da insônia é praticamente a mesma: em conseqüência da pressão exercida


nas veias pelos nódulos existentes na medula oblonga, do lado direito, ocorre uma
espécie de isquemia cerebral; como resultado, a pessoa fica em estado de tensão
nervosa e começa a pensar numa coisa após outra. A insônia também pode ser
decorrente da purificação de toxinas na parte frontal ou na parte central da cabeça.
83

DEPRESSÃO E PARALISIA

A causa mais freqüente da depressão é o endurecimento da região cervical e dos


ombros. O mais interessante é que o fato acontece até mesmo com crianças
pequenas, inclusive com bebês. Há crianças que estão sempre mal-humoradas e
choramingando, mas a Medicina não sabe explicar por quê. E comum ouvir-se dizer
que elas estão com dor de barriga e dar-lhes laxativos ou benzê-las, mas isso não
passa de superstição. Pela minha experiência, a maior parte desses problemas é
motivada pelo endurecimento dos ombros. Talvez achem estranho falar em
depressão a propósito de bebês e crianças pequenas; trata-se, no entanto, de um
fato real, pois, assim que o enrijecimento dos ombros é eliminado, a criança fica
bem-humorada e volta à normalidade. A depressão também pode ser causada por
febre purificadora numa parte ou em toda a cabeça, ou, então, de origem espiritual.
Quanto à paralisia, existem diversas causas; a mais freqüente é o beribéri, que eu
deixarei para explicar no item correspondente. Também pode ocorrer paralisia nos
dedos das mãos e nos dedos e na planta dos pés, provocada principalmente pelas
toxinas medicinais das injeções. Além dos casos citados, há o caso de paralisia em
locais operados, mas esta, embora possa durar meses e até anos, desaparece
naturalmente. Sobre a paralisia característica da apoplexia, explicarei no respectivo
item.

TOSSE, HIPEREMIA CEFÁLICA E ZUMBIDO NOS OUVIDOS

Já falei sobre a tosse, mas tenho algumas explicações a acrescentar. Na verdade, a


causa da tosse está nas partes mais variadas do corpo; a Medicina comete um
engano que nem merece atenção ao apontar a garganta como sendo seu ponto
focal. O surpreendente é que ministrando-se Johrei para dissolver as toxinas
solidificadas na cabeça, no rosto, nas raízes dos dentes, nos dedos das mãos e dos
pés e especialmente nas virilhas e nos órgãos genitais, imediatamente a pessoa
tosse e elimina catarro. Eu tive um discípulo, doutor em Medicina, que tossia e
eliminava catarro toda vez que eu lhe aplicava o tratamento nas partes genitais. Por
isso, ele dizia: "Apesar da dissolução das toxinas, não consigo entender como é
que o catarro chega à garganta, quais são os vasos que ele atravessa." Eu lhe dei
esta explicação: "A ação fisiológica processada no interior do corpo humano para
eliminação das substâncias desnecessárias, faz com que estas atravessem
rapidamente os músculos e os órgãos. É uma teoria que pode ser facilmente
compreendida quando se conhece a relação entre o espírito e a matéria." No
suplemento constante no final deste trabalho, explicarei detalhadamente essa
relação.

Quanto à hiperemia cefálica, ela não acontece, como as pessoas pensam, devido à
subida do sangue para a cabeça. Trata-se de um processo de purificação das
toxinas acumuladas no rosto ou na testa; a pessoa fica vermelha por causa da
febre.
O zumbido no ouvido é decorrente da dissolução das toxinas acumuladas nas
parótidas, no ouvido interno e na medula oblonga. Com a eliminação dessas
toxinas, o zumbido desaparece.

CALAFRIO E PRISÃO DE VENTRE

O calafrio é causado pela febre ou pela má circulação do sangue em decorrência de


toxinas solidificadas nos quadris, no baixo ventre, nas pernas, na planta dos pés, na
ponta dos dedos, etc. E mais comum entre as mulheres, mas passa facilmente,
pois, com a eliminação das toxinas, a febre baixa e o sangue volta a circular.

A prisão de ventre é um sintoma muito freqüente, havendo pessoas que sofrem


desse mal por longo tempo. Sua causa são as toxinas acumuladas no peritônio, as
quais pressionam os intestinos, dificultando a passagem das fezes. Dissolvidas as
toxinas, a prisão de ventre acaba.

Quem tem intestino preso costuma recorrer aos laxantes, mas esse método é muito
impróprio, porque acaba se tornando um hábito. Com o passar do tempo, o
problema irá se agravando, e a pessoa só conseguirá evacuar se tomar laxantes.
Prolongando-se o hábito durante meses e anos, será preciso aumentar a
quantidade ou mudar o tipo de laxante. Além disso, vão se acumulando toxinas
medicinais, que dão origem a várias doenças.

O ser humano ingere alimentos por cima e elimina fezes por baixo: é um fenômeno
natural; assim o fez o Criador. Qualquer pessoa, portanto, uma vez que ingere
alimentos, vai eliminar fezes. Só que algumas o fazem uma vez por dia; outras, de
dois em dois dias, ou uma vez por semana. E está bem assim. Entretanto,
erroneamente, a Medicina interpreta a prisão de ventre como sendo prejudicial à
saúde, e propala que é preciso evacuar todos os dias. Temerosas, as pessoas
sentem mal-estar psicológico se ficarem com o intestino preso e por isso usam
laxantes. Eliminando-se as fezes pela ação de remédios, o órgão encarregado
dessa eliminação se atrofia, gerando prisão de ventre, o que faz a pessoa recorrer
novamente aos remédios. Cria-se, dessa forma, um circulo vicioso, até que não se
consegue mais evacuar naturalmente. Costuma-se dizer que, sobrevindo febre, ela
abaixa se a pessoa evacuar; para isso, usam-se laxantes, o que, ao invés de
solucionar o problema, toma-se um empecilho para a cura. Em determinados tipos
de doença, o uso de laxantes até provoca febre.

Vou dar exemplos reais, para mostrar que a prisão de ventre não deve ser motivo
de preocupação. Tempos atrás, cuidei de um doente que tinha câncer no estômago.
Ele passou dezoito dias sem evacuar, mas o fato não teve qualquer influência sobre
a doença. Isso se tornou evidente, pois seu restabelecimento foi completo. Anos
depois, através de um relatório, eu soube que essa pessoa se dedicara à
agricultura e estava com saúde. Entre os doentes que eu tratei, houve um que ficou
dois meses sem evacuar; outro, ficou seis meses. Segundo palavras de ambos,
nenhum deles sentiu qualquer alteração por causa da prisão de ventre. Mais
recentemente, saiu publicado numa revista feminina o caso de uma pessoa que
passou dois anos com o intestino preso, sem que tivesse tido nenhum problema
colateral.

A Medicina também diz que a prisão de ventre provoca intoxicação, mas isso não
corresponde à verdade. Certamente essa tese baseia-se na crença de que as
toxinas das fezes se misturam no sangue, o que é impossível ocorrer. Na realidade,
as fezes retidas no organismo, com o passar do tempo, endurecem cada vez mais,
de modo que não pode haver efeitos maléficos sobre o sangue.

A seguir, falarei sobre a lavagem intestinal dos bebês. Esse método representa uma
grande temeridade, pois o seu emprego constante acaba se tornando um vicio. São
muitos os exemplos de bebês que só evacuam através do uso de laxantes. Em
conseqüência, quando a criança atinge os três ou quatro anos, basta que se
acumule um pouco de fezes em sua barriga, para esta ficar inchada. Sem outra
alternativa, fazem-lhe lavagem intestinal. Nem é preciso dizer que o alívio é apenas
momentâneo e que a criança pode até morrer.

Por esses exemplos, podemos ver que os métodos antinaturais para combater a
prisão de ventre, como a lavagem intestinal, devem ser terminantemente abolidos.

MÉTODOS DE TRATAMENTO

Creio que os leitores já compreenderam perfeitamente que todos os métodos de


tratamento existentes paralisam o processo de purificação. Entretanto, vou dar
agora uma explicação mais aprofundada.

Pela minha longa experiência, concluí que não há remédio mais temível que a
famosa "Injeção 606" ("Salvarsan"). Como todos sabem, durante algum tempo ela
foi considerada o Messias no combate à sífilis, mas a realidade mostrou
exatamente o contrário. A matéria-prima desse remédio é um composto arsênico
que, com uma única pitada, tira a vida de uma pessoa. Por sua ação tóxica, ele
produz efeitos muito visíveis, interrompendo momentaneamente a purificação. Ou
seja, com a aplicação dessa injeção a coceira de caráter sifilítico e a inchação
desaparecem em pouco tempo, parecendo que a pessoa ficou curada; na realidade,
as toxinas adormecidas que foram empurradas para a pele em decorrência da
purificação, retornaram ao estado anterior. Se fosse apenas isso, não haveria
problema. Acontece que foi acrescentado outro tóxico violento, chamado arsênico, o
qual é muito mais terrível que a sífilis e torna-se a causa de diversas doenças. As
mais freqüentes, entre outras, são as doenças mentais, a cegueira parcial, os
tumores malignos e vários tipos de tuberculose, sendo que todas elas
extremamente persistentes. Diante disso, cheguei a advertir meus discípulos de que
os doentes que tivessem tomado mais de cinco injeções de "Salvarsan", sela qual
fosse a doença, deveriam ser considerados de difícil restabelecimento.

Devemos, também, tomar cuidado com os efeitos contrários dos diuréticos. O


tratamento utilizado para o inchaço abdominal de quem está com peritonite, é
sempre o diurético, o qual, temporariamente, aumenta a quantidade de urina e faz a
inchação diminuir. A pessoa sente-se então, aliviada, pensando que ficou curada.
Entretanto, isso é passageiro, pois, infalivelmente, sua barriga volta a inchar.
Usando mais uma vez o diurético, ela sente alívio, mas depois piora e recorre
novamente ao remédio. O diurético vai gradativamente perdendo o seu efeito, até
que não surte efeito algum, e a pessoa fica permanentemente com barriga d'água.
Chegando a esse ponto, os médicos fazem-lhe punção na barriga, e com isso ela
desincha, mas depois incha de novo. Faz-se outra punção, e tudo se repete. Com a
repetição do processo, o volume d'água aumenta num espaço de tempo cada vez
menor. No final, o doente está com uma barriga maior que a de uma gestante no
último mês de gestação, e logo morre.

O edema nos testículos, doença que, entre outros aspectos, caracteriza-se pela
inchação dessas glândulas e obstrução da urina, muitas vezes também tem origem
nos efeitos contrários dos diuréticos.

Diversos tipos de dores nervosas violentas são aliviadas momentaneamente pela


aplicação de morfina. Com a repetição das aplicações, no entanto, a pessoa perde
o apetite, tem vômitos intensos e muitas vezes acaba morrendo de fraqueza.

A vacina contra a difteria, considerada de efeito fabuloso, é incentivada tanto para


prevenir como para curar a doença. Mas também é preciso refletir sobre o assunto.
Pela minha experiência, são deveras enormes os efeitos contrários dessa vacina.
Em casos extremos, ela chega até a provocar a morte. Algumas pessoas, depois de
permanecerem em coma cerca de uma semana, ficam débeis mentais; outras, com
problemas gastrointestinais, neurastênicas, etc. Convém acrescentar que todas as
vacinas contra a difteria são de caráter maligno. Assim, comparando seus efeitos
sobre a doença e seus efeitos contrários, acho que estes últimos prevalecem sobre
aqueles. Pelo nosso método terapêutico, os portadores de difteria geralmente se
recuperam por completo em poucos minutos.

Entre os tratamentos da tuberculose empregados ultimamente, existe além dos que


já foram mencionados, o remédio chamado "Cephalanthin", usado em forma
injetável ou em drágeas. Ele também produz efeitos contrários, de cura difícil. Sem-
pre digo aos meus discípulos que não se pode dar garantia de vida aos doentes
que fizeram uso de "Cephalanthin" em grande quantidade.

Não podemos igualmente menosprezar que a insulina, utilizada no tratamento do


diabete, torna-se causa de doenças cerebrais e que os remédios que contêm iodo
enfraquecem a pessoa e acarretam diversas doenças. Entre os desinfetantes de
uso externo, existe o iodofórmio, que é especialmente temível. Os locais que
sofreram cirurgia muitas vezes custam a melhorar, havendo casos em que a cura
demora longo tempo. Os médicos acham incompreensível, mas, como se trata de
intoxicação causada pelo desinfetante, basta suspender o seu uso e lavar o local
com água limpa, que a melhora logo se faz sentir. Penetrando pelos músculos da
região onde foi aplicado, o iodofôrmio provoca o aparecimento de pontos purulentos
nas circunvizinhanças, os quais vão se espalhando pouco a pouco. Os médicos
pensam, então, que a carne está apodrecendo e aconselham a amputação de
mãos, pés, etc., inclusive porque a pessoa sente uma dor violenta e insuportável.
Assim, o desinfetante usado pelo temor da penetração de micróbios traz resultados
muito piores.

Para exemplificar o que acabamos de dizer, imaginemos alguém que não apresente
nenhuma anormalidade no tocante à saúde. Ocasionalmente, essa pessoa toma
uma injeção preventiva. Pouco tempo depois, surge-lhe uma ferida numa das
pernas, abaixo do joelho. Então ela vai ao médico, que lhe faz uma cirurgia para
extirpar a ferida e passa-lhe desinfetante no local. Penetrando nos músculos, o
desinfetante produz intoxicação e dor intensa. Nenhum recurso empregado surte
qualquer efeito. Sem outra alternativa, o médico corta-lhe a perna no tornozelo ou
na junta do joelho, e a pessoa fica inválida. E a maior das infelicidades é que, após
a cirurgia, com a intoxicação provocada pelo desinfetante, em breve aparece uma
ferida nas virilhas. A dor é insuportável, mas, dada a impraticabilidade de nova
amputação, por se tratar de um local inadequado, procura-se aliviá-la com injeção
de morfina. No final das contas, o doente fica intoxicado pela morfina, perde o
apetite e acaba morrendo de fraqueza. Dessa forma, são muitos os casos reais em
que uma criatura saudável, sem nenhuma anormalidade, torna-se vítima da Medi-
cina. Pobres carneirinhos...Que fazer?

Falemos, a seguir, sobre as compressas. Elas impedem a respiração da pele,


asfixiando-a; no caso de conterem remédio, este penetra no local onde elas foram
aplicadas. A compressa interrompe a purificação, e por isso, momentaneamente, a
dor é aliviada, mas o método em si e os resíduos dos tóxicos do remédio trazem
diversos efeitos maléficos.

Quanto aos emplastros e linimentos endérmicos, também são impróprios. Darei


dois ou três exemplos ilustrativos.
Um senhor idoso sentia as costas enrijecidas e por isso, durante anos, usou
continuamente um famoso emplastro em vários pontos. Pouco a pouco, o tóxico
desse remédio foi se alojando na região da coluna, e, além do enrijecimento, ele
passou a sentir uma dor intensa. Através do nosso tratamento, no entanto,
melhorou em poucos dias.

Um homem de meia-idade tinha erupções espalhadas pelo rosto, um pouco


maiores que as espinhas comuns. Por mais de dez anos fez tratamentos de todo
tipo, mas não melhorava. No início, tentando curar espinhas comuns, aplicara
diversos linimentos, porém, com a penetração destes, as espinhas cresceram e
tornaram-se persistentes. Com o nosso tratamento, ele ficou completamente bom
em dois ou três meses.

O caso que se segue, refere-se a uma pessoa em cujas pernas surgiram eczemas.
Estas, devido à aplicação de um linimento, transformaram-se em eczemas tóxicos,
que foram se alastrando por todo o seu corpo. Não percebendo isso, o médico
prosseguiu com o tratamento, de modo que o doente piorou acentuadamente: sua
pele ficou preta-arroxeada, e as dores tornaram-se insuportáveis. Vendo que não
havia condições para aceitar o caso, recusei-me a tratar dessa pessoa.
Além dos medicamentos citados, é claro que também são prejudiciais à saúde os
analgésicos para dor de cabeça, os soníferos para insônia, a cocaína para
obstrução nasal, etc. O uso contínuo dos medicamentos chineses geralmente faz as
pessoas ficarem inchadas e com uma cor esverdeada. Aqueles que ingerem em
grande quantidade os medicamentos ocidentais, ficam com a pele sem brilho e sem
elasticidade, precocemente envelhecida; se abandonarem os medicamentos, pouco
a pouco ela irá rejuvenescendo.

Falemos, a seguir, sobre os tratamentos através de luzes e raios. Seu princípio é


solidificar as toxinas, mais ainda que os remédios, e por isso eles são prejudiciais.
Já a inalação para a tosse não produz o menor efeito, por não ter nenhum
fundamento. Os tratamentos térmicos produzem alívio passageiro, não constituindo
um tratamento verdadeiro. As pessoas acham que é bom esquentar o corpo para
transpirarem, quando ficam gripadas, mas isso é um erro; deixando a gripe seguir
seu curso natural, a melhora é muito mais rápida. Quanto ao rádio, ele tem por
objetivo destruir a causa da doença, mas, como também destrói os tecidos, os
sintomas irão se agravar. O tratamento por raio X tem apenas o poder de solidificar
bastante as toxinas, de modo que seu efeito sobre a doença é momentâneo e,
obviamente, prejudicial.

Recentemente, entrou em moda o tratamento por moxa. Na maioria das vezes,


quem recebe esse tipo de tratamento são pessoas que se cansaram da Medicina
ocidental, ou que não simpatizam com ela. A moxa não é prejudicial e tem algum
efeito. Quando o corpo humano sofre queimadura, normalmente ela infecciona; a
moxa baseia-se nesse princípio. Como uma queimadura muito grande é dolorosa,
fazem-se, então, várias queimaduras pequenas. As toxinas que estão nas partes
profundas e são a causa da doença, são puxadas para essas queimaduras, e assim
o sofrimento desaparece. Entretanto, o efeito não é duradouro. com o tempo, o
sofrimento retorna, de modo que, iniciado o tratamento, é preciso fazê-lo uma vez
por mês ou de dois em dois meses. A propósito, existe a chamada moxa Kobo(5),
que consiste na colocação de mochas especialmente grandes, as quais, atraindo
muitas toxinas, produzem um efeito grande também. Kobo era realmente muito
perspicaz. O problema da moxa é que esse tratamento deixa marcas feias na pele.
Por sua natureza, o corpo humano é a obra-prima do Criador, é o ponto máximo da
beleza. Principalmente no caso da mulher, o encanto e a beleza da pele não têm
termos de comparação. No Japão, desde a antigüidade fala-se em pele de pérola,
e, na China, o corpo nu da mulher é considerado a beleza suprema. Sendo assim,
deixar vestígios de queimaduras artificiais, que permanecem pelo resto da vida, é
tornar uma pessoa praticamente inválida da pele, e com isso se estará cometendo
um sacrilégio contra Deus.

A acupuntura consiste em produzir hemorragia interna pelo ferimento da veia; com


o coágulo, paralisa-se momentaneamente a purificação, de modo que não é um
tratamento verdadeiro.

AS DOENÇAS E OS ERROS DA MEDICINA


Até os médicos têm plena consciência dos erros da Medicina contemporânea e da
ineficácia dos tratamentos aplicados. As pessoas certamente ignoram os dados
existentes nas Universidades evidenciando a grande diferença entre as doenças
diagnosticadas e os resultados das autópsias. Se fizerem uma estatística da cura
de doenças efetuada pela Medicina ocidental, elas ficarão admiradas com os
péssimos resultados obtidos. Tais fatos, encobertos pela cortina da pesquisa, não
chegam ao conhecimento da sociedade. Pela superstição de que toda e qualquer
doença só pode ser curada através do progresso da Medicina, os médicos e os
cientistas continuam fazendo um esforço quase inútil. Creio já ter explicado os erros
da Medicina por diversos ângulos, mas vou dar explicações gerais sobre cada
doença.

(5) Nome de um sacerdote budista muito famoso.

AMIGDALITE E APENDICITE

A amigdalite é uma das doenças mais freqüentes, ultimamente; a maioria das


pessoas já deve ter passado por esse problema. Entretanto, a Medicina ainda não
entendeu a função das amígdalas. Considerando-as sem utilidade, os médicos
extraem-nas pela cirurgia, mas pensem bem: haveria motivos para o Criador
colocar, no corpo humano, órgãos inúteis? Os médicos também são seres
humanos, foram feitos por Deus. Por conseguinte, é um verdadeiro ultraje o ser
humano considerar inútil e extrair um órgão criado por Deus. A Medicina diz que as
amígdalas são desnecessárias porque ainda não conseguiu esclarecer a razão de
sua existência. E devemos dizer que é extremamente perigoso nos iludirmos
pensando que ela já o conseguiu.

Pela minha descoberta, as amígdalas exercem uma função importantíssima. Na


parte superior do corpo humano, o local onde se concentram mais toxinas é a
região das glândulas linfáticas cervicais. Quando elas vão ser eliminadas através da
purificação solidificam-se provisoriamente nas amígdalas; dissolvidas com a febre,
são expelidas. Na hora da dissolução das toxinas, as amígdalas incham, ficam
avermelhadas e doem, mas, deixando-se agir a natureza, a melhora é rápida. A
Medicina paralisa a purificação com linimentos endérmicos, como a "Solução Lu-
gol's", ou com aplicação de compressas de gelo, e por isso a cura é demorada,
sendo comum a reincidência do problema. Com a repetição do tratamento, a
amigdalite acaba virando crônica. Os nódulos crescem cada vez mais, e a pessoa
fica com as amígdalas inchadas. Atingido esse ponto, a dor é intensa, a febre alta e
o sofrimento muito grande, tornando-se difícil até a passagem dos alimentos, de
modo que não há outra alternativa senão a cirurgia.

A extração das amígdalas acarreta outras conseqüências maléficas. Como já não


existe a sua porta de saída, as toxinas concentradas na região das glândulas
linfáticas, tentando ser eliminadas, dirigem-se para o lado oposto, ou seja, para os
tímpanos, e perfuram os ossos do ouvido, provocando dores intensas e febre alta.
Eis o que é a timpanite. Quando a quantidade de pus liqüefeito é grande, ele atinge
o cérebro. Estes são os sintomas conjuntos da timpanite e da encefalite, que
oferecem riscos de vida. Concluímos, portanto, que os tratamentos errados da
Medicina fazem uma doença simples como a amigdalite transformar-se em
timpanite e, por fim, evoluir para encefalite, colocando a vida da pessoa em perigo.

A apendicite, como todos sabem, caracteriza-se por uma dor violenta do lado direito
(raramente do lado esquerdo), na parte inferior da barriga. A Medicina parece
explicar o problema como sendo causado pelos alimentos, mas a causa verdadeira
é a que se segue:

Da mesma forma que as amígdalas na pane superior do corpo, o apêndice é o


órgão de eliminação das toxinas existentes na parte inferior. Assim que a apendicite
se declara, a solução indicada pelos médicos é a operação; entretanto, se
deixarmos agir a natureza, em pouco tempo a pessoa melhora. No caso do
tratamento natural, a dor violenta dura cerca de um dia; no segundo ou no terceiro,
é uma dor suportável, e aproximadamente a partir do quarto dia só dói quando se
anda. Inevitavelmente sobrevêm diarréia, e a cura se completa em uma semana
mais ou menos, não havendo qualquer possibilidade de reincidência do problema. A
Medicina afirma que há perigo de vida e incentiva a operação o quanto antes, mas
esse é o maior erro, resultando, muitas vezes, na morte do doente. Deixando-se a
purificação ter um curso natural, não há perigo algum.

Os médicos só descobrem que a pessoa está com apendicite quando esta se


manifesta, através do nosso método terapêutico é possível diagnosticá-la antes
mesmo de sua manifestação, isto é, quando ela se encontra em estado latente.
Com o treino, consegue-se distinguir os nódulos do apêndice.

A propósito vou tecer algumas considerações sobre as cirurgias. Atualmente,


quando se fala em progresso da Medicina, sempre se elogia o seu avanço nesse
campo. À primeira vista, a cirurgia parece ter lógica, mas, na realidade, constitui um
grande erro, pois a eliminação da doença geralmente acarreta a extração do órgão
afetado. Uma vez que se perde um órgão importante do corpo humano, isso,
infalivelmente, irá afetar outros órgãos. Após a cirurgia, a pessoa parece saudável
por algum tempo, mas é certo que, depois de alguns anos, a operação ocasionará
danos à saúde, porque, com a perda do órgão que estava em purificação, as
toxinas afetam todos os outros órgãos.

De fato, após a extração das amígdalas, a pessoa tende a contrair com facilidade
doenças na parte acima do pescoço. No caso do apêndice, a operação traz como
conseqüência problemas nos rins, no peritônio, no estômago, no intestino,
irregularidade na menstruação, dores de cabeça, enrijecimento dos ombros, etc.;
além do mais, diminui o vigor físico do corpo todo. Isso é compreensível até mesmo
pelo senso comum. Perdida ainda que uma só parte do corpo humano, cuja
constituição é a mais perfeita e minuciosa, fatalmente haverá conseqüências.
Havendo uma falha em qualquer parte de um quadro, ela se torna uma falha do
todo, e o valor do quadro diminui muito. Numa casa, se for tirada uma só coluna,
uma só laje, uma só telha, sua segurança diminuirá na mesma proporção. Assim, se
a operação também acarreta a extração do órgão afetado, sejam quais forem as
justificativas, ela não significa progresso da técnica medicinal. O verdadeiro
progresso, nesse caso, consiste em eliminar apenas a doença, conservando intacto
o órgão atingido por ela. Todavia, como as operações internas não deixam marcas
externas da invalidez, ou melhor, como não influenciam diretamente a aparência,
elas não são muito temidas. Eu penso, portanto, que o progresso no campo
cirúrgico não representa progresso da técnica medicinal, mas apenas progresso da
técnica. Penso mais: usar bisturi, causar dor, derramar sangue e deixar uma parte
do corpo inválida não será uma prática selvagem?

O Sr. (ilegível), doutor em Medicina, em artigo publicado numa revista disse o


seguinte:

"Pensar que o apêndice é um órgão comprido, totalmente inútil, e que ele está
degenerado, será um pensamento inteligente, de quem entende corretamente a
Natureza? Creio que esse pensamento se deve ao fato de nossos conhecimentos
ainda serem limitados e não conseguirem abrir o cofre dos mistérios. Estou convicto
de que a Natureza Jamais nos teria atribuído um órgão inútil, que nos trouxesse
prejuízos".

É um alento ver doutores em Medicina pregando teorias lógicas como esta.

DOENÇAS DO ESTÔMAGO

As doenças do estômago figuram entre as de maior incidência, no Japão. Como


todos sabem, elas apresentam vários sintomas. No início, estes são brandos;
entretanto, por causa dos tratamentos errados e das dietas, pouco a pouco a
doença torna-se crônica, acabando por transformar-se numa doença grave. C~
meça, entre outros sintomas, com má digestão, queimação no peito e dor
estomacal, decorrentes da pressão das toxinas solidificadas na parte externa do
estômago. Mas o maior problema, nisso tudo, é o uso freqüente de remédios para a
digestão e as refeições facilmente digeríveis, para curar aqueles sintomas. Durante
algum tempo tais métodos surtem efeito, porém o seu uso contínuo acaba
enfraquecendo o estômago. Consequentemente, volta-se a recorrer aos remédios,
o que acarreta um enfraquecimento maior, até que os sintomas viram crônicos, e a
pessoa não consegue libertar-se dos remédios.

O uso constante de medicamentos para a digestão torna flácidas as paredes do


estômago. Quando a pessoa ingere alimentos sólidos, eles ferem essa região e há
sangramento. Eis o que é a úlcera estomacal. Esta, portanto, é causada, na maioria
das vezes, pelos remédios para a digestão. Abolindo os remédios e ingerindo
alimentos moles, o doente vai melhorando gradativamente. Existem casos em que,
tendo surgido tendas nas paredes do estômago e sangramento, depois de algum
tempo a pessoa elimina fezes com sangue ou põe sangue pela boca. Nessa
ocasião, os médicos podem fazer um diagnóstico errado, dizendo tratar-se de
úlcera estomacal. Com o tratamento natural, no entanto, a pessoa fica
completamente curada.
É freqüente a incidência de úlcera estomacal entre os alcoólatras, mas ela é
causada mais pelos remédios do que pelo próprio álcool. As toxinas medicinais
pioram o estado das paredes do estômago, que sangram por causa da bebida.

O gastrospasmo caracteriza-se por dores violentas e p~ de ser de dois tipos. Um


deles é decorrente da pressão exercida sobre o estômago pelas toxinas
solidificadas na primeira fase da purificação; o outro é provocado pela dissolução
dessas toxinas na segunda fase. No primeiro caso não há febre; no segundo, há,
mas a melhora é rápida. Os gastrospasmos são causados pelos remédios que, com
o passar do tempo, retomam ao estômago, transformam-se numa espécie de
toxinas e se solidificam. A acidez estomacal é uma reação provocada pelo uso de
remédios para a digestão.

Uma das doenças mais temidas pelas pessoas é o câncer estomacal. Existe o
câncer autêntico e o falso. O primeiro em geral tem causas espirituais, e sobre isso
falarei posteriormente. Aqui, vou tentar explicar os dois pelo lado material.

Na fase inicial, apresenta-se um pequeno nódulo na parte superior externo do


estômago ou na região precordial. Exceto um pouco de inapetência, não existe
nenhum outro sintoma. Nessa ocasião, suspeitando de câncer, a maioria dos
médicos resolve extirpá-lo através de cirurgia. Depois desta, há uma m~ hora
durante algum tempo, mas é freqüente a reincidência da doença. Pelos dados
médicos, o prazo médio de vida não vai muito além de dois anos e meio, após a
operação.

Entre os tratamentos que não incluem a cirurgia, existe a radioterapia. Esse


método, como já dissemos, não só destrói as células cancerosas, mas também os
órgãos internos, e por isso, ao invés de melhorar, o estado do doente piora. No
caso do câncer autêntico, à medida que ele se aproxima da fase final, as toxinas
cancerosas tomam todo o estômago, o peritônio, os rins e outras regiões; os de
caráter mais maligno chegam a tomar toda a parte superior do corpo. A pessoa
expele gosma em grande quantidade, perde totalmente o apetite e acaba morrendo
de fraqueza. A gosma é uma característica do câncer estomacal autêntico.

Em geral o câncer no estômago desenvolve-se lentamente, mas há pessoas nas


quais o seu desenvolvimento é rápido. Embora raramente, pode acontecer que
tome metade do corpo em curto espaço de tempo. Através do nosso método
terapêutico, o câncer autêntico é perfeitamente curável, se estiver na fase inicial; a
partir de então, a cura é muito difícil. Uma de suas características é que logo no
começo a pessoa emagrece acentuadamente, havendo casos em que ela chega a
perder mais de três quilos por mês. Além disso, fica com anemia profunda e sua
pele perde o brilho e a elasticidade; em compensação, quase não sente
indisposição e dor. Por estes sintomas podemos diagnosticar a doença, mas os
médicos prendem-se às teorias científicas e não conseguem dar um diagnóstico
facilmente. A Medicina diz que a tuberculose é uma doença com tendência
regressiva e o câncer uma doença com tendência progressiva. Dada a
peculiaridade das toxinas do câncer autêntico e o fato de elas não serem pus,
considera-se que essas toxinas não são provocadas por vírus. Como ele tem
origem espiritual, a Medicina materialista desconhece completamente a sua causa,
e a cura também é difícil.

Quanto ao câncer estomacal falso, é causado pelo pus e pelo sangue impuro
solidificado. Na fase inicial, surge um nódulo na parte externa do estômago, tal
como no câncer autêntico. Pouco a pouco, a doença vai tomando o peritônio, os
rins, etc., mas a sua cura é fácil; desde que o enfraquecimento não ultrapasse
determinado limite, a maioria das pessoas fica completamente curada.

DOENÇAS RENAIS E DIABETE

Entre as doenças renais, existem as agudas e as crônicas. O primeiro tipo é muito


raro; a maior parte das doenças renais é do segundo tipo.

A doença renal aguda é acompanhada de febre alta e dor intensa nas cadeiras,
impossibilitando a pessoa até de se mover, mas é facilmente curável. As crônicas,
no entanto, são demoradas e, em sua maioria, incuráveis por meio de tratamento
médico; através de nosso método terapêutico, elas saram totalmente.

Umas das características das doenças renais crônicas são os furúnculos, e sua
causa, como já explicamos, é o acúmulo de urina que não foi expelida devido ao
atrofiamento dos rins. A Medicina, para determinar uma doença renal, atém-se às
proteínas contidas na urina, e por esse motivo as proteínas são extremamente
temidas. Mas isso é um grande erro, pois, quando a urina retida e solidificada em
volta dos rins é dissolvida pela ação purificadora, as proteínas misturam-se a ela e
são eliminadas. Para eliminá-las, recomenda-se que a pessoa tome leite ou faça re-
pouso, o que, naturalmente, a enfraquece ainda mais. Objetiva-se desse modo, a
paralisação da purificação. Com isso, as proteínas diminuem e as pessoas pensam
que o tratamento surtiu efeito. Costuma-se utilizar diuréticos para combater as
doenças renais, porém seus efeitos também são momentâneos. O uso contínuo de
diuréticos produz efeitos contrários, fazendo com que a doença se torne crônica.

A Medicina diz que o diabete é uma doença do pâncreas, causada pela insuficiência
da insulina produzida por esse órgão. Como tratamento, aplicam-se injeções de
insulina. Isso pode ter efeito por algum tempo, todavia, como não é uma cura pela
raiz, na maioria dos casos a doença torna-se crônica. Além do mais, a pessoa é
obrigada a fazer uma dieta alimentar rigorosa e não pode comer açúcar. Assim, seu
sofrimento e despesas não são nada fáceis. No caso do diabete, considera-se que
o arroz é um alimento inadequado e com isso os japoneses sofrem bastante. Pelo
nosso método terapêutico, os diabéticos ficam completa-mente curados após a
dissolução e eliminação das toxinas solidificadas que pressionam a parte externa
do pâncreas. E a alimentação pode ser normal, de modo que o doente sente um
grande alívio.

PLEURISIA E PERITONITE
Segundo a Medicina, há três tipos de pleurisia: a úmida, a purulenta e a seca As
três são decorrentes do aparecimento de vãos entre as membranas que revestem o
pulmão. Nesses vãos, acumula-se água, ou melhor, urina, no caso da pleurisia
úmida; na purulenta, acumula-se pus, isto é, urina transformada em pus com o
passar do tempo. Já na pleurisia seca, não há acúmulo de líquido, mas a pessoa
sente dores intensas, que os médicos, na maioria das vezes, confundem com dores
nevrálgicas intercostais.

A pleurisia pode ser provocada ou surgir naturalmente. No primeiro caso,


geralmente surge em conseqüência de batida nas costas ou no peito, serviço
pesado, exercícios de ginástica com aparelhos, etc. No segundo caso, ocorre sem
nenhuma causa específica, e sem que se saiba quando teve início. A causa
verdadeira, no entanto, excetuando-se a pleurisia seca, é o acúmulo de urina retida
devido ao atrofiamento dos rins. O tratamento médico utilizado é a punção, ou
então os diuréticos, mas ambos têm efeito passageiro, e por isso, mesmo que haja
uma melhora, inevitavelmente sobrevêm a recaída. A característica da pleurisia é
que, na respiração, a inspiração é longa e a expiração é curta, o suor noturno é
intenso, a pessoa sente dor no peito e nas costas, fica sonolenta, tonta, etc.

A peritonite, tal como a pleurisia, pode ser úmida ou purulenta, mas não existe o
tipo seco. Naturalmente, surgem vãos entre as camadas que revestem o intestino e
neles se acumulam urina ou pus. A causa e o tratamento da peritonite são quase
iguais aos da pleurisia, e por isso vou omiti-los.

ASMA

A Medicina desconhece a causa da asma, doença que ela considera a mais difícil
de ser curada. Diz, também, que existem dois tipos de asma: a asma cardíaca e a
bronquite asmática. A primeira manifesta-se em crises nas quais a pessoa sente
dificuldade de respirar; em casos graves, chega a ter falta de ar como se estivesse
agonizando. A segunda caracteriza-se por aces505 violentos de tosse, insônia,
perda de apetite, dificuldade respiratória e outros sofrimentos insuportáveis.
Geralmente é periódica: uma vez por mês, no inverno ou no verão, ou então de dois
em dois meses. Há pessoas, no entanto, cujas crises ocorrem em períodos
indiscriminados, à tarde e à noite. Na hora da crise, o tratamento médico mais
utilizado é a injeção, que, momentaneamente, elimina o sofrimento. Esse efeito é
visível, mas, passado algum tempo, a crise volta, e outra injeção é aplicada. Com a
repetição do processo, a doença vai piorando gradativamente. O tempo entre uma
crise e outra diminui e, em casos extremos, aplicam-se de vinte a trinta injeções
num só dia. Algumas pessoas chegam até a sentir vertigens e a desfalecer, em
conseqüência da intoxicação provocada pela injeção. Ultimamente, dizendo que a
causa da asma é uma anormalidade do nervo pneumogástrico, a Medicina apela
para a cirurgia, mas isso é um grande erro, baseado em mera suposição.

A causa da asma cardíaca, segundo minha descoberta, são as toxinas acumuladas


e solidificadas principalmente na parte inferior do diafragma, nos ombros, nos rins,
no peito, no peritônio, nas virilhas e em outros locais. Com a purificação, elas se
liqüefazem e penetram nos pulmões. Quando as membranas pulmonares são
grossas ou quando o catarro é denso, a respiração torna-se difícil pelo movimento
que os próprios pulmões fazem para absorver as toxinas. Isso torna-se evidente na
hora da crise, pois, nesse momento, quando a pessoa vomita, sente-se aliviada.

A bronquite asmática é decorrente da absorção de densos catarros através de uma


tosse violenta. Esta, por sua vez, é causada pela grande quantidade de catarro.
Pelo nosso método terapêutico, embora seja necessário bastante tempo, tanto a as-
ma cardíaca como a bronquite asmática saram completamente.

DOENÇAS CARDÍACAS E PRESSÃO ALTA

A Medicina, genericamente, divide as doenças do coração em angina pectoris,


insuficiência valvular e dilatação cardíaca.

A angina pectoris caracteriza-se por dores violentas no peito, sensação de aperto,


dificuldade respiratória, etc. Os sintomas são terríveis, e o sofrimento é intenso. Em
casos graves, com uma crise apenas a pessoa morre, porém a maioria se res-
tabelece por algum tempo. A causa dessa doença são as toxinas solidificadas em
volta do coração, as quais, na primeira fase do processo de purificação, fazem
pressão centrípeta no sentido daquele órgão. O tratamento médico consiste em
controlar temporariamente a saúde por meio de injeções, mas através do nosso
método terapêutico a angina pectoris é facilmente curada pela raiz.

A insuficiência valvular tem a mesma causa, só que a pressão das toxinas não é
sobre o coração todo, e sim sobre algumas partes; por isso, entre outros sintomas,
a pessoa apresenta palpitação, pulsação irregular e leve dificuldade respiratória.

Quanto à dilatação cardíaca, é um caso raro; normalmente trata-se de diagnóstico


errado dos médicos, os quais se enganam com os nódulos de toxinas solidificadas
perto do coração. Pode ocorrer entre alcoólatras, esportistas, alpinistas, etc., mas
em pessoas comuns quase não se verifica:

Há, também, o que se chama de enfraquecimento dos nervos cardíacos. Por algum
motivo, a pessoa sente, repentinamente, palpitações e falta de ar, passando por um
sofrimento semelhante à agonia da morte, mas pouco a pouco vai melhorando e
volta ao estado normal. A causa desse problema é espiritual, não havendo razão
para qualquer temor.

A pressão alta é um sintoma freqüente na velhice, e os médicos dizem ser


prenúncio de isquemia cerebral. Mas não é bem assim. O que acontece, apenas, é
que as pessoas hipertensas estão mais sujeitas à isquemia cerebral que os
portadores de pressão baixa; logo, não há motivo para tanto medo. A causa da
pressão alta são as toxinas solidificadas do lado direito e esquerdo da nuca, e um
pouco à frente, logo abaixo das amígdalas. As toxinas pressionam as artérias, e,
como estas estão ligadas ao braço, a pressão aparece alta no medidor.
Vou contar um caso que serve para comprovar o que estou dizendo. Tempos atrás,
fui procurado por um senhor de mais ou menos sessenta anos, o qual me disse:
"Minha pressão é 30, ou talvez mais, porque o número máximo do medidor é 30 e
sempre a agulha chega aí." Já faz cinco ou seis anos que ele descobriu que tem
pressão alta, mas até hoje tem ido trabalhar todos os dias e não sente nenhuma
anormalidade. Trabalha há trinta anos como copista, de modo que as artérias
situadas nos locais mencionados acima estão enrijecidas e muito grossas.

DOENÇAS CEREBRAIS

Há uma grande variedade de doenças cerebrais: derrame, hiperemia cerebral,


obstrução dos vasos cerebrais, apoplexia, meningite, meningite tuberculosa,
isquemia cerebral, dor de cabeça, vertigem, sensação de opressão, estado de
semi-inconsciência, sensação de peso, impaciência, depressão, insônia, encefalite
letárgica, meningite cerebrospinal, comoção cerebral e outras.

O derrame cerebral acontece quando as toxinas solidificadas na nuca ou na medula


oblonga se dissolvem com a purificação, penetram no cérebro e, instantaneamente,
descem para um dos braços, mãos e pernas, voltando a solidificar-se. E o que se
chama paralisia parcial. Em casos graves, a pessoa baba, não consegue articular
as palavras, fica com deficiência cerebral ou problema mental. Naturalmente essa
doença também é decorrente da ação purificadora, e por isso, na maioria das
vezes, se a pessoa deixar que esta se processe livremente, mesmo que leve algum
tempo, seu estado melhora. Por desconhecimento desse fato, realizam-se vários
tipos de tratamentos, mas eles até se tornam obstáculos para a cura, fazendo com
que a doença se prolongue. Existe um caso muito ilustrativo a esse respeito:

Há tempos eu cuidei de uma senhora de aproximadamente cinqüenta anos, esposa


de um industrial residente numa pequena cidade do Nordeste. Vítima de derrame
cerebral, ela consultara vários médicos de Tóquio, tendo feito todos os tratamentos
possíveis, mas sem nenhum resultado. Passados dois ou três anos, seu estado
havia piorado um pouco. Na mesma cidade, morava um agricultor com cerca de
cinqüenta anos também, o qual teve um derrame mais ou menos na mesma época.
Certo dia, não sei por que motivo, ele foi à casa daquela senhora. Ela ficou
admirada, ao vê-lo e lhe disse: "Ouvi dizer que o senhor também teve derrame e
ficou com paralisia parcial. Vejo, no entanto, que está perfeitamente normal,
exatamente como antes. Como foi isso? Que tratamento recebeu? Que remédio
tomou?" Ele, então, respondeu: "Nós somos pobres e eu não pude ir ao médico
nem comprar remédios. Por isso, deixei meu destino ao encargo dos Céus e
apenas fiz repouso. Com o passar do tempo, fui melhorando naturalmente”. A
senhora não se conteve de surpresa, e só quando ouviu minha tese é que
conseguiu entender, tendo ficado muito contente. Pelo que acabamos de mostrar,
creio que poderão compreender o quanto é melhor, nesses casos, não recorrer aos
tratamentos médicos.

No caso da hiperemia cerebral, o sangue impuro do derrame para dentro do


cérebro, e a pessoa não fica paralítica, mas tem febre alta, vômitos intensos, dores
fortes, perde a consciência e, na maioria das vezes, a vida.

A apoplexia é a mais terrível das doenças cerebrais, pois a pessoa, que há poucos
instantes parecia estar muito bem, repentinamente cai e morre. Em casos mais
rápidos, dura apenas alguns segundos. O problema é causado pelo endurecimento
extremo dos nervos do pescoço e dos ombros, na primeira fase da purificação. Em
decorrência desse endurecimento, as veias são pressionadas e o sangue enviado
ao cérebro é obstruído. Deve ser por esse motivo que, desde os tempos antigos,
em casos de apoplexia, dizem que é bom fazer um corte no ombro e deixar sangrar.
A obstrução dos vasos cerebrais, de que a Medicina fala ultimamente, deve estar
relacionada à apoplexia.

A meningite, como todos sabem, é uma doença freqüente nas crianças, sendo que
às vezes ataca os adultos. Representa uma purificação das toxinas localizadas na
parte frontal da cabeça. Como resultado da aplicação de gelo nesse local, quando
se tem dor de cabeça por ocasião de resfriados ou de outros problemas, a
purificação cessa. A medida que se repete o processo, as toxinas aumentam; em
conseqüência, sobrevêm uma grande purificação. Tratando-se de crianças, a
meningite é de caráter hereditário. A Medicina considera difícil a recuperação, mas
mesmo que o doente se salve, fica com deficiência mental. Daí essa enfermidade
ser tão temida. Através do nosso método terapêutico a pessoa se restabelece
completamente em cerca de uma semana, não havendo nenhuma seqüela. Pelo
contrário, o cérebro funciona melhor que antes da doença; os estudantes, por
exemplo, após a recuperação, passam a ter excelente aproveitamento escolar. A
meningite caracteriza-se pela febre alta na testa, que fica quente como fogo; além
disso, a pessoa sente uma dor de cabeça insuportável, a vista embaralhada, e
desmaia sem mais nem menos. Por esses três sintomas, pode-se diagnosticar a
doença. Quanto à meningite tuberculosa, é considerada crônica, ao passo que a
meningite comum é aguda. Os médicos dão esse nome à meningite cujo processo
é persistente, mas, na realidade, a pessoa não está tuberculosa.

A isquemia cerebral caracteriza-se por peso e dor na cabeça, depressão,


enrijecimento no pescoço e nos ombros, etc. Ocorre sempre por algum estímulo;
quando se está no meio da multidão ou em ambiente barulhento, por exemplo.
Entre outros sintomas, a pessoa fica pálida, tonta, tem espasmos e vomita; em
casos graves, desfalece. Nesse momento, se colocarmos a mão em sua testa,
veremos que ela se apresenta fria como gelo e, apalpando com os dedos a região
em volta do pescoço, encontraremos nódulos. Dissolvidos esses nódulos, a pessoa
melhora rapidamente. Na hora da crise, pelo quadro extremamente dolo- roso, tanto
o doente como aqueles que estão a sua volta se assustam, mas a crise nunca é
fatal.

Ultimamente, entre as chamadas doenças da civilização, a de maior incidência é a


fraqueza cerebral, que pode ser considerada uma isquemia cerebral crônica. O
melhor método para se ficar curado é pegar resfriados, pois, através da febre da
purificação, os nódulos do pescoço, que são a causa do problema, se dissolvem e
são eliminados na forma de catarro, coriza, etc.

A dor de cabeça é a doença mais freqüente. Na maioria das vezes toma-se crônica,
porque as pessoas, conforme já foi explicado, interrompem a purificação quando
sentem a cabeça doer por ocasião de um resfriado ou em outras situações. E uma
dor que passa naturalmente; portanto, não deve ser cortada.

A respeito da vertigem, sensação de opressão, estado de semi-inconsciência,


sensação de peso, impaciência, depressão, insônia, etc., constam explicações no
capítulo intitulado "Análise dos sintomas das doenças", de modo que dispensam
comentários.
A encefalite letárgica acontece geralmente no verão, quando expomos a cabeça ao
sol quente. Com a irradiação direta do calor do sol, as toxinas dos ombros e das
costas dirigem-se para o cerebelo. Nessa ocasião, as veias localizadas na região
occipital e na região da medula oblonga ficam muito inchadas. Aplicando-se o nosso
método de dissolução das toxinas, elas, desincham momentaneamente, mas depois
voltam a inchar. E um sintoma renitente; contudo, à medida que aplicamos nosso
tratamento com persistência, ele vai cedendo, e em cerca de uma semana a pessoa
fica curada. Após dois ou três dias, sai uma grande quantidade de pus dos olhos ou
do nariz, às vezes misturado com sangue. A eliminação de pus, ainda que seja
pouco, é sinal de que o doente já entrou na fase de recuperação. Gradativamente,
ele vai se restabelecendo. A encefalite letárgica é temida pela Medicina, mas nós a
consideramos facilmente curável. Alguns médicos dizem que ela é transmitida pelo
pernilongo, teoria tão absurda que até nos faz rir.
A meningite cerebrospinal é muito semelhante à encefalite letárgica. A única
diferença é que, nesta, o pus vai para o interior do cerebelo, ao passo que na
meningite cerebrospinal ele pára na região da medula oblonga e aí se solidifica, não
avançando mais. Em conseqüência, observa-se um endurecimento daí até a
espinha, e o pescoço fica rígido, não curvando nem para frente nem para trás.
Obviamente, a pessoa apresenta febre alta, dor de cabeça, perda de apetite, etc.;
pode até morrer de fraqueza. Através do nosso método terapêutico, no entanto, ela
se recupera completamente, em uma ou duas semanas.

A comoção cerebral não é propriamente uma doença, e sim um traumatismo. Ela


acontece em decorrência de hemorragia interna motivada pela queda de lugares
altos ou batidas que danifiquem o encéfalo. Nos casos amenos, não há risco de
vida, porém, nos casos graves, a vida corre perigo. A maneira mais adequada para
se saber a gravidade do problema é observar os vômitos. Se forem dois ou três,
podemos considerar, em princípio, que a pessoa se salvará, mas se forem vômitos
intensos, mais de cinco ou seis, e o doente entrar em coma ou tiver hemorragia
pelos ouvidos ou pelos olhos, não haverá erro em afirmar que sua vida está
perigando.
A propósito dos distúrbios cerebrais, convém dizer que a maneira mais segura para
avaliar a gravidade do caso é prestar atenção à intensidade dos vômitos. A única
exceção é a isquemia cerebral.

DOENÇAS DA VISTA
Ultimamente, a doença da vista mais freqüente entre os japoneses é a miopia, que
a Medicina considera de cura difícil Sua causa ainda não é conhecida com
precisão, mas nós afirmamos que são as toxinas concentradas nas proximidades
da medula oblonga, as quais pressionam as veias que levam o sangue para os
olhos. Por falta de irrigação sangüínea, já que o sangue é o seu nutriente, os olhos
ficam desnutridos. Usando-se óculos corretivos, a capacidade visual vai diminuindo
e a pessoa fica dependente deles. Por conseguinte, para curar a miopia, é
fundamental que, juntamente com a dissolução das toxinas, sejam eliminados os
óculos corretivos. Como é impossível parar de usá-los de repente, deve-se diminuir
aos poucos o grau das lentes. Submetendo-se ao nosso método terapêutico, a
pessoa fica completamente curada em cerca de seis meses; quando o caso é
grave, em dois ou três anos aproximadamente.

O tracoma e a conjuntivite folicular não são propriamente problemas dos olhos; são
bolinhas que nascem atrás das pálpebras. No caso do tracoma, as bolinhas são
grandes e surgem na pálpebra superior; no caso da conjuntivite folicular, são
bolinhas pequenas na pálpebra inferior. O primeiro é relativamente difícil de curar,
mas a segunda é fácil. Os oftalmologistas aconselham a operação do tracoma, mas
essa medida é o que há de pior. Mesmo fazendo-se a cirurgia, o mal jamais será
curado pela raiz. Ao contrário, agrava-se. No início há uma melhora, mas o tracoma
sempre volta. Consequentemente, faz-se nova cirurgia, e com isso o problema vai
piorando, até que não há mais jeito. Aqueles que já se submeteram a diversas
operações, ficam com os olhos muito vermelhos e cheios de pus, têm dificuldade de
abri-los e sentem dores intensas. Pelo sofrimento atroz que a pessoa passa,
acabando por não enxergar mais, vemos o quanto é prejudicial a cirurgia. O
tracoma desaparece ainda que não se faça nada; com a aplicação do nosso
tratamento, a cura é mais rápida e pela raiz. A conjuntivite folicular também melhora
naturalmente; se a pessoa fizer tratamentos médicos, ela se prolongará na mesma
proporção.
Outra doença ocular freqüente é a conjuntivite, também conhecida como irritação
dos olhos e oftalmia epidêmica. Os globos oculares apresentam-se vermelhos,
expelindo ininterruptamente uma secreção, lágrimas, etc. Essa doença é causada
pelas toxinas concentradas na parte frontal da cabeça, as quais, dissolvidas com a
purificação, tentam ser expelidas pelos olhos. Deixando-a seguir seu curso normal,
a conjuntivite sara facilmente. Além disso, após a cura, a cabeça fica mais leve. Se
a pessoa fizer tratamentos médicos, o problema se agrava, por causa das toxinas
medicinais, não sendo poucos os casos em que ocorre lesão nas vistas.
O leucoma é outra doença ocular muito comum. Também é causado pelas toxinas
que se concentram no globo ocular e se solidificam na região da pupila, formando
pequenas feridas. Deixando-se atuar a natureza, a cura é rápida. Os médicos, no
entanto, sempre recomendam colírio, no caso do leucoma. Com isso o pus se
solidifica, dificultando a cura. Pela minha experiência, as pessoas que não usaram
colírio algum, geralmente melhoram com duas ou três aplicações do nosso
tratamento, mas aqueles que aplicaram muito colírio, demoram a ficar curados.
Além das que foram mencionadas, todas as outras doenças da vista têm como
causa as toxinas acumuladas no globo ocular, as quais, em decorrência da
purificação, tentam sair pelos olhos. Com a eliminação dessas toxinas, a pessoa
fica curada, e o único meio capaz de promover essa eliminação é o nosso método
terapêutico.
Uma das doenças oculares mais temidas é a catarata. Existem três tipos: a catarata
propriamente dita, o glaucoma e a amaurose, todas elas causadas pela
concentração e solidificação de toxinas no fundo do olho. Na catarata propriamente
dita, as toxinas são pus branco; no glaucoma, pus esverdeado; na amaurose,
sangue escuro. Esta última é considerada a mais grave. Os médicos esperam que
as toxinas se concentrem bastante e, deslocando o globo ocular, raspam as toxinas
que estão grudadas no fundo; em seguida, recolocam o globo no lugar. Depois que
a pessoa se recupera da cirurgia, fazem-na usar óculos especiais. Como resultado,
ela fica com a visão semelhante à de um míope em grau bem avançado e ainda
tem que se dar por feliz. Obviamente5 para quem não estava enxergando nada,
recuperar parte da visão é motivo de alegria. E os médicos também ficam radiantes
com o progresso da Medicina. Todavia, do ponto de vista do nosso método
terapêutico, não podemos dizer que seja uma cura verdadeira, e sim uma cura
aparente. Recebendo o nosso tratamento, a pessoa volta a enxergar como antes.
Só que, dependendo da quantidade de toxinas medicinais, há diferença no prazo de
cura. O caso mais difícil é a catarata provocada pela toxinas da "Injeção 606"
("Salvarsan"). Essa catarata geralmente atinge um dos olhos apenas.

A hemeralopia, conhecida como cegueira noturna, e o daltonismo, doenças que a


Medicina considera Incuráveis, têm causas espirituais, e por isso deixarei para tecer
considerações a respeito no capítulo correspondente. A maior parte das doenças
oculares, todavia, saram por completo quando tratadas pelo nos50 método
terapêutico. Existem pessoas que, mesmo sem estarem tristes, ficam com os olhos
lacrimejando. Isso representa a eliminação de colírio, transformado em lágrimas
com o passar do tempo. Se elas nada fizerem para impedir essa eliminação, ficarão
totalmente curadas. Este sintoma é visto pela Medicina como distúrbio das
glândulas lacrimais, interpretação absolutamente errada.

A respeito dos olhos, existe um ponto que é preciso esclarecer. Quando ocorre
congestão na vista, os globos oculares ficam avermelhados, mas não se trata de
sangue, e sim, de pus.

Este, que é branco, quando se concentra nos globos oculares apresenta uma cor
avermelhada; à medida, no entanto, que o pus é expelido, a vermelhidão
desaparece.

DOENÇAS DO OUVIDO, NARIZ E GARGANTA

Entre as doenças do ouvido, temos a otite, o zumbido, a otorréia, a surdez, etc.


Dispensarei comentários sobre a otite porque já falamos sobre ela. Quanto ao
zumbido no ouvido, a Medicina desconhece sua causa e considera que não tem
cura. Mas a causa verdadeira, como já expliquei, é a purificação das toxinas
acumuladas na parte do cérebro próxima do ouvido interno, nas fontes, na medula
oblonga, nas parótidas e em outros locais. Na maioria das vezes, são as toxinas
localizadas na extremidade das parótidas, perto do ouvido interno.

A otorréia é causada pela dissolução das toxinas existentes na região das glândulas
linfáticas, as quais vão ser eliminadas através das parótidas. Por isso, se deixar a
natureza atuar livremente, a pessoa eliminará pus pelos ouvidos e ficará
completamente restabelecida. Entretanto, quando se recebe tratamento médico,
fazendo lavagem com remédio líquido, o tóxico desse remédio penetra pela mucosa
dos ouvidos e é expelido em forma de pus. Com a repetição do processo, não são
poucos os doentes que levam três, quatro ou cinco anos tratando-se em hospitais e
sofrendo, sem obterem a cura. Em tais casos, se largar os tratamentos e deixar que
a doença siga o seu curso normal, a pessoa começa a melhorar gradativamente.

A surdez pode ser congênita ou adquirida, e também de origem material ou


espiritual. Sobre a surdez de origem espiritual falarei posteriormente; no momento,
vou explicar a surdez de origem material. Ela é causada pelas toxinas solidificadas
na região que vai das parótidas até o ouvido interno, as quais pressionam o nervo
auditivo, anulando sua ação. Melhora facilmente através do nosso método
terapêutico. Um ponto que deve ser visto com muito cuidado, no tocante às
doenças do ouvido, é o hábito de realizar ventilação da trompa de Eustáquio. Isso é
extremamente perigoso. Há muitos exemplos de surdez leve que se tornou
profunda, ou até mesmo total, pela aplicação desse método.

Entre as doenças do nariz, temos a ozena, a rinite hipertrófica, o pólipo nasal, a


anosmia e outras. A causa de todas elas é uma só: a dissolução das toxinas
solidificadas nos dois lados do nariz, na região occipital e, principalmente, perto da
medula oblonga e na região entre o alto da cabeça e a testa.

A ozena é causada pelas toxinas localizadas nos lados do nariz, as quais são
eliminadas constantemente pelas narinas em forma de muco. Podemos saber a
quantidade de toxinas pela dor que sentimos quando pressionamos esse local com
os dedos. Da mesma forma que pólipo nasal, a ozena sara por completo se
deixarmos o processo correr naturalmente. Como os médicos prescrevem lavagem
com remédios líquidos, a doença piora ou torna-se crônica.

A rinite hipertrófica é a eliminação das toxinas contidas no muco nasal, que


estimulam a mucosa das fossas nasais. O aparecimento de pequenas feridas nas
narinas, a dor, a coceira, o ressecamento e outros sintomas também são
decorrentes do estímulo dessas toxinas.

O pólipo nasal é o pus solidificado, parecendo a raiz de um furúnculo. Os médicos


costumam operar, tanto no caso da ozena como do pólipo nasal, mas ainda que a
pessoa pareça curada, o problema sempre volta; por isso, em muitos doentes, a ci-
rurgia torna-se um vício. As vezes, pode-se até morrer por causa de uma cirurgia de
ozena mal sucedida. A dor é tão violenta, que a pessoa chega a delirar, e acaba
morrendo no maior desespero.

A causa da anosmia são as toxinas solidificadas na ponta do nariz, as quais


paralisam o nervo do olfato, ou então as toxinas concentradas abaixo da região
occipital. Existe a anosmia crônica e a aguda: a primeira é causada pela
solidificação das toxinas e ocorre de forma natural e amena; a segunda, pelo uso de
anestésicos ou pela intoxicação de gás. A aguda é facilmente curada, mas a crônica
leva bastante tempo.

Algumas pessoas costumam inspirar cocaína em caso de obstrução nasal, mas isso
deve ser evitado. Momentaneamente há um alívio, porém, com a repetição, acaba-
se tomando um hábito e, posteriormente, um vício. Quando é praticado durante
meses e anos, causa distúrbios na cabeça e, em casos extremos, a morte.
Vejamos a seguir, as doenças da garganta. Geralmente elas acompanham a gripe e
saram com facilidade. A única realmente temível é a tuberculose da garganta. No
início, ela representa uma eliminação das toxinas concentradas nas proximidades
das glândulas linfáticas, mas, como os médicos fazem tudo para paralisá-la, as
toxinas transferem-se mais para dentro, obstruindo o aparelho fonador. A pessoa,
então, fica rouca ou com a garganta obstruída, e tem dificuldade de engolir a
comida. Essa dificuldade vai aumentando cada vez mais; por fim, nem água passa
pela garganta, e o doente acaba morrendo. No caso dessa doença, os médicos
costumam apelar para a cirurgia, mas isso também é inadequado. O exemplo que
se segue ilustra muito bem o que estamos dizendo.

Um senhor de aproximadamente quarenta anos apareceu com um nódulo nas


glândulas linfáticas. Sobreveio-lhe febre e, no local, criou-se um furúnculo. Por
causa desse problema, ele internou-se num hospital e foi operado. Antes mesmo da
cicatrização daquele furúnculo, surgiu-lhe outro, ao lado, e fizeram-lhe nova
operação. O fato repetiu-se várias vezes, até que começaram a surgir furúnculos
também do outro lado. Feita a cirurgia, apareciam novos furúnculos. A pessoa foi
ficando cada vez mais fraca e acabou morrendo. Obviamente, isso foi conseqüência
das intervenções cirúrgicas. A propósito de furúnculos, convém saber que,
realizando-se a cirurgia ou perfuração do local para tirar o pus, a concentração das
toxinas é paralisada. No caso do doente citado, as toxinas, impedidas de
concentração, foram forçadas a buscar outra saída nas regiões circunvizinhas ou
formaram furúnculos internos.
Através da teoria acima, podemos observar que, seja qual for o tipo de tumor,
jamais devemos perfurá-lo artificialmente ou cortá-lo para tirar o pus. Por maior que
ele se torne, devemos esperar até que a pele se rompa naturalmente e o pus saia.
Pelas experiências que eu tive, pude comprovar que a cura natural é muito mais
rápida e não oferece perigo algum, nem deixa vestígios. A operação é justamente o
oposto, como fica comprovado pelo caso do senhor de quem falamos. Ele não
apresentava nenhum sintoma que colocasse sua vida em perigo; entretanto, por
causa de um tratamento errado, gastou uma fortuna, sofreu durante muito tempo, e
por fim, viu sacrificada sua preciosa vida.
Esse crime da Medicina é algo que não se pode deixar passar despercebido.

PIORRÉIA, PARALISIA FACIAL E NEVRALGIA FACIAL

A Medicina desconhece a causa da piorréia, mas essa doença, como já explicamos,


é causada pela urina excedente, que, devido à nefrosclerose, vai para as costas,
ombros e glândulas linfáticas e, com a purificação, é eliminada pelas raízes dos
dentes, misturada com sangue. Há casos em que os dentes ficam frouxos, em
conseqüência da concentração das toxinas urinárias nas raízes. Pelo nosso método
terapêutico, a piorréia é facilmente curável, porém os dentistas, lamentavelmente,
na maioria das vezes não vêem outra alternativa a não ser a extração dos dentes. A
Medicina julga que a causa do problema está nos dentes, mas a teoria acima nos
mostra que isso não é verdade. Para curar a piorréia, devemos escovar as
gengivas, ao invés de escovar os dentes. No início, sairá pus misturado com
sangue; com o tempo, não sairá mais, e as gengivas ficarão firmes e os dentes
fortes.

A paralisia facial faz os lábios ficarem repuxados para um dos lados, direito ou
esquerdo, assim como também os olhos. Algumas vezes ela é acompanhada de
espasmos, sendo que, em casos extremos, um dos globos oculares salta para fora
e o rosto fica horrível; há pessoas que nem se consegue encarar. Se não fizer
nenhum tratamento, a maioria melhora em um ou dois meses ou, nos casos mais
demorados, em dois ou três anos. Com os tratamentos médicos, no entanto, entre
eles os banhos de luz, as toxinas se solidificam e a doença toma-se crônica ou
então incurável. A causa da paralisia facial são as toxinas concentradas em uma ou
várias partes do rosto, as quais atrapalham o movimento dos músculos.

A nevralgia facial geralmente provoca dor no lado direito ou no lado esquerdo, em


conseqüência da dissolução das toxinas durante a segunda fase da purificação.

DOENÇAS HEPÁTICAS, ICTERÍCIA E COLECISTOPATIA

As doenças hepáticas acusadas pela Medicina, na realidade não estão no fígado.


São causadas pelas toxinas acumuladas na parte externa desse órgão, as quais,
pela pressão que fazem, provocam dor ou icterícia. O diagnóstico de que o fígado
está inchado é um erro. Os médicos confundem as toxinas concentradas com
inchação. Quando o fígado é pressionado, a vesícula biliar, que fica atrás dele,
também é pressionada, e por isso há eliminação de bílis. Essa é a causa da
icterícia. Consequentemente, com a dissolução e eliminação do sangue impuro, as
doenças hepáticas e a icterícia saram completamente.
A colecistopatia é a formação de cálculos na vesícula biliar. Provoca dores intensas
e o doente passa por um sofrimento terrível. Existem, também, o cálculo renal e o
cálculo na bexiga. Ambos são considerados de cura difícil pela Medicina; pelo
nosso método terapêutico, a cura é total. Dizem que foi descoberto, recentemente,
um processo de extração dos cálculos por meio de aparelhos, mas, ainda que isso
dê certo, não será a solução radical, pois a eliminação dos cálculos não significa a
eliminação de sua causa. Em primeiro lugar, como surgem os cálculos biliares? A
urina excedente dos rins penetra na vesícula biliar, mistura-se com a bílis e
transforma-se em cálculo. Assim, enquanto os rins não se restabelecem por
completo, é impossível a cura radical do problema. As dores intensas da
colecistopatia são decorrentes da passagem dos cálculos pelo canal biliar. Quanto
aos cálculos renais, nada mais são do que os cálculos biliares que se tornaram
cada vez maiores após passar por diversos órgãos e, finalmente, pelos rins, onde
lhes São acrescidas as toxinas urinárias. Os cálculos também podem entrar na
bexiga, através do útero; passando da bexiga para a uretra, às vezes ficam
enroscados à sua entrada, ocasionando retenção da urina. Pelo nosso tratamento,
eles se desfazem, parecendo grãos de areia; ao serem expelidos com a urina, a
pessoa melhora imediatamente.

REUMATISMO

O reumatismo pode ser agudo ou crônico. Em ambos os casos há concentração de


toxinas nos braços, nos dedos das mãos, nos joelhos, etc. Os sintomas são
inchação, vermelhidão, febre alta e muita dor. O tratamento médico consiste em
engessar o enfermo e imobilizá-lo. Em conseqüência disso, as toxinas se
solidificam, geralmente em dois ou três meses. À medida que ocorre a solidificação,
a dor desaparece, mas as juntas ficam totalmente endurecidas, sem movimento, e a
pessoa torna-se inválida. Nestes casos, os médicos prescrevem-lhe massagens,
por exemplo, mas sem grandes resultados, servindo apenas como paliativo.
Tratando-se de reumatismo agudo, com poucas aplicações do nosso tratamento há
uma recuperação total; inclusive sendo crônico a cura poderá ser completa, embora
leve mais tempo. Às vezes o médico opera o doente, mas aqueles que já foram
operados dificilmente se recuperam, nem mesmo pelo nosso método terapêutico.

CÂNCER

Além do câncer estomacal, sobre o qual já falei, existem muitos tipos de câncer: do
esôfago, da laringe, do útero, da mama, do fígado, do pulmão, do intestino, da
língua, do ânus, da face, dos maxilares e de outros órgãos. Cada tipo, por sua vez,
apresenta variedades; a própria Medicina vem fazendo, até hoje, muitas
descobertas. Há, também, o sarcoma, que se confunde bastante com o câncer. Sua
cura é bem mais rápida; um e outro, no entanto, muitas vezes são falsos e
facilmente curáveis. Mesmo no caso do câncer autêntico, desde que não haja um
grande enfraquecimento físico, a maioria das pessoas ficam totalmente curadas
através do nosso tratamento.

A Medicina recomenda a radioterapia, mas esse método, como já dissemos, é


ineficaz. No caso do câncer falso, os sintomas abrandam temporariamente, e as
pessoas se iludem, pensando que o tratamento está realmente fazendo efeito.

HEMORRÓIDAS

Essa doença é muito freqüente entre os japoneses. Além de outras variedades,


existe o prolapso anal, a hemorróida interna, a hemorróida externa, a hemorróida
com hemorragia ou com prurido e a fístula anal. Todas elas têm como causa o pus
ou o sangue impuro que, em decorrência da purificação, tentam ser expelidos pelo
ânus.
Pelo nosso método de tratamento, a cura das hemorróidas é rápida e total, seja
qual for o tipo. Só a fístula anal é diferente das outras hemorróidas, caracterizando-
se por dores violentas e eliminação de grande quantidade de pus; obviamente, a
cura é mais demorada. Os médicos, no início da doença, perfuram a fistula para
tirar o pus, mas em conseqüência disso, como já expliquei no caso da tuberculose
da garganta, ela reaparece nas vizinhanças. Realiza-se, então, nova cirurgia, e a
fístula vai aumentando cada vez mais, até ficar como um favo de abelha. Com base
nesse princípio, se deixarmos a doença ter um curso natural, a fístula acaba
estourando e, eliminado todo o pus, sara completamente. Pelo nosso método
terapêutico, em qualquer desses casos, por mais grave que seja, o
restabelecimento é total e não leva muito tempo. Costuma-se dizer que, quando a
fístula anal sara, a pessoa contrai doença pulmonar, mas isso só acontece quando
se interrompe a eliminação do pus, através da cirurgia ou de outros meios. Nesse
caso, o pus vai para o pulmão, sendo eliminado em forma de catarro. Assim, é
muito mais seguro que ele seja eliminado em forma de fístula anal; inclusive, o
sofrimento será menor. O pus da fístula anal tem a mesma origem da cárie na
coluna e desce pela coluna vertebral.
Um ponto que merece a nossa atenção, no tocante à hemorróidas, é a hemorragia.
Trata-se de um sintoma muito bom, pois com isso diminui o sangue impuro, que é a
causa de enrije cimento no cérebro, na nuca, nos ombros, etc. A eliminação de pus
através da fístula anal tem o mesmo efeito. Por conseguinte, devemos dizer que
tanto a fístula anal quanto a hemorróida hemorrágica, tão temidas pelas pessoas,
são realmente dádivas do Céu.

BERIBÉRI E HIPERTIREOIDISMO

O beribéri é outra doença comum entre os japoneses. Sem duvida alguma, ele é
causado, conforme diz a Medicina, pela intoxicação por meio do arroz branco.
Portanto, como tratamento, pode-se misturar no chá uma colher de sopa de farelo
de arroz e tomar após as refeições; na maioria dos casos, a pessoa melhora em
uma semana. Também são recomendáveis os pratos complementares. A prova
disso é que, desde os tempos antigos, não há incidência de beribéri entre crianças
das classes sociais mais elevadas, mas a doença é freqüente entre crianças da
classe pobre.
Entretanto, devemos tomar cuidado com o diagnóstico dos médicos, pois, quando
eles dizem que é beribéri, geralmente não é. Esse diagnóstico está baseado em
sintomas como paralisia nas pernas ou dificuldade para caminhar. Convém saber
que o beribéri autêntico caracteriza-se pela paralisia em tf és pontos:
parte anterior da perna, abaixo do joelho, ou seja, a canela, base dos polegares da
mão e lábio inferior. Quanto ao beribéri falso, diagnosticado erradamente, tem como
causa a urina excedente dos rins, as toxinas medicinais das injeções, etc. O beribéri
autêntico melhora com duas ou três aplicações do nosso tratamento, e até mesmo
no caso do beribéri falso a cura é rápida.
O hipertireoidismo, que a Medicina considera doença da tireóide, caracteriza-se
pela inchação da parte anterior e externa da garganta. Nos casos mais amenos, há
um pouco de tosse e certo incômodo na região afetada, e algumas pessoas nem
chegam a perceber o problema. Quando o caso é grave, entre outros sintomas, há
tosse forte, vômito e eliminação de um líquido com bolinhas brancas ou de um
líquido espumante. Outra característica dessa doença são os olhos saltados. A
medida que ela vai se intensificando, provoca distúrbios no coração, pulsação
irregular, respiração difícil, falta de apetite, etc., e o doente acaba morrendo de
fraqueza. Pelo nosso método terapêutico, a cura é fácil e completa. Como o
hipertireoidismo é freqüente nas mulheres, em caso de gravidez, os médicos dizem
que é perigoso e provocam aborto. Pela minha experiência, entretanto, não há
perigo algum e a pessoa dá à luz normalmente.

DOENÇAS VENÉREAS

As doenças venéreas são classificadas pela Medicina em três tipos: o cancro duro,
isto é, a sífilis, o cancro mole e a gonorréia. Recentemente foi descoberto mais um,
de modo que, em verdade, existem quatro tipos. No momento, creio que a
explicação sobre os três tipos mencionados é suficiente.

Segundo a Medicina, o cancro duro é contraído através de relações sexuais anti-


higiênicas, por ação de uma bactéria chamada espiroqueta. O tratamento anti-
sifilítico considerado avançado, atualmente, consiste na aplicação de injeções de
"Salvarsan" e de mercúrio, na aplicação de iodo, linimento de mercúrio, etc. O dano
causado pelo "Salvarsan", no entanto, 33 mo já foi explicado, é muitas vezes maior
que o da própria sífilis, e a Medicina mesmo reconhece que o efeito desse
medicamento é temporário. As toxinas adquiridas através do mercúrio e do iodo
manifestam-se vários anos mais tarde, sob diversas formas, e não são poucos os
casos em que a doença se agrava a ponto de tirar a vida da pessoa. Embora se
diga avançada, a Medicina ainda não conseguiu perceber isso, o que é muito
estranho.

Para os médicos, a sífilis hereditária é a causa de diversas doenças, mas eu nego


essa tese, pois a sífilis absolutamente não é hereditária. Acredito que virá a época
em que a Medicina ratificará minha teoria. Através do nosso método terapêutico, a
sífilis é curada de maneira surpreendentemente fácil. Devemos saber em especial
que essa doença não causa sofrimento; se houver dor, coceira e outros incômodos,
não são provocados por ela. No início, a sífilis manifesta-se em forma de úlcera
sifilítica, aparecendo, depois vários sintomas: cancro venéreo, manchas na pele,
queda de cabelo, rouquidão, etc.; no final, ataca os ossos do nariz e a pessoa não
consegue se expressar com nitidez.

O cancro mole apresenta como únicos sintomas a úlcera sifilítica e o cancro


venéreo, não se desenvolvendo mais do que isso. Produz, entre outros sofrimentos,
febre e dores. E uma doença que melhora naturalmente, mas os médicos
recomendam a operação, o que retarda a cura. Pelo nosso método terapêutico, o
cancro mole é curado rápida e completamente.
A gonorréia é mais maligna que a sífilis, pois é impossível curá-la pela raiz.
Conseqüentemente, a cura não é verdadeira, mas apenas no sentido de não haver
perigo de reincidência. A bactéria da gonorréia, o gonococo, é um ser vivo, um ser
orgânico, e, à medida que o poder de defesa do corpo aumenta, ele enfraquece aos
poucos, transformando-se em ser inorgânico, isto é, numa espécie semelhante ao
musgo. Todavia, esse musgo pode transformar-se novamente em ser orgânico, pela
ação de bebida alcoólica, exercícios, febre e outros estímulos. Isso seria a
reincidência da doença, mas geralmente se melhora em pouco tempo. Existem
pessoas nas quais o gonococo só se reproduz depois de muitos anos, provocando
estreitamento da uretra e dificuldade para urinar.

Os médicos tratam a gonorréia injetando remédio líquido na uretra, quando ela está
infeccionada. Com isso, há perigo de os gonococos serem empurrados mais para o
fundo, de modo que é preciso tomar cuidado. Como resultado desse tratamento,
freqüentemente sobrevêm prostatite e orquite, e a pessoa tem febre, dores, etc. No
caso da gonorréia, até mesmo o tratamento natural faz efeito, mas a melhor medida
é ingerir a maior quantidade possível de líquidos. Isso intensifica a eliminação da
urina, e a uretra vai sendo lavada naturalmente, sem perigo, de modo que a cura é
rápida. Se a pessoa tomar chá de folha de pinheiro, o efeito ainda será maior, pois
os componentes da resina do pinheiro destroem os ninhos dos gonococos e
impedem a reprodução destes. Pelo nosso método terapêutico, a gonorréia, a
prostatite e a orquite são curadas facilmente.

DOENÇAS MENTAIS E EPILEPSIA

As doenças mentais e a epilepsia têm muita semelhança. Suas causas são


espirituais, e eu as explicarei com detalhes posteriormente. Através da Medicina
materialista a cura dessas doenças é absolutamente impossível, por mais
pesquisas que se façam. Ultimamente têm aparecido médicos que tentam curar a
epilepsia com uma cirurgia cerebral, mas isso não passa de trabalho perdido. Além
do mais, após a recuperação, as conseqüências são piores.

DOENÇAS DE SENHORAS

Existem diversos tipos de doenças de senhoras, mas as mais freqüentes são as


relacionadas ao útero, como a endometrite, miometrite, parametrite, anteflexão e
retroflexão uterina, hipoplasia uterina, mioma, câncer e outras.

A endometrite é causada pelas toxinas da leucorréia, que grudam, como se fosse


sujeira, na parede interna do útero. E é por isso que surge uma febre imperceptível,
para promover a dissolução dessas toxinas. Mesmo que não se faça nada, não há
prejuízo algum para a saúde. O tratamento médico consiste em fazer raspagem do
útero, mas isso não tem sentido, pois em pouco tempo ele volta ao estado anterior.
Por conseguinte, para se curar o problema pela raiz, não há outro meio senão
eliminar a causa da leucorréia, ou seja, curar por completo a peritonite purulenta.
Como isso é impossível através de tratamento médico, realiza-se a raspagem do
útero como método paliativo.
A miometrite é um pouco mais grave que a endometrite, e a parametrite é a
purificação das toxinas acumuladas na parte externa do útero. A anteflexão e a
retroflexão uterina são causadas pela pressão das toxinas concentradas,
respectivamente, na parte posterior e na parte anterior do útero; em ambos os
casos, a cavidade uterina fica obstruída, e por esse motivo a mulher não consegue
engravidar. Os médicos são a favor da operação, através da qual tentam corrigir a
posição do útero e removem as toxinas. Mas isso, é claro, tem efeito temporário;
depois de algum tempo, as toxinas se concentram novamente e o útero retorna à
situação anterior.
A hipoplasia uterina é causada pelas toxinas que se concentram em volta do útero e
o pressionam ininterruptamente, em conseqüência do atrofiamento dos rins. Assim,
se apalparmos a parte inferior do ventre, veremos que ela se apresenta muito mais
dura que o normal e que há nódulos na região dos rins.
O mioma é um edema que surge em determinada parte dos nervos que contraem o
útero. Pode ser um ou mais, de tamanho pequeno, médio ou grande. O tratamento
médico consiste em extrai-lo através de cirurgia, o que, às vezes, pode surtir efeito;
no entanto, como restam as toxinas medicinais adquiridas na operação, com o
passar do tempo manifestam-se diversos sintomas de doenças, de modo que a
cirurgia não é recomendável.

O câncer no útero, na maioria das vezes, é um diagnóstico errado da Medicina.


Quando a mulher tem hemorragia após a menopausa, os médicos logo suspeitam
de câncer. Nessa ocasião, examinando-a, eles encontram um nódulo na parte
inferior do ventre e diagnosticam a doença. Através da cirurgia, extraem o tumor.
Este, geralmente, é um nódulo de sangue velho da menstruação. Em tais casos,
aplicando-se o nosso tratamento, em dois ou três dias costuma haver uma grande
hemorragia, como se fosse uma limpeza, e a pessoa fica completamente curada.
Aliás, pelo nosso método terapêutico quase todos os tipos de problemas no útero
São totalmente curáveis.

Outra doença freqüente é o cisto no ovário. A medida tomada pelos médicos é a


extração desse órgão, para eliminar o pus acumulado em seu interior. Normalmente
o cisto se apresenta num dos ovários, sendo raros os casos em que se apresenta
nos dois. Pela cirurgia obtém-se algum resultado. Quando o problema ocorre num
ovário apenas, a probabilidade de engravidar diminui; no caso dos dois, a mulher,
obviamente, fica impossibilitada de ter filhos. Extraindo o útero e também os
ovários, além de não poder engravidar, ela até muda sua personalidade, assumindo
características masculinas, fato que é do conhecimento de todos. Pelo nosso
método terapêutico, embora leve algum tempo, a cura do cisto geralmente é
completa.

A gonorréia também é uma doença de grande incidência entre as mulheres.


Apresenta-se com as mesmas características que nos homens, só que, nelas,
obviamente, não ocorre prostatite nem orquite. Entretanto, como as mulheres têm a
uretra mais curta que a dos homens, é fácil a gonorréia atacar a bexiga e até os
rins. Na parte inferior dos pequenos lábios existe um pequeno orifício chamado
glândula de Bartholin, por onde é expelido o líquido para irrigar a mucosa que
reveste o local. Essa glândula pode inchar com a gonorréia. O problema melhora
até mesmo sem nenhum tratamento, mas os médicos costumam extrair esse vaso
pela cirurgia, o que não é aconselhável, pois traz como conseqüência a redução do
desejo sexual.

Entre as anormalidades relacionadas à menstruação, observa-se a inexistência de


menstruação, as cólicas menstruais e a menstruação irregular. A inexistência de
menstruação é acusada geralmente na idade de treze a quatorze anos. Note-se que
a idade média da primeira menstruação, entre as mulheres japonesas, é quatorze
anos. A causa do problema é a obstrução decorrente da pressão feita pelas toxinas
localizadas na entrada das trompas de Falópio. Quanto às cólicas menstruais, são
as dores que a pessoa sente na hora da passagem do sangue pelos vasos das
trompas, os quais ficam reduzidos devido à pressão das toxinas. A menstruação
irregular tem a mesma causa. Através do nosso tratamento, a cura desses
problemas é fácil; a Medicina tradicional considera que eles são difíceis de curar
porque desconhece o método de dissolução das toxinas. Os médicos costumam
dizer que as trompas estão inchadas, mas isso é um erro. Na realidade, trata-se da
pressão das toxinas situadas na parte externa; eles pensam tratar-se de inchação
porque vêem da parte interna.

A nefropatia gravídica também é muito comum e normalmente aparece por volta do


sétimo ou do oitavo mês de gravidez, acompanhada de forte inchação.
Considerando que há perigo de vida, os médicos provocam o aborto. O problema,
no entanto, é motivado pela pressão das toxinas que vão se acumulando dia a dia
na parte posterior dos rins, acrescida da pressão da parte frontal, em decorrência
da gravidez. Essa pressão dupla provoca uma intensa nefrosclerose, e a inchação é
causada pela urina não eliminada. Com algumas aplicações do nosso tratamento a
maioria das pessoas se restabelece completamente.

O vômito é outro sintoma freqüente na gravidez. Há mulheres que ficam mais de um


mês sem poder se alimentar direito por causa de vômitos intensos; algumas, sem
outra alternativa, provocam o aborto. Mas a causa dos vômitos, conforme já expli-
camos, são as toxinas localizadas na parte inferior do estômago, as quais são
pressionadas pelo crescimento do útero. Portanto, eles representam uma ação
natural de purificação destinada a eliminar os empecilhos para esse crescimento.

Um sintoma muito comum e temido é a gravidez ectópica. Como tratamento


médico, a única solução é a cirurgia. A causa desse problema, obviamente, é a
fecundação do óvulo nas trompas. Quando, por volta do segundo ou do terceiro
mês de gestação, houver dor violenta no baixo ventre, acompanhada de
hemorragia, deve-se pensar que se trata de gravidez ectópica ou fora do útero.
Com algumas aplicações do nosso tratamento a dor e a hemorragia cessam por
completo.
Quase todas as mulheres têm leucorréia. Considerando que isso não é bom sinal,
os médicos realizam diversos tratamentos, mas todo mundo sabe que estes não
surtem efeito. A leucorréia, para os médicos, é sintoma de anomalia no útero,
afirmativa sem qualquer fundamento. Na realidade, trata-se da eliminação de
toxinas de peritonite purulenta. Através de uma purificação amena elas se
dissolvem e, após algum tempo de permanência no útero, são expelidas. Por isso,
em termos de saúde, a leucorréia é um sintoma muito bom; se nada for feito para
detê-la, ela sara naturalmente. Um ponto para o qual devemos atentar é que a
vaginite, o vaginismo e a coceira são causados pelo estímulo das toxinas da
leucorréia.
O prolapso do útero ocorre muito nas mulheres que tiveram vários filhos. É
decorrente do esforço feito na hora do parto, devido ao afrouxamento dos músculos
do útero e ao não restabelecimento da cavidade uterina debilitada. Em geral a
pessoa se recupera naturalmente; pelo nosso método terapêutico, no entanto, a
melhora é mais rápida.

Os casos de frigidez são relativamente numerosos, mas a maioria das mulheres


guardam segredo e por isso não se tem muito conhecimento de sua incidência.
Segundo a Medicina, a
frigidez é causada pela falta de hormônio e pela hipoplasia uterina, o que não é
verdadeiro; a causa real é a nefrosclerose. Com o nosso método terapêutico obtêm-
se resultados positivos.
Existe um aspecto relativo à gravidez que é preciso conhecer: o meio para se
determinar, através das condições da gestante, se o parto será fácil ou difícil.
Quando a mulher for saudável, só o útero crescerá, não havendo anormalidade em
nenhuma outra parte; a região do baixo ventre ficará saliente como uma bola que
está sendo enchida. Se as condições forem essas, o parto será fácil e a gestante
conseguirá manter suas atividades normais, sentindo o corpo leve até próximo do
parto; depois deste a recuperação também será normal. Em contrapartida, existem
muitas mulheres que incham da região do baixo ventre até os quadris. Essas têm
um parto difícil e, à medida que ele se aproxima, sentem o corpo pesado, não
conseguindo realizar suas atividades de forma desejável; a recuperação pós-parto
geralmente também é mim. Obviamente, essa inchação é causada pela
nefrosclerose. Pelo nosso método terapêutico, a melhora é rápida, e a pessoa não
só tem um parto fácil como um estado pós-parto excelente, de modo que ela não
consegue deixar de agradecer os magníficos resultados do nosso método.

INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO, QUEIMADURA E CORTE

Entre os vários tipos de inflamação e infecção, temos o furúnculo, o tumor comum,


o tumor tuberculoso e o tumor causado por mordidas ou picadas. Todos eles São
ações purificadoras.

As impurezas do corpo, transformadas em sangue sujo e pus, concentrar-se sob a


pele, incham e, rompendo a pele, são eliminadas. Podemos dizer, portanto, que se
trata de uma ação fisiológica natural; se nada se fizer para detê-la, melhora nor-
malmente. Todavia, como esse processo, na maioria das vezes, é acompanhado de
dores violentas e as pessoas foram ensinadas a pensar que, em casos de tumor, há
perigo de vida, elas ficam apavoradas; além disso, acredita-se que a cura só é
possível através da cirurgia. Sendo assim, a pessoa vai imediatamente ao médico.
Este passa linimentos, faz esfriamento com gelo e aplica compressas para dissolver
o tumor, mas acaba, inevitavelmente, extraindo o pus com o bisturi. Isso é o que
acontece geralmente. Em conseqüência das toxinas medicinais adquiridas com a
operação, pode haver uma piora inesperada, com retardamento da cura.

Quanto ao tumor tuberculoso, é decorrente da interrupção da ação purificadora por


meio de esfriamento ou de outro método, quando as toxinas se concentram e
incham sob a pele. Interrompida a purificação, elas retornam ao estado anterior, ou
seja, voltam a solidificar-se. Como resultado, a repurificação das toxinas torna-se
mais persistente; daí o nome tumor tuberculoso.

Os tumores causados por insetos e outros bichos, isto é, por picadas de abelha, de
cobra, mordida de rato, gato, cachorro, etc., apresentam sintomas diferentes, em
decorrência dos venenos característicos de cada bicho. No caso de tumores
acompanhados de dores intensas, como os que são causados por veneno de cobra
e mordida de rato, de cachorro ou de outro animal, existe até perigo de vida.
Através do nosso método terapêutico, o tumor provocado por picada de abelha leva
alguns minutos para sarar; o que é decorrente de picada de cobra venenosa,
algumas horas; o causado por mordida de cachorro raivoso, alguns dias.
Presenciando esses resultados, qualquer um se admira.

Em caso de queimadura ou corte, geralmente o local fica inflamado. Ocorrendo um


ferimento em alguma parte do corpo, as toxinas que estão próximas e até as que
estão mais distantes, são como que atraídas para o local afetado e ali se
concentram. Nisso consiste a inflamação. Por conseguinte, ela deve ser motivo de
alegria para nós. Se nada fizermos, normalmente o restabelecimento é completo.

Todas as dores são causadas por toxinas medicinais; a coceira é provocada por
toxinas hereditárias ou medicamentos especiais. Nas afecções da pele, ficam
marcas feias, ou seja, cicatrizes, após a cirurgia, e as toxinas medicinais produzem
manchas preto-arroxeadas. O tratamento natural, entretanto, não deixa seqüelas
desagradáveis. Através do nosso método terapêutico, qualquer destes sintomas
desaparece facilmente, até os ca505 mais graves; através dele, as dores mais
violentas são amenizadas e eliminadas. Esses resultados extraordinários sempre
têm sido presenciados pelas pessoas com grande alegria.

DOENÇAS INFANTIS

Entre as doenças relacionadas aos bebês e às crianças de modo geral, podemos


citar a má digestão, prisão de ventre, diarréia, sarampo, coqueluche, pneumonia,
asma, hérnia, difteria, enterite e paralisia infantil.

A doença de maior incidência entre os bebês é a má digestão, apresentando


sintomas como vômito, fezes esverdeadas ou moles e outros. O vômito pode ser
causado simplesmente pelo excesso de leite ou por doença. No primeiro caso, não
constitui nenhum problema; no segundo, ainda que tenha mamado pouco, a criança
vomita muito, em conseqüência de toxinas existentes no leite materno, na maioria
toxinas medicinais. A incidência é mais alta em crianças cujas mães tomaram
muitos remédios. Esse leite, além de não ser bom, é insuficiente. Aliás, a falta de
leite é mais acentuada nas mães que vivem na cidade, onde se utilizam remédios
em grande escala; no interior isso é raro. As fezes esverdeadas são derivadas de
leite ruim, e as fezes moles, de leite pior ainda Tanto umas como outras
representam a eliminação de toxinas; portanto, devem constituir motivo de alegria.
Desconhecendo esse princípio, a Medicina procura deter a evacuação. Existem
crianças que, alguns meses após o nascimento, vomitam sangue. Espantado, o
medico faz o diagnóstico, dizendo tratar-se de ulcera gástrica; na verdade, é o
sangue velho ingerido na hora do parto, por isso não há nenhum problema

Agora, falarei brevemente sobre a falta de leite, para a qual existem duas causas.
Uma delas é a pressão feita sobre o estômago pelas toxinas aí solidificadas. Devido
a essa pressão, o estômago se contrai e a pessoa não consegue comer;
conseqüentemente, não produz leite suficiente para alimentar o bebê. A outra causa
é a pressão das toxinas sobre as glândulas mamárias, impedindo a livre passagem
do leite. Neste caso, as toxinas estão localizadas em vários lugares. Tocando-se
com os dedos, constata-se a existência de nódulos em diversas partes; se apertar,
a mulher sente muita dor, de modo que dá para perceber claramente. Os nódulos
de toxinas medicinais são acompanhados de febre quase imperceptível. Isso nos
mostra o quanto são temíveis essas toxinas. Pelo nosso método terapêutico, no
entanto, o problema é debelado com facilidade.

A Medicina atribui a má digestão infantil ao nervosismo materno, que seria


transmitido à criança através do leite, e por esse motivo proíbe que a mãe a
amamente. Mas isso não tem nenhum fundamento; a causa da má digestão, como
eu disse acima, são as toxinas dos remédios.

A seguir falarei sobre a prisão de ventre, que não deveria ocorrer entre os bebês.
Ao contrário dos adultos, o natural é que eles evacuem duas ou três vezes por dia.
Ter prisão de ventre, portanto, significa que existe algum motivo antinatural. No
caso de fezes esverdeadas, os médicos dizem que elas são decorrentes da má
digestão e mandam diminuir a quantidade do leite ingerido pelo bebê. Seja qual for
a situação, deve-se deixar a criança mamar o quanto quiser; por conseguinte, o ato
de diminuir-lhe a quantidade do leite é antinatural. O resultado disso é a prisão de
ventre. Sem pensar na causa, temendo apenas o efeito5 o médico faz a lavagem
intestinal. Em face da prisão de ventre que sobrevêm como reação, procede-se a
nova lavagem, e por fim chega-se à condição que eu já falei: a criança fica com a
barriga inchada até mesmo correndo risco de vida. Isso também mostra que os pais
devem se esforçar para criar seus filhos de maneira natural.

A diarréia ocorre mais freqüentemente com bebês e crianças até cinco ou seis
anos; de vez em quando, com crianças acima de dez anos. E uma doença temida
pela Medicina, que a considera infecciosa, porém eu afirmo que ela não é
infecciosa e sim um processo rápido de purificação. Pensando também que a
diarréia está relacionada à alimentação, os médicos proíbem frutas e doces, mas
esse é outro ponto em que eles se equivocam. Depois que a criança completa um
ano, ou depois do nascimento dos dentes, quase nenhum alimento lhe faz mal. A
diarréia é tida como doença de cura difícil, o que se justifica, pois, quando
submetidos a tratamento médico, a maioria dos doentes acaba morrendo. Através
do nosso método terapêutico, ao contrário, a porcentagem de cura é elevada, não
sendo exagero dizer que quase não ocorrem mortes. Aliás, com apenas duas ou
três aplicações do tratamento a diarréia passa.
O sarampo, como todos sabem, é uma doença que dificilmente se consegue evitar.
Contudo, há uma diferença marcante nos sintomas, os quais podem ser violentos
ou leves. Normalmente pega-se sarampo uma só vez; algumas pessoas pegam-no
duas ou três vezes. A Medicina desconhece-lhe a causa, mas nós afirmamos que
ele é um processo de purificação do sangue sujo hereditário. Raramente se contrai
essa doença depois de adulto; o mais freqüente é contraí-la com cinco ou seis anos
de idade. Antes que ela se manifeste, geralmente a pessoa fica com febre contínua
de trinta e oito graus durante três ou quatro dias; nessa ocasião, examinando-lhe a
pele, notaremos algumas erupções. Desde tempos antigos, dizem que não é bom
apanhar vento quando se está com sarampo, e por isso proíbem o doente de sair
de casa. O motivo é que, pelo contato da pele com o ar, as erupções não saem
completamente. No sarampo, quanto mais emoções saírem, melhor, pois do
contrário as toxinas retornam para dentro, podendo, entre outras conseqüências,
provocar pneumonia. Nesse caso, haverá emoções em todos os alvéolos
pulmonares e, conseqüentemente, dificuldade respiratória. Nas crianças, a
respiração torna-se ofegante, e quem vê fica penalizado e impressionado.
Entretanto, não há motivo para preocupação, porque, passados dois ou três dias, a
respiração vai voltando ao normal. Através do nosso tratamento a cura do sarampo
é completa e rápida. Se for no início da doença, com apenas uma aplicação do
tratamento surgirão erupções por todo o corpo, e até mesmo a pneumonia sara
rapidamente. Além da pneumonia podem sobrevir outras doenças, como a timpanite
e a conjuntivite, mas estas saram mesmo sem qualquer tratamento.

A coqueluche também é uma doença comum entre as crianças, caracterizando-se


por uma tosse forte e continua, acompanhada de vômitos abundantes, através dos
quais é expelida uma gosma branca. Como a tosse leva mais ou menos cem dias, a
coqueluche é chamada, no Japão, "tosse de cem dias". Por ocasião da inspiração
do ar, emite-se um som todo peculiar, e por isso dá para identificar a doença O
tratamento médico tem como princípio estancar a eliminação das toxinas e
solidificá-las. Quando ocorre a solidificação, as pessoas acham que houve sucesso,
mas um dia a purificação sobrevêm em forma de pneumonia ou asma. Através do
nosso tratamento a coqueluche normalmente sara em uma semana; quando está
no início, em duas semanas mais ou menos.
A pneumonia infantil, assim como a dos adultos, caracteriza-se pela dificuldade
respiratória, chiado, febre alta e outros sintomas; é, sem dúvida, um processo de
purificação muito severo. Os médicos utilizam um método poderoso para detê-la,
acarretando, às vezes, a morte da criança; através do nosso tratamento, no
entanto, em uma semana obtém-se a cura completa.

A hérnia é outra doença freqüente entre as crianças; nas pessoas de meia-idade ela
quase não se manifesta, sendo que, entre os idosos, sua incidência é bem maior.
Essa doença tem diferenças marcantes, podendo apresentar-se com sintomas
violentos ou leves. No segundo caso, à medida que a criança vai crescendo, a
hérnia vai desaparecendo naturalmente; no primeiro, a recuperação é difícil, e os
médicos, através da cirurgia, cortam um pedaço do intestino. Com o nosso
tratamento, a hérnia de sintomas leves sara rapidamente; quanto à de sintomas
violentos, leva mais tempo, mas também sara por completo.

A difteria caracteriza-se pela inflamação da garganta, havendo crianças que até


morrem por falta de ar. É um processo de purificação muito rápido; através do
nosso tratamento, em mais ou menos dez minutos a criança se recupera
totalmente. A difteria pode também ter causa espiritual e, nesse caso, a cura é mais
complicada; a explicação, eu a darei posteriormente.

Quanto à paralisia infantil, existem dois tipos: a verdadeira e a falsa. Sobre a


verdadeira, por ser de origem espiritual, falarei mais tarde; agora, limitar-me-ei a
explicar a falsa paralisia. Seus sintomas são, entre outros, problemas nos pés, que
fazem a pessoa caminhar com dificuldade, e problemas nas mãos e nos dedos;
todos eles são decorrentes do acúmulo de toxinas congênitas em apenas uma parte
do corpo. Através do nosso tratamento, a falsa paralisia sara completamente.
Mostrarei um exemplo:

Uma criança de mais ou menos dez anos não conseguia pisar o chão com a planta
e o polegar de um dos pés; andava com dificuldade, pisando apenas com a parte
de fora e o calcanhar. O médico diagnosticou paralisia infantil. Como o nervo da
parte de fora tivesse crescido demais e faltasse um pedaço do osso da parte interna
do calcanhar, foi feita uma cirurgia, encurtando-se o nervo e completando-se o
osso.

Passaram-se anos, mas a operação não surtia nenhum efeito. Os pais da menina
vieram, então, me procurar. Ao examiná-la, percebi que a causa verdadeira do
problema eram toxinas solidificadas na planta do pé, em volta do polegar. Ao pisar
com esse dedo, ela sentia dores, razão pela qual pisava para fora. O médico não
descobriu isso através dos exames e fez a cirurgia com base numa suposição
errada. Dissolvidas as toxinas, a criança voltou ao estado normal, conseguindo
tocar o chão com o pé todo. Entretanto, o osso que fora tirado da perna e acrescen-
tado ao calcanhar, começou a dar problema, e ela já não conseguia andar muito
bem. Eu aconselhei que esse osso fosse retirado, através de nova cirurgia, e assim
a menina pode caminhar perfeitamente. Isso mostra os erros que a Medicina
comete fazendo coisas desnecessárias.

TRATAMENTO DOS RINS E MÉTODO DE REJUVENESCIMENTO

Resumindo em poucas palavras, podemos dizer que o nosso método terapêutico


consiste no tratamento dos rins. Como expliquei anteriormente, a origem de todas
as doenças são as toxinas, que podem ser de três tipos: hereditárias, urinárias e
medicinais. Essas toxinas atuam intensamente na região dos rins. Vamos explicar
seguindo a ordem.

Quando o homem nasce, as toxinas congênitas manifestam-se em forma de toxinas


hereditárias, acumulando-se nas costas, na região dos rins. Até mesmo um bebê
possui grande quantidade de toxinas nesse local. O fato de uma criança andar tarde
deve-se a esse motivo. À medida que a pessoa se torna adulta, os rins se atrofiam,
em conseqüência da solidificação e pressão das toxinas hereditárias, e a urina que
não foi eliminada se concentra, dando origem a algum tipo de doença. Para deter a
purificação, a pessoa utiliza remédios, que são substâncias tóxicas. Com a soma
dessas três toxinas, os rins atrofiam-se ainda mais.

Originariamente, os rins produzem hormônios e expelem resíduos fisiológicos


através da urina. Como eles têm essa importante função, seu atrofiamento
enfraquece a purificação geral do corpo e causa escassez de hormônios. O
resultado inevitável é a senilidade. De acordo com esse principio, o vigor do homem
deve-se à atividade dos rins, ou seja, sua saúde está em proporção direta com a
plenitude da atividade renal.

Em primeiro lugar, quando os rins estão em plena atividade, o corpo torna-se leve e
os movimentos mais ágeis, o cérebro fica límpido e, conseqüentemente, com a sua
capacidade aumentada. A pessoa não sabe o que é tédio no trabalho, consegue
resistir aos sofrimentos, mostra-se otimista em relação a tudo, sempre cultiva
sentimentos agradáveis, nunca fica zangada. Além de tornar-se uma pessoa
harmoniosa, é amada e respeitada pelos outros, razão pela qual será bem sucedida
na vida. As mulheres, com o sangue purificado, têm sua beleza aumentada de
maneira notável. A sensação agradável que transmitem no dia-a-dia proporciona
bem-estar àqueles com quem elas têm contato; o aumento dos hormônios faz
manifestar-se todo o seu encanto. Sendo assim, reina harmonia entre o casal, e os
conflitos dentro do lar não acontecem mais. Mesmo as mulheres que já têm idade,
rejuvenescem pelo menos vinte anos. Como resultado disso, não será nada difícil
viver acima dos noventa anos.

Pela total recuperação dos rins, acredito eu, conseguirmos acabar com os doentes
e, naturalmente, aumentar a natalidade. Podemos, inclusive, esperar pelo fim das
guerras, pois, com os rins em perfeito funcionamento, as pessoas passam a ter
sentimentos positivos, abominam os conflitos, amam a paz, odeiam a preguiça,
eliminam o amor egoístico e fazem tudo baseadas no senso comum.

Estou seguro de que só através do nosso método terapêutico poderá se concretizar


a verdadeira paz mundial.

O NOSSO MÉTODO TERAPÊUTICO E A MEDICINA

Nos capítulos anteriores, expliquei resumidamente várias doenças. Fazendo uma


analogia, poderão entender todas as demais.

As doenças, originariamente, não têm uma forma definida; há pequenas diferenças


entre elas, assim como cada pessoa tem uma fisionomia diferente da outra. No
caso, por exemplo, de doença pulmonar, pode tratar-se de tuberculose, necrose,
enfisema, infiltração ou pneumonia; a própria tuberculose não se apresenta com os
mesmos sintomas e o mesmo desenvolvimento em todas as pessoas. Isso, entre
outros motivos, deve-se à constituição física, à personalidade, ao meio ambiente,
ao tipo de tratamento e à quantidade de remédios utilizados por cada um.
Sendo assim, para realizar o tratamento, a condição principal é procurar a origem
da doença, isto é, descobrir-lhe o ponto vital. Errando-se o ponto vital, o tratamento
não terá muito resultado, por maior que seja o empenho., O que se deve fazer,
então, para descobrir a causa da doença? E preciso, sobretudo, ter sabedoria e
experiência, e, para treinar essas condições, faz-se necessário, naturalmente,
empenho e tempo. Através dessa prática, a sabedoria e a experiência tornar-se-ão
cada vez maiores.

Comparando os diagnósticos e a técnica de uma pessoa que aprendeu o nosso


método terapêutico após um treino de mais ou menos um ano, com os de uma
pessoa que pesquisou a Medicina ocidental por dezenas de anos, veremos uma
grande diferença, Na verdade, mesmo doenças tidas como incuráveis por inúmeros
hospitais e por médicos famosos, através do nosso m& todo são totalmente
curadas, e ressalte-se, por pessoas que têm apenas um ou dois anos de
experiência. E grande, hoje, o número de doentes que obtêm essa graça no dia-a-
dia.
Resumindo, não é exagero dizer que existe a Medicina que cura e a que não cura.
Devemos, também, acrescentar que o nosso método terapêutico jamais é divulgado
por intermédio de jornais, revistas e outros meios de comunicação. O motivo é que
achamos não haver necessidade de propaganda. Suponhamos, por exemplo, um
doente que, não tendo obtido a cura através de vários tipos de tratamento,
casualmente venha a conhecer esse método num momento de grande aflição e,
submetendo-se a ele, fique totalmente curado. Ao ter sua vida salva, essa pessoa
sente-se emocionada e, ao mesmo tempo, impelida a fazer alguma coisa por
aqueles que sofrem da mesma doença que ela sofria. Assim, ao contar-lhes sua
própria experiência, suas palavras têm força e vida. Acredito que elas são cem por
cento mais eficazes que as propagandas de cem jornais e revistas. Além disso,
quem se viu completamente curado de uma doença através do nosso método
terapêutico, é natural que sinta despertar em si a vontade de aprendê-lo. Dessa
forma, a maioria torna-se participante de nossas atividades.

Seguindo essa ordem, nosso trabalho está se desenvolvendo e expandindo com


extrema velocidade, dia após dia, mês após mês. Conclui-se, portanto, e está mais
claro do que o fogo, que a Medicina virá, um dia, a sofrer um colapso. Sem dúvida,
é apenas o destino natural de algo situado fora da verdade. Depois disso, será
concretizado o mundo sem doenças, tão almejado pela humanidade.

CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NO TRATAMENTO

Dividindo o ser humano em espírito e matéria, a parte das costas corresponde ao


espírito, e a parte da frente à matéria. Com base na Lei do Espírito Precede a
Matéria, em todas as doenças a parte das costas tem importância fundamental;
caso ela não seja tratada com eficiência, não se obterá um resultado verdadeiro.

À medida que são dissolvidas as toxinas das costas, aliviam-se as doenças da


frente. Mesmo nas dores terríveis que caracterizam a convulsão estomacal, se
cuidarmos apenas da parte que dói, os efeitos serão poucos. Examinando-se a
região situada entre a omoplata direita ou esquerda e a espinha dorsal, infali-
velmente encontraremos nódulos. Na hora em que eles forem dissolvidos, a dor
passará. Mas o que são esses nódulos? São remédios solidificados. A ingestão
contínua de remédios somada ao fato de se dormir de costas, faz com que as
toxinas medicinais se infiltrem por trás do estômago e se solidifiquem nas costas. A
dilatação que ocorre na peritonite e o acúmulo de pus no caso da peritonite
purulenta são eficazmente curados pela aplicação do tratamento nos rins. Todas as
enfermidades relacionadas ao coração, aos pulmões, ao estômago e aos intestinos
devem ser tratadas, principalmente, pela parte das costas.

Existe um método para se determinar com precisão se uma pessoa tem ou não tem
saúde: é só examinar-lhes os ombros. Se estes são macios e as pontas dos dedos
afundam cerca de 3cm ao apertá-los, a pessoa é saudável; ao contrário, se os seus
ombros são enrijecidos e não têm flexibilidade, podemos considerar que ela não é
saudável. Todos os tuberculosos, sem exceção, têm os ombros enrijecidos. Mesmo
em caso de doenças graves, se o doente tiver ombros macios, sua recuperação
será fácil; por outro lado, ainda que se trate de uma doença sem gravidade, se os
ombros estiverem enrijecidos, a recuperação é difícil e, além disso, a pessoa está
sujeita a sofrer fortes purificações, correndo perigo de vida. Sendo assim, desejo
levar ao conhecimento de todos que o método ideal para definir o estado de saúde
de alguém é, sem dúvida alguma, examinar-lhe os ombros; é um método simples,
mas infalível.

No caso de dor de cabeça, verificamos que a pessoa sempre tem febre na testa,
mas às vezes não surte muito efeito tratar esse local. A maioria das pessoas tem
nódulos localizados principalmente das parótidas até a região das glândulas linfáti-
cas, e por isso, aplicando-se ai o tratamento, a febre baixa e a dor de cabeça
passa. Mesmo naqueles que não sentem dor de cabeça, mas têm febre, ao
apalparmos a região das parótidas, das glândulas linfáticas ou das amígdalas,
encontramos, inevitavelmente, nódulos grandes ou pequenos. Dissolvidos esses
nódulos, geralmente a febre baixa. No caso, por exemplo, de problemas nos
braços, deve-se aplicar o tratamento sobretudo na sua origem, ou seja, as
glândulas linfáticas, os ombros e a parte superior do braço. Isso é eficaz até mesmo
para problemas nas mãos e nos dedos. Se for nas pernas, deve-se tratar, especial-
mente, os rins e as virilhas, onde está a causa do problema.

Agora vou falar sobre um ponto importante: o processo de purificação proporcional.


Quando as toxinas solidificadas em alguma parte do corpo são dissolvidas e
eliminadas, logo ocorre uma purificação em outra parte do corpo. Isso é o que
chamamos de purificação proporcional. Se o braço esquerdo dói, aplica-se o
tratamento e a dor passa, mas, em seguida, o braço direito começa a doer. Este
também se restabelece, mas depois sobrevêm dor nas costas. Dessa forma, a
pessoa reclama que a dor se deslocou. Entretanto, não existe deslocamento de dor;
tudo isso é causado pelo processo de purificação proporcional.

O PRINCÍPIO DO NOSSO MÉTODO TERAPÊUTICO


Antes de explicar o principio do nosso método terapêutico, falarei sobre o motivo
que fez despertar meu interesse pelo assunto.

Vejamos, primeiramente, como foi criado o ser humano. Segundo as religiões, ele é
uma criação do Criador de todas as coisas. A Ciência baseia-se na teoria da
evolução pregada por Darwin: diz que a ameba transformou-se em lagarto, depois
em lagarto gigante, em macaco, semelhante ao homem, e finalmente em homem.
Deixemos de lado, porém, a veracidade ou falsidade dessas teorias. Um fato que
ninguém pode negar é que o ser humano é gerado a partir de outro ser humano. Os
pais geram os filhos, e estes por sua vez, também geram filhos. E uma verdade
absoluta. Sem dúvida, geram inconscientemente, por isso eu creio que poucas
pessoas tenham percebido o significado do fato. Mas o que será que ele nos está
mostrando? Mostra-nos que o ser humano possui um poder misterioso, capaz de
gerar outro ser humano. Assim, não há razão para que esse poder misterioso não
consiga reparar e curar o defeito chamado doença, gerado pelo próprio ser
humano. Baseia-se no mesmo princípio que consertar com uma máquina aquilo que
foi construído por uma máquina.

Considerando verdadeira a teoria acima, que devemos fazer para manifestar e


aplicar o poder misterioso existente no ser humano a fim de curar as doenças com
base nela? Como resultado das pesquisas que fiz, consegui atingir um grandioso
objetivo: o nosso método terapêutico. Ele é realmente ideal, pois consegue
manifestar um poder surpreendente, capaz de curar doenças sem o uso de
aparelhos, remédios ou qualquer outro r~ curso material. O fato de eu afirmar que
somente através desse método será possível eliminar a doença, não representa
nenhum auto-elogio da minha parte.

Explicarei, a seguir, o que vem a ser esse poder misterioso que todo ser humano
possui, e como ele atua sobre os doentes. Para as pessoas da atualidade,
subjugadas pela educação materialista, haverá, talvez, alguns pontos difíceis de
serem compreendidos. Entretanto, como se trata da Verdade, acredito que, se elas
lerem e analisarem repetidas vezes o princípio do nosso método terapêutico,
certamente despertarão. Para conhecer esse princípio, é necessário,
primeiramente, ter um conhecimento completo sobre a constituição da Grande
Natureza e as suas atividades.

O PODER DA NATUREZA

Segundo meus estudos, a Grande Natureza, isto é, o mundo em que respiramos e


vivemos, está constituída de três elementos - o Fogo, a Água e o Solo - conforme já
explanei em outra oportunidade. Atualmente, a Ciência e o homem, pelos seus
cinco sentidos, têm conhecimento do eletromagnetismo, do ar, da matéria, dos
elementos, etc., mas o meu propósito é falar sobre a energia espiritual, que a
Ciência e os cinco sentidos do homem ignoram.

A expressão "energia espiritual" ou "espírito" tem sido usada até hoje circunscrita à
Religião ou à Metafísica. Por isso, na maioria das vezes, é associada à superstição.
A tendência é considerar intelectual aquele que nega a existência do espírito, mas
como estão enganados os que pensam assim...

A essência daquilo a que dou o nome de espírito é a fonte do grandioso poder que
dirige tudo que existe neste Universo e do qual dependem o nascimento, o
crescimento, o movimento e a transformação de todas as coisas. Chamo-o de
Poder Invisível. Sendo assim, daqui por diante chamarei o mundo conhecido
simplesmente de Mundo Material, e o desconhecido, de Mundo Espiritual.

Como lei fundamental de tudo que existe, todos os fenômenos ocorridos no Mundo
Material são projeções daquilo que já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual.
Isso pode ser exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais
são procedidos pela nossa vontade. Até agora, contudo, os estudiosos têm
procurado soluções analisando apenas os fenômenos do Mundo Material, e é por
essa razão que embora se diga que houve progresso na cultura, ele não trouxe
bem-estar à humanidade. Portanto, para resolver qualquer problema, é necessário
solucioná-lo primeiro no Mundo Espiritual; inclusive as doenças, cujo verdadeiro
método de tratamento consiste em tratar o espírito por processos espirituais.

Mesmo nos seres vivos, o corpo espiritual está subordinado ao Mundo Espiritual, e
o corpo físico, logicamente, ao Mundo Material. A doença, como já tenho explicado,
é a eliminação de toxinas acumuladas, ou melhor, o processo de dissolução das
toxinas solidificadas. Relacionando matéria e espírito, a acumulação de toxinas
numa determinada região representa a existência de máculas na correspondente
região do corpo espiritual, e o processo de dissolução significa a eliminação das
máculas. Por conseguinte, todo e qualquer tratamento que se proponha a curar
apenas o corpo físico é método contrário, não levando à verdadeira solução da
doença.
Se o método fundamental para a erradicação das doenças é a eliminação das
máculas d9 corpo espiritual, qual é o poder que dissipará essas máculas? E a Luz
emanada de Deus e irradiada através do corpo humano. A profunda compreensão
desse princípio só se tomará possível através da prática do Johrei por vários anos.
No momento, creio que os leitores poderão obter apenas uma noção geral; por isso,
peço-lhes que leiam com esse espírito.
Antes de explicar o que é o corpo espiritual do homem, torna-se necessário explicar
o que é a morte. Quando o corpo material fica imprestável, por velhice, doença,
ferimento, perda de sangue, etc., o corpo espiritual e o corpo material se separam.
A esta separação é que chamamos morte. Ela ocorre quando o corpo espiritual se
liberta do corpo material. O primeiro regressa ao Mundo Espiritual e, passado algum
tempo, reencarna; o segundo, como todos sabem, apodrece e retorna à terra. Pelo
exposto, compreende-se que o corpo espiritual tem vida infinita, e o corpo material,
vida finita, existência secundária. conseqüentemente, quando se trata de questões
relativas ao homem, o verdadeiro alvo é o corpo espiritual.
Na ciência contemporânea, está se tornando conhecida a existência de uma
espécie de radioatividade em todos os seres, inclusive nos minerais e nos vegetais.
Meus estudos revelaram que a radioatividade do corpo humano é de qualidade
superior. É como se falava nos velhos tempos: "Espiritualmente, o homem é
superior a todos os outros seres."
Quanto mais elevado o espírito, maior é o seu grau de rarefação (pureza), e, quanto
mais aumenta o grau de rarefação, mais difícil se torna detectá-lo através de
instrumentos. Portanto, opondo-se aos conceitos materialistas, é muito mais fácil
captar a presença de espíritos de níveis inferiores, assim como acontece com o
rádio, entre os minerais, e a fosforescência, em alguns vegetais. Todavia, é
importante compreendermos este princípio:
quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu poder de atuação.
A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a grande diferença que há
de umas para outras pessoas, está além da imaginação. Quanto mais poderosa for
essa irradiação, maior será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior
potência, concentrei-a numa parte do corpo, alcançando, com isso, pleno sucesso
na eliminação das máculas. Consegui, também, aumentar ainda mais a força da
irradiação que cada um possui, através de um método todo peculiar. Aplicando
esses dois métodos, conhecendo o seu principio e somando experiências,
consegue-se manifestar um poder extraordinário.

A TRANSIÇÃO DA NOITE PARA O DIA

Acredito que o número de doentes assistidos por mim, num período de mais de
vinte anos, chega aproximadamente à casa dos dez mil. Resumindo numa só frase
a conclusão que tirei através dessas experiências, eu afirmo: "A origem das
doenças são os remédios". Quanto mais eu procurava a causa das doenças, mais
convicto ficava de que elas têm origem nos remédios. Se não despertar para isso,
não há a menor dúvida de que a humanidade caminhará para a extinção.
Entretanto, ao invés de temer o remédio, as pessoas sentem-se confiantes e gratas,
como se ele fosse o senhor da salvação. Assim, com o seu uso, inconscientemente
o corpo vai enfraquecendo e a vida se tornando mais curta, de modo que não é
absurdo dizer: "Intelectuais, o termo que melhor os define é imbecis."
Comparadas aos remédios, a guerra e a fome são insignificantes. Estas palavras
podem parecer exageradas, mas eu asseguro que estou expondo apenas a
verdade, claramente, tal qual tomei conhecimento, sem o mínimo exagero. E o que
acho mais estranho é que os países considerados altamente civilizados ainda não a
tenham percebido. Apesar de terem descoberto o principio da bomba atômica, não
conseguiram descobrir os erros da Medicina.
É desnecessário dizer que não existe perdão para aqueles que se tornaram
criminosos de guerra, que invadiram outros países, que mataram impiedosamente
outros povos em nome de um nacionalismo errado. Todavia, o crime cometido por
eles ocorreu durante determinado período, e agora estamos finalmente
presenciando a destruição dessa ambição. A Medicina, em contrapartida, vem
praticando crimes contínuos há milhares de anos, mas as pessoas, além de não
perceberem isso, dão-lhe grande importância, considerando-a uma profissão
sagrada ou mesmo filantrópica. Também poderíamos dizer que a inteligência
humana ainda não alcançou o nível que lhe permita descobrir os diagnósticos
errados da Medicina. Contudo, existe um motivo para isso. Através da explicação
que eu darei a seguir creio que os leitores poderão compreender melhor.
Conforme dissemos no capítulo anterior, explicando a relação entre o Mundo
Espiritual e o Mundo Material, tudo que acontece no Mundo Material é reflexo do
Mundo Espiritual. Neste último, está ocorrendo atualmente uma grande transição;
conhecendo esse fato, tudo se toma claro aos nossos olhos.
Todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem, são criadas e
destruídas, numa evolução infinita, pela ação dos dois mundos. Se observarmos
com visão ampla, veremos que o Universo, ao mesmo tempo que é macroinfinito,
também é o Mundo Material, um corpo constituído de microinfinitos. Por sua
contínua transformação, há uma ininterrupta evolução da cultura. Meditando sobre
isso, não podemos deixar de sentir a "vontade" do Universo, isto é, o objetivo e os
planos de Deus.
Em tudo há positivo e negativo, claro e escuro; assim também, há diferença entre
noite e dia. Quando observamos a mudança das quatro estações do ano, o
progresso e declínio de todas as coisas, notamos que isso se encaixa perfeitamente
à vida humana. Existe diferença entre o grande, o médio e o pequeno em tudo.
Com relação ao tempo, temos o contraste entre o dia e a noite não só no espaço de
um dia, mas também em intervalos de um, dez, cem, mil, milhares ou milhões de
anos. É um fenômeno que ocorre no Mundo Espiritual; no Mundo Material,
entretanto, só notamos essa diferença no espaço de vinte e quatro horas.
No Mundo Espiritual, é chegada a hora da transição que se processa em intervalos
de milhares ou milhões de anos. Trata-se de um fato extremamente importante, cujo
conhecimento, além de nos permitir entender o princípio do JOHREI, torna possível
a previsão do futuro do mundo e nos dá paz e tranqüilidade. Explicarei, a seguir,
como essa mudança está se refletindo no Mundo Material.
Até agora era noite no Mundo Espiritual. Nele, da mesma forma que no Mundo
Material, a noite é escura, e só periodicamente há luar. Como conseqüência,
predomina o elemento água. Quando a lua se esconde, resta apenas a luz das
estrelas; se estas forem encobertas pelas nuvens, a escuridão será completa.
Observando-se os fatos do Mundo Material, que são a projeção do que ocorre no
Mundo Espiritual, isso se torna muito claro. Pelas marcas deixadas até os nossos
dias, os períodos de guerra e paz, de ascensão e queda das nações, podem ser
comparados às fases crescentes ou minguantes da lua É chegada, portanto, a hora
de se iniciar mais um ciclo, ou seja, encontramo-nos na iminência da mudança para
o dia Estamos justamente na fase do alvorecer.
A transição da noite para o dia no Mundo Espiritual ocasionará uma experiência
inédita para a humanidade. Uma grande, espantosa, temível e ao mesmo tempo
feliz mudança está para ocorrer, e seus sinais já estão aparecendo. Vejamos.
O dia, no Mundo Espiritual, é como no Mundo Material: primeiro aparecem
pinceladas de luz do sol no horizonte, a leste. Atentem, por exemplo, para a grande
transformação ocorrida no Japão, o Pais do Sol Nascente. Nele já se iniciou o
colapso da cultura da noite, ou seja, da cultura já formada Observem, também, o
desmoronamento das grandes metrópoles da cultura, a situação calamitosa da
economia industrial, a queda dos superpoderes, das classes privilegiadas, etc. Tudo
isso é conseqüência da mudança a que nos referimos. Logo virá a construção da
Cultura do Dia, que também já está raiando, representada, no Japão, pelo
desarmamento total seguido da ascensão da democracia. Esses dois fatos,
absolutamente imprevisíveis desde a instituição do pais como Nação, há dois mil e
seiscentos anos, será o primeiro passo para o estabelecimento da eterna paz
mundial.
O Mundo da Noite é um mundo de trevas, caracterizado pelas lutas, pela fome,
pelas doenças. Em contraposição, o Mundo do Dia é um mundo de luz,
caracterizado pela paz, pela abundância e pela saúde. O Japão atual expressa bem
a fase de transição entre esses dois mundos. O sol que desponta no leste, deverá
atingir o zênite. E o que significa isso? Significa o colapso total da Cultura da Noite;
ao mesmo tempo, ouvir-se-á o brado do nascimento da Cultura do Dia. Pode-se
mais ou menos ter uma idéia disso pelos fatos ocorridos no Japão, os quais, em
pequena escala, já mostram um modelo da nova cultura: Assim, aproxima-se o
momento decisivo para toda a humanidade, e ninguém poderá escapar. Resta ao
homem apenas esforçar-se para tornar os efeitos dessa ocorrência o mais brandos
possível. Para isso, ele só tem um meio: conhecer o princípio do JOHREI e unir-se
ao trabalho de construção da Cultura do Dia:
Há um trecho da Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao
mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que
essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos.
Para explicar o principio do JOHREI, eu tive de avançar até o destino do mundo.
Todavia, era sumamente importante que o fizesse, pois tanto a descoberta dos
erros da Medicina como o princípio do JOHREI apoiam-se fundamentalmente neste
ponto: a Transição da Noite para o Dia: Se a causa das doenças, como já expliquei,
são as máculas do espírito, e se a única maneira de acabá-las é a eliminação
dessas máculas, resta uma grande dúvida: por que não se descobriu isso antes da
descoberta do JOHREI?
O principio do JOHREI está baseado na misteriosa luz invisível emanada do corpo
humano. E qual é a natureza dessa luz? Ela é uma espécie de energia espiritual,
peculiar ao corpo humano, e seu componente principal é o elemento fogo. Portanto,
na ministração do JOHREI, necessita-se de grande quantidade desse elemento; à
medida, porém, que se aproxima o Mundo do Dia, ele aumenta gradativamente,
pois sua fonte de irradiação é o sol. Assim, além de ser eficiente na eliminação das
doenças, o elemento fogo possui mais um fator de importância decisiva: seu
incremento no Mundo Espiritual acelera o processo de purificação do corpo
material, porque a transformação ocorrida naquele mundo causa influência direta no
corpo espiritual. O aumento do elemento fogo tem a função de auxiliar a
intensificação da energia purificadora das máculas espirituais. Por isso, ao mesmo
tempo que se torna mais fácil surgirem doenças, o tratamento solidificador
empregado pela Medicina atual terá efeitos cada vez menores, acabando por se
tornar impraticável. No Mundo da Noite, era preciso que transcorressem vários anos
para haver uma nova liquefação das toxinas anteriormente solidificadas, mas esse
período irá diminuindo para um ano, meio ano, três meses, um mês, até ser
impossível a solidificação.

Um excelente exemplo do que estamos dizendo é a vacina. O fato que se segue é


verídico e ocorreu no Japão. Há algumas décadas diziam que uma aplicação de
vacina imunizava a pessoa para o resto da vida, mas aos poucos o período de
imunização foi diminuído para dez anos, depois para cinco e, nos últimos tempos,
seu efeito tornou-se muito fraco. Mesmo os outros tipos de doenças têm aumentado
a cada ano que passa: Essa é uma realidade que não podemos deixar passar
despercebida.
Pelo exposto, os leitores poderão entender que pouco a pouco está se processando
a Transição da Noite para o Dia: No Mundo da Noite, para o tratamento das
doenças era mais vantajoso solidificar as toxinas que derretê-las, pois não havia
quantidade suficiente do elemento Fogo para promover sua liquefação. Assim, era
inevitável adotar-se provisoriamente o método de solidificação. Eis, portanto, o
grave erro que se tornou a causa dos sofrimentos da humanidade, como as
guerras, a fome, as doenças, a abreviação da vida, etc.
Admitindo a Transição da Noite para o Dia, cabe uma pergunta: quando será esse
período? Eu acho que o último período de transição não passará dos próximos
anos. Um fato bem ilustrativo são os resultados obtidos, no tratamento de doenças,
pelos meus discípulos, que somam alguns milhares. Ultimamente, ano após ano.
aliás, a cada mês, os resultados vêm se tornando notáveis. E unânime a afirmação
de que uma doença que antes levava três meses para sarar, agora está levando um
mês, quinze dias, três dias; e a tendência é ir diminuindo cada vez mais esse
espaço de tempo. Isso mostra o rápido aumento do elemento Fogo no Mundo
Espiritual, o que é uma prova da aproximação da Era do Dia:

A IMPORTÂNCIA DA CABEÇA

Expliquei, anteriormente, a importância dos rins; explicarei, agora, a importância da


cabeça.
Recentemente, começaram a surgir doenças novas, como a comichão e uma outra
que aparece principalmente na frente e na palma das mãos, na parte superior e na
parte inferior da perna, na planta dos pés, nos dedos, etc., em forma de erupções
espalhadas em grande ou pequena quantidade. Há erupções pequenas e grandes:
as pequenas são do tamanho de comprimidos; as grandes, do tamanho de grãos de
soja: O sintoma é a dor em cada erupção. Umas doem muito; noutras, a dor é
amena: Quando o problema é maligno, a dor é intensa e insuportável; o enfermo
chega a gemer de aflição. No caso da comichão, aparecem por todo o corpo
inúmeras bolhas vermelhas, que coçam terrivelmente, havendo pessoas que nem
conseguem dormir. E grande o número de portadores das duas doenças ao mesmo
tempo, e a tendência é aumentar cada vez mais.
Pelo nosso tratamento, embora demorada, a cura é completa, pois ele promove a
eliminação das toxinas, que são a origem da doença: Infelizmente, aqueles que não
o conhecem, fazem tratamento com injeções, banhos de águas termais ou ervas
medicinais, etc. Como todos esses métodos interrompem a purificação por um
período, parece que a pessoa está curada, mas logo depois o problema reaparece,
às vezes em forma de erupções violentas, não sendo poucos os doentes que, no
final, chegam a correr perigo de vida:
A causa dessas duas doenças está, principalmente, num local que nem se imagina:
a cabeça. Ao examinar a cabeça do doente, infalivelmente perceberemos uma febre
considerável, sobretudo na parte frontal. Trata-se da purificação das toxinas soli-
dificadas nessa região. Dissolvidas pela febre, elas descem e procuram uma saída,
rompendo a pele da frente e da palma das mãos e a pele dos dedos. Como a
quantidade das toxinas é muito grande, é necessário um tempo maior para se obter
a cura completa:
Mas por que a maioria das pessoas possui toxinas na cabeça? As toxinas,
conforme eu já disse, acumulam-se nas partes em que os nervos são mais
utilizados. Mais do que na época de bebê, a criança acumula toxinas na cabeça,
especialmente na fronte, quando começa a estudar. A parte frontal da cabeça do ser
humano funciona como sede do intelecto, e a parte posterior, como sede dos
sentimentos. O resultado, portanto, é o acúmulo de toxinas nessa parte do corpo.
Quando surge a gripe para purificar as toxinas, as pessoas interrompem a
purificação, acrescentando as toxinas de remédios, e acabam ficando com uma
grande quantidade de toxinas solidificadas na cabeça:
Com a evidente e gradual intensificação do elemento Fogo no Mundo Espiritual,
vêm surgindo violentas purificações em forma de novas doenças, como as duas
que citei há pouco. No caso destas últimas, podemos classificar em três tipos os
sintomas causados pelas toxinas. As pequenas bolhas vermelhas que caracterizam
a comichão, geralmente são toxinas hereditárias latentes, mas às vezes também
podem ser toxinas do tipo que provoca a urticária: As bolhas de pus do tamanho de
grãos de soja são toxinas de remédios ocidentais, que causam dor intensa. Há
outro tipo de toxina que provoca dor leve ou é indolor; nesse caso, apresentam-se
principalmente sintomas de necrose: a pele fica escurecida e, em volta dessa área,
nota-se um pequeno inchaço. Através de minhas observações, concluí que essas
toxinas são as toxinas da lepra, pela grande semelhança dos sintomas. A lepra
autêntica é causada pela grande quantidade de toxinas leprosas, mas quando estas
são em pequena quantidade, localizadas apenas em determinada parte do corpo, o
problema passa despercebido. A queimadura pelo frio, acredito eu, inclui-se nesses
casos.
Em qualquer dos sintomas mencionados acima, inclusive em qualquer problema
relacionado ao pulso e à mão, deve-se aplicar o nosso tratamento principalmente
na cabeça; em seguida, nas glândulas linfáticas, no braço e na parte afetada:
Quando o problema é na perna, no tornozelo ou no pé, ele deve ser ministrado
também nos nódulos existentes na virilha, na parte inferior do ventre e na região
dos quadris, onde infalivelmente há febre e dor, sendo por isso fáceis de localizar. A
proporção que a febre vai desaparecendo, a cura vai se processando; leva de um a
três meses, mas em alguns casos leva mais de seis.
Cabe, aqui, uma observação importante. Todos os tuberculosos, sem exceção, têm
purificação na cabeça: O leitor poderá achar estranho, mas é a pura verdade. Em
todos eles nota-se bastante febre na cabeça: Quando aplicamos o nosso
tratamento nessa parte do corpo, o doente tosse e expele catarro instanta-
neamente. Depois de dissolvidas, as toxinas descem para o pulmão e,
transformando-se em catarro, são expelidas. As pessoas pensam, então, que o
catarro saiu da parte enferma do pulmão. Na realidade, à medida que a febre da
cabeça for cedendo, os sintomas da tuberculose irão se tornando mais amenos;
quando ela ceder totalmente, a cura da doença também será completa: Assim, não
há qualquer dúvida em relação ao que afirmamos.

Paralelamente à diminuição das toxinas existentes na cabeça, vão sendo


eliminadas, também, as toxinas de todas as regiões do corpo. A maioria dos casos
de asma e doenças que se caracterizam por febre de causa desconhecida, são
motivados pela purificação da cabeça: Por conseguinte, quando houver febre, é
bom experimentar a aplicação do nosso tratamento nesse local.

SISTEMA DEMOCRÁTICO DE EXAMES

No Japão, tal como nos demais países, a Medicina utiliza, atualmente, um sistema
de exames que se baseia unicamente em textos elaborados de forma científica,
fundamentados nas teorias e nas experiências da própria Medicina. Entretanto, há
uma relação muito pequena entre esse método e a cura dos doentes. Certamente
ele é a condição básica da Medicina, ou seja, a base para o tratamento das
doenças, mas por si só não constitui uma técnica de tratamento. Assim, como o
nível em que se encontra a Medicina atual não permite alimentar maiores es-
peranças, vi-me obrigado a desenvolver outro método.

O novo sistema de exames que eu proponho é avançado, ajusta-se mais à


realidade e, além disso, é democrático. Parece-me impossível encontrar outro
melhor. Em primeiro lugar, o candidato deve aplicar o tratamento diretamente na
pessoa enferma. Uma comissão examinadora selecionará, num hospital
beneficente, os portadores de dor de cabeça crônica, nevralgia, enrijecimento no
pescoço e nos ombros e outros doentes que não correm perigo de vida. O
tratamento será aplicado durante dez minutos mais ou menos. Aqueles que
conseguirem obter resultado, ainda que pouco, serão considerados aprovados, e
aqueles que não tiverem nenhum resultado, logicamente deverão ser reprovados.
Como condição adicional, esse método não deve incluir o emprego de nada que
provoque dor no paciente, como picada de agulha de injeção, queimadura de
moxaterapia, compressão, etc. Caso contrário, o candidato perderá pontos. Além
disso, não poderá ser usado nada que alivie temporariamente a dor, como
anestésicos, por exemplo.

Adotado esse sistema de exames, a aprovação do candidato lhe concederá a


qualificação de médico no seu verdadeiro sentido. Todo mundo, creio eu, há de
concordar que este é o sistema ideal, o mais avançado. O método tradicional,
entretanto, pode ser considerado um sistema burocrático de exames. Caso
fizéssemos uma pesquisa para conhecer a preferência das pessoas entre o método
tradicional e o método que estou propondo, qual dos dois venceria? Logicamente
não é difícil imaginar que seria este último.

Outro problema é o que se refere ao diploma. Ouvimos, freqüentemente,


comentários deste gênero: "Tornei-me doutor através de uma pesquisa sobre os
testículos da pulga", ou "Não tive nenhuma melhora apesar de ter me tratado com
vários médicos". O que será que nos estão mostrando esses comentários? Acredito.
que ele nos mostram a inadequação do método pelo qual são conferidos os
diplomas. Se o médico não tiver, também, habilidade clínica, de nada valerão as
excelentes teses que ele consiga apresentar. Nesse aspecto, verificamos como o
atual sistema de exames utilizados pela Medicina está fora da realidade. Assim,
proponho o seguinte método:
Primeiramente, deve-se ter como critério procurar saber a doença relacionada ao
sofrimento do enfermo, suas doenças anteriores e também o histórico das doenças
e da morte de seus parentes. O diagnóstico deve ser feito no limite de uma hora,
com base apenas no corpo do paciente. Através disso, poder-se-á, por exemplo,
conhecer a causa da doença, sua gravidade e as possibilidades de cura. Em
seguida, durante uma semana mais ou menos, aplica-se o tratamento. Se o
resultado corresponder ao diagnóstico, fica comprovada a precisão deste último e a
habilidade da pessoa. Significa, portanto, que ela está perfeitamente qualificada
para receber o diploma: Este, sim, podemos dizer que é um método avançado, que
está de acordo com a realidade.

Imagino que os médicos protestarão contra esse sistema de exames, pois, no nível
em que se encontra a Medicina, tudo que dissemos pode ser definido com uma
única palavra: impossível. Pelo nosso método terapêutico, entretanto, podemos
afirmar o contrário. Ou melhor, acredito que o novo sistema é uma bomba atômica
para a Medicina mundial. Devo, porém, esclarecer que não é minha intenção impor
nada a ninguém. Como a tese é útil para a elevação da cultura da humanidade, eu
a ofereço às pessoas relacionadas à área médica do mundo inteiro.

CONCLUSÃO

Acredito que enumerei todos os erros da Medicina tradicional, mas qual será a
impressão dos leitores após a leitura? Certamente ficaram admirados com minha
explanação, pelo fato de ser uma tese nova, além da expectativa de todos.

Querer prolongar um dia que seja o bem mais precioso do homem que é a vida,
querer obter uma saúde perfeita, são desejos evidentemente lógicos. O que nos
deixa boquiabertos é que, embora seja esse o objetivo da Medicina, na verdade ela
própria está criando obstáculos para a saúde e encurtando a vida. A descoberta que
eu fiz expõe ao mundo um problema grave e sem precedentes. Sem ela, qual seria
o futuro da humanidade? De fato, seria um horror. Na pior das hipóteses, sua
extinção. Mesmo que no final, após grande redução da espécie humana, se
conseguisse descobrir uma saída, provavelmente a recuperação não seria nada
fácil.

Tudo isso representa uma visão futura relacionada ao problema populacional, mas
há outros problemas que devem ser analisados, referentes a outros aspectos. É a
guerra e a fome. No passado e no presente, no Oriente e no Ocidente, os eruditos,
os políticos, os sábios e outras pessoas notáveis examinaram esses problemas
com sua inteligência, mas não conseguiram resolve-los. O que será que isso nos
está mostrando?

Que não se encontrará uma solução enquanto não se chegar ao cerne dos
referidos problemas. Como eu descobri o meio para soluçioná-los, vou expô-lo a
seguir. Trata-se de uma tese sem precedentes, e por esse motivo eu gostaria que
os leitores a lessem com atenção, conscientes disso.
A causa fundamental da guerra é o caráter dos indivíduos componentes da
molécula que forma o país. Está bem claro que quase todas as guerras ocorridas
até hoje foram motivadas, entre outras razões, pela ambição dos heróis e pelos
planos do feudalismo militar. Mas também existe uma parcela de culpa nos povos
que, envolvendo-se com tais elementos, os aprovaram e ajudaram. Desse modo, o
objeto do nosso estudo deve ser, primeiramente, o caráter do povo dos países que,
na época, eram aficionados à guerra. É desnecessário dizer que são povos que não
amam a paz, preferindo o conflito. Através de minhas pesquisas, descobri que essa
preferência tem origem na insatisfação e na falta de amor, cuja causa, por sua vez,
é a indisposição do dia-a-dia

A indisposição pode ser de dois tipos: de causa primária e de causa secundária.


Neste último caso, origina-se de circunstâncias negativas que se apresentam
casualmente; na maioria das vezes, pode ser solucionada com o passar do tempo.
A indisposição de causa primária, entretanto, não tem nenhuma relação com as
circunstâncias negativas e, como todos sabem, é de difícil solução. Além disso,
quem sofre desse tipo de indisposição tem o perigo de transformar as
circunstâncias comuns em circunstâncias negativas. As pessoas que se mostram
constantemente insatisfeitas, tristes e lamurientas, enquadram-se nesta categoria.
Elas não são capazes de fazer auto-análise e costumam interpretar que a causa de
seus problemas está fora delas. Sendo assim, odeiam as outras pessoas,
amaldiçoam a sociedade e facilmente caem no egocentrismo. De certa forma, os
comunistas negam que a culpa da infelicidade de cada indivíduo esteja no próprio
indivíduo. Atribuindo a culpa às circunstâncias sociais, eles acreditam que
conseguirão resolver o problema através da luta. A arbitrariedade dos capitalistas,
naturalmente, também é motivada pela falta de amor.

Nesse sentido, se a causa da guerra é a indisposição do ser humano, certamente a


solução básica do problema é a eliminação dessa indisposição. Por conseguinte,
ele só será resolvido através do nosso método terapêutico, pois a indisposição é
provocada pelas toxinas dos remédios, e aqueles que possuem esse tipo de toxinas
estão sempre com purificação em alguma parte do corpo. A maioria das pessoas,
todavia, não sabem o motivo de tal indisposição e, julgando-a inata, levam uma vida
ociosa e infeliz, sentem antipatia por todo mundo, irritam-se facilmente. Mesmo
conscientes de que as contendas são um mal, não conseguem evitá-las; apesar de
saberem o quanto lhes seria benéfico, não conseguem desenvolver nenhuma
atividade. conseqüentemente, criam motivo para mais descontentamento. Assim,
não há outro meio para erradicar a causa da guerra a não ser abolir os remédios e
eliminar as toxinas que, atualmente, todas as pessoas possuem. É preciso saber,
portanto, que a divulgação do nosso método é fundamental para o estabelecimento
da paz.

Além do que foi exposto, existe o problema da pobreza. Ela tem como causa
secundária a enfermidade do corpo espiritual e do corpo material da pessoa, e
como causa principal a guerra e a má política. Se é possível solucionar o problema
da doença, da guerra e também da pobreza pelo nosso método terapêutico, a
concretização do Paraíso Terrestre, repleto de Luz, não é uma ilusão. Daí o titulo do
presente livro.

SUPLEMENTO CIÊNCIA ESPIRITUAL

Nos capítulos anteriores explanei, resumidamente, a nova medicina criada por mim.
Entretanto, para tomar a explanação ainda mais completa, é necessário conhecer
os fenômenos relacionados ao espírito e ao Mundo Espiritual, sobre os quais falarei
a seguir.

AURA

Já falei a respeito do Johrei como transmissão da Luz Divina, mas darei agora uma
explicação mais profunda.

O corpo espiritual do homem possui a mesma forma do corpo carnal; a única


diferença é que no corpo espiritual existe aquilo que denominamos aura.

O corpo espiritual irradia incessantemente uma espécie de ondas de luz. É como se


fosse uma veste, daí a denominação "aura". Sua cor é geralmente branca, porém,
conforme a pessoa, poderá ser amarelada ou roxa: Também há diferença de
largura: normalmente tem cerca de três centímetros, mas nos enfermos é fina; à
medida que a enfermidade se agrava, a aura vai afinando cada vez mais, e na hora
da morte desaparece. A expressão popular "Fulano está com a sombra da morte na
face" justifica-se pela percepção de que a aura de pessoas nesse estado é quase
inexistente. Nas pessoas saudáveis, ao contrário, ela é larga. Essa largura toma-se
ainda maior nos virtuosos, cujas ondas de luz também são mais fortes; nos heróis,
a aura é mais larga do que nas pessoas comuns; nas personalidades ilustres do
mundo, é ainda mais, sendo extraordinariamente larga nos homens santos.

Entretanto, a largura da aura não é fixa; varia constantemente, de acordo com os


pensamentos e atos da pessoa. Quando esta pratica ações virtuosas, baseadas na
justiça, sua aura é larga; em caso contrário, é fina. As pessoas de sensibilidade
comum em geral não conseguem enxergar a aura, mas existe quem o consiga:
Mesmo aquelas, se observarem atentamente, poderão vislumbrá-la:

A largura da aura tem relação direta com o destino do homem. Quanto mais larga
ela for, mais feliz ele será. Os que têm aura larga são mais calorosos, causam uma
boa impressão e atraem muitas pessoas, porque as envolvem com sua aura: Ao
contrário, aqueles cuja aura é fina, causam uma impressão de frieza, desagrado e
tristeza, e temos pouca vontade de permanecer em sua companhia:

Em face do que dissemos, o esforço para aumentar a largura da aura é a fonte da


felicidade. Mas de que forma devemos agir? Antes de responder a essa pergunta,
darei uma explicação sobre a natureza da aura:

Já sabemos que todos os pensamentos e atos humanos se subordinam ao bem ou


ao mal. A largura da aura também é proporcional à soma do bem ou do mal. Isto
significa que, na ocasião em que a pessoa pensa ou pratica o bem, surge-lhe o
sentimento de satisfação na consciência, o qual se transforma em luz e soma-se ao
seu corpo espiritual, aumentando-lhe, assim, a luminosidade; ao contrário, o mal
transforma-se em máculas, que também se acrescentam às já existentes no corpo
espiritual da pessoa. Ao mesmo tempo, quando se faz o bem, a gratidão do
beneficiado torna-se luz, e esta, através do elo espiritual, é transmitida para o
praticante do bem, aumentando-lhe, consequentemente, a luz; em contraposição,
pensamentos de vingança, ódio, inveja, etc., transformam-se em máculas, que são
transmitidas à outra pessoa pelo elo espiritual, somando-se às que ela já possui.
Sendo assim, é importante que o homem pratique o bem, alegre o próximo e dele
jamais receba pensamentos como os que mencionamos.

O fracasso e a ruína daqueles que rapidamente conseguiram fortuna ou posições


elevadas têm origem no que acabo de expor. Atribuindo a causa do sucesso à sua
capacidade, inteligência e esforço, a pessoa cai na presunção e na vaidade, torna-
se egoísta e arrogante, vive uma vida de luxo, passando a ser alvo de sentimentos
geradores de máculas. Em conseqüência disso, a sua aura vai perdendo luz e
afinando, e acaba sobrevindo a ruína: Esse é o fim de muitas famílias nobres e de
muitos milionários. Socialmente, ocupam posição superior e recebem da sociedade
e do País os favores correspondentes a essa posição, razão pela qual deveriam
retribui-los adequadamente, isto é, fazendo o bem em abundância: Dessa forma,
suas máculas estariam sendo eliminadas constantemente. A maioria das pessoas,
entretanto, só pensa em proveito próprio; em decorrência disso, avolumam-se-lhe
as máculas e o seu espírito desce a um nível muito baixo, apesar de conservarem
as aparências. Por fim, pela Lei do Espírito Precede a Matéria, essas pessoas
acabam arruinadas.

Um pouco antes do grande terremoto ocorrido em 1923 na Região Leste, o qual


arrasou Tóquio, um vidente me disse que, ao invés da cidade de prédios grandes e
magníficos, vira uma cidade cheia de casebres. E qual não foi a minha surpresa, ao
constatar que realmente a cidade ficara como ele havia visto!

Ainda podemos citar outro exemplo. Refere-se ao industrial americano John D.


Rockfeller (1839-1937) e ocorreu quando ele era jovem e ainda não havia
acumulado sua fabulosa fortuna: Rockfeller tinha começado a trabalhar numa loja e,
baseado no conceito de que o homem deve fazer o bem, começou a dar donativos
para uma igreja: Inicialmente dava cinco centavos por semana, mas, conforme o
aumento de sua renda, foi aumentando o donativo, até que acabou instituindo o
famoso Rockfeller Research Center. Ele registrava as quantias doadas no verso de
uma caderneta que, segundo dizem, é considerada tesouro familiar.

Falam, também, que Andrew Carnegie (1835-1919), fundador da Bethlehem Steel


Corp., a maior firma do gênero na América do Norte, fez prevalecer, quando morreu,
a tese que sempre defendera, destinando a obras de assistência social quase toda
a sua fortuna, avaliada em bilhões de dólares. Para o seu herdeiro deixou apenas
um milhão de dólares e educação universitária garantida: A propósito, o grande
psicólogo alemão Hugo Munsterberg (1863-1916) elogia os milionários que não
deixam heranças.

Só em 1903, segundo dizem, as doações de milionários americanos a


universidades, bibliotecas e institutos de pesquisas somaram mais de dez milhões
de dólares, sendo que as doações anônimas teriam superado várias vezes essa
quantia: Logo após a Primeira Guerra Mundial, Andrew Carnegie doou uma quantia
muito elevada à International Peace Foundation, e com uma parte dessa
importância a Ciência e a Educação na Alemanha foram grandemente beneficiadas.
A edição de volumosa obra de pesquisa - a primeira do mundo - sobre guerra e
crime, realizada por uma equipe de mestres liderada pelo professor Lipmann (1857-
1940), foi possível graças a essa ajuda, e dizem ser inestimável a contribuição que
ela trouxe para a felicidade mundial. Ao pensar em tais fatos, posso compreender
por que os Estados Unidos prosperaram tanto. Os grandes grupos econômicos do
Japão, entretanto, foram excessivamente egoístas, e julgo que a isso se deva sua
queda, e nunca a uma coincidência:

Quanto mais fina é a aura, mais sujeita está a pessoa a infelicidade e desastres. A
razão é que, em virtude das máculas, o intelecto fica entorpecido, o raciocínio falha,
a força de decisão diminui, e não se pode ter uma previsão correta das coisas; por
conseguinte, a pessoa se impacienta, pois deseja o sucesso rápido. Tais criaturas
podem conseguir sucesso passageiro, mas nunca duradouro. Nesse sentido, se a
política de uma nação é ruim, é porque a aura de seus governantes é fina, assim
como também a do povo, que sofre as conseqüências dessa má política:

Aqueles que têm grande quantidade de máculas geralmente passam por muitas
purificações; facilmente são vítimas de doenças ou acidentes. Quem sofre acidente
de trânsito é porque tem aura fina; quem tem aura espessa, em qualquer situação
livra-se do perigo. Por exemplo, na iminência de alguém ser apanhado por um
veículo, o espírito deste se chocará com a pessoa se ela tiver aura fina, mas não
ocorrerá o choque se a sua aura for espessa: Nesse caso a pessoa é arremessada
para longe e nada sofre, graças à elasticidade da sua aura:

Refletindo sobre o princípio aqui exposto, podemos concluir que o único meio para
nos tomarmos felizes é aumentarmos a espessura da nossa aura praticando o bem.
Existem criaturas que se resignam diante da má sorte; elas me causam pena, pois
não conhecem esse princípio. Também, quanto mais espessa for a aura dos
ministros desta Igreja, mais pessoas eles salvarão, e, quanto mais pessoas
salvarem, mais agradecimentos receberão, o que fará aumentar a espessura da
sua aura: Simultaneamente, melhores serão os resultados do seu trabalho de
difusão. Tenho muitos discípulos assim.

O PECADO E A DOENÇA

No setor da Religião, muito se tem falado sobre a relação entre o pecado e a


doença: Essa relação é um fato, mas vou falar sobre o assunto do ponto de vista da
Ciência Espiritual.
Como explanei anteriormente, na medida em que a pessoa tem maus pensamentos
e persiste na prática do mal, suas máculas vão aumentando. Quando atingem certa
densidade, surge o processo purificador natural, para sua eliminação. É uma lei do
Mundo Espiritual e, por conseguinte, a ela ninguém consegue escapar. Essa
purificação, na maioria das vezes, manifesta-se em forma de doença, mas há
ocasiões em que toma outra forma. Existem, pois, diferentes aspectos de
desgraças. Na matéria, as máculas correspondem à acumulação de toxinas.
Entretanto, a enfermidade de origem espiritual, ocasionada pelo pecado, é difícil de
se curar e exige muito tempo. Doenças como a tuberculose, a osteoporose, o
câncer etc., que apresentam sintomas persistentes e obstinados, contam-se entre
esses casos.

Há dois meios para se redimir o pecado: sofrer ou praticar o bem. Escolhendo este
último, tudo será muito mais fácil. Como exemplo, vou contar uma estória ocorrida
na época em que eu estava pesquisando a religião Tenri-kyo.

Um rapaz que sofria de tuberculose pulmonar e fora desenganado, ingressou na


referida religião. Pensando na prática de uma boa ação, decidiu fazer a limpeza do
escarro expectorado por outras pessoas nos passeios da cidade. Decorridos três
anos, durante os quais fez isso todos os dias, o rapaz estava completamente
recuperado; a doença tinha desaparecido sem deixar o menor vestígio.
A estória que se segue é famosa:

O Sr. Yamamoto Tyogoro, mais conhecido pela alcunha de Shimizu no Jirotyo,


encontrou-se com um sacerdote budista de alta categoria, o qual lhe disse: "Sua
face está marcada pelo estigma da morte. Será difícil o senhor viver mais de um
ano". Conformado, Jirotyo doou todos os seus bens para obras filantrópicas, entrou
num templo budista e ficou aguardando.

Passaram-se dois anos, mas nada de extraordinário aconteceu. Ele estava muito
zangado e, tendo casualmente encontrado o mesmo sacerdote, pensou em
repreendê-lo severamente. Entretanto, foi o religioso quem falou em primeiro lugar:
"Que coisa estranha... O estigma da morte que havia em sua face quando eu o
encontrei naquele dia, desapareceu completamente. Deve haver alguma razão
profunda para isso". Então Jirotyo contou o que fizera, ao que o sacerdote budista
disse: "O ato de caridade que o senhor praticou transformou sua morte em vida."
Aplicando esse princípio à nossa realidade atual, compreendo-se que o sofrimento
da maioria do povo japonês, em conseqüência da derrota do Japão na Segunda
Guerra Mundial, não é senão o processo de purificação decorrente da invasão a
outros países durante logo tempo, e da exploração e matança de outros povos.

DEUS EXISTE?

Pude intuir esta maravilha que é o Johrei graças ao conhecimento que tive sobre a
existência do espírito e ao princípio fundamental de que, com a purificação do
espírito, o corpo volta à normalidade.
Esse princípio deve ser considerado como um prenuncio da cultura do futuro.
Realmente ele representa uma grande revolução para a Ciência, e, se o aplicarmos
em todos os setores da vida, o bem estar da humanidade aumentará
incalculavelmente. E não é só isso. Aprofundando-se a pesquisa desse princípio
fundamental, pode-se prever que ele influenciará até a essência da própria Religião.
A controvérsia sobre a existência de Deus é uma questão que tem desafiado os
tempos e continua sempre presente. E isso se justifica porque, apenas do ângulo
de visão materialista, obviamente as pessoas nada podem compreender a respeito
de Deus, que é Espírito, o qual, para elas, eqüivale ao Nada. Mas, pela Ciência
Espiritual que estou propondo, é possível reconhecer a existência de Deus e, ao
mesmo tempo, responder a indagações sobre problemas como a vida após a morte,
a reencarnação, a verdade sobre o Mundo Espiritual, os fenômenos de encosto e
incorporação e outras questões relativas ao Mundo Desconhecido, que chamo
também de Mundo Intemporal.
Primeiramente devo explicar como se processou a evolução do meu pensamento.
Quando jovem, eu era extremamente materialista. Até mais ou menos quarenta
anos nunca entrei em templo algum. Achava tolice adorar ou rezar para uma pedra,
um espelho ou um papel escrito, que constituem a imagem de Deus nos templos
xintoístas e são colocados num recipiente com formato de caixa, feito por
carpinteiros, com tábuas de cânfora, e chamado "Omiya". Nos templos budistas
também se adora um Buda desenhado em papel, ou as estátuas de Kannon, Amida
e Buda talhadas em madeira, pedra ou metal. Eu costumava afirmar que Kannon e
Amida só existiam na imaginação do homem; por conseguinte, achava que era uma
adoração ainda mais sem sentido, não passando de idolatria.
Naquele tempo, li a tese do famoso filósofo alemão Rudolf Eucken (184~1926), o
qual diz que o homem possui o instinto inato de adorar qualquer coisa e, assim,
criou e adora os seus próprios ídolos, caindo na auto-satisfaçáo. Como prova disso,
acrescenta ele, todas as oferendas depositadas no altar estão voltadas para o lado
dos homens e não para o lado de Deus.

Senti-me perfeitamente identificado com a tese e até considerava que a existência


de templos era prejudicial ao progresso da Pátria, porque as nações que possuíam
muitos templos estavam em declínio e aquelas que quase não os tinham achavam-
se em franco desenvolvimento. Apesar disso, mensalmente eu contribuía com uma
modesta quantia para o Exército da Salvação, e por esse motivo era visitado por um
sacerdote que sempre insistia para que eu me convertesse ao cristianismo. Ele me
dizia: "As pessoas que contribuem para o Exército da Salvação geralmente são
cristãs. Por que o senhor contribui, se não é cristão?" Então expliquei: "O Exército
da Salvação trabalha para a recuperação de ex-presidiários, transformando-os em
pessoas de bem. Se não existisse, talvez um deles tivesse entrado em minha casa
para me roubar. Portanto, se o Exército da Salvação está impedindo que isso
aconteça, é natural que eu seja agradecido e colabore nas suas obras".

Houve muitos casos semelhantes, porém, na época, apesar de fazer o bem, eu não
acreditava em Deus nem em Buda. Sendo assim, poderão compreender quão forte
era a minha tendência a jamais acreditar naquilo que não se pode ver.
Naquele tempo, as minhas atividades comerciais iam muito bem, e eu estava no
auge da autoconfiança, mas um de meus empregados me fez perder tudo. A sorte
adversa, manifestada através do falecimento de minha primeira esposa, dos em-
bargos judiciais, da falência e de outras desgraças, arrastaram-me para o fundo do
abismo. Como resultado, acabei recorrendo àquilo a que todos recorrem nessas
ocasiões: a Religião. Também eu fui à procura da salvação no xintoísmo e no
budismo, como era de praxe, e assim tive conhecimento da existência de Deus, do
Mundo Espiritual, da vida após a morte, etc. Refletindo sobre o meu passado,
arrependi-me da vida inútil que levara até então.

Após esse despertar, meu conceito sobre a vida deu uma volta de cento e oitenta
graus. Compreendi que o homem é protegido por Deus e que, se ele não
reconhecer a existência do espírito, não passa de um ser vazio. Também entendi
que, mesmo na pregação moral, se não fizermos com que as pessoas reconheçam
a existência do espírito, ela não terá nenhum valor. Por isso, caros leitores, faço
votos de que "abram os olhos" para os esclarecimentos que darei sobre os
fenômenos espirituais.

O MUNDO DESCONHECIDO

Vivemos e respiramos no Mundo Material, o Mundo Temporal, mas, com a morte,


tornamo-nos habitantes do Mundo Espiritual, o Mundo Desconhecido, isto é, o
Mundo Intemporal.

O Mundo Espiritual é invisível, impalpável. Não sendo perceptível pelos sentidos,


torna-se difícil crer na sua existência apenas por meio de palavras, através de uma
simples explicação. Entretanto, visto que se trata de uma realidade e não de um va-
zio, seria impossível ele não se manifestar por algum fenômeno, sob qualquer
forma:

Com efeito, os fenômenos espirituais - grandes, médios ou pequenos - apresentam-


se em todos os aspectos da vida humana, nos seus mínimos detalhes e em todos
os locais do mundo. Só que o homem não os percebe. Essa falta de percepção é
causada pelo desinteresse da educação da cultura tradicional em relação ao
espírito, em decorrência da fase noturna que o mundo atravessava. No escuro da
noite, com a luz da Lua, só se consegue enxergar escassamente, mas de dia, com
a luz do Sol, é possível distinguir claramente todas as coisas, de forma global e
instantânea. Num futuro bem próximo, o Mundo Conhecido, que era regido pela
Lua, será o mundo regido pelo Sol, isto é, o mundo sob a Grande Luz. Como
resultado dessa mudança de regência, serão revelados todos os segredos,
falsidades e erros. Foi graças a ela que eu consegui descobrir os erros da Medicina.

VIDA E MORTE

Para o ser humano, talvez não haja problema tão premente quanto o da morte. Não
será, pois, uma grande felicidade se ele tiver esclarecimentos comprobatórios, e
não fantásticos, a respeito dessa questão? Desejo esclarecer as dúvidas existentes
transmitindo a todas as pessoas o resultado dos meus estudos sobre os fenômenos
espirituais. Com relação ao problema da vida após a morte, existem no Ocidente
muitas obras famosas, tais como as de Sir Oliver Joseph Lodge (1851-1940) e do
Dr. Ward, que são autoridades no assunto. No Japão temos Wazaburo Assano, um
profundo pesquisador com quem eu tive certo relacionamento e que deixou vários
trabalhos. Infelizmente, ele faleceu há alguns anos. Falando sobre os fenômenos
espirituais, no entanto, quero deixar bem claro que, na medida do possível, me
basearei apenas na minha própria experiência: Agirei assim para garantir a exatidão
do que digo, pois, como esses fenômenos são invisíveis, é difícil apresentá-los de
forma concreta, sem cair em dogmas.

Desprendido do corpo, que se tornou inútil, o espírito retorna ao Mundo Espiritual,


onde passa a habitar, começando uma nova vida: Descreverei, inicialmente, como
se processa o instante da morte, observado do Mundo Espiritual.

Geralmente o espírito se desprende do corpo pela testa, pela região umbilical ou


pela ponta dos dedos do pé. O espírito puro sai pela testa; o que tem muitas
máculas, pela ponta dos dedos do pé; o mediano, pela região umbilical. Isso se
explica porque o espírito puro praticou o bem enquanto estava encarnado, somou
méritos e foi purificado; o que tem muitas máculas somou muitos pecados, e o
mediano situou-se entre os tipos mencionados. Tudo está fundamentado na Lei da
Concordância:

O exemplo que se segue é a experiência de uma enfermeira que "viu" a morte de


um doente; sua descrição é tão perfeita, que serve de ilustração. É um exemplo
ocidental, porém, tanto no Ocidente como no Japão, existem pessoas que têm a
faculdade de ver espíritos. Não guardei os pormenores da descrição, mas vou
reproduzir as partes mais importantes.

"Certa vez - disse ela - fitando um doente prestes a morrer, notei que de sua testa
subia algo branco, uma espécie de névoa que, espalhando-se lentamente pelo
espaço, tornou-se uma massa disforme, semelhante a uma nuvem. Pouco a pouco,
entretanto, começou a tomar a forma humana; minutos depois, apresentou-se
exatamente com as mesmas características físicas da pessoa. De pé, no espaço,
olhava atentamente seu corpo iner-
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te, junto do qual os familiares choravam. Parecia que desejava mostrar-lhe sua
presença, mas desistiu, por saber que estava em dimensão diferente; mudou,
então, de posição, dirigiu-se para a janela e saiu suavemente".

Realmente, a descrição acima retrata muito bem os instantes da morte, que os


budistas designam pela expressão “Vir para nascer". De fato, se analisarmos do
Mundo Material, é "ir para morrer", mas, se o fizermos do Mundo Espiritual, é 'Vir
para nascer". Da mesma forma, ao invés de dizerem "antes de morrer", eles dizem
"antes de nascer". O espírito vive no Mundo Espiritual durante determinado tempo,
às vezes dezenas, centenas ou milhares de anos, para nascer novamente. Desse
modo, o homem nasce e morre muitas vezes. Para se referirem a esse nascer e
renascer, os budistas usam a expressão "Rin-ne Tensho".

Mas qual é a relação entre o Mundo Espiritual e o homem?

O homem vem ao Mundo Material para cumprir a missão que lhe foi determinada
por Deus, tenha ou não tenha consciência disso. No cumprimento dessa missão,
acumula máculas no seu corpo espiritual. Chega, porém, um momento em que, por
doença, velhice ou outros motivos, torna-se-lhe difícil continuar a cumpri-la: Quando
isso ocorre, o espírito abandona o corpo e retorna ao Mundo Espiritual. Nesse
sentido, desde tempos remotos chama-se "Nakigara" (invólucro vazio) ao corpo
sem espírito, e "Karada" (invólucro) ao corpo carnal de uma pessoa viva:

Na ocasião em que o espírito entra no Mundo Espiritual, inicia-se, na maioria deles,


o processo purificador das máculas. Dependendo do peso e da quantidade destas,
logicamente ele vai ocupar um nível mais elevado ou mais baixo. O período de
purificação é variável. Os períodos mais curtos duram poucos anos, às vezes
dezenas, e os mais prolongados, centenas ou milhares de anos. Os espíritos que
foram purificados até certo ponto, reencarnam, por determinação de Deus.
Essa é a ordem normal, porém, de acordo com a pessoa, há situações em que não
se obedece a ela: Isso acontece com aqueles que, na ocasião da morte, têm forte
apego à vida: Eles reencarnam antes de terem sido suficientemente purificados no
Mundo Espiritual. Geralmente têm destino infeliz, porque lhes restam consideráveis
máculas da vida anterior, que precisam ser eliminadas. Por essa razão é que muitos
praticam o bem mas vivem perseguidos pelos infortúnios. São pessoas que na vida
anterior cometeram muitos pecados e, quando morreram, arrependeram-se
seriamente, tomando a firme decisão de não persistir no erro. Esse propósito ficou
impregnado em seu espírito, mas, como reencarnaram sem terem sido
suficientemente purificadas, vivem sempre cercadas de sofrimento, apesar de
detestarem o mal e praticarem o bem. Entretanto, não são poucos os exemplos de
pessoas que, passando um período de infelicidade e tendo redimido os seus
pecados, tornam-se subitamente felizes.

Há homens que se orgulham de não conhecerem outra mulher além de sua esposa,
e outros que não desejam casar-se, terminando a vida solteiros. São indivíduos a
quem as mulheres causaram muita infelicidade na vida anterior, e por esse motivo
morreram com uma espécie de temor ao sexo feminino, sentimento que deixou
marcas em seu espírito.

Algumas pessoas têm especial aversão ou receio de aves, insetos ou outros bichos.
Isso tem origem na morte que tiveram, causada por um desses animais. O mesmo
pode ser dito em relação àqueles que temem a água, o fogo ou os lugares altos.
Outros têm medo de lugares onde se aglomera muita gente; quando alguém sente
isso, é porque em outra vida morreu pisoteado pela multidão. É interessante o
pavor que certas criaturas têm de ficar sozinhas. Ministrei Johrei numa pessoa
assim. Ela não podia ficar sozinha dentro de casa: Nessas ocasiões, saía para a
rua e ficava esperando alguém chegar. Provavelmente, na vida anterior, tais
pessoas faleceram de um mal súbito, quando estavam sozinhas.
Pelos diversos exemplos mencionados, concluímos que, no dia-a-dia da sua vida, o
homem deve se esforçar para morrer em paz, sem apegos, temores e outras
preocupações.

Quando uma pessoa nasce deformada ou aleijada, geralmente é porque


reencarnou antes de estar suficientemente purificada no Mundo Espiritual. Por
exemplo: antes de ser curada de fratura nas mãos ou nas pernas, provocada pela
queda de um lugar alto.

Além do apego do próprio falecido, há outro motivo para a reencarnação prematura:


a influência do apego dos familiares. É comum o caso de mulheres que engravidam
logo após o falecimento de um filho querido. Esse novo filho é aquele que morreu e
reencarnou prematuramente, em virtude do apego da mãe. Geralmente essas
crianças não são muito felizes.

Existem pessoas sábias e pessoas ignorantes. Por quê? Pela diferença de idade
entre suas almas: as primeiras têm alma velha; as segundas têm alma nova: A alma
velha, por ter reencarnado muitas vezes, possui uma larga experiência do mundo,
ao passo que a nova, por ter sido criada recentemente no Mundo Espiritual, tem
pouca experiência, motivo pelo qual é mais ignorante. Como vemos, também há um
processo de procriação no Mundo Espiritual.

Ainda podemos citar algumas experiências pelas quais muitos já passaram.

Certas pessoas, ao encontrarem alguém que nunca viram, têm a impressão de


tratar-se de pessoa já conhecida: Sentem uma grande emoção, como se fossem pai
e filho, ou irmãos; podem até experimentar um sentimento mais profundo. A razão é
que na vida anterior eram parentes bem próximos ou tinham laços de estreita
amizade; a isso se convencionou chamar de INNEN (afinidade espiritual).

Também, por ocasião de uma viagem, encontramos lugares pelos quais sentimos
especial simpatia ou atração e onde desejaríamos residir. É porque em outra vida
residimos ou passamos muito tempo nesses locais.

No relacionamento entre homem e mulher, há casos em que ambos ficam em idílio


ardente, que progride até se tomar um amor cego. A explicação é que na vida
anterior, apesar de enamorados, eles não conseguiram unir-se. Entretanto, na vida
atual, apresentando-se essa oportunidade, cria-se entre os dois um amor
apaixonado.
Ao lermos ou ouvirmos falar de determinados personagens ou acontecimentos
históricos, podemos sentir simpatia ou até ódio. Isso acontece porque já vivemos na
época em que aqueles fatos ocorreram, ou porque tivemos algum relacionamento
com aqueles personagens.

EXISTEM FANTASMAS?
Desde épocas remotas há controvérsias sobre a existência de fantasmas, mas eu
afirmo que eles existem. Trata-se de uma realidade que ninguém pode negar. Creio
que a tese do Inferno e do Paraíso, pregada por Buda, assim corno a do Inferno,
Purgatório e Céu, da "Divina Comédia" de Dante Alighieri (126~ 1321), não são
teses sem fundamento, absurdas ou ilusórias.
Que é o Mundo Espiritual? Em síntese, o Mundo Espiritual é o mundo da vontade e
do pensamento. Sem o empecilho da matéria, há uma liberdade que não existe no
Mundo Material.
O espírito pode ir aonde quiser, e mais rapidamente do que uma aeronave. No
xintoísmo, as palavras "Tome assento nesse templo, vencendo o tempo e o
espaço", proferidas nas cerimônias litúrgicas, significam que um espírito pode cobrir
a distância de mil léguas em alguns minutos ou até segundos. Entretanto, a rapidez
com que ele se move depende da sua hierarquia:
Os espíritos elevados, isto é, aqueles que conseguiram atingir os níveis de
hierarquia Divina, são mais velozes. O espírito do nível mais alto da hierarquia
Divina pode chegar ao local mais distante num espaço de tempo menor do que a
milionésima parte de um segundo, mas o espírito de nível inferior leva algumas
dezenas de minutos para cobrir mil léguas. Isso porque, quanto mais baixo o nível
do espírito, mais pesado ele é, devido às suas impurezas. Além disso, por sua
própria vontade, o espírito pode aumentar ou diminuir de tamanho. Numa Morada
dos Ancestrais com mais ou menos trinta e cinco centímetros de largura, podem
tomar assento várias centenas de espíritos. Nessa oportunidade, é rigorosamente
observada a ordem, isto é, cada um ocupa a posição adequada ao seu nível, dentro
da maior disciplina e com a indumentária apropriada: No budismo, eles assentam
no seu nome Intemporal, escrito numa placa de madeira ou de qualquer outro
material; no xintoísmo, assentam num espelho, numa pedra, numa letra ou no
"Himorogui" (cruz feita de fibras de linho).

Logicamente, os espíritos ficam muito satisfeitos pelos cultos que lhes são
oferecidos de coração, mas o mesmo não acontece se são atos apenas formais.
Assim, nas ocasiões de culto, as pessoas devem colocar o máximo de sentimento e
realizá-lo de forma ideal, de acordo com as condições materiais do momento.
Desde épocas remotas fala-se em pessoas que ocasionalmente vêem fantasmas,
mas na maioria dos casos trata-se de espíritos com poucos dias de desencarnados.
O grau de densidade das células espirituais dos recém-falecidos é elevado, razão
pela qual esses espíritos podem ser vistos por algumas pessoas. Nada há de
estranho, portanto, no fato de muitos terem visto a ressurreição e ascensão de
Cristo. Porém, como o espírito de Cristo era elevado, Divino, ascendeu ao Céu.
Com o passar do tempo, o espírito é purificado, ficando menos denso, e, assim,
mais difícil de ser visto.

Um fantasma pode entrar e sair livremente por um orifício do tamanho do buraco de


uma agulha, pois não tem corpo carnal que lhe estorve a passagem. Em vista disso,
muitos podem pensar que o Mundo Espiritual seja o lugar ideal para quem ama a
liberdade, mas não é bem assim. Nele existem leis que são aplicadas
rigorosamente, e a liberdade é limitada:
Agora falarei rapidamente sobre a expressão facial dos espíritos.

Os fantasmas geralmente são retratados com a expressão facial dos instantes da


morte. Entretanto, com o decorrer do tempo a expressão do espírito vai mudando
lentamente, amoldando-se à índole da pessoa: Por exemplo, os tímidos, os pessi-
mistas e os solitários tomam um aspecto lúgubre, raquítico; os possuidores de
natureza diabólica e animalesca, tomam a aparência do próprio demônio; os de
pensamento vil ficam com a face disforme, e os que têm bom coração adquirem
uma expressão bondosa e bela: Neste mundo, é possível encobrir o pensamento,
pela configuração chamada corpo carnal, mas no Mundo Espiritual tudo é revelado,
aparecendo exatamente como é. Essa imagem verdadeira aparece mais ou menos
um ano após a morte.

Num livro da autoria de um grande religioso, há mais ou menos esta referência:


"Quando o homem falece, seu espírito se extingue. O espírito não é eterno, nem
tampouco existe Mundo Espiritual; se existisse, já estaria repleto, pois o número de
pessoas que faleceram atinge vários bilhões". Esse autor, apesar de ser um
expoente do budismo, desconhece o poder de elasticidade do espírito.

JULGAMENTO NO MUNDO ESPIRITUAL

Enquanto vive no Mundo Material, o homem deve se esforçar para cumprir


plenamente a missão que lhe foi concedida por Deus, contribuindo para o bem da
sociedade. A maioria das pessoas, no entanto, fica atenta apenas aos aspectos
exteriores das coisas e, inconscientemente, pratica ações subordinadas ao mal. Em
conseqüência, no seu corpo espiritual vão se acumulando máculas. Passando para
o Mundo Espiritual, nele se efetua uma rigorosa eliminação dessas máculas.

Realizei minuciosos estudos e pesquisas procurando ouvir o maior número possível


de espíritos desencarnados, através de médiuns. De tudo que esses espíritos
disseram, eliminei aquilo que pode não ser verdade, transcrevendo apenas os pon-
tos coincidentes entre os muitos depoimentos que ouvi. Por isso, tenho certeza de
que não há erros em minhas explanações.

Ao entrar no Mundo Espiritual, a maioria dos espíritos é conduzida para o local a


que dou o nome de Plano Intermediário. No xintoísmo, chamam-no de "Yatimata"
(encruzilhada de oito direções); no budismo, "Rokudo no Tsuji" (esquina de seis
caminhos), e no cristianismo, Purgatório. Entretanto, desejo chamar a atenção para
um fato. o Mundo Espiritual do Oriente é mais verticalizado que o do Ocidente, e o
Mundo Espiritual do Japão é o que se apresenta mais vertical. Por isso é que a
sociedade japonesa é particularmente constituída de muitos níveis hierárquicos, e a
sociedade ocidental, menos hierarquizada, mais propensa à igualdade. O objeto de
minhas pesquisas foi o Mundo Espiritual do Japão; espero que não esqueçam esse
fator, ao lerem minhas palavras.

Fundamentalmente, o Mundo Espiritual é constituído de nove níveis, pois tanto o


Plano Superior, quanto o Intermediário e o Inferior são formados de três níveis.
Após a morte, o espírito das pessoas comuns vai para o Plano Intermediário, mas o
espírito daqueles que foram muito bons sobe imediatamente ao Plano Superior, e o
dos perversos desce incontinenti ao Plano Inferior. Podemos ter mais ou menos
uma idéia disso observando a forma como ocorre a morte.

Aqueles cujo espírito vai para o Plano Superior, sabem a data aproximada em que
vão morrer e, nessa ocasião, não sentem nenhum sofrimento; chamam os mais
chegados, expressam seus últimos desejos e morrem em paz, como se a morte
fosse a coisa mais natural. Ao contrário, aqueles cujo espírito vai para o Plano
Inferior têm morte muito dolorosa, agonizando em meio a sofrimentos extremos. Os
que vão para o Plano Intermediário estão sujeitos a sofrimentos menos dolorosos. A
maioria dos espíritos vai para este plano, e podemos deduzir isso observando a fa-
ce do cadáver. Se o espírito foi para o Plano Superior, não há nenhuma expressão
de sofrimento; pelo contrário, a pessoa fica como se estivesse vivo. Se foi para o
Plano Inferior, a face do cadáver se apresenta escurecida ou preto-esverdeada,
com uma expressão de agonia. A face daqueles cujo espírito foi para o Plano
Intermediário, em geral mostra-se amarela, como é o caso da maioria dos
cadáveres.

Falarei primeiramente sobre os espíritos que se destinam ao Plano Intermediário.


Para chegarem lá, eles têm de atravessar um rio. Nessa ocasião, um funcionário
examina-lhes a roupa; se esta é branca, o espírito passa, mas se é de cor, ele é
obrigado a trocá-la por uma de cor branca. Há duas versões: segundo uns, o
espirito passa por uma ponte; segundo outros, não há ponte, e ele atravessa o
próprio rio. Estes últimos falam, ainda, que o rio não tem água e que as ondas que
se tem impressão de ver nada mais são que as ondulações dos corpos de inúmeros
dragões se movimentando. Quando o espírito acaba de atravessar o rio, a veste
branca apresenta-se tingida; a cor varia de acordo com a quantidade de máculas. A
dos espíritos mais maculados tinge-se de preto. A seguir, por ordem decrescente de
máculas, a veste pode tomar-se azul, vermelha, amarela, etc., sendo que a dos
mais puros permanece branca.

Em seguida, de acordo com a tese budista, o espírito vai para o Fórum, onde é
julgado. O julgamento é bem diferente do que ocorre no Mundo Material:
caracteriza-se pela imparcialidade, não havendo o mínimo de favoritismo nem de
equívocos. Na hora do julgamento, os espíritos vêem de forma diferente a face de
Enma Daio, o juiz. Para os perversos, ele se apresenta com os olhos brilhando
assustadoramente, abre a boca até às orelhas, e, quando fala, cospe fogo; só de
vê-lo o espírito já fica atemorizado. Entretanto, os bons vêem-no com uma
expressão afável, branda e afetuosa, mas sóbria; o espírito, naturalmente, sente
simpatia e respeito por ele.

Um por um, os pecados são refletidos num espelho de cristal puro e, em seguida,
julgados. O julgamento é precedido de uma investigação, procedendo-se, em
seguida, à comparação das condições presentes do espírito com os outros registros
seus existentes no Fórum. Quem exerce a função de juiz no fórum do Mundo
Material, também a exerce no Mundo Espiritual. Segundo o xintoísmo, o fiscal dos
promotores é Haraido no Kami (deus da purificação), e o Enma Daio é a divindade
chamada Kunitokotati-no-Mikoto.

Após receber a sentença, o espírito dirige-se para um dos três níveis do Plano
Superior ou do Plano Inferior. Portanto, a "esquina de seis caminhos" a que
aludimos, como o próprio nome indica, é a encruzilhada para ele ir a um daqueles
níveis. Todavia, embora tenha ficado decidido que o espírito vai para o Plano
Inferior, concede-se a ele mais uma oportunidade: fazer aprimoramento no Plano
Intermediário, para sua elevação. Aqueles que se arrependem e se convertem, ao
invés de irem para o Plano Inferior como estava determinado, vão para o Plano
Superior.

O trabalho de orientação é realizado pelos eclesiásticos das respectivas religiões,


como faziam no Mundo Material. Tais eclesiásticos, após seu falecimento, recebem
ordem para cumprir essa missão. No Plano Intermediário, o período de
aprimoramento vai de alguns dias até trinta anos, e aqueles que não conseguem
arrepender-se, descem ao Plano Inferior. Há outro fator ainda: Se os parentes,
amigos e conhecidos lhe oferecem, após a morte, cultos feitos de coração, com
toda a sinceridade, ou somam méritos e virtudes praticando o bem, fazendo feliz o
próximo, a purificação do espírito desencarnado será acelerada. Por essa razão, a
dedicação aos pais, a fidelidade ao cônjuge, etc., aqui no Mundo Material, reveste-
se de grande significado mesmo após sua morte, e eles ficam muito contentes com
os cultos em sua memória.

CONSTITUIÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL

Como explanei em outras oportunidades, o Mundo Espiritual está constituído dos


planos Superior, Intermediário e Inferior, cada um formado de três níveis,
perfazendo um total de nove. A diferença entre eles é determinada por dois fatores:
a luz e o calor.
No nível mais alto do Plano Superior, a luz e o calor são extremamente intensos; o
nível mais baixo do Plano Inferior caracteriza-se pela ausência desses elementos; o
Plano Intermediário situa-se entre os dois, correspondendo ao Mundo Material.
Neste mundo existem pessoas felizes e pessoas infelizes; isso eqüivale a estarem
respectivamente nos Planos Superior e Inferior.

Como no nível mais alto do Plano Superior a luz e o calor são muito fortes, seus
habitantes vivem quase nus. Poderão ter uma idéia disso lembrando que, nas
estatuetas búdicas, Nyorai e Bossatsu são representados no estado de seminudez.
A medida que se desce para o Segundo Céu, Terceiro Céu, etc., a luz e o calor
diminuem. Se um espírito fosse repentinamente elevado do Plano Inferior para o
Superior, seria ofuscado pela luz intensa e não suportaria o calor; preferiria, então,
retomar ao Plano Inferior. Isso é idêntico ao que acontece no Mundo Material: uma
pessoa de baixa categoria elevada a uma posição alta sem ter merecimento, tem
mais sofrimentos do que satisfação.

No nível mais alto do Plano Superior está o Supremo Deus; no Primeiro Céu está o
deus do Sol, Tensho Oomikami; no Segundo Céu, o deus da Lua, Tsukainami-no-
Mikoto, e no Terceiro Céu, o deus Wakahiraguimi-no-Mikoto.

O Mundo Búdico está abaixo do Mundo Divino. Seu nível mais elevado corresponde
ao Segundo Céu; não existe o Primeiro Céu. No Segundo Céu temos Komyo Nyorai
(Kanzeon Bossatsu), e no Terceiro Céu, Amida Nyorai e Shakamuni-butsu. No
Mundo Espiritual também existem organizações religiosas. O xintoísmo tem treze
seitas e o budismo cinqüenta e seis; cada uma apresenta várias subdivisões. Toda
organização religiosa tem uma divindade padroeira e também um fundador.
Exemplifiquemos com o xintoísmo: na seita "Taisha-Kyo”, o padroeiro é Ooku-
ninushi-no-Mikoto; na seita "Ontake-Kyo", é Kunitokotati-no-Mikoto; na seita "Tenri-
kyo”, é Tohashira-no-kami. O budismo também serve como exemplo: na seita
"Shinshu" é Amida Nyorai; na seita "Zen-Shu" é Daruma Daishi; na seita "Tendai" é
Kanzeon Bossatsu. Os fundadores de seitas, como Kobo, Shiram, Nitiren, Honen e
outros, situam-se na classe de líderes de cada comunidade. Assim, ao entrarem no
Mundo Espiritual, os espíritos das pessoas que tinham religião durante a vida
terrena ligam-se à organização a que elas pertenciam, e não se pode calcular o
quanto são mais felizes que os espíritos dos descrentes. Estes, não tendo uma
organização à qual filiar-se, ficam perdidos, extremamente confusos, vagando pelo
Mundo Espiritual. Desde épocas remotas fala-se sobre "espíritos errantes", porque
tais espíritos ficam perambulando pelo Plano Intermediário. Uma vez passando
para o Mundo Espiritual, aqueles que não reconhecem a sua existência e não
crêem na vida após a morte, não podem se fixar em nenhum lugar, ficando privados
de inteligência e juízo durante certo tempo. Como exemplo, citarei um caso ocorrido
há alguns anos.

Numa reunião de pessoas que pesquisavam fenômenos espirituais, o espírito de


um homem muito famoso manifestou-se, através de um médium. Chamaram, então,
a esposa do falecido, a qual, pela maneira como o espírito falava e agia, confirmou
que realmente se tratava do marido. Fizeram-lhe muitas perguntas, mas as
respostas não eram corretas nem lúcidas, apesar do seu nível de cultura no Mundo
Material. Isso acontecia porque aqui neste mundo ele não acreditava na existência
do Mundo Espiritual. Vemos, pois, que é necessário o homem crer na existência do
Mundo Espiritual e, assim, preparar-se para a vida após a morte.

Mas será que existe realmente aquilo que chamo Plano Superior, mais conhecido
como Céu ou Paraíso? A maioria das pessoas pensa que não passa de fantasia dos
homens de eras passadas, porém eu estou absolutamente convicto de que ele é
uma realidade. Há uma estória nesse sentido. Faz muito tempo, um sacerdote
budista de alta categoria e um catedrático discutiam sobre a existência do Inferno e
do Paraíso após a morte. Ao final da discussão, o sacerdote concluiu que eles
existiam e o catedrático, que não existiam. Enfim, alegando que para ter certeza
não havia outro meio senão morrer, o religioso sugeriu que ambos se matassem, e
em vista disso o catedrático se rendeu. O assunto não é para brincadeira, mas,
embora o sacerdote budista estivesse com a verdade, se pudermos conhecer o
Mundo Espiritual sem recorrer a esse extremo, será muito melhor, não é mesmo?
Citarei alguns fenômenos que pude comprovar através das minhas próprias
experiências.
Uma senhora de trinta anos, esposa do diretor de uma empresa, solicitou a minha
ajuda por estar gravemente enferma. Como já tinha sido desenganada pelo médico,
seus familiares me suplicaram que a salvasse. Ela residia a cerca de quarenta
quilômetros de distância, razão pela qual não me seria possível visitá-la com a
freqüência que o caso requeria. Por isso, trouxe-mo-la imediatamente para a minha
casa. Pensando na possibilidade de acontecer o pior durante a viagem, o marido
também veio com ela no carro. Eu, ao mesmo tempo em que a segurava com uma
das mãos, ministrava-lhe Johrei com a outra.
Chegamos sem que houvesse acontecido nada daquilo que nos estava
preocupando, mas, pela madrugada, fui tirado da cama pelo acompanhante da
doente. Fui vê-la imediatamente. Segurando minha mão com força, ela me disse:
"Sinto que algo vai sair de mim e estou com muito medo. Deixe-me segurar sua
mão. Tenho o pressentimento de que vou morrer hoje. Chame meus familiares com
urgência".
Telefonei-lhes incontinenti, e, quando eles chegaram, acompanhados do médico da
firma onde o marido da senhora trabalhava, já tinha decorrido uma ou duas horas. A
essa altura, ela estava em coma e com o pulso bastante fraco. O médico examinou-
a e disse que era questão de horas.
À noite, rodeada pelos familiares, a enferma continuava em estado de coma. De
repente, mais ou menos às vinte horas, abriu os olhos e começou a olhar à sua
volta, como se não estivesse entendendo nada. Por fim explicou: "Fui para um local
muito bonito, tão maravilhoso que nem sei como descrevê-lo. Era um jardim todo
florido, onde estavam muitas pessoas de rara beleza, e lá no fundo divisei um
senhor de ares nobres, semelhantes à figura de Kanzeon Bossatsu que se vê em
pinturas sacras. Ele olhou na minha direção e sorriu. Fiquei tão grata, que me
prostrei no chão, mas logo recobrei os sentidos. Agora estou me sentindo muito
bem, como não acontecia desde que adoeci".
No dia seguinte, a senhora não tinha mais nenhum sofrimento; estava salva,
embora continuasse fraca. Após um mês mais ou menos, recuperou completamente
a saúde. Esse exemplo nos mostra que o seu espírito se separou do corpo por
alguns instantes e foi para o Céu, sendo purificado dos seus pecados por Kanzeon
Bossatsu. Esse local era o Segundo Céu Búdico.
Outro exemplo.
Uma jovem de aproximadamente vinte anos foi curada de tuberculose pulmonar em
estado gravíssimo, mas, depois de aproximadamente um ano, teve uma recaída e
faleceu. Essa jovem tinha um irmão mais velho, vadio e viciado em bebida. Um dia,
dois ou três meses depois que ela morreu, estando sentado no seu quarto, ele
notou uma espécie de fumaça ou nuvem roxa a uns dois metros à sua frente, no
alto. Essa nuvem começou a descer devagarinho, e acima dela, de pé, ele viu sua
falecida irmã. Olhando bem, notou que estava muito mais bonita do que quando era
viva; vestia-se elegantemente e irradiava uma nobreza divinal. Ela, então, lhe disse
carinhosamente: "Vim para aconselhá-lo a abandonar a bebida. Pense no bem da
nossa família e no seu próprio e deixe o álcool". Dizendo isso, subiu novamente na
nuvem e começou a elevar-se até desaparecer.
Decorridos alguns dias, aconteceu a mesma coisa, e o fato voltou a se repetir
pouco tempo depois. Na terceira vez, surgiu diante do rapaz uma bela ponte curva,
toda pintada de vermelho, e a irmã, descendo da nuvem, atravessou essa ponte e
lhe disse: "É a terceira vez que venho. A partir de hoje não terei mais permissão
para vir. Esta é a última vez". Depois disso, o fato não se repetiu. Através desse
caso, vemos que é possível ter "visões" temporariamente.

Mais um exemplo.
Um rapaz de vinte e poucos anos sofria de uma doença que poderíamos classificar
de psíquica. Nessa época, ele estava loucamente apaixonado por uma mulher que
trabalhava num bar noturno, e os dois iam suicidar-se juntos. Entretanto, a um
passo da tragédia, tive a grata felicidade de salvá-los, pois encontrei, no bolso do
rapaz, o veneno que ambos iam tomar.
Levando o casal para a minha casa, examinei-os espiritualmente. Segundo
constatei pelas palavras do próprio rapaz, um espírito de raposa encostara nele
para levá-lo ao suicídio. Nos vinte minutos terminei o exame, não sem antes ter
advertido aquele espirito. O jovem, no entanto, continuava na postura anterior, de
olhos cerrados e com as palmas das mãos unidas à altura do peito. Virando-se para
a esquerda, inclinou a cabeça como se não compreendesse algo. Passados uns
três ou quatro minutos, abriu os olhos, mas continuou de cabeça inclinada. Disse
então: "Vi uma coisa bastante estranha. Alguém ao meu lado estava tocando
"koto"(6), e o som desse instrumento era extraordinariamente belo e nobre.
Embevecido, eu olhava à minha volta e notei que estava num lugar que me pareceu
o interior de um santuário muito espaçoso. No fundo havia uma escada que levava
a uma sala toda acortinada. Aí, o senhor, vestido, com trajes litúrgicos, subiu a
escada suavemente e entrou na sala".
Ouvindo isso, eu comentei: "Se você viu a pessoa de costas, não podia ter
reconhecido quem era". Mas ele confirmou:
"Tenho certeza de que era o senhor". E descreveu a indumentária que, segundo
disse, era constituída de chapéu, blusa azul e calça vermelha. Ele pôde "ver" isso
porque, momentaneamente, teve a faculdade de visão espiritual. Esse rapaz era
empregado de uma loja e não professava nenhuma Fé, não tinha nenhum conheci-
mento sobre assuntos espirituais; portanto, creio que o seu relato merece ainda
mais confiança. Ressalte-se que à esquerda do lugar onde ele estava sentado
ficava o Altar. Acredito que, naquele momento, meu espírito estava no interior do
Altar e vinha saindo.
Os três exemplos citados poderão servir de ilustração para o conhecimento do
interior e do exterior da morada celeste, e também para comprovação da descida
de seus habitantes.
Em seguida, escreverei sobre as condições do Paraíso Búdico.
Uma moça virgem, de dezoito anos, serviu de médium, incorporando o espírito de
um de seus ancestrais, um samurai que falecera em batalha travada há mais de
duzentos anos. Fora ardoroso adepto do budismo e pouco depois de falecido entrou
na seita fundada por Kobo Daishi. Em resposta às minhas perguntas, ele disse:
"Quando eu cheguei aqui, havia uns quinhentos ou seiscentos espíritos, mas, ano
após ano, reencarnavam mais espíritos do que entravam, de modo que agora só
existem mais ou menos cem.
Moramos numa casa grande, mas não há serviço propriamente dito, e passamos as
horas divertindo-nos: tocamos "koto", "shamissen"(7), flauta, tambor e outros
instrumentos musicais; pintamos, esculpimos, lemos, escrevemos, jogamos xadrez,
cartas etc., ou divertimo-nos de outras maneiras que também existem no Mundo
Material. De vez em quando há palestras feitas pelo próprio Kobo Daishi e por
outros espíritos, e isso constitui a maior das alegrias para nós. As vezes Kobo
Daishi encontra-se com Buda, mas este, segundo ele diz, está num nível acima do
Paraíso, onde a luz é muito intensa; quase não se pode olhar para cima, de tão
ofuscante que ela é.
(6) "Koto": instrumento musical de corda, unicamente japonês.

(7) "Shamissen": espécie de violão.

Fora da casa, há um grande lago em cuja superfície bóiam inúmeras "hassu no ha"
(folhas semelhantes à vitória-régia do Rio Amazonas), tão grandes que nelas
cabem duas pessoas. A maioria é ocupada por casais, que nem precisam remar
para se dirigir ao local aonde desejam ir. Não há noite; é sempre dia, e a claridade é
um pouco inferior à do dia claro. O sol é semelhante ao do Mundo Material, e seus
raios luminosos, purpurinos e suaves, provocam uma sensação agradável".
Em muitas oportunidades ouvi os espíritos que habitam o Paraíso Búdico dizer que
se sentem entediados quando já se encontram ali há muito tempo. Como estão
sempre se divertindo, acabam perdendo o interesse e por isso manifestam o desejo
de serem transferidos do Mundo Búdico para o Mundo Divino. Não foram poucos os
espíritos que transferi para este último, atendendo a seus pedidos. Tal desejo é
motivado pelo fato de saberem que o Mundo Divino entrou recentemente numa fase
de grande atividade e que todas as divindades e espíritos estão extremamente
atarefados. Não preciso dizer que isso se deve à aproximação da Era do Dia, que é
regida por Deus, ao passo que a da Noite era regida por Buda.
Passemos, agora, ao Plano Inferior.
O mais baixo dos três níveis que constituem o Plano Inferior é chamado pelos
xintoístas "Nezoko no Kuni" (Reino do Fundo da Raiz); os budistas o chamam de
"Gokukan Jigoku" (Inferno de Frio Extremo), e no Ocidente dão-lhe o nome de
Inferno. Mas, seja qual for a designação, é um local completamente escuro e
gelado. O espírito que cair aí, fica sem enxergar nada durante dezenas ou centenas
de anos; petrificado pelo frio intenso, não pode se mover nem um centímetro. Sua
situação é tão lastimável, que não encontro adjetivos para descrevê-la. O que eu
ouvi de um espírito salvo desse local fez-me arrepiar os cabelos. O gélido Inferno
retratado por Dante Alighieri na "Divina Comédia" não é absolutamente nenhuma
fantasia.

O nível médio do Plano Inferior é o local onde existe carnificina, desejo carnal
animalesco, fome, monte de agulhas, lagoa de sangue, poço das serpentes, sala
das abelhas e das formigas e outras coisas de que se costuma falar. Os demônios
encarregados da vigilância assemelham-se àqueles que vemos nos desenhos,
pintados de verde ou vermelho.

Um dos castigos do Inferno consiste em açoitar os espíritos com barras de ferros


cheias de espinhos. Segundo eles relatam, a dor é muito maior do que se fosse no
corpo carnal, porque, sem a proteção deste, a parte espiritual correspondente aos
nervos é atingida diretamente.

Darei mais alguns exemplos de sofrimentos infernais.

Monte de agulhas, a própria expressão já está dizendo o que é: os espíritos são


obrigados a andar descalços em cima de agulhas, e a dor que sentem é algo
indescritível.

A lagoa de sangue é o lugar para onde vão obrigatoriamente os espíritos das


pessoas cuja morte foi motivada por gravidez ou parto. Pelo que ouvi de muitos
espíritos, eles ficam submersos até o pescoço nessa lagoa. O ar está impregnado
do cheiro de sangue, e continuamente uma infinidade de insetos e vermes sobem
até o seu rosto, provocando uma sensação tão horrível que eles se vêem
incessantemente obrigados a tirá-los com a mão. Esse sofrimento geralmente dura
mais ou menos trinta anos.

Quanto à sala de abelhas, foi descrita pelo espírito de uma gueixa que incorporou
no empregado de um salão de beleza. Os espíritos são colocados dentro de uma
caixa onde mal cabe uma pessoa, e inúmeras abelhas picam todo o seu corpo,
causando-lhes um sofrimento espantoso.

O castigo do fogo é infligido àqueles que morreram queimados ou se atiraram na


cratera de um vulcão ativo. Vou relatar um caso sobre esse castigo.

Um homem de meia-idade sofria de epilepsia causada por fogo. Ele conta que, à
noite, deitava-se na cama e adormecia, mas à meia-noite despertava. Então, a uns
dez metros de distância, enxergava labaredas que cada vez se tornavam mais
próximas. Quando chegavam bem perto, ele tinha um espasmo e ficava com uma
lebre altíssima. Sentia todo o corpo queimar e entrava em transe. Isso havia
começado no ano seguinte ao Grande Terremoto, razão pela qual se pode concluir
que, em outra vida, ele morrera carbonizado por ocasião de um terremoto. Os
espíritos das inúmeras pessoas que morreram queimadas no recente bombardeio
naturalmente estão no Inferno, sofrendo o castigo do fogo. Portanto, seus familiares
devem sufragá-los cuidadosamente.

Relações carnais impuras entre homem e mulher fazem com que seus espíritos
caiam no Inferno, mas a situação varia de acordo com a gravidade do caso. Por
exemplo: quando os dois se suicidam por amor, os espíritos ficam ligados e não
podem se separar. Isso é causado pelo desejo que eles tiveram de permanecer
sempre juntos. Os que se suicidam abraçados ficam grudados, sentindo uma
vergonha tão grande, que se arrependem seriamente. As vezes lemos nos jornais a
notícia do nascimento de gêmeos ligados por uma parte do corpo; geralmente se
trata da reencarnação de um casal que se suicidou por amor. Em casos de amor
abomináveis - por exemplo, entre pais e filhos, entre irmãos, entre alunos e
professores, etc. - os espíritos também ficam grudados, mas, enquanto um
permanece de pé, o outro fica de cabeça para baixo. O incômodo e a vergonha a
que os espíritos se expõem levam-nos a um profundo arrependimento. Diante de
tudo isso, poderão entender o equívoco daqueles que, por causa de um amor
impossível, recorrem ao suicídio acreditando poderem alcançar a felicidade no Céu.
Pode-se, também, compreender claramente a justiça reinante no Mundo Espiritual.

É preciso saber ainda o que acontece com os que são avarentos no Mundo
Material, apesar de possuírem muito dinheiro. Trata-se de pessoas materialmente
ricas, mas espiritualmente pobres. Passando para a Mundo Espiritual, ficam numa
situação de penúria e reconhecem seu erro. Outros, porém, no Mundo Material, têm
um nível de vida inferior ao da classe média, mas se contentam com o que têm,
vivendo a vida cotidiana cheios de gratidão e empregando suas economias em
obras que visam à salvação da humanidade. Ao entrarem no Mundo Espiritual, tor-
nam-se ricos e vivem muito felizes.

Mas existe outra causa para o empobrecimento dos milionários. Há pessoas que
não desembolsam o dinheiro que deveriam desembolsar ou não pagam o que
deveriam pagar, e isso constitui uma espécie de roubo; espiritualmente, estão
acumulando dinheiro furtado, a que se acrescentam juros. O resultado é que os
bens vão se esgotando, e, pela Lei do Espírito Precede a Matéria, um dia essas
pessoas acabam perdendo tudo que têm. Muitas vezes vemos o herdeiro de um
novo-rico esbanjar toda a fortuna da família por incapacidade ou imoralidade, mas,
conhecendo o princípio acima referido, poderão compreender por que isso
acontece. A dissolução de poderosas organizações financeiras em conseqüência da
guerra, teve a mesma causa. Não se pagou aos funcionários e operários a
remuneração que lhes era devida, e os diretores enriqueceram às custas disso.

As aplicações de capital em poupança do correio ou depósitos bancários, por


exemplo, geralmente são mais seguras, razão pela qual a porcentagem ideal de
lucros deveria ser 3% mais ou menos. Nas obrigações do Estado, que são menos
seguras, seria 3,5%; nas companhias de crédito, 3,8%, e nas ações, que são mais
perigosas, 4 a 5%. Com base no critério exposto acima, se pensarmos
racionalmente, considerando essas porcentagens ideais, a porcentagem justa de
lucros das empresas capitalistas pela aplicação do fundo, estaria entre 7 e 8%, ou
até 10%. No caso de ser mais alta, o justo seria dividir a parte excedente entre os
trabalhadores, mas a maioria dos capitalistas não mostra nenhuma predisposição
nesse sentido, pensando apenas em satisfazer a sua própria ambição e obter o
máximo de lucro. É por isso que eles temem os movimentos trabalhistas e sofrem
com problemas como o das greves, por exemplo.

Ora, apropriar-se da renda que deve ser distribuída aos trabalhadores significa tirar-
lhes dinheiro, ou seja, roubá-los. Acumulando dinheiro roubado, aos poucos os
capitalistas fundam outras empresas. Como passam a viver no fausto, os Céus não
lhes perdoam. Além disso, no Mundo Espiritual, "os juros inversos" vão aumentando
rapidamente. Com a chegada da época atual, é hora, finalmente, do despojamento
e devolução do valor roubado, acrescido dos "juros inversos". Na verdade, é a
ferrugem que sai do próprio corpo, e por esse motivo, não há como culpar os
outros. Em contrapartida, se os capitalistas fizerem uma justa distribuição dos
lucros com os trabalhadores e acumularem virtude empregando sua fortuna em prol
da sociedade e do próximo, serão respeitados por todos e prosperarão
eternamente.

Falemos agora sobre o nível mais alto do Plano Inferior.

É o local para onde vão os espíritos prestes a alcançar o Plano Intermediário, após
terem sofrido os castigos infernais. Por conseguinte, os trabalhos a que estão
submetidos são de natureza leve, como, por exemplo, servir os alimentos
oferecidos nas Moradas dos Ancestrais, consagrados nas casas de seus des-
cendentes, levar mensagens, dar assistência a outros espíritos, etc. A propósito,
convém saber algo a respeito dos alimentos ofertados aos espíritos.
Embora desencarnado, o espírito sente fome se não se alimentar. Mas em que
consiste esse alimento? O espírito serve-se do espírito dos alimentos; entretanto,
ao contrário do que acontece no Mundo Material, ele se satisfaz com pouca quanti-
dade de comida. Sua alimentação diária consta de uns três grãos de arroz.
Portanto, a comida comumente ofertada nos lares dá para um grande número de
espíritos e ainda sobra muito. As sobras são dadas àqueles que se encontram na
camada dos famintos. Graças a isso, os espíritos ligados a essa família elevam-se
mais rapidamente.

Sempre que possível devemos oferecer alimentos aos antepassados, pois, levados
pela fome, eles podem se ver forçados a roubar para comer, e, conseqüentemente,
cair no Inferno ou encostar em animais, como cão ou gato. Quando o branco se
mistura com o vermelho, fica vermelho, e o mesmo acontece quando o espírito
humano encosta em animais: vai se degradando progressivamente até que se
animaliza. Quando ocorre a reencarnação de um espírito híbrido de homem e
animal, o corpo toma a forma desse animal. Existem cavalos, cães, gatos, raposas,
texugos e serpentes que entendem o que os homens dizem:

trata-se da reencarnação de espíritos híbridos. Sob forma animal, eles são


obrigados a um certo grau de aprimoramento, terminado o qual, voltam a nascer
sob forma humana. Há ocasiões em que, após matarem cobras, gatos, etc., as
pessoas são perseguidas por grandes sofrimentos. Muitos os atribuem àquele ato,
e na maioria das vezes têm razão. Tratando-se de espírito humano sob forma de
animal, ele se vinga; se não for o caso, isso não acontece. Na casa de famílias
tradicionais, às vezes existe uma cobra de cor verde chamada comumente de
"aodaisho". Nela está reencarnado o espírito híbrido de um ancestral e de uma
cobra, o qual está protegendo seus descendentes. Se estes a matarem, ela se
zangará e fará sérias advertências. Caso não se dê atenção a essas advertências,
poderá ocorrer a morte de um dos descendentes ou chegar-se ao extremo de ver
extinta a família, razão pela qual se deve tomar muito cuidado. O mesmo pode
acontecer quando se destrói o "Inari”(8) ou quando se deixa de realizar cerimônias
que nele vêm sendo realizadas há muito tempo.

Citei vários exemplos, e entre os leitores provavelmente há alguém que conhece ou


ouviu falar de casos que se enquadram dentro do que eu acabo de explicar.

Vou contar uma das experiências que tive.

Uma vez fui ministrar Johrei numa casa onde havia um cão de grande porte. O
dono da casa esclareceu: "Esse cão não é normal. Nunca sai para a rua, vive a
maior parte do tempo dentro de casa e só se senta em almofada de seda. Se uma
pessoa da família o chama, ele atende, mas o mesmo não acontece se for um
empregado. Em relação à comida também é cheio de luxo, jamais come coisas
vulgares. Entende perfeitamente o que lhe falam e não gosta de ficar na cozinha
nem nas salas e cômodos inferiores; em tudo, enfim, é idêntico a um ser humano".
Então eu dei a seguinte explicação: " Esse cão é um ancestral seu que se degradou
ao nível de vida dos irracionais, reencarnando em forma de cão. Pela afinidade
espiritual, foi parar na sua casa. Por isso ele faz questão de que lhe dispensem o
tratamento devido a um ancestral". O dono da casa entendeu a explicação e ficou
satisfeito.

O caso seguinte, também verídico, foi vivido por um dos meus discípulos. Eis o que
ele contou:

"Há uns vinte e cinco anos, tendo sabido que uma senhora de meia-idade, residente
em Yokohama (principal porto do Japão), estava sofrendo uma tortura incomum,
fiquei muito curioso e fui visitá-la. Ela usava um pano branco em volta do pescoço,
e qual não foi a minha surpresa quando ela o tirou: havia uma cobra enroscada em
seu pescoço! Essa cobra entendia o que se falava. Na hora das refeições, a
senhora pedia-lhe permissão para se alimentar, dizendo que limitaria a comida a
uma ou duas tigelas. Nesse caso, a cobra afrouxava a pressão, mas quando o
limite prometido era ultrapassado, pressionava novamente e não a deixava comer
de forma alguma. Foi a própria senhora que me contou por que aquilo acontecia.
Pouco depois de seu casamento, a sogra adoeceu, e ela não lhe dava comida, para
que morresse logo. De fato a sogra acabou falecendo, mais por falta de alimento do
que pela própria doença. Por esse motivo, seu espírito foi tomado de grande ódio e,
para vingar-se, reencarnara sob forma de cobra e torturava a nora daquela maneira.
Assim, esta queria alertar as pessoas o mais possível sobre a temeridade daquele
pecado, a fim de redimir-se um pouco que fosse".

(8) "Inari": Numa crença popular japonesa. capelinha onde se cultua o espírito de
raposa

A respeito do maltrato aos animais, há um pensamento errado. O erro consiste em


colocá-los no mesmo nível do ser humano. Maltratá-los pede parecer muito cruel do
ponto de vista humano, mas não tanto como se está pensando. Bois e cavalos, por
exemplo, até desejam ser maltratados, por isso caminham devagar,
propositalmente, desejando ser chicoteados. Não correm por causa da dor, mas
para saborear o prazer do açoite. Entre os homens, existe uma anomalia sexual
conhecida como sadismo, em que as pessoas atingem o orgasmo maltratando o
corpo do outro. Isso é motivado pelo encosto do espírito de animais como bois e
cavalos. Sendo assim, precisamos pensar melhor sobre a proteção e o maltrato aos
animais.

Para finalizar, acrescento uma explicação sobre a Moradia dos Ancestrais do Lar,
do tipo budista. Seu interior representa o Paraíso, e para ali são convidados os
ancestrais. No Paraíso, a comida e a bebida são fartas, há todos os tipos de flor,
cujo perfume impregna o ar, e soam as músicas mais belas e suaves, de modo que
se deve copiar tudo isso, oferecendo aos ancestrais alimentos, flores e incenso.
Mesmo nos templos, o bater do bloco de madeira ou de pratos de metal, o toque de
flautas, etc., têm efeito de música. O bater do sino na ocasião em que se oferece a
comida, serve de chamada para os espíritos.

O MUNDO MATERIAL E O MUNDO ESPIRITUAL SÃO INSEPARÁVEIS

Após a morte, o homem continua vivendo da mesma maneira como vivia no Mundo
Material. O sofrimento da hora da morte também prossegue. Sobre isso contarei um
caso.

Anos atrás, havia entre meus subordinados um jovem chamado Yamada. Um dia,
ele me disse: "Peço licença para ir a Oossaka tratar de um assunto urgente." Sua
expressão e seu comportamento não eram normais. Perguntei-lhe que assunto ele
tinha a tratar naquela cidade, mas suas respostas foram evasivas e confusas.
Decidi, então, examiná-lo espiritualmente. Nessa ocasião, eu estava pesquisando
os fenômenos espirituais com grande interesse.

Mandei o rapaz sentar-se e fechar os olhos. Quando iniciei o exame espiritual, ele
começou a se contorcer de dor. Naturalmente, tratava-se de encosto. Manifestou-
se, então, um espírito que se identificou como sendo o de um amigo seu.

"Quando eu era empregado de uma firma de Oossaka - disse ele - fui despedido
por um dos diretores, que acreditou nas calúnias de certo indivíduo. Fiquei num tal
estado de inconformismo e desespero, que me matei, tomando veneno. Pensava
que, suicidando-me, estaria pondo fim na minha existência, que voltaria ao nada,
mas, ao invés disso, os sofrimentos dos instantes da morte continuavam
indefinidamente. Fiquei deveras surpreso e me arrependi seriamente do que havia
feito. Ao mesmo tempo, pensei em vingar-me do diretor da firma, que fora o cau-
sador de tudo, e por isso encostei em Yamada, para levá-lo a Oossaka, e, por suas
mãos, assassinar aquele homem".

O espírito parecia estar padecendo intensamente e me suplicou que lhe aliviasse o


sofrimento. Então eu o fiz ver seus erros e ministrei-lhe Johrei. Imediatamente ele
se sentiu aliviado e me agradeceu muitas e muitas vezes. Prometendo desistir do
seu intento, retirou-se.

Durante o tempo em que o espírito esteve incorporado em Yamada, este ficou


completamente inconsciente; depois, não se lembrava de nada do que tinha falado.
Quando retornou a si, contei-lhe o que se passara. Ele ficou surpreso e, ao mesmo
tempo, muito contente por se ver salvo de um grande perigo.

Pelo exposto, devem compreender que o homem jamais deve cometer suicídio,
mesmo que esteja enfrentando o maior dos sofrimentos.

MUNDO DO TENGU (9)


O Mundo do Tengu situa-se nas regiões montanhosas do Mundo Espiritual. O
"Tengu" tem a missão de proteger as montanhas. Nas montanhas famosas onde
estão assentados deuses de nível elevado, ele ocupa uma posição inferior,
cuidando das várias atividades relacionadas à montanha. No Mundo do Tengu
também existe nível superior, intermediário e inferior, sendo que o deus governante
é Sarutahiko-no-Mikoto, assentado no Monte Kurama-yama.

O "Tengu" pode ter forma humana ou forma de ave. No primeiro caso, é o espírito
de um ser humano. Os sábios, literatos, advogados, educadores, sacerdotes,
bonzos, samurais de outrora e outros, após a morte vão para o Mundo do Tengu. O
"Tengu" com forma de ave é o espírito de uma ave. Todas as aves, ao morrer, vão
para aquele mundo, trabalhando sob as ordens do "Tengu" com forma humana.
Aves fortes, como a águia e o falcão, também manifestam uma força extraordinária
no Mundo do Tengu. Há tempos, fiz exame espiritual numa senhora que estava com
encosto da padroeira da seita Doryo-Gonguen, da cidade de Odawara, uma águia
gigante de mais de mil anos atrás. Ela se queixava de que havia trabalhado muito
no passado, mas ultimamente, por ter ferido uma das asas, não conseguia trabalhar
como queria. O "Tengu" com forma de ave realiza principalmente atividades
sagradas, sendo considerado um ser de Hierarquia Divina. Os "Tengu" chamados
"konoha-tengu" são espíritos de aves pequenas cuja função é comunicar, transmitir
ordens, enfim, servir de mensageiros.

(9)"Tengu": ser misterioso que, segundo a crença popular, habita as montanhas.


Tem forma humana, asas, rosto vermelho e nariz comprido, sendo possuidor de
poderes extraordinários. Porta sempre um grande leque. É orgulhoso e amante da
discussão e do jogo.

Desde os tempos antigos diz-se que o "Tengu" é orgulhoso, e isso é uma verdade.
Nas pinturas e nas máscaras ele é representado com nariz muito longo e também
com o rosto vermelho, pois gosta de bebidas alcoólicas. Quanto ao seu modo de
vida, o que o "Tengu" mais aprecia é uma discussão; quando sai vencedor, sua
posição se eleva. Portanto, aqueles que, neste mundo, estão ligados a esse tipo de
trabalho, como parlamentares, advogados, etc., são reencarnações ou pessoas
com encosto de "Tengu". Além da discussão, o "Tengu" é amante do jogo, sendo
grande apreciador do quino e do "shogui" (xadrez japonês). Uma vez eu aprendi
com um "Tengu" o “shogui” do Mundo do Tengu, o qual difere muito do nosso. Eles
também gostam de pintura e poesia, mas a sua maior diversão é a bebida.

A0 linguagem do Mundo do Tengu é bem diferente da linguagem do nosso mundo.


Os principais sons utilizados são "sa", "shi", "su", “se, “so”; a comunicação é feita
pela emissão de sons longos ou curtos. Observando a conversa do "Tengu", nota-
mos que sua linguagem é articulada através do movimento dos lábios ou do bico,
da ponta da língua e do maxilar superior. Seu vôo também é todo peculiar. Muitas
vezes, por exemplo, ele pega uma criança e leva-a para bem longe. O famoso livro
intitulado "Torakiti Monogatari", escrito por Hirata Atsutane, que narra o vôo de
Torakiti, é extremamente original; o desempenho do "Tengu" Sanjyakubo, do templo
Akiba-jinja é outro registro interessante. O "Tengu" gosta de encostar nos seres
humanos e sua especialidade é assustar as pessoas. Acredito que os saltos de
Ushi-Wakamaru na luta contra Benkei, em cima da ponte Gojyo, e a façanha de ter
passado de um navio para outro como se fosse uma ave voadora, na época da
guerra de Dan-no-Ura, já com o nome de Yoshitsune, explicam-se, na verdade, pelo
encosto de "Tengu". Um excelente "Tengu" que lhe fora concedido por Sarutahiko-
no-Mikoto como espírito guardião, quando ele estava em aprimoramento no Monte
Kurama-yama A aprendizagem da técnica de vôo do "Tengu" pelos samurais que
penetravam na montanha para se aprimorar e a arte das rápidas metamorfoses de
Miyamoto Mussashi, também só foram possíveis pelo encosto de "Tengu".

Ouvimos freqüentemente estórias de pessoas que se retiram para montanhas


imensas a fim de se aprimorar. Ali elas se submetem a práticas ascéticas, entre as
quais o jejum, objetivando adquirir poderes sobrenaturais, como andar sobre as
águas, curar doenças, e outros poderes espirituais. Tudo isso se deve ao encosto
de "Tengu". Esse tipo de "Tengu" é ambicioso; utiliza o homem como se ele fosse
uma marionete, para ganhar fama e dinheiro no Mundo Material. Seu desejo é obter
grandes glórias. Como não se trata de encosto divino no seu verdadeiro sentido,
durante certo período a pessoa manifesta um extraordinário poder sobrenatural e
adquire largo prestigio na sociedade, mas, com o passar do tempo, esse poder
enfraquece, e ela retorna ao estado anterior. Há vários exemplos de pessoas que
temporariamente manifestaram tal poder. Dessa forma, quando o corpo e o espírito
do homem enfraquecem em conseqüência de jejum ou de doença, o encosto de
espíritos torna-se mais fácil. O caso, por exemplo, de uma pessoa analfabeta
repentinamente passar a escrever poemas e caligrafias com perfeição, também é
encosto de "Tengu".

Falarei, a seguir, sobre o vício da bebida:

É interessante como os beberrões conseguem beber vários garrafões de saquê em


curto espaço de tempo. Desde tempos antigos costuma-se dizer que a pessoa
consegue beber um garrafão (1,8 litros) de saquê, mas não consegue beber a
mesma medida de água. Existe um motivo para isso. O vício da bebida é causado
pelo encosto de um espírito que gosta de beber; esse espírito está sempre alojado
na barriga da pessoa. Uma vez que a bebida entra na barriga, ele absorve o espírito
da bebida e por esse motivo a matéria diminui extremamente. Um garrafão de
saquê, no caso, passa a eqüivaler à décima parte, razão pela qual se consegue
beber uma grande quantidade. E como se dentro da barriga houvesse uma esponja
que absorvesse o saquê. O espírito encostado pode ser de "Tengu", de texugo e,
mais raramente, de dragão. Aqueles que gostam de discutir quando bebem, estão
com encosto de espírito de "Tengu"; quando o indivíduo fica alegre e dá risadas, ou
então se mostra sonolento, pode se ter certeza de que é espírito de texugo.
Segundo esse principio, aplicando-se o nosso tratamento na barriga dos
alcoólatras, infalivelmente eles passarão a beber menos; quando beberem, pouco
que seja, logo ficarão bêbados, porque o espírito encostado enfraquecerá.
Submetendo-se ao nosso método, até mesmo os grandes viciados em álcool
conseguirão reduzir a bebida gradativamente, até chegarem à quantidade normal.
Pela simples observação desse ponto poderão perceber a magnificência do
método.
Vou relatar minha experiência com o espírito de "Tengu".
Certa vez escalei o Monte Mitsumine-zan, no Estado de Saitama-ken. Nesse dia,
pernoitei no templo situado no topo do monte. Na manhã seguinte, na hora da
oração, encostou em mim um espírito de "Tengu" que entrara no Mundo do Tengu
há mais ou menos duzentos anos e fora sacerdote do Santuário Miho-jinja, no
Estado de Shizuoka-ken. Como eu lhe perguntasse por que encostara em mim,
respondeu que queria que eu lesse para ele os ensinamentos de certa religião
sobre a qual eu fazia uma pesquisa naquela época- Assim, como eu também estava
interessado na leitura daqueles ensinamentos, atendendo seu pedido, passei a ler o
máximo que pude. Depois de uns seis meses mais ou menos, o espírito me
agradeceu profundamente e retornou ao monte.
O "Tengu" tem caráter polêmico, é orgulhoso e detesta rebaixar-se. Ele gosta de se
colocar acima dos outros, de impor sua opinião e, ao invés de ouvir, prefere falar.
Quem tem encosto de "Tengu" com forma de ave apresenta características de ave:
sua boca é bicuda; sua voz é uniforme, lembrando a de um pássaro; são criaturas
dóceis, que não gostam de conflito, e por isso são benquistas por todos. As
pessoas que sempre sonham que estão voando, têm encosto de "Tengu" com forma
de ave.

MUNDO DE DRAGÃO

Ouvindo falar em dragão, as pessoas da atualidade pensam em algo absurdo,


produto da imaginação das pessoas antigas. Trata-se, no entanto, de uma
existência real. Sobre o assunto, vou expor em primeiro lugar a experiência que eu
tive no início das minhas pesquisas sobre Religião e espírito.
Certa vez em que eu estava fazendo concentração mental, repentinamente senti
uma sensação estranha. Tinha impressão de que minha boca se abria até as
orelhas, que meus olhos brilhavam e que nos dois lados da minha testa se
formavam chifres. Comecei a emitir, espontaneamente, um som horrível, como se
fossem rugidos de um animal selvagem. Fiquei assustado, mas, como já tinha
ouvido falar sobre encosto de espíritos, achei que devia ser isso. Pensei em espírito
de tigre, leopardo ou mesmo leão, mas vi que não poderia ser, pois esses animais
não possuem chifres. Consultei, então, meu superior hierárquico, que na época era
um orientador. Ele disse que sem dúvida alguma era espírito de dragão. Naquele
tempo, eu também não tinha certeza se dragão existia realmente, mas através do
fato em questão concluí que sim. Além disso, na ocasião eu tive a impressão de
que os ossos da parte superior da minha coluna ficaram salientes, o que é outra
característica do dragão.

O fato repetiu-se várias vezes. Numa delas, senti, dentro de mim, o som de uma
voz que não era a minha. Quem estava falando era o espírito daquele dragão, o
qual se mostrava muito agradecido, dizendo que, por ter encostado em mim, podia
utilizar a linguagem humana. Ele contou-me várias coisas, entre elas, que era o
espírito guardião de Konohana-Sakuyahim-no-Mikoto, assentado no Monte Fuji-san,
e também o Dragão de Nove Cabeças, assentado no Santuário Kussushi-jinja.

Passados vários anos, subi o Monte Fuji-san pela primeira vez. Até ali eu pensava
que o Santuário Kussushi-no-miya, mencionado pelo dragão, localizava-se no sopé
do monte. Procurando-o, não o achei. Subindo ao topo, deparei com um santuário
grande logo na entrada, do lado direito. Era o Santuário Kussushi-no-miya. Assim,
entendi que as palavras daquele dragão misterioso não eram mentiras. Em outra
oportunidade voltarei a falar sobre ele, mas foi através dos fatos mencionados que
eu tive certeza da existência do dragão.

Analisando a questão sob vários aspectos, concluí que foram os dragões que
solidificaram a Terra, a qual, na época de sua formação, apresentavam-se sem
consistência, parecendo um pântano. Entretanto, depois que o dragão perdeu o
corpo material, seu espírito continuou a atuar nos Céus e em quase todos os
setores da sociedade humana. Após a solidificação da Terra é que veio a Era dos
Mamutes, como é denominada pelos cientistas. Foram esses elefantes gigantes
que, percorrendo a superfície terrestre, endureceram-na. Eu acredito que as
ossadas de dinossauros encontradas no interior da Manchúria sejam restos dos úl-
timos dragões.

Existem inúmeras espécies de dragão: dragão do céu, dragão dourado, dragão


prateado, dragão sem chifres, dragão branco, dragão da terra, dragão da
montanha, dragão do mar, dragão da água, dragão do fogo, dragão vermelho,
dragão amarelo, dragão azul, dragão preto, dragão da árvore e outros, para citar
apenas os principais. Segundo Fuetsu, o espírito guardião de Kanzeon Bossatsu é
o dragão dourado. Por isso é que devem ter dado o nome de Kinryusan Assakussa-
ji (Montanha do Dragão Dourado de Assakussa) ao templo de Kannon situado no
distrito de Assakussa. O dragão branco é também chamado deus da fortuna, o
dragão vermelho é aquele referido na Bíblia: "Satã é um dragão vermelho". O
dragão amarelo e o azul são da China, e o dragão preto é o rei do mar. O dragão da
árvore é o dragão encostado nas árvores. Dizem que acontece uma desgraça
quando se derruba uma árvore grande, mas a causa disso é a ira do dragão
encostado nela. Por conseguinte, antes de se cortar uma árvore, deve-se plantar
outra perto, da mesma espécie ou parecida, mesmo que seja pequena, oferecer
comida e bebida ao espírito e pedir-lhe, com todo respeito, sua transferência para a
árvore nova. Tomando-se essas providências, não ocorrerá nenhuma desgraça.

Qual a razão da existência dos dragões? Todos eles, sob as ordens de divindades
supervisoras, estão empenhados em atividades constantes para o cumprimento de
suas respectivas missões. Os fenômenos celestes, como o vento, a chuva, o
relâmpago e outros, são trabalhos dos dragões, que os realizam sob as ordens do
deus Haraido-Yon-Hashira; naturalmente, o objetivo é a purificação do espaço entre
o Céu e a Terra. Além disso, os dragões grandes, médios e pequenos residem e
protegem oceanos, mares, lagos, pântanos, rios e acho que até mesmo os lagos
artificiais e os poços. Como é do conhecimento de todos, quando se aterram
lagoas, pântanos, poços, etc., sempre acontecem acidentes estranhos, um após
outro. O dragão tem a característica de irar-se facilmente. Vendo sua morada
completamente destruída, ele fica enfurecido e provoca esses acidentes não só
para advertir o homem mas também para obter outra morada. Deve- se, portanto,
dar-lhe nem que seja uma morada pequena e, tal como no caso da árvore, fazer os
preparativos para a transferência; conforme as circunstâncias, pode-se até usar um
pote com água, ou algo semelhante. Por natureza o dragão tem facilidade de ficar
quente; mesmo tendo se tornado um ser espiritual, sente grande necessidade de
água.
Dizem que o homem se transforma em dragão, depois que morre, devido ao apego,
como já foi dito anteriormente; entretanto, com o aprimoramento realizado no
Mundo Espiritual, ele poderá reencarnar novamente como ser humano. O famoso
Sugawara Mitizane, após a morte, tornou-se dragão do fogo, devido ao seu apego à
vingança. Para vingar-se dos caluniadores que o fizeram sofrer em vida, como
Fujihara Tokihira, fulminou-os um após outro através de raios, que atingiram até
mesmo o Santuário Shishin-den. Nessa tragédia quase foi atingido o imperador, de
modo que, impressionadas, as pessoas apressaram-se a cultuar Sugawara como
divindade, no atual Santuário Tenman-miya. Depois disso, nada mais aconteceu.
Essa é uma passagem famosa que faz parte da história japonesa; certamente a
Ciência moderna terá dificuldade em compreendê-la.
O caso que se segue aconteceu entre a Era Meiji (186&~ 1912) e a Era Taisho
(1912-1926). No jardim Kassumi-Ga-Seki, do atual Ministério da Fazenda, havia
uma sepultura, onde estava enterrado Taira-no-Massakado(10), fato de que
ninguém tinha conhecimento. Como aconteciam desgraças, uma depois da outra,
com as pessoas relacionadas ao Ministério, concluiu-se, após muita averiguação,
que aqueles acontecimentos deviam estar sendo provocados pelo espírito de
Massakado. A partir do pomposo oficio religioso realizado em sua homenagem,
nada mais aconteceu. Acredito que esse espírito também se transformara em
dragão. Mas não são apenas os espíritos de dragão que têm necessidade de cultos
e sufrágios; todos os espíritos têm, porque, através disso, sua posição no Mundo
Espiritual se eleva.
A forma física do dragão é como vemos em pinturas; há os que têm chifres e os que
não têm. Os dragões de nível alto são gigantescos; chegam a ter dezenas de
quilômetros de comprimento. Hatidai-ryu-ô o famoso dragão-rei mencionado no
jiki"(11), é um dragão composto de oito pessoas, sendo cinco homens e três
mulheres. A tradicional festa de Guion-sai, realizada na cidade de Quioto, é o culto
em homenagem a esse dragão. Segundo Fuetsu, Sakyamuni prendeu-o no fundo
do oceano e ordenou-lhe que esperasse até determinada época- Através de
estudos, cheguei à conclusão de que essa época é o início da Transição da Era da
Noite para a Era do Dia. As palavras de Sakyamuni, que constituem a doutrina
budista, são conhecidas como "Ensinamentos da Luz da Lua"; portanto, dizem
respeito inteiramente à Era da Noite. A propósito, o dragão-rei Hatidai-ryu-o,
reencarnado como ser humano, está atualmente, começando a trabalhar na
construção da Era do Dia.
Desde os tempos antigos está determinado que os dragões devem fazer um
aprimoramento de mil anos no mar, mil anos na montanha e mil anos no campo.
Parece haver um profundo motivo para isso. Entretanto, esse tempo pode ser
abreviado através de sufrágios, boas ações, etc., feitos pelas pessoas a eles
relacionadas. Terminado o aprimoramento, o dragão condensa as nuvens, provoca
uma tempestade e com um ciclone levanta a água do mar bem alto e sobe ao Céu.
Inúmeras pessoas já presenciaram cenas como essa. A propósito do assunto, um
dos meus discípulos contou que certa vez viu uma cobra enroscada num pinheiro.
Observando-a, percebeu que aos poucos ela ia subindo para o topo da árvore. Dali,
saltou para o espaço e, em instantes, desapareceu. Achei curioso porque não se
tratava de espírito de cobra e sim da própria cobra; é um fato que parece impossível
de acontecer, mas que aconteceu.

(10) General dos meados da Era Heian (794-1192).

(11) Livro de história legendária do antigo Japão.

Vejo, freqüentemente, pessoas que são reencarnações de dragão e todas elas


possuem um sinal característico, com forma de escama, geralmente na coxa, na
barriga, nos quadris, ou em outros locais. Estes sinais podem ser grandes, médios
ou pequenos, nítidos ou meio apagados, vermelhos, pretos, enfim, uma variedade
infinita. Podemos, também, reconhecer as pessoas que são reencarnações de
dragão pelo formato do rosto. Elas têm maçãs do rosto salientes, testa e queixo
quadrados e veias protuberantes nas têmporas; a maioria tem os olhos fundos.
Caracterizam-se por beber muita água. São orgulhosas, detestam rebaixar-se;
como têm muita vontade de vencer, geralmente conseguem sucesso. Observando
atentamente, verificamos que tais pessoas apresentam nítidas características de
dragão, por isso é fácil identificá-las.

No caso da mulher-dragão, isto é, mulher que é reencarnação de dragão, a maioria


não quer casar, sentindo-se satisfeita na condição de solteira. Quando o casamento
está prestes a acontecer, ou o parceiro morre, ou ela própria fica doente; é comum
aparecerem impedimentos desse tipo. Se forçarem a pessoa a se casar, ocorre,
muitas vezes, a separação por morte ou por outros motivos. A mulher-dragão é
especialmente ciumenta e desconfiada, sendo difícil ter uma vida conjugal feliz.
Essas mulheres devem, por exemplo, acumular virtudes trabalhando em prol do
mundo e do próximo, ou então, ingressar numa fé correta. Quando forem
purificadas até certo grau, poderão se realizar no casamento. A purificação da
mulher-dragão consiste em tornar humano o espírito do dragão. Normalmente, ela
tem que deixar este mundo uma vez, ser sufragada como ser humano e encarnar
de novo. Só então se tornará um ser humano na acepção da palavra. As mulheres-
dragão têm olhos brilhantes, são delicadas e, na sua maioria, bonitas.

MUNDO DOS PERVERSOS

O Mundo dos Perversos é o Mundo de Satanás, ou Mundo do Demônio, que está


sempre em oposição a Deus. Tal como existe uma infinidade de espíritos do Bem,
existe uma infinidade de espíritos do Mal. Se os espíritos do Bem procuram praticar
boas ações, os espíritos do Mal procuram praticar más ações. Assim, a luta entre
eles é incessante. Assemelha-se aos pensamentos positivos e negativos do
homem, que estão em constante conflito. O homem recebe de Deus, a priori, o
Espírito Primordial, e posteriormente, o Espírito Secundário. Ao Espírito Primordial
são sempre transmitidos os bons pensamentos do Mundo do Bem, através do elo
espiritual, e ao Secundário, os maus pensamentos do Mundo de Satanás.

Em principio, o nascimento e o desenvolvimento de todas as coisas que existem


devem-se à harmonia e ao atrito do positivo e do negativo, do claro e do escuro, do
fogo e da água. O próprio homem só consegue manifestar sua força e cumprir sua
missão pelas atividades do Bem e do Mal. Conseqüentemente, podemos dizer que
o Mal também é necessário. O Espírito Primordial, pela sua essência do Bem,
pensa e pratica o bem; em contrapartida, o Espírito Secundário relaciona-se ao Mal,
ou seja, ele é a essência dos desejos materiais, como o desejo de posse, de
superioridade, de domínio, de fama, de extravagância, etc. O famoso filósofo
alemão Friedrich Nietzsche dá-lhes o nome de desejos instintivos. Quando esses
desejos ultrapassam certo limite, dão origem ao crime. Controlá-los é a condição
básica para manter a ordem e a paz na sociedade. Segundo esse princípio, os
desejos instintivos são responsáveis pelo desenvolvimento das atividades do
homem, mas a felicidade e a prosperidade do homem e, também, o progresso
social, decorrem do controle dos desejos instintivos.

Como até agora o mundo se encontrava na Era da Noite, a força de Satanás era
maior, o que significa que a força de Deus não era suficiente para controlá-la. Isso
fez surgir a sociedade humana de hoje, repleta de infelicidade. A medida, porém,
que vai se aproximando a Era do Dia, ocorrerá o contrário, a força do Bem se
tornará principal e a do Mal secundário. Tornando-se secundário, o Mal deixará de
ser um mal, pois estará abaixo do poder dominador do Bem.

O BEM E O MAL

Desejo falar sobre Deus e Satanás, mas é muito difícil, porque o homem é homem,
não é Deus nem é Satanás. Entretanto, o homem goza de liberdade, o que não
deve ser confundido com liberalismo. Trata-se da liberdade de elevar-se ao nível
Divino ou equiparar-se a Satanás. Apresentarei a seguir minha visão de Deus e
Satanás, obtida através das pesquisas que fiz sobre o Mundo Espiritual.

Primeiramente, o que significa Vontade de Deus? Significa o próprio amor absoluto


e a compaixão. Entretanto, o deus sobre o qual estou falando é o Deus do Bem, e
não o Deus do Mal. Talvez esta afirmação seja estranha, mas em Deus não existe o
Mal; Sua essência é o próprio Bem. Portanto, o Satanás aqui mencionado,
originariamente era um deus correto que, a partir de determinado momento,
incorreu no erro. E por que um deus cometeu erro? Porque o Bem e o Mal estão em
constante luta. Embora exista uma infinidade de deuses, da classe mais alta até a
mais baixa há cento e oitenta e um níveis. Desse modo, aqueles que estão
posicionados da segunda classe para baixo perdem para Satanás, isto é, tornam-se
seus prisioneiros durante certo período. Esse ponto está bem claro num poema de
Normaga Motoori. Entre os milhões de deuses existentes, uns são pássaros, outros
são insetos. Até hoje, durante a Era da Noite, a força do Mal era mais forte, e por
isso o Bem era sempre pressionado e vencido. Essa é a causa da desordem do
mundo atual. Há um antigo provérbio que encerra uma grande verdade: "O Bem e o
Mal são uma coisa só”.

O Bem e o Mal são relativos; por existir o Bem é que o Mal existe, e vice-versa.
Sendo assim, eles devem ser determinados de acordo com o “Jishoi”, ou seja, o
tempo, o local e a posição. O que agora é um bem, amanhã pode se tomar um mal.
Normalmente, se alguém mata uma pessoa, isso constitui crime por assassinato,
mas no caso de uma guerra, mesmo matando um grande número de pessoas, não
se é considerado criminoso, pelo contrário, recebo-se condecoração de herói.
Embora o Mal consiga prosperar por algum tempo, em âmbito individual ou na-
cional, ele acaba sendo destruído. O Bem sofre temporariamente, mas, chegado o
tempo certo, indubitavelmente ele prospera. A realidade é que o Bem proporcionará
felicidade eterna no mundo após a morte.

Há um método fácil para saber se o homem se tornará um ser divino ou um


demônio. É ver se ele crê ou não crê naquilo que não vê. Ou seja, quem acredita no
invisível eleva-se a Deus; quem não acredita, corre o perigo de descer até o nível
de Satanás. Em primeiro lugar, se o homem não pratica o mal, é porque acredita
que Deus, invisível aos olhos humanos, o está vendo; quem acha que neste mundo
não existe nada invisível, pensa que não tem importância fazer maldade, desde que
não seja visto pelos outros. Quando se leva adiante esse pensamento, acaba-se
descendo ao nível de Satanás. Assim, não se justifica existirem pessoas do Bem
entre os materialistas. Se existem, não são pessoas realmente do Bem, mas
pessoas calculistas, que visam à preservação do seu próprio crédito; têm medo de
perder a confiança dos outros no caso de serem descobertas, e por isso praticam o
bem movidas apenas pelo interesse. Não acham que a sociedade contemporânea
está cheia desse tipo de gente? Nesse sentido, creio que não há nenhuma
inconveniência em afirmar que o verdadeiro homem do Bem é aquele que acredita
no invisível.

Existe, aqui, um ponto que merece atenção. São as conseqüências da crença em


Deus e em Satanás. Muitas pessoas, apesar de adorarem os deuses
fervorosamente, não mantêm bom relacionamento com seus familiares e com
outras pessoas. Nelas, o amor altruísta é escasso. Também há indivíduos que
cometem falsidades e maldades com toda naturalidade. Tudo isso acontece porque
a fé, que deveria estar voltada para Deus, está voltada para Satanás. A esse
respeito, conta-se a história de um viajante que entrou em determinado local para
comer e não pagou a conta. Interpelado por um policial que, revistando-o, en-
controu uma nota de 100 enes em seu poder, ele disse que esse dinheiro era para
oferecer ao Templo e não poderia gastar nem um tostão. Creio que esse devoto é o
exemplo de membro de religião do Mal. Devotos assim, apesar de praticarem a fé
de corpo e alma, caem no caminho do Mal e tornam-se infelizes.

Quanto maior o fervor da pessoa, mais saúde ela terá, mais harmonioso se tornará
seu lar, mais próspera ficará sua família, mais amada e respeitada por todos ela
será. Esse deve ser o resultado de uma fé correta, ligada, obviamente, ao
verdadeiro e Supremo Deus.

Há, também, criaturas que servem a Deus com extrema sinceridade, oferecendo
sua ardorosa fé por longos anos, mas que sempre são importunadas por doenças,
problemas financeiros e outras desgraças. Embora não consigam libertar-se de
uma vida de sofrimentos, baseadas nos ensinamentos religiosos elas interpretam o
sofrimento como um bem, ou seja, como provação de Deus ou como expiação de
seus pecados. No caso de doenças graves, por exemplo, se pedem orientação a
um religioso, ele diz que o homem deve superar a vida e a morte. Eu, porém, in-
terpreto o fato da seguinte maneira: a fé dessas pessoas está centralizada em
deuses corretos, mas posicionados da segunda classe para baixo, não possuindo,
portanto, força absoluta: E por que até hoje nenhuma religião e nenhum deus
conseguiram manifestar força absoluta? Existe um motivo para isso. Durante a Era
da Noite o Mundo era regido por deuses da linhagem da Lua, e esses deuses estão
abaixo da primeira classe.

ESPÍRITO GUARDIÃO

Todo homem tem, no Mundo Espiritual, um Espírito Guardião que constantemente o


protege. É comum ouvirmos dizer que o homem é filho ou templo de Deus: isso
significa que ele possui a partícula Divina que lhe foi outorgada pelo Criador e que
constitui seu Espírito Primordial. O espírito animal agregado após o nascimento, é o
Espírito Secundário; pode ser de raposa, texugo, cão, gato, cavalo, boi, macaco,
doninha, dragão, "Tengu"(12), aves, etc. Em geral, há uma espécie para cada
pessoa, mas em casos menos freqüentes há mais de uma: Dificilmente os homens
da atualidade acreditam nisso; creio mesmo que chegam a escarnecer. Contudo,
através de inúmeras experiências, eu compreendi que se trata de uma realidade
incontestável.

O Espírito Primordial é o bem, é a consciência; o Espírito Secundário é o mal, são


os pensamentos vis. No budismo, dá-se à consciência o nome de Bodaishim
(espírito do bem) ou Bushim (sentimento de misericórdia búdica), e os maus
pensamentos são chamados de Bonno (desejos mundanos).

Além desses dois espíritos - Primordial e Secundário - existe o Espírito Guardião. É


o espírito de um ancestral. Quando uma pessoa nasce, é escolhido entre seus
ancestrais um espírito que recebe a missão de guardá-la: Via de regra, é espírito
humano, mas também podem ser espíritos híbridos de homem com dragão, raposa,
"Tengu" etc. Meu Espírito Secundário, por exemplo, é "karassu - Tengu"(13), e meu
Espírito Guardião é dragão.

É muito freqüente, diante de um perigo, o homem se salvar miraculosamente,


sendo avisado em sonho ou tendo um pressentimento. Isso é trabalho do Espírito
Guardião. O mesmo se pode dizer em relação à inspiração recebida por artistas e
inventores, no momento em que, compenetrados, estão criando alguma obra: No
caso de querer satisfazer os desejos corretos do homem ou fazê-lo receber graças
através da Fé, Deus atua por intermédio do Espírito Guardião. Os antigos
provérbios "A verdadeira sinceridade se transmite ao Céu", ou "A sinceridade se
transmite a Deus", significam a concessão das graças Divinas através do Espírito
Guardião.

(12) v. pg. 182

(13) "Karassu-tengu". variedade de Tengu" com cabeça de corvo.

A ADVERTÊNCIA DOS ANTEPASSADOS

Os antepassados desejam a felicidade de seus descendentes e a prosperidade de


sua linha familiar. Por conseguinte, não negligenciam sua guarda um instante
sequer, impedindo-os de cometerem erros e pecados, ou seja, evitando que trilhem
o mau caminho. Se um descendente, induzido pelo demônio, comete uma má ação,
aplicam-lhes castigos na forma de acidentes ou doenças, não só como advertência
mas também para a limpeza dos pecados cometidos anteriormente. No caso do
enriquecimento ilícito por parte do descendente, fazem com que este tenha
prejuízos, ocasionando, por exemplo, um incêndio ou outras formas de perda, que
lhe esgotam a fortuna: Conforme o pecado, aplica-se também a doença como
processo de purificação.

Suponhamos que uma criança contraia gripe. Uma gripe comum seria facilmente
solucionada através do JOHREI; nesse caso, entretanto, não se verificam bons
resultados. A criança tem vômitos freqüentes, perda de apetite, acentuado
enfraquecimento em poucos dias e acaba morrendo. É uma situação estranha, que
se enquadra justamente no que falamos acima: advertência dos antepassados. As
causas podem ser várias, entre elas o relacionamento amoroso do pai com outra
mulher. Se ele não perceber na primeira advertência, poderão ocorrer-lhe
sucessivas perdas de filhos. Estes são sacrificados por um prazer passageiro; trata-
se, portanto, de uma conduta bastante reprovável. Os antepassados evitam
sacrificar o chefe da família por ser ele o seu sustentáculo, de modo que os filhos
tomam o seu lugar.

Vejamos outro exemplo. Um chefe de família, homem de aproximadamente


quarenta anos, nunca havia rezado perante o oratório de antepassados que havia
em sua casa: A filha, preocupada, conversou com um tio, irmão do pai, e transferiu
o oratório para a casa dele. Pensando no futuro, o tio foi à casa do irmão e pediu-
lhe que reconhecesse, por escrito, a transferência do oratório, que havia sido
transmitido por várias gerações e que estava agora sob a sua guarda: O irmão
concordou, mas, quando pegou a caneta, sua mão começou a tremer em
espasmos, sua língua contraiu-se e ele não conseguiu mais falar nem escrever.
Tentaram vários tratamentos sem nenhum resultado, e por fim vieram a um
discípulo meu em busca de cura: Lembro-me de ter ouvido dele a história que a
filha desse homem lhe contara: No caso em questão, os antepassados não
admitiram que o oratório fosse retirado definitivamente da casa do primogênito, que,
por tradição, deveria guardá-lo. Se isso acontecesse, a linhagem da família ficaria
alterada, podendo, então, ocorrer a sua extinção.

INCORPORAÇÃO

Desde épocas remotas são muito numerosos os casos de incorporação, cujos tipos
também variam bastante. Atualmente, as pessoas consideradas intelectuais julgam
que se trata de superstição; além de não darem atenção ao fato, dão à palavra um
sentido pejorativo. Entretanto, segundo meus estudos, a incorporação não é
absolutamente superstição, podendo ser de espírito do bem ou de espírito do mal.
O importante é distinguir exatamente quando se trata de um caso ou de outro.

Há três tipos de incorporação: de divindades de nível elevado, médio ou baixo; de


espíritos de animais, que fingem ser divindades, e de espíritos de seres humanos.
No primeiro tipo, inclui-se, por exemplo, o espírito dos fundadores de religiões,
como a Sra. Miki Nakayama, da religião Tenri-kyo, a Sra: Naoko Deguti, da religião
Omoto-kyo, os fundadores das seitas Reimyo-Kyo, konko-Kyo, Kurozumi-kyo e Hito
no Miti, e, ainda, os iniciados Kobo, Nitiren, Honen e En-no Gyodja, dos velhos
tempos. No segundo tipo, situam-se as incorporações observadas em muitas
crenças vulgares, existentes em grande número da sociedade, tais como "Inari
Kudashi no Gyodja", "lizuna-Tsukai" e outras. O terceiro tipo, isto é, a incorporação
de espíritos de seres humanos, refere-se principalmente aos espíritos dos
ancestrais e de parentes mais próximos e recém-falecidos.

Se desenvolvêssemos a capacidade de discernir os tipos de incorporação e


soubéssemos dispensar-lhe os devidos cuidados e orientações, a incorporação
seria muito útil à sociedade humana: Mas deixo claro que, além desse
discernimento ser quase impossível, se o conhecimento sobre o assunto for apenas
superficial, as conseqüências poderão ser desastrosas.

Na Europa e na América, estão realizando ativas pesquisas de Parapsicologia. Na


Inglaterra e em vários outros países, já existe até Faculdade de Estudos
Parapsicológicos, e também estão se desenvolvendo pessoas de alto potencial
mediúnico. Como transmissoras de mensagens emitidas do Mundo Espiritual, são
dignas de nota as obras do americano Woodrow wilson (1856-1924) e de Sir
Northclifle (1868-1940), ex-editor do "The London Times". Entretanto, em todos os
lugares a situação é idêntica, e na verdade, mesmo na Europa ou nos Estados Uni-
dos, aqueles que se dedicam a esse tipo de pesquisas estão sempre lutando contra
o ceticismo das pessoas obstinadas, intituladas intelectuais, e contra a descrença
dos cientistas bitolados no materialismo. Mas a vantagem é que, como naqueles
países as leis não são medievais, a pesquisa é livre. Se fizermos uma comparação
concluiremos que, pela opressão do governo e pela descrença dos cientistas, até
hoje, lamentavelmente, ainda não foram realizadas pesquisas consideráveis no
Japão.

DOENÇA E ESPÍRITO
Conforme já expliquei pormenorizadamente, a doença é o aparecimento e o
transcurso do processo de purificação, mas convém saber que existem muitas
doenças de origem espiritual. Muito se tem falado sobre isso desde tempos
remotos, havendo mesmo certas religiões que afirmam que quase todas as
doenças têm origem espiritual. Através de pesquisas, entretanto, eu soube que a
doença pode ser decorrente de ação espiritual ou processo purificador. Também
descobri que entre os dois tipos há uma relação íntima e inseparável, pois o
encosto de espírito enfermo limita-se ao local maculado do corpo espiritual.
Portanto, se este, pela dissolução das máculas, ficar purificado até certo grau, não
só desaparecerá a doença do corpo material, mas também será impossível o
encosto do espírito enfermo, e a pessoa se tornará saudável, física e
espiritualmente.

TUBERCULOSE

Segundo a Medicina, a tuberculose é causada pela transmissão de bactérias, mas,


na verdade, ela pode ter duas causas: tratamento errado da Medicina e encosto.
Falarei sobre este último.
Suponhamos que, numa família, a filha contraia tuberculose e morra, e pouco
tempo depois aconteça o mesmo com um dos irmãos, seguido por outras pessoas
da família: Suponhamos, também, um casal em que um dos cônjuges morra dessa
doença, e, logo a seguir, o outro também fique doente. Observando tais fatos,
acaba-se pensando que a tuberculose é transmissível. Como que comprovando
essa tese, o cientista Robert Koch descobriu o bacilo da tuberculose e teorizou a
transmissibilidade da doença: Não é sem razão, portanto, que a maioria das
pessoas acreditam nisso. Eu afirmo, porém, que a teoria em questão incorre num
grande erro.

Qual é, então, a verdadeira causa da tuberculose?

Quando uma pessoa morre tuberculosa, seu espírito, no Mundo Espiritual, leva uma
vida solitária: Não suportando a solidão, procura atrair para junto de si os espíritos
daqueles que lhe eram mais chegados durante a vida terrena, como os irmãos, os
amigos, o cônjuge, etc., e encosta nessas pessoas. Logicamente, mesmo no
Mundo Espiritual a doença persiste, de modo que, se esse espírito encostar em
alguém, a pessoa apresentará sintomas de tuberculose. É, realmente, um fato
surpreendente. Quando é alguém saudável, dificilmente o espírito consegue
encostar; espera, portanto, uma oportunidade. Se a pessoa fica enfraquecida em
decorrência de gripe ou esgotamento físico e mental, ele encosta: A Medicina
interpreta erroneamente esse processo, e diz que a causa da tuberculose é o
esgotamento. O que se segue é bem ilustrativo.

Há alguns anos, minha esposa, repentinamente, começou a ter febre e tosse e a


escarrar sangue. Apresentava sintomas de tuberculose de terceiro grau.
Imediatamente lhe apliquei o nosso tratamento, mas com pouco resultado. Após
dois ou três dias, o problema oscilava: ora ela melhorava, ora piorava: Imaginando
que a causa poderia ser espiritual, procurei verificar se hávia encosto. Realmente
havia. Era o espírito de um rapaz chamado Suzuki, falecido há mais ou menos um
ano. Esse rapaz sofria de tuberculose e, na época, eu lhe dei assistência. Ele vivia
com o pai, que, devido ao prolongamento da doença, gastou toda a sua fortuna,
ficando paupérrimo; em conseqüência disso não foram feitos suficientes Ofícios
Religiosos em sufrágio do espírito do filho. Este, sentindo-se solitário e insatisfeito
no Mundo Espiritual, encostou em minha esposa, a fim de que eu o sufragasse.
Falou isso pausadamente, usando a fala de minha esposa. A fisionomia e a voz
eram realmente de Suzuki. Então eu lhe disse:
"Amanhã à noite farei Ofício Religioso para você, mas deixe esse corpo
imediatamente". O espírito ficou contente e, com palavras de profundo
agradecimento, afastou-se. Assim, minha esposa voltou ao seu estado normal,
como se nada tivesse acontecido. Eu próprio fiquei deveras surpreso com esse fato
tão evidente. Até hoje estou sufragando aquele espírito em minha casa.

O caso que se segue refere-se a uma senhora de meia-idade que vivia no mundo
das gueixas. Há muito tempo ela vinha com tosse, apresentando sintomas de
tuberculose. Assim que eu a vi achei que era encosto, e por isso fiz-lhe exame
espiritual. De repente, ela caiu desmaiada; parecia um animal, pela postura das
mãos e pelos pés encolhidos. Através do exame descobri que se tratava do encosto
de espírito de raposa. Resumindo, o espírito disse que era da família das raposas
cultuadas no Inari-no-Kumadaka, situado no bairro de Fushimi, em Quioto, e que
seu objetivo, através daquele encosto, era comer iguarias saborosas, divertir-se e
ter uma vida tranqüila. Então lhe perguntei: "Já esteve encostado em alguém, antes
de encostar nesta senhora?" Pela resposta, pude ver que esse espírito era um
especialista no mundo das gueixas. Ele disse: "Estive encostado numa gueixa. Os
médicos diagnosticaram que ela estava com peritonite. Depois de sofrer durante
muito tempo, acabou morrendo." Eu o censurei por sua má ação e ordenei lhe que
se arrependesse e fosse embora imediatamente. O espírito da raposa fez várias
reverências e afastou-se.
A senhora parecia ter despertado de um sonho; a doença desaparecera como se
lhe tivessem passado um pano. Ela falou que não sabia nada do que a raposa
dissera, pois durante todo aquele tempo esteve totalmente inconsciente. Eu, então,
contei-lhe detalhadamente o que aconteceu, e ela ficou muito impressionada.
Naquela hora, pensei: "O homem se vangloria, dizendo que é o senhor de todas as
coisas, mas é livremente manipulado por espíritos como o da raposa, e, em
conseqüência disso, pode ficar doente e até perder a vida. Portanto, onde é que
está o valor do homem?"

O caso a seguir também aconteceu com minha esposa. Repentinamente ela teve
um espasmo estomacal, contorcendo- se e debatendo-se com uma dor violenta no
estômago. Apliquei-lhe o tratamento, mas a dor, embora tenha melhorado, não
passava. No local, havia uma bola de aproximadamente 3cm, que aos poucos foi se
deslocando para cima. Quando chegou à altura da garganta, minha esposa gritou:
"Não agüento mais!" Achando que se tratava de encosto, perguntei: "Quem é
você?" O espírito quis responder, mas não conseguiu. Percebi que era o espírito de
uma pessoa que morrera de derrame há uns três meses, e pedi-lhe para confirmar.
Ele confirmou. Em seguida, fiz-lhe várias perguntas, através das quais fiquei
sabendo que seu objetivo era pedir-me que parasse de comentar com outras
pessoas seus pontos negativos enquanto estivera no Mundo Material. De fato eu
havia comentado algumas vezes. Então pedi-lhe desculpas, prometendo nunca
mais fazer aquilo. Contente, o espírito agradeceu e foi embora. Depois de sua
partida, minha esposa voltou ao normal. Desde os tempos antigos dizem que não
se deve falar mal de pessoas falecidas; realmente é uma verdade.

Diante de experiências reais como essas, não podemos deixar de acreditar que a
doença e o espírito têm uma relação muito íntima.

DOENÇAS MENTAIS

A doença mental é uma doença espiritual, mas na maioria das vezes surge em
decorrência das toxinas do corpo físico. Todas elas, sem exceção, são provenientes
da insônia contínua. Há dois tipos de insônia: a interna e a externa. A insônia
interna é decorrente da insuficiência de sangue no cérebro, e essa isquemia
cerebral, como já expliquei em outra oportunidade, é causada pela pressão
exercida sobre as veias pelas toxinas solidificadas na medula oblonga, do lado
direito, nas glândulas linfáticas, do lado direito ou esquerdo, ou na cabeça toda: A
insônia externa é motivada por um abalo emocional, isto é, por uma preocupação.
Mas não há dúvida de que, também neste caso, há influência de isquemia cerebral.

Agora falarei sobre o sangue. Ele em si é material, mas, analisando espiritualmente,


é constituído de células espirituais, a fonte de energia: Ou seja, o sangue é espírito
materializado. Se ele é puro, as células espirituais são densas; se é insuficiente ou
impuro, as células são rarefeitas. Em princípio, o encosto só é possível no caso de
células rarefeitas, e será proporcional a essa rarefação. Explicando melhor, quando
as células espirituais forem 100% puras, o encosto jamais acontecerá. Se a
porcentagem de pureza for 90%, o encosto será de 10%; se for 80%, 70%, 50% ou
40%, o encosto será, respectivamente, de 20%, 30%, 50% e 60%. Isso significa
que, sendo de 40% a porcentagem de pureza das células espirituais, o espírito
encostado vence o espírito humano, que fica à sua mercê. Eis o que é a doença
mental.

No caso das doenças mentais, a maioria dos encostos é de espírito de raposa,


raramente de texugo. Dai a expressão "encosto de raposa", usada desde os tempos
antigos. Precisamos, portanto, conhecer as características desses espíritos.

Os espíritos de raposa têm certas peculiaridades que o homem dificilmente


consegue perceber. Eles falam muito, de forma continua e rápida: Creio que os
leitores já tiveram a experiência de ver certas mulheres arrogantes que falam
ininterruptamente, sem deixar os outros falar. Além do mais, os argumentos de
quem está com encosto de espírito de raposa são contraditórios. Isto acontece
porque esse espírito é que fala, através da boca da pessoa; muitas vezes, ela
própria não sabe o que falou. Seus pensamentos também não têm continuidade
nem conclusão; sem concluir um, já passam para outro. Isso atrapalha o sono,
tornando-se causa de insônia: E por esse motivo que os doentes mentais dizem
coisas sem nexo. As alucinações auditivas e visuais diagnosticadas pela Medicina,
são manifestações do poder dos espíritos de raposa:
Através do nosso método terapêutico é possível obter a cura completa das doenças
mentais. Pela dissolução das toxinas que pressionam as veias e são a causa da
insônia, e pela transformação do sangue impuro em sangue puro, a quantidade do
sangue que irriga o cérebro aumenta: Assim, as células espirituais tornam-se
plenas, e o espírito de raposa se retrai, transferindo-se para outra parte do corpo;
por fim, afasta-se da pessoa:

Apresentamos, a seguir, um caso verídico.

Uma jovem senhora de vinte e cinco anos, por determinado motivo, sofreu um abalo
emocional seis meses após o parto, tornando-se doente mental em estado grave.
Falava dia e noite sem parar; como tivesse tentado várias vezes o suicídio, era
vigiada por três homens. Recebendo nosso tratamento, aos poucos ela foi
recobrando a consciência: Isso aconteceu porque o espírito de raposa encostado
em sua cabeça transferiu-se para os ombros e desceu até o peito. Entretanto, ela
não parava de falar. De vez em quando eu perguntava: "Em que parte do corpo ele
está agora, e o que é que está dizendo?" Então a senhora respondia: "Está no lado
esquerdo do meu peito, falando isso, assim, assim..." Como havia recobrado a
consciência, naturalmente ela já conseguia dominar o espírito da raposa: O que
esse espírito dizia eram puras tolices. Vou dar um exemplo:

Certo dia, quando a senhora já estava bem melhor e o espírito da raposa


encontrava-se em sua barriga, levei-a ao cinema: Nessa ocasião, perguntei-lhe o
que é que a raposa estava falando, e ela respondeu: "Está dizendo que não vê a
menor graça no filme, pois dentro da barriga só se ouve a música, não se consegue
ver nada". Não pude conter o riso. Saindo da barriga, o espírito desceu para o ânus
e foi embora. A senhora disse que, à medida que ele ia descendo, sua voz ia se
distanciando e, no final, ela mal conseguia ouvi-la: Durante cinco ou seis anos, de
vez em quando ela ainda sentia algumas anormalidades, mas depois não teve mais
nada: Hoje, passados mais de vinte anos, é uma pessoa normal, como outra
qualquer.

O caso que se segue é de um homem de trinta e cinco anos mais ou menos,


chamado Ishikawa, o qual apresentava sintomas de início de doença mental.
Quando ia comer, alguém lhe falava no ouvido: "Essa comida tem veneno; se você
comer, morrerá". Assustado, ele saia correndo de casa e entrava num restaurante.
No momento em que ia levar a comida à boca, ouvia as mesmas palavras. Dirigia-
se, então, a outro restaurante e o fato se repetia: A noite, quando ia dormir, via duas
ou três pessoas passarem no corredor e dizerem: "Ishikawa é um insolente, vamos
matá-lo esta noite". Apavorado, ele não conseguia dormir. A propósito dessas
ocorrências, eu lhe expliquei pacientemente:

"Tudo isso é maldade de um espírito de raposa: Quando não há ninguém por perto
e a pessoa ouve uma voz, é um espírito de raposa que está falando. Portanto, você
não deve dar-lhe crédito de maneira alguma". Ishikawa compreendeu a explicação
e ficou completamente curado.

Outro caso refere-se a um motorista de aproximadamente vinte e cinco anos que


apresentava um comportamento muito estranho: subia e corria sobre os telhados,
tirava telhas e jogava nos transeuntes. Depois que esse moço recobrou a
consciência através do nosso tratamento, fiz-lhe várias perguntas. Ele me disse:
"Quando subo ou corro sobre os telhados a sola dos meus pés fica grudada e não
sinto nenhum perigo. E é estranho, pois consigo subir em lugares que normalmente
um homem não consegue". Sem dúvida isso era possível porque se tratava de pés
de raposa. Concluí, portanto, que os animais e os insetos conseguem subir em
qualquer lugar porque suas patas têm capacidade de sucção, ou seja, porque se
forma um vácuo.

Tratei também de uma estudante de dezessete anos portadora de doença mental.


Era uma jovem muito agressiva: As vezes tirava toda a roupa e ficava violenta; sua
força era tanta que se faziam necessários três homens para contê-la: Além disso,
era atrevida e, às vezes, repreendia sua mãe. Com base nesse fato, consegui
chegar à causa do problema: O pai da moça falecera há alguns anos, e a mãe,
após a morte dele, tomara-se membro de uma seita xintoísta e passara a sufragar
os antepassados de modo diferente. Sendo assim, ela se desfez do "Butsudan"(14)
e dos assentos dos espíritos, o que provocou a ira do espírito do marido, gerando-
se, daí, o problema da filha: Por outro lado, quando o chefe da família ainda vivia,
eles venderam a casa onde moravam e mudaram-se de Sendai para Tóquio. Na
ocasião, deixaram na casa o "Inari"(15) onde se celebravam cultos desde tempos
antigos. Como os novos moradores deram fim ao "Inari", o espírito da raposa ali
cultuada se enfureceu e encostou no pai da jovem, que ficou perturbado
mentalmente e acabou morrendo. Por conseguinte, ela estava com encosto do
espírito do pai e do espírito da raposa. Na hora do encosto, o espírito do pai
repreendia a mãe, e o espírito da raposa fazia a filha perder os sentidos. Através do
nosso tratamento a moça ficou completamente curada: Mais tarde ela se casou e
hoje é mãe de dois filhos, levando uma vida normal.

(14) - Nome da Morada dos Antepassados em estilo budista.

Existem muitos casos de doença mental causada, como no exemplo acima, pela
destruição do "Inari" onde vêm sendo realizados cultos há muitos anos.

Vou apresentar outro caso interessante. Eu dava assistência a um rapaz de mais ou


menos vinte e cinco anos. Quando ele já fazia tratamento comigo e, quando já
estava praticamente curado, comecei a utilizá-lo em serviços na minha casa: O
rapaz se dedicava ao trabalho de jardinagem, mas um espírito de raposa
atrapalhava as minhas ordens. Uma vez, por exemplo, em que o mandei arrancar
as ervas de certa área, verifiquei que uma parte ficara sem limpar. Então lhe
perguntei:

- Por que não arrancou todas as ervas?


- O senhor me falou para não limpar esse pedaço.

- Não pode ser! - retruquei. Quando eu disse isso você viu minha pessoa?

O jovem respondeu que não, que só ouvira minha voz. Aí eu expliquei que o que ele
ouvira fora a voz da raposa, a qual imitara meu tom de voz, e por isso, dali em
diante, devia tomar cuidado. Em ocasiões como essas, eu o advertia, mas ele logo
esquecia a advertência, e os fatos voltavam a acontecer.

(15) - vide nota da pg. 179.

Os doentes mentais ficam sempre olhando para o espaço, porém, quando estão
com encosto de espírito de raposa, eles conseguem ver espíritos. Muitas vezes,
parecem estar conversando com alguém. Isso acontece porque ouvem a voz do
espírito da raposa, e ficam conversando com ele.

Os espíritos de raposa são peritos em imitar a voz do homem. Eles assustam e


ameaçam as pessoas, dizendo, por exemplo: "Foge, porque daqui a pouco virá
alguém para te matar". Ouvindo isso, a criatura sai correndo. Dizem também: "Foge,
porque vai acontecer um terremoto ou um incêndio", ou ainda:

"Dá um soco naquela pessoa". Assim, esses espíritos podem até fazer com que se
cometa um assassinato. É um caso muito sério, pois eles manipulam o homem
livremente. Pode acontecer, inclusive, que um espírito de raposa encoste em
alguém e comece a conversar com outro espírito de raposa que está fora dessa
pessoa; há casos, ainda, em que vários espíritos de raposa entram e saem um
após outro.

Mas por que motivo os espíritos de raposa encostam no homem? Encostam porque
sentem prazer em enganá-lo e, ao mesmo tempo, porque quanto maior for sua
habilidade nesse sentido, mais prestígio terão entre os companheiros. O assunto é
por demais estranho, e os leitores poderão não acreditar, mas trata-se de uma
realidade evidente, sem a menor parcela de erro ou falsidade.

Mesmo no caso das doenças mentais, a causa básica é o atrofiamento dos rins, por
isso o tratamento deve ser aplicado intensamente nessa região.

Os espíritos de raposa encostam no centro da testa, ou seja, entre uma


sobrancelha e outra, a uma profundidade de 3 a 6 centímetros. É aí, portanto, que
se deve aplicar o tratamento. Todavia, dependendo do tipo de espírito e da situação,
o encosto pode se dar em outro local. O espírito de texugo encosta na cabeça, no
caso de doença mental; em outras circunstâncias, no peito e no lado esquerdo do
abdômen. O espírito de dragão geralmente encosta na região abdominal, e os
espíritos humanos, principalmente na cabeça: Entretanto, os espíritos podem se
dilatar e se contrair; os espíritos humanos, por exemplo, podem ocupar o corpo todo
ou apenas determinada parte. Pela soma de experiências entenderemos isso
melhor.
Um ponto que merece atenção é o número de pessoas portadoras de desequilíbrio
mental. Entre os japoneses, elas chegam em torno de 80 a 90% da população, não
sendo pequeno o número dessas pessoas entre as classes influentes, como políti-
cos, religiosos, educadores, empresários, artistas, etc., o que nos deixa realmente
surpresos.

E qual é a causa do desequilíbrio mental? Como falei anteriormente, quando as


células espirituais do cérebro ficam rarefeitas, o espírito encosta e domina a pessoa
de 10 a 40%, de acordo com a densidade das células. Mesmo encostado, o espírito
pode dilatar-se ou contrair-se. É devido ao encosto de espíritos que pessoas bem
posicionadas na vida, que normalmente agem com honestidade, quando menos se
espera, praticam ações que nos decepcionam. Há casos de personalidades ou
pessoas virtuosas cometerem erros por motivos banais. Isso acontece porque elas
foram vencidas pelo espírito encostado. Indivíduos habitualmente sóbrios mudarem
de personalidade quando bebem, o aparecimento de crianças jovens delinqüentes,
etc., são fatos que, sem dúvida alguma, se devem ao encosto de espíritos. Achei in-
teressante o famoso filme produzido pela UFA "O estranho caso do Dr. Jekyll e do
Sr. Hyde", porque ele nos mostra o fenômeno do encosto.

Igualmente, indivíduos que, dizendo pertencer a determinada ideologia, manifestam


palavras e atos excêntricos, estão agindo de acordo com as ordens de Satanás,
que os utiliza para concretizar sua própria ambição. Quando examinamos profunda-
mente seus princípios ideológicos, sempre descobrimos pontos incoerentes. A
principal característica de tais indivíduos é a falta de amor à humanidade. Eles
amam a guerra e a destruição; só visam o seu próprio benefício, não pensando no
prejuízo que possam causar ao próximo; são frios, destituídos do espírito de
colaboração. O interessante é que entre eles existe um grande número de doentes
pulmonares. O fato se explica, porque a anemia provocada pela doença pulmonar
facilita o encosto. Entretanto, mesmo os seguidores dessas ideologias contribuem,
de certa forma, para o progresso da cultura: Por isso acredito que eles fazem parte
da Vontade de Deus para a concretização de Seu plano em relação a este mundo.

EPILEPSIA

A epilepsia, tal como a doença mental, é causada pelo encosto de espírito. A


diferença é que o ataque epiléptico é repentino e momentâneo, e os sintomas são
variados. Geralmente é encosto do espírito de pessoas mortas, razão pela qual, na
hora do ataque, manifestam-se os sintomas apresentados por essas pessoas na
hora da morte. Quando se solta espuma pela boca, é o espírito de alguém que
morreu afogado; popularmente isso é conhecido como epilepsia causada pela água:
No caso de ataque epiléptico provocado pelo fogo, é o espírito de alguém que
morreu queimado. Há, também, muitos casos de ataque motivado por espíritos de
pessoas que morreram repentinamente, de isquemia cerebral; mas é fácil perceber,
porque a pessoa fica paralítica de um dos lados. Além das causas citadas, pode
tratar-se de encosto do espírito de pessoas que tiveram outros tipos de morte inatu-
ral, como acidente de trânsito, suicídio, queda, tiro de revólver, etc. Em todos esses
casos apresentam-se os sintomas do sofrimento experimentado na hora da morte.

Como método de tratamento da epilepsia, alguns médicos da atualidade fazem a


cirurgia no cérebro, mas isso não traz nenhum resultado positivo, deixando a
pessoa inválida: Visto que a causa da doença é espiritual, os prognósticos são
completamente errados.

Quanto ao sonambulismo, é uma doença complicada, pois, na hora da crise, a


criatura não tem consciência do que faz; às vezes sai de casa e fica vagando sem
rumo certo. Trata-se de um tipo de epilepsia provocada pelo encosto do espírito de
uma criança pequena.

Para exemplificar o problema da epilepsia, vou contar o caso de uma empregada


que trabalha em minha casa há vários anos. No início, quando sobrevinha o ataque,
ela perdia a consciência e desmaiava em qualquer lugar. Nesse momento, ficava
pálida, com os lábios roxos e uma expressão horrível; como mordia a língua,
escorria-lhe sangue pela boca: Os sintomas eram semelhantes aos de uma pessoa
que morreu assassinada: Com o nosso tratamento, ela foi melhorando aos poucos
e, ultimamente, tem ataques bem mais leves; além disso, já não fica inconsciente,
só sente um pouco de mal-estar.

Por ocasião de um dos ataques sofridos por essa minha empregada, quando eu lhe
apliquei o tratamento no centro da testa, o espírito ali encostado começou a gritar
repetidas vezes:
"Ajude-me, ajude-me!" Eu lhe disse que ia ajudá-lo, mas que ele deixasse aquele
corpo. O espírito argumentou que não tinha para onde ir. O lugar a que ele se
referia não era propriamente um lugar, e sim uma pessoa: O problema dos
espíritos, nesses casos, é que eles não conseguem encostar em pessoas
totalmente desconhecidas.

Com dois ou três minutos de aplicação do tratamento na testa, o espírito foi se


transferindo sucessivamente para os ombros, para a barriga e para outras partes do
corpo. O interessante é que, apalpando esses locais, eu sempre encontrava
nódulos. Ia aplicando o tratamento como se estivesse seguindo um fugitivo. Então o
espírito se encolhia todo e a dor sumia por um momento.

Essa empregada, na encarnação anterior, era filha adulterina da sua atual avó.
Esta, após o parto, matou-a, sufocando-a: O espírito de raposa relacionado à avó,
encostou no espírito da neta, passando a atuar como espírito híbrido.

PARALISIA INFANTIL

Existem dois tipos de paralisia infantil: a verdadeira e a falsa. Desconhecendo essa


diferença, a Medicina dispensa-lhes o mesmo tratamento.
O que vem a ser a paralisia infantil verdadeira? Sua causa é espiritual, sendo, na
maioria das vezes, encosto do espírito de pessoas que morreram de repente, em
conseqüência de derrame cerebral. Portanto, os sintomas são semelhantes:
impossibilidade de falar e imobilização de metade do corpo. A doença manifesta-se
repentinamente; na maior parte dos casos durante a infância ou a juventude.
Crianças sadias que até então tinham bom aproveitamento escolar e não
apresentavam nenhuma anormalidade, começam a ter, febre alta e convulsões,
parecendo vítimas de derrame cerebral. É realmente uma doença terrível.
Mas por que razão o espírito de uma pessoa morta encosta numa pessoa viva?
Quando alguém sofre um derrame cerebral grave, sua morte é acelerada. Não
estando preparado para desencarnar, o espírito dessa pessoa, embora tenha se
tornado habitante do Mundo Espiritual, pensa que ainda está encarnado.
Entretanto, como não possui corpo material, inconscientemente procura um corpo.
Nesse caso, ele não consegue encostar em estranhos, mas apenas em pessoas
afins, às quais está ligado por um elo espiritual. O encosto do espírito se faz através
desse elo. Darei, aqui, uma explicação sobre os elos espirituais.
O elo entre marido e mulher é o mais forte; a seguir, o que existe entre pais e filhos,
entre irmãos, parentes, professor e aluno, amigos, etc. Quanto menor a afinidade,
mais fino o elo espiritual. O espírito desencarnado encosta mais facilmente em
crianças que em adultos; muitas vezes, ele aproveita um momento em que a
criança se encontra debilitada, por causa de febre alta ou falta de apetite
decorrentes de uma gripe, por exemplo. O espirito dos avós geralmente encosta
nos netos; raramente o espírito dos pais encosta nos filhos. O interessante é que a
própria Medicina diz que as doenças hereditárias, como a lepra, manifestam-se em
gerações alternadas. Mesmo no tocante à personalidade, os filhos se identificam
muito mais com os avós do que com os pais.
Além do caso de morte causada por derrame cerebral, o espírito de qualquer
pessoa que tenha tido morte súbita, inatural, pode encostar em crianças e provocar
a paralisia infantil. Nesse caso, igualmente, como não estava preparado para
desencarnar, o espírito procura encostar em alguém através do elo espiritual que os
liga. A pessoa apresentará, então, os mesmos sintomas da hora em que se deu a
passagem daquele espírito para o Mundo Espiritual.

CÂNCER NO ESTÔMAGO

O câncer no estômago, tal como a paralisia infantil, também pode ser de dois tipos:
verdadeiro e falso. Vou abordar apenas o primeiro.
A maioria dos casos de câncer estomacal verdadeiro é de origem espiritual. No
início aparece um nódulo no estômago, tão pequeno que quase não se percebe.
Gradativamente esse nódulo vai aumentando; às vezes fica do tamanho de uma
mão fechada, ou ainda maior. Como ele pressiona o estômago ou o piloro, a pessoa
sente dor, perde o apetite e acaba morrendo de fraqueza. Apalpando com a ponta
dos dedos, encontra-se um ou vários nódulos moles; se o centro deles for duro, a
cura será muito difícil.
A peculiaridade do câncer estomacal verdadeiro é que, à medida que a doença vai
chegando ao seu estágio final, infalivelmente ocorrem vômitos intensos e
sucessivos, através dos quais a pessoa elimina uma quantidade espantosa de
gosma transparente. Essa gosma é formada pelas toxinas do câncer e
normalmente é inodora, mas em algumas pessoas tem um cheiro forte e
desagradável. Em casos graves, a quantidade de gosma no estômago é tão
grande, que o doente perde completamente o apetite.
Como eu disse anteriormente, o câncer verdadeiro é espiritual, sendo que o mais
representativo é o câncer no estômago. Mas qual é a sua causa? São máculas
contraídas em outra vida. Os portadores dessa doença são reencarnações de
dragão. Este, em uma de suas reencarnações, nasceu como cobra e devorou
muitos seres vivos, contraindo máculas que se tornaram a causa da doença, na
vida atual. Ao reencarnarem como seres humanos, sofrem obstinadamente, devido
ao ódio desses espíritos. O câncer e a gosma são a materialização desse ódio.
Logicamente, isso também é uma purificação. Aliás, a fisionomia da maior parte dos
portadores de câncer estomacal verdadeiro lembra o dragão. Através do nosso
tratamento, é possível obter-se a cura total, desde que a fraqueza física não seja
excessiva. Dependendo do caso, entretanto, a cura é muito demorada

CÁRIE ÓSSEA

A cárie óssea em geral ocorre na espinha, nas costelas, nos quadris, etc. A cárie da
espinha caracteriza-se pela curvatura da coluna vertebral; em casos graves a
pessoa fica corcunda. No inicio da doença, para evitar a curvatura, os médicos
engessam o doente e obrigam-no a dormir de barriga para cima. Isso tem algum
efeito, mas a dor é intensa.
Na região dos quadris e no fêmur, a cárie óssea aparece geralmente em forma de
perfurações, em um ou em vários pontos, por onde é eliminada uma grande
quantidade de pus. As perfurações podem ser naturais ou artificiais. Nos casos
mais sérios, a eliminação de pus é constante, através de perfurações em diversos
locais. Há pessoas que levam anos para eliminá-lo todo. É impossível calcularmos
a quantidade desse pus. Mesmo imaginando o corpo inteiro tomado por ele, a
quantidade ainda é bem maior. Em alguns doentes, a dor é amena; em outros, é
violenta. A causa da dor são as toxinas medicinais; quem não tem esse tipo de
toxinas, não sente dor, ou então a dor é branda. Existem pessoas que apenas ficam
inchadas, não eliminando pus; isso acontece porque a purificação é fraca.
A cárie óssea é uma doença considerada incurável pela Medicina. Através do nosso
tratamento a cura é completa; entretanto, no caso da cárie na espinha, embora haja
uma grande correção da curvatura da coluna, é difícil ela retornar ao estado normal.
A causa dessa doença é espiritual, por isso vou explicá-la.
No Mundo Espiritual, vários espíritos de ancestrais estão sofrendo no Inferno. Como
eles não conseguem purificar todas as suas máculas, está determinado que a parte
restante seja dividida com os seus descendentes. É como as cinzas que sobram
quando se queima alguma coisa. Nesse caso, é escolhida uma pessoa entre os
descendentes e ela torna-se a vitima. Seria inconveniente isso acontecer com o
chefe da família; assim, normalmente é escolhido um filho ou uma filha
adolescentes, ou então a esposa. As máculas são transmitidas ininterruptamente ao
cérebro da pessoa, descendo, em seguida, para a coluna vertebral ou para os
quadris, onde se materializam. O pus é a materialização dessas máculas. Como se
trata da purificação das máculas de dezenas ou centenas de espíritos dos
ancestrais, é natural que seja grande a quantidade de pus.
A maioria dos casos de pleurisia purulenta maligna, tuberculose, hemorróidas e
outras doenças, tem como causa o que foi dito acima. Mas elas só podem ser
diagnosticadas quando a eliminação de pus e catarro for bem acentuadas.
A cárie das costelas é diferente. Trata-se simplesmente de toxinas medicinais
acumuladas por baixo do periósteo; com a purificação, elas são expelidas, através
de buracos que se abrem nas costelas ou no periósteo. Por esse motivo a dor é
violenta. Através do nosso tratamento, a cura é fácil e total.

DOENÇAS DA VISTA

Entre as doenças da vista também há muitos casos de origem espiritual. A cegueira,


na maioria das vezes, é causada pelo encosto de espírito de cobra. Isto acontece
porque, ao matar uma cobra, geralmente a pessoa esmaga-lhe a cabeça, que é o
seu ponto vital, e também os olhos. Assim, a partir do momento em que ocorre o
encosto, a pessoa fica cega. A hemeralopia, ou cegueira noturna, é motivada pelo
encosto do espírito de uma ave. A acromatopsia é o caso de reencarnação de
pessoas que, após virem ao Mundo Material sob forma animal, morrem e voltam a
renascer novamente na forma humana e, por essa razão, ainda lhe restam
características animais. A propósito disso, explicarei a relação entre o homem e o
animal.
Quando Deus criou todas as coisas existentes no Universo, o homem foi sua última
obra, tendo sido formado pela soma das características de todos os seres vivos.
Sendo assim, ele é uma composição artística criada por Deus, na qual se conser-
vam aspectos de pássaros, quadrúpedes, insetos e até mesmo peixes. Para melhor
compreensão, vamos analisar os animais.
Cada espécie de animal possui características próprias. O cavalo, por exemplo,
caracteriza-se pela obediência e pela valentia; ao relinchar, ele emite um som que,
em japonês, classifica-se no grupo de sílabas ha-hi-fu-he-ho. O cachorro é fiel, e o
som emitido por ele é do grupo wa-i-u-e-o; o macaco é esperto, incluindo-se no
grupo ka-ki-ku-ke-ko; o gato é preguiçoso e astuto, pertencendo ao grupo na-ni-nú-
ne-no; o rato é mesquinho e liga-se ao grupo ma-mi-mu-me-mo; o porco é imbecil,
sendo do grupo ba-bi-bu-be-bo. O mesmo acontece em relação a cada espécie de
ave: o som emitido pelo pardal é do grupo de sílabas ta-ti-tsu-te-to; o falcão é do
grupo ha-hi-fu-he-ho; o canário, do grupo pa-pi-pu-pe-po; o corvo, do grupo ka-ki-
ku-ke-ko; o pato doméstico, do grupo ga-gui-gu-gue-go. Através dessas característi-
cas podemos reconhecer o animal. A visão deles é monocromática. Só enxergam
uma cor: vermelho, azul, roxo, amarelo ou branco; conseguem enxergar no máximo
duas cores. O daltonismo deve-se a esse principio.

SURDEZ, PRISÃO DE VENTRE, DIFTERIA

A surdez, na maioria dos casos, é de origem espiritual. Uma das causas é a pessoa
ter tido morte violenta na vida anterior, com lesão do tímpano, e reencarnado antes
de recuperar-se totalmente no Mundo Espiritual. Pode tratar-se, também, de
reencarnação ou encosto de dragão da árvore. Como eu disse em outra
oportunidade, o espírito encostado nas árvores é um dragão. Quando alguém corta
e derruba uma árvore, esse espírito pode encostar no filho ou no neto de quem
praticou tal ato. A surdez provocada pelo dragão da árvore é a mais difícil de ser cu-
rada. A palavra "tsumbo” (surdo) é formada pela união das palavras “tsum" (dragão)
e "bo" (ouvido). Parece que os antigos já tinham conhecimento desse fato.
A prisão de ventre de causa espiritual limita-se aos bebês, havendo alguns que já
nascem com o problema. É decorrente da reencarnação do espírito de uma pessoa
que, na vida anterior, sofria desse mal e morreu com ele. Torna-se fácil descobrir
isso porque tais bebês têm afeições de adulto e, principalmente, de velho.
Entretanto, mesmo sem qualquer tratamento, as funções do corpo geralmente se
normalizam em um ou dois meses, e, nesse ínterim, o rosto volta a ser de bebê.
Observando atentamente o rosto dos recém-nascidos, vemos que há muitos com
aparência de velhos, o que comprova tratar-se realmente da reencarnação do
espírito de um ser humano.

Quanto à difteria, é causada, na maioria dos casos, pelo encosto do espírito de um


gato morto. Existe um meio de saber se a causa é ou não é espiritual: tratando-se
do encosto do espírito de gato, quando se aplica o nosso tratamento no nariz do
doente, ou ele espirra como gato ou solta um miado.

OS VÁRIOS ASPECTOS DA DOENÇA ESPIRITUAL

As doenças de origem espiritual na verdade são infinitas. Entre elas, citarei alguns
casos mais raros.

Um senhor de mais ou menos quarenta anos, todos os dias, ou de dois em dois


dias, de repente ficava com o corpo totalmente enrijecido e imóvel, como se fosse
uma estátua de pedra, e com os olhos e a boca abertos. Permanecia nesse estado
durante uns dez minutos. Sem dúvida era o encosto do espírito de uma pessoa
morta, manifestando-se os sintomas do momento da morte. Acredito que fosse
alguém que se suicidara ingerindo veneno, possivelmente arsênico ou outro
semelhante.

Anos atrás, um rapaz de quinze ou dezesseis anos teve uma febre repentina, sendo
acometido de convulsões. Nesse momento ocorreu uma grande transformação em
seu rosto, que ficou parecendo o de um velho de sessenta a setenta anos. Além
disso, ele demonstrava estar sofrendo terrivelmente; era algo penoso até de se
olhar. O rapaz não podia sair de casa e evitava até mesmo o convívio com as
pessoas. Penso que se tratava do encosto do espírito de um velho que morrera em
meio de grande sofrimento.

A seguir, vem o caso de uma menina de dez anos aproximadamente que tinha um
problema congênito: andava como se estivesse com as mãos e os pés amarrados,
aparentando um sofrimento insuportável. Na vida anterior, ela deve ter tido morte
inatural, com as mãos e os pés amarrados.

Além do encosto do espírito de pessoas mortas, existe o encosto de espírito de


pessoas vivas. Esse encosto geralmente está ligado ao relacionamento entre o
homem e a mulher, e pode ser bom ou mau. No primeiro caso, situa-se o amor
puro, por exemplo. Quando um homem ama uma mulher, seu espírito encosta
nessa mulher, a qual experimenta uma sensação agradável. Isso acontece porque
ela também o ama; se não o amar, ou seja, quando ocorre o encosto de espírito
que possui amor unilateral, a pessoa sente uma sensação desagradável. Essa é a
diferença entre o amor correspondido e o amor unilateral.

No caso do amor correspondido, há uma troca de pensamentos amorosos, através


do elo espiritual. Devido ao afeto recíproco, é muito difícil proibir esse
relacionamento, pois, como não conseguem suportar o sofrimento da separação, as
pessoas se esquecem de tudo, podendo até suicidar-se ou fugir. Portanto, nesses
casos, é preciso tomar cuidado ao chamar atenção ou dar conselhos, porque os
efeitos poderão ser contrários, incorrendo-se no risco de criar uma situação infeliz e
irremediável. O melhor procedimento é não intervir, pois o intercâmbio através do
elo espiritual é algo momentâneo e jamais duradouro. Por isso eu acho que o ditado
popular "O amor é uma febre" expressa realmente uma verdade.
No caso do amor unilateral, o espírito da pessoa não correspondida encosta na
outra, que é tomada de sentimentos semelhantes aos daquela, ficando na maior
tristeza, desgosto e melancolia. A grande maioria dos encostos maus, entretanto, é
decorrente do conflito espiritual surgido entre a esposa e a amante. Pode acontecer,
por exemplo, que uma amaldiçoe a outra, ou que ambas se amaldiçoem
mutuamente; é, de fato, uma luta encarniçada. Como resultado da maldição, pode-
se contrair "burabura-yamai", doença sem gravidade, mas que persiste por longo
tempo e que, naturalmente, o médico não consegue diagnosticar. Essa doença
pode progredir, transformando-se numa doença grave, a ponto de tirar a vida da
pessoa. Assim, o espírito que vai para o Mundo Espiritual, desejando vingar-se, leva
á ruína a pessoa que ficou no Mundo Material.

Por ser um problema espiritual, obviamente não se consegue enxergar, mas


quando o homem se desvia do caminho matrimonial, arranjando uma amante, ele
pode até mesmo sacrificar a vida da esposa, e esse pecado não é nada leve; por
isso deve-se evitar o máximo possível incorrer nele.

Tratando-se do encosto de espírito desencarnado, tem-se sensação de frio; no caso


de espírito encarnado, ao contrário, tem-se a sensação de calor.

CAMADAS DO MUNDO ESPIRITUAL

Já expliquei que o Mundo Espiritual está constituído dos planos Superior,


Intermediário e Inferior, mas explicarei agora a estreita relação entre eles e o
destino do homem.

Cada um desses planos se subdivide em sessenta camadas, de modo que, no total,


são cento e oitenta camadas. Eu as chamo de Camadas do Mundo Espiritual.

O homem nasce no Mundo Material por desígnio de Deus. Creio que, nesse
sentido, o elemento "mei" (desígnio), que aparece em "seimei" (vida), tem a mesma
significação que o "mei" de “meirei" (ordem).

Eis uma pergunta que todos fazem: por que razão o homem nasce? Enquanto não
compreender isso, o homem não poderá ter comportamento correto nem verdadeira
tranqüilidade, estando sujeito a levar uma vida vazia e ociosa.

O objetivo de Deus é fazer da Terra um mundo ideal, ou melhor, construir o Paraíso


Terrestre. No desenvolvimento do Seu plano, há uma grandiosidade que não pode
ser expressa com palavras, pois o progresso da cultura não tem limite. Assim, todos
os acontecimentos da História Mundial, até hoje, não passaram de operações
básicas para concretizar o objetivo de Deus. Este, concedendo diferentes missões e
características a cada pessoa e alternando a vida e a morte, está fazendo evoluir
Seu plano em direção ao objetivo estabelecido. Portanto, concluímos que o bem e o
mal, a guerra e a paz, a destruição e a construção são processos necessários à
evolução.

Como já expliquei minuciosamente, estamos atravessando a fase de transição da


Noite para o Dia. O mundo, atualmente, está prestes a dar um grande salto para a
Nova Era, a humanidade, libertando-se da selvageria, está procurando alcançar o
mais alto nível da cultura. Ai, a guerra, a doença e a pobreza terão fim. É claro que
o aparecimento do Johrei é o prenúncio disso e constitui mesmo um fator essencial.

Para o cumprimento de Seu plano, Deus emite ordens ao homem constantemente,


através de algo que é como a semente de cada indivíduo numa das camadas do
Mundo Espiritual. Dei-lhe o nome de YUKON. A ordem é primeiramente baixada ao
YUKON, e este, através do elo espiritual, a transmite à alma, núcleo do corpo
espiritual do homem. Entretanto, é dificílimo o homem comum conseguir perceber a
ordem Divina; somente aqueles cujo corpo espiritual foi purificado até certo ponto é
que o conseguem. Essa percepção é dificultada não só pela grande quantidade de
máculas, mas também pela ação de Satanás, que se aproveita dessas máculas.
Uma prova disso é que, às vezes, as coisas não correm como o homem deseja, e o
seu destino toma um rumo que ele jamais imaginaria. Existem, também, pessoas
que se sentem sempre governadas por uma força estranha e não conseguem
mudar seu destino. É que, de acordo com a posição do YUKON no Mundo
Espiritual, há diferença na missão e também no destino. Isto é, quanto mais alta for
a camada em que estiver o YUKON de uma pessoa, melhor ela perceberá as
ordens Divinas e mais feliz será. Ao contrário, quanto mais baixo ele estiver, mais
infeliz a pessoa. As camadas superiores correspondem ao Céu: mundo de alegria,
saúde, paz e riqueza material; em contraposição, as camadas mais baixas
correspondem ao Inferno: mundo de sofrimento, doença, conflito e pobreza. Assim,
para ser verdadeiramente feliz, o homem deve, antes de mais nada, elevar a
posição do seu YUKON.

E como é que ele pode conseguir isso? Purificando seu corpo espiritual. Este está
sempre se elevando ou baixando, dependendo da quantidade de máculas; o
espírito purificado se eleva, por ser leve, e o espírito maculado desce, pelo peso
das máculas. Portanto, para purificar seu espírito, o homem deve praticar boas
ações e acumular virtudes. Isso requer muito tempo e sacrifício, mas eu afirmo que
há um meio que permite subir, de uma só vez, mais de dez degraus no Mundo
Espiritual: fazer o curso do nosso método de tratamento. As pessoas que têm
recebido esse tratamento são unânimes em dizer que, espiritualmente, sentiram
uma grande mudança, passando a ver a vida de modo diferente. Elas afirmam que
seu "tie shokaku" (inteligência da percepção verdadeira) se desenvolveu, que estão
conseguindo compreender melhor a verdade das coisas. Declaram, ainda, que se
tornaram otimistas, reconhecendo a existência de uma luz de esperança no futuro,
e que pela primeira vez souberam o que é tranqüilidade. Surpreendem-se, também,
por não lhes faltarem recursos materiais, por não sentirem falta de nada. Seus
problemas - elas próprias o dizem - têm diminuído, e, na mesma proporção, sua
felicidade tem aumentado. É algo verdadeiramente misterioso. Todas essas
pessoas reconhecem que realmente foram salvas. Assim, tenho visto e ouvido,
diariamente, uma infinidade de vozes de agradecimento.

COLETÂNEA DE ESTÓRIAS DO MUNDO ESPIRITUAL

Apresentarei a seguir, a título de ilustração, várias experiências minhas. Tratando-


se de fenômenos imperceptíveis através dos nossos cinco sentidos, não posso
afirmar que não haja erros no que vou expor. Entretanto, como tenho o propósito de
ser fiel à verdade o mais possível, gostaria de que os leitores me dessem
credibilidade.

O ESPÍRITO DE HIROKITI

O fato que vou contar aconteceu no início das minhas pesquisas e experiências
sobre a cura das doenças. Eu dava assistência a uma jovem de dezenove anos que
sofria de doença pulmonar em terceiro grau. Com a aplicação do segundo trata-
mento, verificou-se algum efeito positivo. No início do terceiro, a Sra. M., mãe da
jovem, de aproximadamente cinqüenta anos, que estava ao lado observando, de
repente se levantou e ficou meio inclinada. Apresentava uma fisionomia triste e,
parecendo querer me agredir, falou: Você quase me destruiu. Quando eu já ia
conseguindo matar essa moça, você interferiu e salvou-a. Estou realmente muito
zangado, por isso vou fazê-lo sofrer.

Como era voz de homem, fiquei deveras surpreso e perguntei:

- Mas quem é você? Fique calmo!

Quando consegui acalmá-lo, ele sentou-se pesadamente e declarou:

- Meu nome é Hirokiti.

Então, indaguei:

- Qual a sua relação com esse corpo?

- Sou irmão mais novo da quarta geração dos ancestrais dessa família:

- Mas por que encostou nessa jovem e tentou matá-la?


- Eu abandonei meu lar e morri fora de casa. Por estar de relações cortadas com
meus familiares, ninguém se importou comigo. Desejando que me sufragassem, fiz
tudo para que eles despertassem para esse meu desejo; provoquei doenças,
inclusive, mas até hoje ninguém percebeu. Fiquei muito injuriado, por isso vou
matar essa moça: Creio que, assim, alguém perceberá.

- Você veio do Inferno, não?

- Sim, estive muito tempo no Inferno. Como não queria ficar mais lá, fugi, com a
intenção de que me sufragassem.

- Mas você sabe que, se fizer o que está pretendendo, cairá num nível infernal pior
do que aquele onde estava até agora?

Ao ouvir minhas palavras, o espírito mostrou-se muito surpreso e perguntou-me:

- Isso é verdade?

- É verdade. Sou uma pessoa que executa as tarefas de Deus e de modo algum
posso mentir. E também prometo sufragá-lo.

Assim, apresentai-lhe vários argumentos, acabei convencendo-o. Tendo finalmente


compreendido, ele decidiu colaborar comigo na cura da moça: Hirokiti era um
homem simples e de bons sentimentos; suas maneiras e sua linhagem eram
próprias das pessoas nascidas em Tóquio. Parecia ser um artesão da periferia
daquela cidade, do fim da Era Tokugawa (16OO -1867).

Durante todo o tempo em que o espírito permaneceu encostado na Sra. :M., ela
esteve totalmente inconsciente. Era realmente uma médium ideal. Depois disso, a
doença de sua filha foi caminhando favoravelmente para a cura: Certo dia, no
entanto, a Sra. M. veio me procurar, dizendo:

- Tenho a impressão de que há uns dois ou três dias um espírito encostou em mim.
Queria que o senhor me examinasse.

Imediatamente realizei o exame espiritual. Assim que a senhora se sentou e fechou


os olhos, fiz a oração e, quando vi que ela estava totalmente inconsciente,
perguntei:

- Quem é você?

- Sou um deus.

- Que deus e qual a sua função?

- Sou o deus que exorciza o Mal; só que não posso dizer meu nome.
Então pensei: "Dizem que há deuses verdadeiros e deuses falsos. É preciso tomar
cuidado. Este pode ser falso, portanto não posso ser enganado." Assim, indaguei
com certa precaução:

- Para que o senhor se manifestou?

- O Mal quer se apoderar da moça que o senhor está tratando. Vou lhe ensinar
como exorcizá-lo.

- O que devo fazer?

- De manhã e à noite, deve jogar sal na direção do nordeste e orar. Sem responder
às perguntas que fiz em seguida, o espirito falou: Vim comunicar-lhe apenas isso;
o resto não é urgente.
Dizendo tais palavras, foi embora: Nesse momento, a Sra.M. despertou e, com ar
impressionado, perguntou:

- Mestre, o senhor viu?

- O quê? Não vi nada, respondi.

- Quando o senhor começou a oração, fez um barulho tremendo lá atrás e logo em


seguida eu vi uma pessoa sentar-se ao meu lado. Era tão alta que, sentada, sua
cabeça encostava no batente. Não consegui ver-lhe o rosto direito, mas tinha os
cabelos pretos penteados para trás e uma faixa amarrada em volta da cabeça.
Vestia uma roupa finamente tecida com folhas de árvore, a qual reluzia em cinco
cores. Assim que o espírito encostou em mim, perdi os sentidos.

Ouvindo isso, compreendi que não havia dúvida: tratava-se de um deus verdadeiro.
Após uma pesquisa, descobri que era o deus Kunitokotati-no-Mikoto.

Dois ou três dias depois, a Sra: M. voltou a procurar-me, dizendo:

- Peço-lhe que me examine, pois acho que um espírito encostou em mim


novamente.

Iniciei o exame espiritual logo em seguida, mas dessa vez foi completamente
diferente da anterior. Quando eu lhe perguntei quem era, o espírito respondeu:

- Faço parte da família da seita Doryo Gonguen, de Odawara:

Perguntei-lhe, então:

- Qual a razão desse encosto?

- Quero pedir perdão.


- E por que motivo?

- Na verdade, essa senhora é membro da Doryo Gonguen, mas, como sua filha
foi salva pela força do deus Alá, fiquei enfurecido e pensei em atrapalhar. Acontece
que fui descoberto e não sei o que fazer.

Quando o espírito acabou de falar, a Sra: M. caiu de lado. Permaneceu durante uns
cinco minutos nessa posição, com os olhos fechados, a respiração ofegante e
gemendo. Ao fim desse tempo, abriu os olhos e disse:

- Puxa, fiquei impressionada! No início, entrou uma coisa preta em meu corpo, mas
logo chegou alguém e açoitou-a com um objeto semelhante a um chicote, e a coisa
preta fugiu.

Então compreendi que a advertência que aquele deus me fizera, dois ou três dias
atrás, para eu me precaver contra o Mal, referia-se a isso. A partir dai a filha da Sra.
M. foi melhorando dia a dia e, finalmente, sarou por completo. Assim, comecei a su-
fragar o espírito de Hirokiti. Antes, no entanto, ele voltou a encostar na Sra:M. e,
mostrando-se muito agradecido, disse:

- Graças a Deus, ultimamente estou na parte superior do Inferno e me sinto muito


confortado. - E prosseguiu: - Tenho um pedido a lhe fazer. Quero que todos os dias,
de manhã, coloque três grãos de arroz no canto da pia da cozinha; pode ser num
cálice de saquê.

Como eu lhe perguntasse o motivo daquele pedido, o espírito respondeu:

- No Mundo Espiritual, três grãos de arroz por dia é o suficiente. - Em seguida,


acrescentou: - Encontro-me numa posição que ainda não me permite passar da
cozinha:

Passado algum tempo, Hirokiti falou que já podia chegar até a sala: Nessa época, o
Altar de minha casa ficava no andar superior. Posteriormente, ouvindo que ele já
tinha permissão para ir até o aposento contíguo ao do Altar, pensei comigo mesmo
que estava em condição de ser sufragado. Dois ou três dias depois, eu estava
trabalhando em meu escritório, quando alguma coisa encostou em mim.
Experimentei uma sensação de grande alegria, a ponto de derramar lágrimas.
Imediatamente fui para um aposento onde não havia ninguém e perguntei ao
espírito encostado em mim quem era ele. O espírito respondeu que era Hirokiti e
acrescentou:

- Hoje vim para lhe agradecer. O senhor deve saber muito bem o quanto estou
contente. – Disse-me, também, que tinha outro pedido a me fazer. Como eu lhe
perguntasse qual era, explicou:

- Depois que fui sufragado, fiquei realmente feliz e gostaria de continuar para
sempre nesta situação. Estou farto da vida terrena: Na terra, a pessoa não tem
direito de comer se não trabalhar, só tem sofrimento, e isso realmente não me
agrada: Quero que peça a Deus para eu não reencarnar outra vez. - Dizendo isso, o
espírito de Hirokiti me agradeceu imensamente e foi embora:

Através desse fato podemos compreender que a vida após a morte não é tão ruim
assim; podemos até dizer que é bom passar para o Mundo Espiritual. Como a
cortesia é uma tônica naquele mundo, o espírito que for salvo infalivelmente vem
agradecer. As vezes ele manifesta seu agradecimento através de terceiros, em
forma de bens materiais. Freqüentemente ganhamos coisas que desejamos de
pessoas que nem imaginávamos; o motivo é o que acabei de explicar.

A Sra: M. era uma médium ideal e me prestou valiosa ajuda: Certa vez ela recebeu
o espírito de um bebê. O choro era realmente de bebê, e os movimentos também.
Fiz-lhe várias perguntas, mas, por sua condição de bebê, ele não conseguia falar.
Sem outra alternativa, pedi-lhe para escrever. Então, com o polegar, o espírito
escreveu no "tatami"(1 6): "Assim que eu nasci, enrolaram-me num pano e jogaram-
me num rio, e eu morri afogado; desde então até hoje, estou desamparado, por isso
lhe peço que me sufrague." Como eu prometesse que satisfaria o seu desejo, o
espírito foi embora contente. Acredito que ele escreveu aquelas palavras com a
ajuda de alguém, no Mundo Espiritual, que, tomando a sua mão, redigiu a
mensagem.

Em outra oportunidade, encostou na Sra: M. um espírito que não respondia de


forma alguma às perguntas que lhe fiz, embora eu as repetisse diversas vezes.
Depois de usar vários métodos, compreendi que se tratava do espírito de um
pinheiro. No dia anterior, um funcionário de certo Ministério, dono da casa em cujo
jardim o pinheiro estava plantado, cortara um galho dessa árvore e o oferecera a
Deus. O espírito encostado no pinheiro fez o seguinte pedido: "Quero que cavem
um buraco num terreno onde ninguém pise, enterrem o galho cortado e façam uma
oração." Assim foi feito.

(16) Esteira de 1,80 X 0, 90m feita de caules de pó de arroz.

BONECA FANTASMA

Até hoje acho muito interessante o fenômeno espiritual que vou contar a seguir.
Certa ocasião, uma pessoa me disse que em determinado local havia uma boneca
que se transformava em fantasma, e me perguntou se, espiritualmente, existia
alguma solução para esse problema. A boneca em questão tinha o rosto cheio e
arredondado, e era do tamanho normal de uma pessoa. Quem se tornava seu dono,
infalivelmente vinha a sofrer. O fato acontecia sempre de madrugada, quando tudo
era silêncio e não se ouvia nenhuma voz. A boneca subia sobre o dono,
adormecido, e apertava-lhe o pescoço, às vezes dando gargalhadas. Ela fora mu-
dando de dono sucessivamente, mas o atual, com medo, deixou-a guardada em
certa casa e pediu-me que fosse lá. Como a minha curiosidade não me permitia
esperar, fui imediatamente.
A casa ficava localizada no bairro de Fukagawa. Assim que eu cheguei,
conduziram-me a um aposento do segundo andar. Realmente, lá estava uma
boneca do tamanho natural de uma pessoa, vestida com um traje cerimonioso e
segurando um leque numa das mãos, erguida em postura de dança. Era uma
boneca muito antiga; acredito que tenha sido feita antes da Era Meiji (1868-1912).
Uma obra realmente magnífica; parecia estar viva. Sentei-me à sua frente e,
dirigindo-me ao espírito encostado nela, ordenei-lhe que encostasse em mim. Ele o
fez prontamente e logo comecei a sentir uma profunda tristeza. Mesmo depois de
voltar para casa eu continuava triste, a ponto de derramar lágrimas. No dia
seguinte, chamando a Sra. M., pedi ao espírito para encostar nela e me contar
detalhadamente tudo sobre a boneca. Pela boca daquela senhora, ele me narrou a
estória que se segue:
"Meu nome é Arai Saku. Há mais ou menos quarenta anos, eu era uma meretriz de
certo bordel de Quioto, e por manter relações íntimas com o dono da casa, a
esposa dele, enciumada, começou a me atormentar. No final, o marido também
passou a me detestar, e os dois me maltratavam. Meu tormento era tanto, que
resolvi suicidar-me, atirando-me num rio que passava nas proximidades. Depois
disso caí no Inferno, mas agora, finalmente, consegui fugir de lá. Pensando em
vingar-me de algum modo, fui ao bordel, porém o casal já havia morrido. Não
sabendo como livrar-me daquele ressentimento e não tendo ninguém que me
sufragasse, encostei nessa boneca, que eu havia ganho de um cliente e da qual
gostava muito. Durante a vida terrena, eu seguia a seita Tsuma-Goi Inari; sendo
assim, pedi vingança à raposa padroeira do "Inari" e às suas companheiras, que
prometeram me ajudar. Entretanto, como a pessoa visada não se encontrava mais
neste mundo, descarreguei meu ódio naqueles que se tornavam donos da boneca."

Com lágrimas nos olhos, o espírito pedia perdão pelo erro cometido. Fiquei
bastante penalizado e dispus-me a sufragá-lo, mas para isso seria preciso libertá-lo
da raposa, o que não era nada fácil. Enquanto conversávamos, o espírito de Arai
Saku transformava-se em raposa e momentos depois voltava a ser aquele espírito.
Dessa maneira, lamentavelmente ele se encontrava na situação de espírito híbrido
de homem e animal ainda na fase inicial. Pacientemente, consegui convencer o
espírito da raposa, que acabou concordando em se afastar de Saku. Entretanto,
impôs uma condição: que eu colocasse uma tigela de arroz no porão de minha casa
todos os dias, durante um mês. Fiz como ele pediu, e o problema se resolveu. Até
hoje estou sufragando o espírito de Saku Arai. Sempre que esse espírito está
prestes a encostar, a Sra. M. consegue vê-lo. Então ela diz: "A Sra. Saku está
chegando." Certa vez eu perguntei como ela estava vestida, e a Sra. M. respondeu:
"Está com uma porção de prendedores de carapaça de tartaruga na cabeça, de
vestido longo, sentada ao meu lado."

Contando esse caso a um colega que também se dedica a trabalhos espirituais, ele
me falou que queria experimentar fazer exame espiritual. Assim, juntamos cerca de
dez pessoas e realizamos uma espécie de reunião de exame espiritual. Nessa
ocasião, examinando a Sra. M., meu colega insultou o espírito da raposa, que,
enfurecido, disse: "Não me faça de bobo. Esta concubina, no antigo bairro Guion,
de Quioto, era mandachuva da menina tal, da casa tal; vou lhe mostrar a elegância
das concubinas daquela época." Nesse momento, a Sra. M. se levantou e,
erguendo um pouco a barra da saia e fazendo movimentos caracteristicos,
começou a andar na sala de um lado para outro. A certa altura eu falei: "Chega, já
entendi. Agora sente-se." Fiz, então, que ela recobrasse a consciência e interroguei-
a sobre o que se passara. A Sra. M. não sabia de nada. Já consciente, falou:
"Agora, estão aqui dois espíritos de raposa. O senhor está vendo?" "Não estou
vendo, não - disse eu. Como são eles?" "Um é amarelo, o outro é branco; têm o
tamanho normal de raposa." Mal acabou de dizer isso, acrescentou: "Engraçado,
eles agora entraram dentro da boneca. Eu perguntei em que parte eles estavam e
ela respondeu: "Estão sentados eretos, no centro da barriga, olhando para cá e
rindo."

Diante de tudo isso, concluí que a atuação dos espíritos é deveras misteriosa. Não
obstante, o caso da boneca fantasma foi solucionado.

ESPÍRITO DE RAPOSA

No Mundo Espiritual do Japão, existem atividades dos espíritos de raposa que


merecem destaque.

Os espíritos de raposa têm preferência pela Religião X. Certa vez, um deles me


disse que, ouvindo seus ensinamentos, adquiria mais poderes sobrenaturais. Os
praticantes da referida religião também utilizam bastante esses espíritos e com isso
realizam muitos milagres: cura de doenças, adivinhações, etc. Em relação à cura de
doenças, o poder do espírito de raposa limita-se a um único tipo: as que são
causadas por espíritos de nível inferior ao seu, porque, nesse caso, consegue
expulsá-los. Entretanto, é um espírito persistente; mesmo depois da cura da doença
custa a se retirar. Aproveitando-se do benefício que fez à pessoa, procura utilizá-la
para o seu próprio bem, ou seja, para que ela o cultue. A maioria desses espíritos
são selvagens e desejam subir de posição, para ter um "Inari"; daí as dificuldades
que encontramos na solução das doenças.

O espírito de raposa é muito hábil em fazer com que o homem pareça doente
mental. Como eu já disse, ele manipula livremente o senhor da criação, o que é um
fato realmente curioso.

Muitas vezes, os ascetas fazem adivinhações, mas eu vou explicar o motivo.


Quando a pessoa interessada se coloca diante do asceta, um espírito de raposa
encosta nela e aloja-se no seu cérebro. Depois de captar-lhe o pensamento, as
lembranças e os desejos, encosta imediatamente no asceta e faz-lhe um relatório.
Então ele fala: "Você deve estar pensando isso, assim, assim, não é?" "Aconteceu
isso e aquilo, não foi?" Ouvindo essas palavras, a pessoa acredita nelas como se
fossem as palavras do próprio Deus. Além disso, o asceta diz: "Você deve tomar
cuidado, pois por volta de tal hora pode acontecer tal coisa:" E o fato sucede
exatamente como ele havia previsto, de modo que a pessoa fica assustada e acaba
se convertendo. Nesses casos, quando o asceta faz o prognóstico, ordena ao
espírito de raposa que fique incorporado na pessoa e, chegando a hora
determinada, aja de acordo com as ordens recebidas. Há criaturas que consegui-
ram obter sucesso através desse método, sendo consideradas como deuses vivos.
A conhecida Sra: X é uma delas.

Existem dois tipos de espírito de raposa: o espírito de raposa de "Inari" e o de


raposa selvagem. O primeiro é venerado como "lnari-Daimyo-Shin"(17); entre eles
há alguns cuja família é numerosa e podem ser considerados como reis, no mundo
da raposa; os "Inari" famosos de vários locais referem-se a esse primeiro tipo. Por
outro lado, os espíritos de raposas selvagens relacionam-se a pessoas
desempregadas e vadias. Acredito que as expressões "yakozen" (pessoas que, no
budismo, se vangloriam de terem alcançado a Iluminação) e "yajin" (pessoa grossei-
ra, camponês) originam-se daí. Esses espíritos passam dificuldades no tocante à
alimentação e à moradia: Além disso, como não conseguem prestígio entre os
companheiros, desejam ser cultuados no "Inari" o mais rápido possível, tornando-se
integrantes da família aí cultuada.

Quem causa mais danos ao homem é a raposa selvagem. Entre as raposas, as


mais velhas têm maiores poderes sobrenaturais. As famosas "Inari Daimyo-Shin"
devem ter alguns milhares de anos. O espírito híbrido de raposa e de homem, por
exemplo, protege os descendentes deste, presta serviços ao deus Ubussuna-gami,
etc; é, portanto, uma raposa que faz o bem. Mas quando ela se zanga, devido a
uma negligência por parte do homem ou por outro motivo qualquer, faz o homem
sofrer. As raposas velhas são brancas; o deus Ubussuna-gami diverte-se montando
nelas.

(17) Espírito de Grande Iluminação do “Inari"'.

Explicarei agora, de maneira simples, a origem do "Inari". segundo uma lenda


antiga, o deus Tensho-Kotai-Mikami, para tornar fértil o solo do Toyoashiraha-
Mizuhono-Kuni (nome antigo do Japão), ordenou ao deus Toyuke Myojin que
espalhasse arroz pelos quatro cantos do pais. Na ocasião, esse deus utilizou várias
raposas para plantar sementes de arroz em todas as regiões. Aliás, a palavra "Inari"
significa carregar ou produzir arroz. Por esse motivo, a raposa é venerada como
divindade em todo o Japão. Os agricultores sentem-se no dever de realizar-lhe
cultos de gratidão e pedido de boa colheita; eis a razão da existência do "Inari".
Entretanto, não se sabe desde quando, esse objetivo foi desviado, e a fé
centralizada no "Inari" tornou-se confusa: O alvo das orações passou a ser a
realização de desejos egoísticos e a solução de problemas das pessoas ligadas ao
mundo da prostituição, ou seja, assuntos que não têm nada a ver com a agricultura.

OS ESPÍRITOS DE RAPOSA E A SENHORA

Entre as inúmeras experiências que eu tive, vou apresentar a que me parece mais
significativa: Diz respeito a uma senhora com mais de cinqüenta anos que
incorporou de vinte a trinta espíritos de raposa: Esses espíritos, através de vários
meios, sempre a faziam sofrer. Eu deixei que ela ficasse uns cinco ou seis meses
em minha casa e apliquei-lhe o tratamento espiritual.
A senhora entendia o que o espírito da raposa falava; aliás, o espírito se
expressava através de sua boca: Certo dia ela me disse: "Mestre, a raposa está
dizendo que hoje vai me matar, vai fazer meu coração parar. Ela está entrando por
baixo dele e remexendo-o, por isso sinto uma dor intensa até parece que minha
respiração vai parar. Portanto, chame meus familiares, pois quero vê-los antes de
morrer." Disse isso com aspecto de grande sofrimento, de modo que eu também
fiquei impressionado e chamei seus parentes com urgência, por telefone.

O marido e mais cinqüenta e seis pessoas da família vieram vela e, tal como nos
momentos que antecedem a morte, havia à sua volta uma atmosfera de tristeza e
dor. Entretanto, à medida que o tempo passava, a dor que a senhora sentia foi
desaparecendo aos poucos. Depois de duas ou três horas, ela já não tinha mais
nada: tranqüilizados, seus familiares foram embora. Desse modo, fomos logrados
pelo espírito da raposa: O fato repetiu-se duas ou três vezes, mas não me deixei
enganar.

Certo dia, ao anoitecer, a senhora falou: "Mestre, hoje de manhã a raposa me disse
que ia prender minha urina, e depois disso parei de urinar." Então eu lhe apliquei
ondas espirituais na região da bexiga e logo a urina começou a sair normalmente.
Outro dia ela se queixou: "Ultimamente, na hora das refeições, a raposa diz que não
vai me deixar comer, ai a comida pára na altura do esôfago e eu não consigo comer
mais. "Eu lhe disse para vir fazer as refeições junto comigo. Na primeira vez, a
senhora afirmou que a raposa estava dizendo as mesmas palavras, e que a comida
já não estava descendo. Imediatamente apliquei ondas espirituais no arroz e,
também, na região do esôfago. Logo a seguir, ela já conseguia comer novamente.
Depois disso, o fato não se repetiu. Na hora em que eu estava aplicando o
tratamento, apalpei com a ponta dos dedos a região do pescoço e embaixo do
braço e notei a existência de vários nódulos do tamanho de grãos de soja;
aplicando as ondas espirituais nesses nódulos com a ponta do dedo, verifiquei que
cada um deles era um espírito de raposa: A cada nódulo que eu focalizava, o
espírito soltava gritos de dor, e dizia pela boca da senhora: "Xi, fui descoberto! Ai,
que sofrimento, que dor! Ajude-me! Vou sair já, vou sair!" Desse modo, foi saindo
um por um; no total, eram quase trinta espíritos.

Uma manhã, bem cedo, a senhora vinha pelo corredor transtornada, em direção ao
meu quarto. Alertado por uma pessoa da casa, que acordara com o barulho,
levantei-me depressa:
Notei que a senhora estava com um olhar estranho; parecia segurar alguma coisa
numa das mãos, posta para trás. Vendo-a aproximar-se de mim passo a passo,
avancei sobre ela a agarrei-lhe a mão. Estava segurando uma piteira: Perguntei-lhe
o que ia fazer com aquilo, e ela me respondeu: "Vou agredir você." Quase
arrastando-a, levei-a para o seu quarto e, depois de fazê-la sentar-se, apliquei-lhe o
tratamento espiritual na cabeça:
Devia haver vários espíritos de raposa em sua testa, pois eles diziam, com voz
uniforme: "A coisa é séria! Fujam todos, fujam! Ah, não suporto mais, que dor, que
sofrimento!" Achei engraçado, mas contive o riso. Depois de alguns minutos de
tratamento, a senhora voltou ao normal.

Em outra ocasião, a mesma senhora me perguntou: "Mestre, será que, eu tenho


cabeça?" Passando-lhe a mão na cabeça, respondi: "E claro que tem. Veja, aqui
está:" Ai ela contou que um espírito de raposa dissera que iria derreter sua cabeça
naquele dia, e por esse motivo estava muito preocupada: A partir dai, vivia com um
espelho na mão, olhando-se. Como eu lhe perguntasse o motivo, respondeu-me:
"Tenho receio de que o espírito da raposa derreta minha cabeça, por isso não
consigo largar o espelho." Eu lhe disse várias vezes que aquilo era bobagem, mas
ela não acreditava em mim e deixou-me em maus lençóis. Embora apresentasse
diversos sintomas, a senhora de quem estou falando não tinha nenhum outro
problema especial. Naturalmente, também não era uma doente mental. Entretanto,
eu sempre dizia que ela era uma demente consciente.

Mas qual era a causa do problema? É que, na vida anterior, aquela senhora fora
dona de um bordel e ganhara dinheiro usando muitas jovens. Estas, no exercício de
sua profissão, viam-se obrigadas a enganar os clientes, tal como a raposa: Assim,
quando passaram para o Mundo Espiritual, caíram no mundo dos quadrúpedes e
tomaram-se espíritos de raposa: Com ódio da senhora, esses espíritos
incorporaram nela e, para vingar-se, fizeram-na sofrer.

No Mundo Espiritual, as prostitutas, as gueixas e os detetives e espiões, tomam-se,


respectivamente, raposas, gatos e cachorros. Cada um segue o seu destino, de
acordo com a profissão exercida no Mundo Material. Portanto, o ser humano deve
praticar atos meritórios, dignos de um ser humano, e não atos vergonhosos.

ESPÍRITOS DE ALCOÓLATRAS

Como já expliquei anteriormente, o vício da bebida deve-se, entre outras causas, ao


encosto do espírito de "Tengu". Todavia, além das causas apontadas, há uma outra:
Quando uma pessoa se embriaga, sua personalidade muda totalmente. O caso que
se segue é bem ilustrativo.

Havia um homem de mais ou menos trinta anos, que no seu estado normal, era
uma pessoa muito quieta, porém, quando bebia, transformava-se completamente. O
problema maior é que ele gastava todo o seu dinheiro bebendo pelos bares da vizi-
nhança e, quando o dinheiro acabava, pegava emprestado para beber.
conseqüentemente, quem pagava essas contas era o pai. Pediram-me para cuidar
do caso, mas, como presumi ser um problema de origem espiritual, fiz o exame
nessa pessoa e constatei que realmente se tratava de encosto. Era o espírito do
avô, um agricultor do Estado de Saitama-ken falecido com cerca de sessenta anos.
De vez em quando esse espírito encostava nele. No dia em que eu constatei sua
presença através do exame espiritual, ele parecia admirado, olhando para todos os
lados, e me perguntou que lugar era aquele. Respondi-lhe, então.

- Aqui é minha casa, situada no distrito de Oomori, em Tóquio.


- Ah, é? Eu quero fumar um cigarro.

Dei-lhe o cigarro, mas o espírito recusou, dizendo que queria fumar cachimbo. Dei-
lhe o cachimbo, mas depois de ter dado duas ou três tragadas apetitosamente, o
homem se levantou e, passando a mão nos quadris, foi para a varanda e sentou-se
de pemas cruzadas. Olhava insistentemente para o jardim, com ar de desconfiança:
Aí eu lhe disse:

- Aqui é o Mundo Material, compreende?

- Não consigo compreender, respondeu o espírito.

- Você conhece o Inferno?

- Claro! É um lugar penoso. Mas, atualmente, estou num local um pouco melhor. Só
que lá eu não tenho nem saquê nem cigarro, e por isso me vejo em apuros.

- Porquê ?

- Porque não tenho dinheiro para comprar.

Então pensei: "No Mundo Espiritual também é difícil ganhar dinheiro."

Como o espírito dissesse, repetidas vezes, que queria tomar saquê, prometendo ir
embora se tomasse uma tigela, dei-lhe a bebida. Ele bebeu avidamente e pediu
mais uma tigela; satisfiz sua vontade novamente, e assim ele se afastou.

As vezes, encostava naquele homem o espírito do dono de um bar das


proximidades, falecido no outono do ano anterior. Era um senhor de quarenta anos
mais ou menos, que se vangloriava de sua força: Quando incorporava esse espírito,
ele abria os braços e, arqueando as pernas, dizia arrogante: "Quero ver quem é
capaz de me vencer!" Uma vez, um estudante que estava em minha casa
enfrentou-o e foi jogado longe, quebrando o braço. Nessas ocasiões, era preciso
três homens para segurá-lo, tamanha era a sua força:

No homem de quem estamos falando, cujo nome era Take, também encostava o
espírito de uma jovem de vinte anos aproximadamente, falecida havia apenas dois
meses. Era filha do dono da tabacaria situada perto de sua casa. O espírito dizia:
"Eu gostava de Take", e também: "Estou com muita sede, gostaria que me desse
água." Atendi o seu pedido e ela bebeu com sofreguidão três copos. Depois,
agradeceu imensamente e foi embora: Sua atitude era de uma jovem muito
reservada: Na ocasião, perguntei-lhe: "Naturalmente, na sua casa também lhe
oferecem água, não?" Ela respondeu: "Sim, mas eu não consigo beber." Presumo
que isso acontecia devido ao pensamento errado de quem lhe fazia a oferenda.

DOENTE MENTAL DEGENERADO


Todos os doentes mentais são degenerados, mas o presente caso refere-se a um
tipo curioso. Era um homem de mais de quarenta anos e já fazia cinco ou seis que
estava doente. Suas atitudes e sua maneira de conversar eram completamente
normais; aparentemente, era um homem igual a outro qualquer, não se podendo
dizer de maneira alguma que fosse um doente mental. Certo dia, no entanto, ele
falou que dentro do seu ventre havia um deus, o qual lhe dissera: "Vou fazê-lo
aprimorar ao máximo. Você terá de suportar qualquer tipo de sofrimento. Para isso,
não lhe darei dinheiro e vou deixá-lo na mais completa miséria: Esteja preparado."

Esse homem era chefe de seção numa indústria de carvão mineral, mas, numa
época de recessão da firma, mudou de emprego. Alguns anos depois, ficou doente.
No início da doença, esteve acamado durante vários meses. Além disso, seu corpo
ficou totalmente endurecido, e só na hora de ir ao banheiro e de comer ele
conseguia se movimentar; era como se estivesse preso à cama. Nessa ocasião, o
deus alojado em seu ventre disse-lhe que aquilo era um aprimoramento, que ele é
que estava atuando daquela forma, e, portanto, deveria continuar deitado.

Depois de um ano mais ou menos, o doente ficou mais ágil e até já saía de casa:
Entretanto, não conseguia fazer nada pela sua própria vontade; apenas obedecia
às ordens do deus. Se este, por exemplo, dizia-lhe para ir a tal lugar hoje, ele ia;
fora disso, suas pernas não se moviam. Como se pode ver, esse homem era
apenas um fantoche manipulado pelo deus. Assim, apesar de a família possuir uma
boa situação financeira, a vida foi se tomando difícil, até que a casa acabou sendo
sustentada pelos serviços extraordinários da esposa e pelo trabalho do filho numa
fábrica. Nesse espaço de tempo, o estado de saúde do doente melhorou um pouco,
e ele voltou a trabalhar naquela mesma indústria de carvão mineral. Daí para frente,
aconteceram fatos interessantes.

Um amigo seu, empregado de certa firma, disse-lhe que precisava de carvão


mineral. Como ele se prontificasse a atendê-lo, o amigo mostrou-se muito contente
e, em sinal de agradecimento pelo serviço prestado, convidou-o a determinado
restaurante. Nessa oportunidade, entregou-lhe um envelope contendo quinhentos
ienes. Estando em má situação financeira, ele ficou felicíssimo. No momento,
porém, em que ia pegar o envelope, o deus alojado em seu ventre obrigou-o a dizer
palavras completamente opostas à sua vontade: "Eu não lhe fiz esse favor visando
receber algo em troca. Não acha que seu gesto é muita falta de consideração? A
gente pode ter uma visão equivocada das pessoas, mas eu creio que isso tem
limites." Deveras surpreso, o amigo pediu muitas desculpas e guardou o dinheiro.
Ele sentiu-se decepcionadíssimo, mas não pôde fazer nada. Logo depois, ao tentar
se divertir com umas gueixas, em outro aposento, seu corpo todo endureceu e ele
não conseguia pronunciar uma só palavra. Em seguida foi ao banheiro, mas, na
hora que ia sair, subitamente caiu para o lado. Nesse instante, ouviu o deus dizer:
"Você desejou ganhar dinheiro e divertir-se com gueixas, por isso eu o deixei nesse
estado."
Um dia, seu patrão lhe falou: "Como você tem um bom desempenho, vou lhe
aumentar o ordenado e promovê-lo a supervisor." Embora ficasse muito contente,
ele relutou um pouco em aceitar o novo cargo. Quando já havia decidido aceitá-lo o
deus o fez dizer exatamente o contrário: "Eu não me importo com ordenado;
portanto, não há necessidade de aumento. Quanto ao cargo de supervisor,
dispenso-o." O patrão achou estranho, mas retirou o que disse. Certa vez, numa
entrevista com a filha do patrão, uma jovem de pouco mais de vinte anos,
conversava-se sobre assuntos sociais, quando repentinamente, o deus fê-lo sair-se
com algo inesperado: "Senhorita, me dê um beijo." Ele próprio surpreendeu-se com
suas palavras. Sem dúvida, a moça também levou um grande susto e saiu às
pressas da sala. Por esse motivo, foi demitido da firma.
A partir de então, pensando em arranjar outro emprego, esse homem ia a várias
agências e pedia ajuda aos conhecidos. Quando já estava quase conseguindo o
emprego, infalivelmente acabava aborrecendo as pessoas com palavras
desagradáveis. Sem outra alternativa, desistiu de procurar trabalho e acabou fi-
cando em casa. Não tendo conhecimento desse lato, os vizinhos falavam para sua
esposa: "Parece que seu marido não tem nenhuma ocupação, por isso gostaríamos
que ele fizesse parte da diretoria da associação do bairro ou da sociedade dos
vizinhos." Aí o deus lhe dizia: "Você não pode fazer isso." Se contrariasse essa
ordem, receberia a punição de ficar com o corpo todo endurecido, razão pela qual
passava o dia inteiro sem fazer nada. Quando suplicava ao deus que o deixasse
trabalhar, ele respondia: "Você precisa empobrecer ainda mais." Assim, acabou
ficando na maior pobreza.

Como vemos, apesar dos sintomas apresentados, é difícil dizer que o homem do
qual estamos falando fosse realmente um doente mental, pois seu pensamento, seu
senso comum, eram de uma pessoa normal; apenas ele não conseguia agir e falar
de acordo com sua própria vontade. Devia tratar-se de vingança de alguém a quem
ele fizera sofrer profundamente, na vida anterior. Há pouco tempo, já totalmente
recuperado, esse homem veio a minha casa para me agradecer.

DOENTE GROTESCO

Entre os inúmeros doentes assistidos por mim, o caso mais grotesco é o que vou
apresentar a seguir.

Era um homem de quarenta anos aproximadamente. No início, vinha acompanhado


do irmão mais velho, o qual me disse:
"Este meu irmão esteve internado no Hospital Psiquiátrico de Sendai. Como não
apresentava melhoras, nós o transferimos aqui para Tóquio. Ele fez exames num
hospital, mas nada foi constatado, e por isso estamos recorrendo ao senhor." O
doente tinha calafrios intensos, em forma de convulsões, e apresentava sintomas
de doença mental leve. Durante os exames realizados no hospital de Tóquio,
segundo ele próprio me contou, tivera calafrios tão violentos, que lhe aplicaram três
injeções, porém sem nenhum resultado. Visto terem dito que seria perigoso dar-lhe
uma quarta injeção, resolveu ir embora.

Quando esse homem veio se tratar comigo, também lhe ocorreram fortes calafrios.
Ele tremia de bater o queixo; era algo terrível, como eu nunca vi igual até hoje. Após
cerca de doze minutos de tratamento nas costas, os calafrios pararam por
completo. Vendo isso, o próprio doente e também seu irmão manifestaram desejo
de serem salvos através do nosso tratamento. Assim, resolvi acomodar o enfermo
em minha casa: Ele me disse que no Hospital Psiquiátrico de Sendai, quando lhe
sobrevinham calafrios, enrolavam-lhe o corpo todo com várias bolsas térmicas, mas
que isso não surtia nenhum efeito. Aliás, o que me deixava surpreso é que, por
ocasião dos calafrios, sua temperatura subia tanto, que era impossível medi-la.
Quando eu lhe colocava o termômetro, imediatamente este registrava o ponto
máximo e explodia. Disseram-me que também no hospital isso constituíra um
grande problema. Naqueles momentos a temperatura do doente deveria ser em
torno de 44 a 45 graus. Na hora em que a febre baixava, o quadro também era
horrível. Ele dormia no quarto típico japonês, de 6 "tatami"(18) (9,70m2); nessas
horas, o quarto parecia uma sauna, ficava totalmente coberto de vapor. O suor era
tão abundante, que molhava dois acolchoados e passava para o "tatami".

Esta situação durou cerca de dois meses. Quando parecia que o enfermo estava
melhorando, sobreveio-lhe uma violenta inchação. Ele tinha por volta de 1 ,73m de
altura; com a inchação, ficou gordo como um lutador de sumô. Contudo, não sentia
muita dor e já podia sair de casa sem problemas. Certo dia eu ri muito, pois ele me
contou que foi ao bar das vizinhanças vestindo apenas uma "yukata"(19) e sentou-
se na cadeira; com aquela veste, entretanto, não conseguia de forma alguma
esconder os órgãos genitais. A garçonete, que observava a cena, ria disfarça-
damente. As vezes, esse doente sofria isquemias cerebrais e desmaiava no
corredor. Nessa hora, parecia que as colunas da casa iam ceder; o barulho era tão
grande, que ressoava pela casa toda. Eram necessárias três ou quatro pessoas
para carregá-lo para o quarto. Assim que o colocavam na cama, eu começava a
aplicar-lhe o tratamento; após uns trinta minutos ele recobrava os sentidos.
Para agravar a situação, vários espíritos encostavam nesse homem. Eram encostos
muito estranhos: espírito de raposa, de cobra, de urso e de uma pessoa
desencarnada, que encostavam intercaladamente. Quando era espírito de raposa,
sentia dor intensa no meio da testa e ficava com um olhar esquisito, parecendo
doente mental; com a aplicação do tratamento, geralmente melhorava em dez
minutos mais ou menos. Ele disse que no passado fora amante da caça e, certa
vez, indo à montanha caçar, encontrara uma raposa e atirara nela. A raposa caiu, e
por isso ele pensou que havia matado. Ao aproximar-se, no entanto, viu que ela
ainda estava viva e ia se levantando. Então, com um tiro no meio da testa, matou-a
na hora. Depois disso, sempre que ia caçar aconteciam-lhe coisas estranhas.
Achando que era maldição da raposa, nunca mais caçou.

(18) Vide nota da pagina 224.


(19) Vestuário leve que se usa após o banho.

Além de espírito de raposa, encostavam no doente dois espíritos de cobra. Um


apertava-lhe a garganta e a outra provocava-lhe dores de mordida no abdômen. No
primeiro caso, parecia que sua respiração ia parar. Com a aplicação do tratamento,
ambos os casos eram solucionados imediatamente. Quando encostava espírito de
urso, vinha-lhe uma fome voraz; um dia comeu onze peixes de uma só vez. Ele
contou que, em Hokkaido, matara um urso com rifle; era o espírito desse urso que
encostava nele. Encostava, também, o espírito de uma pessoa desencarnada.
Nessa hora, o pobre homem gritava sem parar: "Tire esta árvore! Tire esta árvore!"
A propósito desse encosto, ele falou que, durante sua estadia em Hokkaido,
também cortara e derrubara uma árvore grande. Essa árvore caiu em cima de uma
pessoa e esmagou-a. Tentou remover a árvore enquanto a pessoa ainda respirava,
mas não conseguiu fazê-lo sozinho; então foi até o sopé da montanha buscar ajuda,
mas, quando voltou, já era tarde: ela havia morrido. Assim, o pensamento dessa
pessoa na hora da morte tomou-se um apego.

O doente sobre o qual estou falando sarou por completo em aproximadamente um


ano e até hoje continua saudável.

O ESPÍRITO DE TEXUGO E O CRÂNIO DE CAVEIRA

Os dois casos que se seguem são relatos feitos por uma de minhas discípulas,
esposa de um capitão da Marinha. Como eu acho que eles são de grande utilidade
para estudos, vou transcrevê-los aqui.

"Minha irmã mais velha é professora de uma escola feminina da região de Kyushu e
exerce a profissão há mais de vinte anos. Ela havia chegado de lá, depois de haver
passado muito tempo sem nos visitar. Era uma noite de primavera e chovia si-
lenciosamente. Nós conversávamos em volta do aquecedor, e a conversa acabou
girando sobre a existência do espírito e de forças misteriosas que a Ciência
moderna não consegue explicar.

- Falando em espíritos, certa vez presenciei um fato muito estranho - disse minha
irmã olhando para os quatro cantos do aposento e encolhendo os ombros como se
estivesse vendo alguma coisa por ali. E prosseguiu:
- Creio que o fato aconteceu há mais de dez anos, quando ainda morávamos na
casa velha, que pertenceu a samurais. Certa madrugada, minha sogra, que dormia
no andar de cima, de repente começou a dar gargalhadas. Eu e meu marido nem
ligamos, pois achamos que ela estivesse sonhando. Entretanto, como as
gargalhadas não paravam, fomos ao seu quarto, ver o que se passava. Minha sogra
ria, sem nada ver, e nós pensamos que ela havia enlouquecido. Mesmo assim,
fizemos tudo para vê-la recobrar a consciência. Procurávamos refrescar-lhe a
cabeça e o pescoço com uma toalha úmida, e chamávamos em voz alta: "Mamãe,
mamãe!" Não sei quanto tempo passou, mas quando eu torcia a toalha
desesperadamente, vimos a janela do lado oeste se abrir sozinha.
"Ouvindo as palavras de minha irmã, senti um arrepio pelo corpo todo e perguntei:
Você disse que a janela se abriu: mas pouco ou bastante?"
Você se lembra daquela janela, não? Ela media cerca de 90cm e se abriu
totalmente. Nós ficamos arrepiados e frios como se tivéssemos tomado um banho
de água gelada; nosso corpo estava tão enrijecido, que nem podíamos nos mover.
O ar gelado da noite entrou pela janela aberta, e lá fora as árvores pareciam
monstros em pé. Aquilo aumentava ainda mais o nosso medo e nem sequer
conseguíamos fechar a janela. De repente, minha sogra parou de gargalhar e,
dando-se conta de nossa presença, perguntou o que foi que acontecera. Meu
marido, conseguindo afinal abrir a boca, falou:
"O que aconteceu ou deixou de acontecer não importa. Nós é que perguntamos o
que aconteceu com a senhora?'
"Terá sido um sonho? Um bicho grande que parecia um gato ou um cachorro,
entrou debaixo do acolchoado e tentou morder-me”.
"Mas a senhora estava rindo, não?"
"Eu estava rindo?! Não me recordo. Só sei que estava lutando para não ser
mordida."
Nunca esperamos tão ansiosamente a luz do dia como naquela noite - disse minha
irmã. E continuou:
Sem poder contar nada para outras pessoas e guardando no peito aquele estranho
acontecimento, passou-se uma semana. Certa manhã, a Sra. S., minha amiga e
vizinha (a Sra. S. também é professora de uma escola feminina, como minha irmã),
entrou em minha casa pela porta dos fundos, ainda vestida de robe, e sem
cumprimentar-me foi logo falando:

"Vizinha, fui mordida na testa pelo meu marido, durante a noite".


"Pare de falar tolices logo de manhã". - Dizendo isso, comecei a rir e não lhe dei
atenção. Então a Sra. S. retrucou:

"Não é brincadeira; olhe a marca dos dentes na minha testa!"


- Ao olhar para o local indicado, fiquei surpresa: havia ali, realmente, uma profunda
marca de dentes. Assim, achei que o caso era sério e perguntei como tudo
acontecera. Tive pressentimento de que existia alguma relação entre o que a Sra.
S. dizia e o que se passara naquela noite com minha sogra.
"Mais ou menos às duas horas da madrugada - respondeu a Sra. S. - meu marido,
de repente, deu uma mordida na minha testa. Com o grito que eu soltei, ele
recobrou os sentidos e, levantando-se apressadamente, falou: "O que é que eu fui
aprontar!..." Até agora o coitado está tão desolado que até dá pena de vê-lo. Como
eu lhe perguntasse por que fizera aquilo, ele disse: "Eu estava dormindo
tranqüilamente quando um animal enorme, que não era cachorro nem gato, entrou
no quarto e tentou me morder; então parece que, desesperado, avancei sobre ele
para mordê-lo."
- Ainda hoje sinto arrepios toda vez que me lembro desses acontecimentos terríveis
e misteriosos ocorridos em duas casas na mesma semana - comentou minha irmã.
"Ao tomar conhecimento de tais fatos, lembrei-me das casas escuras e úmidas dos
samurais, feita de sapé, e até senti um frio percorrer-me a espinha."
As ocorrências narradas por minha discípula devem ter sido trabalhos de espírito de
texugo, pois nelas existem alguns pontos característicos desses espíritos. Sem
dúvida, era um espirito antigo e experiente. A gargalhada é típica do espírito de te-
xugo. O fato de haver conseguido abrir a janela, mostra a força impressionante que
ele tem.
A seguir, transcrevo o segundo caso relatado por essa discípula.
"O fato ocorreu há doze ou treze anos. A esposa do Sr. K., amigo de meu marido
desde o curso secundário, por algum motivo precisou mudar de lugar o jazigo de
sua família. O marido, a irmã mais nova e o Sr. S., marido desta, foram ao local on-
de estava o jazigo.
O Sr. S., naquela época, era um acionista de boa posição social. Quando estavam
cavando a terra, encontraram um crânio, surgido não se sabe de onde, e ele deu-
lhe um chute. As demais pessoas ficaram apavoradas com essa atitude e disseram:
"Você vai receber um castigo por ter feito isso!" Como o Sr. S. era um homem
materialista, retrucou: "Bobagem! Se existe castigo de caveira, que ela me castigue.
Arcarei com tudo sozinho." A seguir, deu uma gargalhada e foi embora. Nessa
mesma noite, ao voltar para casa, sofreu um derrame cerebral.

Depois disso, ocorreram-lhe desgraças uma após a outra. Os negócios começaram


a ir mal, e o seu gerente fugiu, levando dinheiro. Até mesmo a loja da qual ele tanto
se orgulhava, faliu, e a família acabou tendo que se mudar para um bairro da
periferia do Distrito de Azabu, passando a levar uma vida simples e pacata- O Sr. S.
ficara paralítico e já estava acamado havia cinco anos; era um "morto-vivo", como
se costumava dizer. Em conseqúência disso, surgiram-lhe feridas horríveis na região
dos quadris. O tratamento médico era dispendioso e a família já não possuía bens;
não conseguindo livrar-se daquela vida, o doente mostrava-se nervoso e irritado.
Como o problema persistia, a Sr. S., certo dia, desabafou com a Sra. K., sua irmã1 a
qual lhe disse:
"Será que não foi realmente maldição daquela caveira?"
Na época eu me interessava pelas Ciências Espirituais e sentia prazer em participar
de experiências mediúnicas. Assim, imediatamente escrevi uma carta de
apresentação a certo médium, pedindo-lhe para afastar o espírito que estava
encostado no Sr. S. Naturalmente, não falei nada sobre o crânio de caveira; quanto
ao doente, escrevi apenas o nome e a idade.
A Sra. K. foi à Associação de Ciências Espirituais acompanhada da Sr. S., que não
acreditava em trabalhos mediúnicos e ficou rindo a maior parte do tempo. Para
afastar o espírito, o médium entrou em transe, mas parecia encontrar dificuldades
em descobri-lo. Depois de algum tempo, ele disse: "Há uma pedra sepulcral
atrapalhando, por isso não consigo ver nada." Essas palavras tocaram
profundamente a Sra. K. e a Sra.S, que se entreolharam com ar sinistro. O transe
continuou por longo tempo, até que, finalmente, o espirito apareceu. Como eu havia
previsto, ele falou que era o espírito de uma "caveira que foi chutada", e
acrescentou, rindo: "Amaldiçoei aquele homem do fundo do coração, e por esse
motivo ele ainda vai sofrer muito; aliás, ele é um pobre coitado que nem consegue
morrer."

"Faremos qualquer coisa para que perdoe esse homem, lhe ofereceremos ofícios
religiosos, mas retire a maldição", imploraram as duas senhoras. Durante meia hora
elas e o médium fizeram tudo para convencer o espírito, e por fim o conseguiram.
Ele solicitou orações e oferendas de verduras variadas durante uma semana.

Voltando para casa, a Sra. K. e a Sra. S. trataram logo de oferecer-lhe verduras no


"Butsudan"(20). Assim que terminaram de fazer a oferenda, o doente, que estava no
andar de cima e até então não conseguia abrir a boca, repentinamente gritou: "Tire
a cebolinha! Tire!" A enfermeira que o assistia, ficou assustada e foi logo contar à
Sra. S. Como nem esta nem sua irmã entenderam, perguntaram várias vezes ao
doente do que se tratava, mas ele dava sempre a mesma resposta- Elas já não
sabiam o que lazer. De repente, lembrando que haviam colocado cebolinha na
Morada dos Ancestrais, foram lá e retiraram-na. Feito isso, o doente ficou satisfeito
e calmo, adormecendo logo depois.

No dia seguinte, o espírito começou a gritar de novo, impaciente: "Troque o papel!


Troque!" Pensando bem, a Sra. S. lembrou que, ao fazer a oferenda nesse dia, não
tinha trocado o papel colocado na bandeja no dia anterior, apenas o tinha virado ao
contrário. Era dessa negligência que o espírito estava reclamando. No terceiro dia,
quando ela lhe ofereceu feijão, ele pediu:
"Me dê mais feijão". Enchendo-lhe o prato, o espírito se acalmou.
A Sra. S., embora fosse materialista como o marido, era muito calma. Apesar disso,
não conseguiu suportar aquela situação e pediu à irmã que deixasse seu
empregado dormir na casa dela. Não fiquei sabendo o que aconteceu depois.
Entretanto, ao fim de uma semana de oferendas, o Sr. S. faleceu de forma tranqüila.
Através dessa experiência, a Sra. S., como se tivesse despertado de um sonho,
passou a acreditar na existência do espírito.

O QUE É O AMOR

Desejo explicar a todos os jovens que a causa do amor entre um homem e uma
mulher é inteiramente espiritual. Sobre isso, contarei dois casos. No tempo em que
eu era comerciante, havia em meu escritório uma funcionária de vinte anos mais ou
menos, estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era relacionado à Arte, e
ela fazia os desenhos. Seu nome era T. Certo dia, uma colega sua de escola, moça
bonita de dezoito ou dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava
ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente para essa moca,
percebi que ela se encontrava muito deprimida e intranqüila. Não conseguindo
conter-me, dirigi-me à sala onde T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega.
No começo, ela não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência,
acabou contando-me tudo.

(20) vide nota da página. 204

Durante longo tempo, T. e U. mantiveram relações homossexuais, porém,


recentemente, a mãe de T. descobrira o caso e advertira a filha com rigor, dizendo-
lhe que teria que afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam
discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela noite. Impressionado,
levei T. para outra sala e fiz-lhe exame espiritual, constatando que ela estava com
encosto. Era o espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns
meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U. Pude, então,
compreender que era essa a causa do problema. Com a repreensão que lhe dei, o
espírito acabou se afastando da moça. Consequentemente, como no despertar de
um sonho, o amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas continuaram
sendo simples amigas. Até chegar a esse ponto, tive, sem dúvida, que realizar
vários tratamentos espirituais. Através desse caso, descobri que a causa do amor é
espiritual, e, também, que é possível solucionar um problema resolvendo apenas
um dos lados.
Outro caso é o seguinte:

Certa vez conversei com um estudante universitário sobre a existência do espírito, e


ele me pediu que o examinasse. Concordei de bom grado e logo iniciei o exame.
Dali a pouco o jovem ficou inconsciente, e o espírito encostado nele se manifestou.
Eu perguntei: "Quem é você?" O espírito respondeu: "Sou empregada da casa tal,
situada no Parque Assakussa-Koen, e me chamo fulana de tal. Gosto muito desse
rapaz e queria vê-lo. Encostei nele porque ele não tem vindo me ver. Por favor,
diga-lhe que venha se encontrar comigo." Como eu concordasse em transmitir o
recado, o espírito ficou contente e foi embora. Ao mesmo tempo, o rapaz recobrou a
consciência e, de olhos arregalados, parecia não compreender nada: Então lhe
perguntei:
"Você conhece fulana de tal, de tal lugar?" Surpreso, ele quis saber como é que eu
a conhecia: Respondi-lhe que ele próprio me falara sobre ela, há pouco. O rapaz
ficou impressionado e disse: "Inconscientemente, acabei falando coisas que não
devia:" E assim rimos bastante. Aquele encosto, evidentemente, era de espírito
encarnado.

A LUTA ENTRE O BEM E O MAL

Desde os tempos antigos fala-se sobre a luta entre Buda e Daiba, mas eu também
estou sempre lutando com Daiba: A esse respeito, contarei dois ou três casos.

Uma senhora rica chamada T., de mais de quarenta anos, estava se recuperando
aos poucos, através do meu tratamento, de uma doença que sofria há longo tempo.
Certo dia, ela me telefonou pedindo-me que fosse vê-la com urgência: Fui
imediatamente. A Sra.: T. então me contou: "Hoje de tarde, quando eu dormia, tive
um sonho. Não pude ver quem era; entretanto, ouvia uma voz dizer: "Você está
confiando demais no Okada, mas ele não é uma pessoa honesta e vai acabar
tirando toda a fortuna de sua família: Afaste-se dele enquanto é tempo." Ouvindo
isso, ela dissera: "Estou sendo curada de uma doença grave pelo Mestre Okada e
venho melhorando a cada dia que passa; portanto, não vou deixá-lo de maneira .
Aí, segundo a Sra.: T., a pessoa ameaçou-a: "Se você não me obedecer, vou fazer
assim." Dizendo isso, começou a lhe apertar a garganta, e, nessa agonia, ela
acabou acordando. Se fosse apenas isso, seria um sonho comum, porém houve um
fato surpreendente: o aperto de garganta deixara-lhe marcas bem nítidas de unhas
na pele, a qual ficara avermelhada, inchada e dolorida. O fato de o sonho, um
processo espiritual, provocar um ferimento material, é algo estranho e inimaginável.

O caso que se segue refere-se a uma jovem de vinte anos mais ou menos. Uma
manhã, bem cedo, ela me telefonou, pedindo-me para ir à sua casa: Fui na mesma
hora: Também se tratava de um sonho. A jovem sonhou que um rapaz seu
conhecido, morto há seis meses, de repente lhe apontou um revólver para o
coração e atirou. A dor fê-la despertar; ao abrir os olhos, estava com o corpo inteiro
adormecido e não conseguia andar; só com a ajuda de outra pessoa pôde ir até o
banheiro. Logo que eu iniciei o tratamento, ela disse: "Estou com a impressão de
que tenho um sangramento na altura do coração. Por favor, dê uma olhada:" Eu
respondi que não havia nenhum sangramento. A moça insistiu: "Parece que há uma
bala no meu coração. Está doendo muito. Por favor, tire-a:" Como que pegando-a
com a ponta dos dedos, tirei a bala espiritualmente. Assim, a dor passou, restando-
lhe apenas um pouco de dormência no corpo todo. À tarde, o estado da jovem já
era normal. Para aquela noite estava programada sua participação no debate sobre
o nosso tratamento, que seria realizado em minha casa: Nesse debate, ela
apresentaria sua própria experiência, e por isso, para atrapalhá-la, o espírito do Mal
interferira no sonho.

O terceiro caso aconteceu com uma senhora de boa posição social, adepta
fervorosa do nosso tratamento. Tínhamos marcado encontro com a esposa de um
Ministro de Estado e com um médico. Na tarde do dia combinado, ela sentiu uma
dor violenta, mas a dor passou com apenas vinte minutos de tratamento, aplicado
pela minha empregada, a qual já havia concluído o curso. Naquele momento, sua
filha de dez anos, que estava ao lado, viu uma bola preta, do tamanho de uma
cabeça humana, sair do corpo da mãe. Quando a menina disse: "Olha! Saiu uma
bola preta do corpo da minha mãe!", a dor cessou totalmente. Ouvindo isso,
expliquei que o ocorrido fora interferência de Satanás, por serem as visitas daquela
noite pessoas influentes.

CONCLUSÃO GERAL

Neste livro expus, em primeiro lugar, a solução dos problemas relativos à saúde -
fonte da felicidade do ser humano - e também a possibilidade da construção de um
mundo sem doenças, pobreza e conflito. Além disso, mostrei que a causa de todos
esses problemas está no Mundo Espiritual. Eliminar essa causa seria,
indubitavelmente1 atingir o âmago da questão. Evitando o máximo possível a teoria,
baseei-me em experiências e exemplos verídicos; creio que, assim, puderam não
só ter uma noção geral do assunto, mas também uma certa esperança e
tranqüilidade.

Através da presente obra fica bem claro que o meu verdadeiro objetivo é salvar o
maior número possível de pessoas do mundo, cujo total hoje se eleva a 2 bilhões, a
maioria das quais estão fadadas a serem eliminadas, pela transição do Velho Mun-
do para o Novo Mundo, isto é, pelo fim da Era da Noite e o advento da Era do Dia:
Creio, portanto, que os leitores me manifestarão seu sincero apoio.

Além da reforma da Medicina, exerço, em relação ao Novo Mundo, a função de


projetista da construção do Paraíso Terrestre, que é o ideal da humanidade. Nesse
sentido, a teoria que estou expondo e sua prática é Ciência e não é Ciência; é Reli-
gião e não é Religião. Na realidade, é, ao mesmo tempo, Ciência e Religião. Por
conseguinte, está relacionada também à Economia, à Educação, à Moral e à
Medicina. Todos os aspectos culturais da Era da Noite que não tiverem mais
utilidade, serão eliminados; o que for útil, será preservado. Assim, prognostico que
surgirão, em breve, uma nova cultura. Creio que a teoria da Unificação do Mundo,
propalada ultimamente, seja uma das manifestações dessa nova cultura:
Pretendo divulgar, posteriormente, minha teoria sobre diversos empreendimentos
culturais, ligados, por exemplo, à Religião, à Política, à Economia, à Educação e à
Arte do Novo Mundo. Naturalmente, tal como a teoria que eu proponho sobre a
Medicina, nada disso foi proposto, até hoje, por ninguém. Para uma obra sem
precedentes como a construção do Paraíso Terrestre, sem dúvida é necessário
elaborar um plano sem precedentes. Cristo disse: "Arrependei-vos porque é
chegado o Reino dos Céus." Sakyamuni também disse: "Após a destruição da lei,
virá o Mundo de Miroku. "Essas profecias agora estão se tornando realidade, e o
Mundo inteiro está passando pelas dores do parto, para gerar esse mundo.

Em breve, o presente livro também será editado em inglês e chinês.

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