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1 Série — Nimero 299 00 GOVERNO PREGO DESTE NUMERO — 43$20 Toda covrespondincia, quer fii, ASSINATURAS quar otativa a andncios 6 2 amature | ay Ano 8605 | Semeste a eOlsrio do Goveros 40 cidrio dar AY > ios | deve sor diigde b hdniniae | A 2 séie—— y MOt | > i hl Ase eee. so] 1708 | alcase da Moede, quando seta usb | tan estan #uramar ac opt te colo | te pr SUMARIO Ministério da. Economia: Decreto-Lel n.* 740/74: ‘Aprova os Regulamentos de Seguranca de Instalagbes de ‘Utiizagso de Energia Elécirica ede Tnstalagdes Co- lectivas de Edificios © Entradas. MINISTERIO DA ECONOMIA ‘SECRETARIA DE ESTADD DA INDUSTRI E ENERGIA Direc¢ao-Geral de Energia Decreto-Lei n° 740/74 de 26 de Dezembro 1. A Comisséo para 0 estudo e revisio dos regula- mentos de seguranca das instalagdes eléctricas (CO- RIEL), nomeada por portaria do Ministério da Econo- mia de 30 de Julho de 1954, publicada no Didrio do Governo, de 10 de Agosto do mesmo ano, em cum- primento da missdo que Ihe foi confiada, tem vindo, desde entdo, procedendo ao estudo e consequente ela boracdo de’ vérios regulamentos ¢ normas, aqueles Dublicados através da Direccdo-Geral dos’ Servigos Eléctricos, onde a citada Comissio funciona, e estas pela Inspeccio-Geral dos Produtos Agricolas e Indus- triais dentro da competéncia que Ihe € propria 2. No estudo e elaboracio dos regulamentos e nor- mas tem a Corie! obtido a permanente colaboracdo de grupos de trabalho constituidos por engenheiros ‘outros técnicos afectos & fabricacéo de material eléc- trico e ao estabelecimento e exploracio de instalagses. eléctricas nos varios campos da sua utilizagao e ouvido, quando necessario, as entidades e pessoas para o efeito indicadas pela competéncia e responsabilidade no &m- bito das matérias tratadas, a par do exame de publi- cagdes especializadas de natureza cientifica e técnica, em permanente actualizagio, particularmente de paf- ses de maior relevo no campo da técnica com os quais, mantém contacto mais ou menos frequente através dos respectivos organismos que se ocupam de questées de electricidade. Na elaboragdo dos trabalhos a seu cargo, a CORIEL tem ainda em conta a vria documentago emanada de organismos internacionais que se ocupam da nor- malizagdo ¢ regulamentagio de seguranga no dominio da electrotecnia, nomeadamente a Comissio Electro- técnica Internacional (CEI), a Comissao Internacional de Regulamentagdo para Aprovacdo do Equipamento Eléctrico (CEE) e a Comisso Europeia de Normali- zagio Electrotécnica (CENELEQ), 3. Os regulamentos de seguranga, que agora se pu- blicam, foram estudados e elaborados pela CORIEL, dentro’ da orientacdo atrés exposta. Em especial, o Regulamento de Seguranca de Ins- talagdes de Utilizagao de Energia Eléctrica, actuali- zando © ampliando, de modo sensivel, disposigdes de seguranga e regras de arte que andavam dispersas por regulamentos ¢ normas jé antiquados, revela-se de par- ticular importancia, néo s6 no campo da seguranca © da técnica, mas ainda sob o ponto de vista sécio- -econdmico, pela quantidade ¢ variedade de instala- ges que contempla e 0 elevado niimero de pessoas no espectalizadas que com elas lida, ‘A projecco que 0 uso da electricidade tem na vida moderna assume especial relevncia no contexto deste Regulamento, em face da vasta matéria respeitante & concepgio e regras de execucdo das instalagées abran- gidas no seu extenso campo de aplicagio, com vista 8 garantir nfo sé a necesséria seguranca das pessoas 1622-(2) € dos bens materiais, mas também a comodidade ¢ a fiabilidade no referente a utilizago das instalagées, sem esquecer, todavia, os seus aspectos econémicos. 4, Incluem-se algumas disposigées sobre estabel mentos secebendo piiblico que, sem seem propria- mente do ambito da matéria em regulamentagio, se torna, no entanto, necessério ter em atengio, para uma conveniente concepgao ¢ execugdo das instala- Bes eléctricas dos recintos considerados, segundo a importancia ou a capacidade dos mesmos, disposigdes que, como € ébvio, deixardo de ter aplicagao logo que hhaja regulamentagao especifica sobre a matéria. 5. As instalagdes de telecomunicagdo estabelecidas no interior dos edificios, inclufdos no Regulamento de Seguranga de Instalagdes de Utilizagdo de Energia Electrica, abrangem as exploradas pelas empresas pti- blicas Correios ¢ Telecomunicagdes de Portugal e Te- lefones de Lisboa e Porto, sem prejuizo, todavia, das disposigdes especificas das referidas instalagdes, da ‘competéncia das citadas empresas. 6. E de salientar, por dltimo, que, pela primeira vez, nos casos especificados no decreto-lei, se exige a apresentagao do projecto de instalagées a ligar a uma rede de distribuico publica de energia eléctrica, me- dida esta que se torna necesséria em face da crescente importancia de instalagdes de tal natureza, para per- milir a apreciagdo prévia das suas condicdes de esta- belecimento. Nestes termos: Usando da faculdade conferida pelo n.° 1, 3.°, do artigo 16° da Lei Constitucional n.* 3/74, de 14 de Maio, 0 Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, 0 seguinte: Artigo 1.°—1. O estabelecimento ¢ a exploragio das instalacdes de utilizacdo de energia eléctrica ¢ das instalagdes colectivas de edificios e entradas deverfo, obedecer as disposigdes dos Regulamentos de Segu- Tanga anexos a este decreto-lei, que dele fazem parte integrante, ¢ baixam assinados pelo Secretério de Estado da Indiistria ¢ Energia. 2. Nas instalagdes existentes, a fiscalizagéo do Go- verno teré a faculdade de impor, de acordo com os preceitos dos novos Regulamentos, a execugdo das modificagdes ou adaptagdes que se tornarem necessé- rias para a seguranga das pessoas ou da exploracdo. 3. As alteragdes que hajam de introduzir-se nos re- gulamentos anexos sero aprovadas por decreto regu- lamentar. Art, 2.°— 1, Em localidades servidas por rede pi- blica de distribuigo de energia cléctrica, 0s edificios novos deverdo ser dotados de instalacdes de utilizagéo de energia eléctrica, incluindo as destinadas a alimen- tar os respectivos servigos comuns, de entradas ¢ ins- talagdes colectivas e, ainda, do correspondente ramal ‘ou chegada. 2. Para os edificios a que se refere 0 mimero ante- rior © cuja poténcia total, calculada de acordo com os regulamentos de seguranca aplicéveis, exceder 20kVA, ‘com o respectivo pedido de licenga de construcéo de- verd ser apresentado um projecto das suas instalagdes eléctricas, de cuja aprovacio dependeré a concessio daquela licenga, 1 SERIE— NUMERO 299 Art. 3° Em localidades servidas por rede paiblica de distribuigao de energia eléctrica, para os edificios existentes @ data da publicagéo deste decretolei, € dotados de instalagées eléctricas, em que se verifiquem obras de ampliagao, modificagio ou renovagao obser- var-se-6 0 disposto no n.* 2 do artigo 2.° se a poténcia total, incluindo a correspondente as alteragdes nas respectivas instalagées eléctricas, exceder 0 valor indi- cado nese niimero. Art. 4°—1. Em localidades servidas por rede pt- blica de distribuigdo de energia eléctrica, nos edificios existentes A data da publicagdo deste decreto-lei ¢ dotados de instalagées eléctricas, as diversas instala- ‘es de utilizagdo do edificio, incluindo as dos servigos comuns deste, © as correspondentes entradas ¢ instd- lacies colectivas que no obedecam as disposigées dos Regulamentos de Seguranca anexos a este decreto-lei, bbem assim como o respectivo ramal ou chegada, de- verio ser modificadas em conformidade no prazo de dez anos. 2. Os distribuidores de energia devero organizar, até noventa dias ap6s a data da publicacdo deste de- creto-lei, um plano para efectuar um servico de vis- torias das instalacdes ligadas & sua rede de distribuigio € de notificagdo aos proprietérios dos edificios ¢ seus inquilinos por forma que, em cada ano, sejam remo- deladas /s0 dessas instalagdes. Esse plano deverd ser aprovado pela fiscalizacéo do Governo antes de ser posto em execugio. 3. No que se refere as instalagoes de utilizago do edificio, 0 disposto no n.° I apenas seré aplicdvel no que diz respeito & protecgéo das pessoas, de acondo com 0 capitulo 7.° da parte 1 do Regulamento de Seguranga de Instalagdes de Utilizaco de Energia Electrica. 4. Quando se verificar mudanga de consumidor, considerar-se-4 expirado o prazo fixado no n.* 1, pelo que no se poder realizar novo contrato de for mento de energia sem ter sido dado cumprimento a0 disposto nese. mimero. 5. Quando se verifcar qualquer alteracao da poten- cia contratada, considerar-se-8 expirado 0 prazo fixado no n.° 1, pelo que néo se poderd realizar a alteracio do respectivo contrato de fornecimento sem ter sido dado cumprimento a0 disposto nesse nimero. Art, 5.°—1. Em localidades servidas por rede pd- blica de distribuigéo de energia eléctrica, nos edifi- cios existentes & data da publicago deste decreto-e © niio dotados de instalagdes eléctricas, devero ser estabelecidas, no prazo de um ano, as diversas insta- lagoes de utilizagio do edificio, incluindo as dos ser- vigos comuns deste, as correspondentes entradas ¢ instalagbes colectivas, bem assim como o respectivo ramal ou chegada. 2. Quando se verificar mudanga de inquilino, con- siderar-se-& expirado 0 prazo fixado no niimero ante- rior, pelo que nfo se poderé realizar qualquer novo arrendamento sem ter sido dado cumprimento ao dis- posto nesse niimero. 3. Em localidades nao servidas por rede publica de distribuigdo A data da publicagdo deste decreto-lei, 0 disposto ‘nos _nimeros anteriores seré aplicével aos edificios existentes A data do estabelecimento da rede Pliblica de distribuigo nessas localidades. 26 DE DEZEMBRO DE 1974 4. O disposto nos nimeros anteriores nao seré apli- cavel a edificios cujo rendimento colectavel seja infe- rior a: Em concelhos urbanos de 1 ordem 3.000800 Em concelhos urbanos de 2. ¢ 3.* or- dem € concelhos rurais de I." ordem —2.500$00 Em concelhos rurais de 2.*e3.* ordem 1500800 5. Os valores indicados no niimero anterior pode- ro set alterados por portaria do Secretério de Estado da Industria ¢ Energia Art, 6.° As instalagoes eléctricas dos edificios novos no poderio ser ligadas & rede publica de distribuigao se estes no possufrem a respectiva licenga municipal de construcao, Art, 7.2 As modificagdes que por forga deste de- creto-lei hajam de fazer-se nas instalagoes existentes competirio: 4) Ao distribuidor, em tudo que respeite a rede piiblica de distribuicao; b) Ao proprietério do edificio, em tudo que res- peite a entradas e instalagdes colectivas; ©) Ao proprietario do edificio, em tudo que res- peite a instalagdes de utilizagao do edi incluindo as dos servigos comuns deste; 4) Ao inquilino, em tudo que respeite a instala- ‘Ges de ulilizagao que Ihe pertengam, Art, 8°—1. Os encargos resultantes da aplicacao do disposto nas alineas a) © 6) do artigo 7° seréo suportados pelo proprietério do edificio ¢ pelo distri- buidor nas percentagens a fixar por portaria do Se- eretario de Estado da Industria e Energia, na qual se estabelecerdo igualmente as respectivas modalidades de pagamento, 2. As despesas referidas no numero anterior deve- rao ser devidamente comprovadas pelo proprietério do edificio e pelo distribuidor, podendo, em caso de divida, ser feita reclamacio para a fiscalizagio do Governo. 3. Por portaria do Secretério de Estado da Indus- tria ¢ Energia poderao ser fixados 0s valores dos ramais € chegadas tipo, em fungao das suas caracte- s € comprimento, 4. Em caso de demoli¢io de um edificio cessario todas as obrigagdes do distribuidor no que se refere ‘is chegadas ¢ trocos comuns de chegadas. Art. 9.°—1. Para os edificios a que se referem os ne* 1 ¢ 3 do artigo 5.*, pelos encargos assumidos pelo proprietério poderé este cobrar dos inguilinos uma importancia ndo superior a 10% ao ano das despesas, efectuadas, dividida em duodécimos. 2. O inquilino poderé satisfazer de uma s6 vez as despesas efectuadas pelo proprietario, referidas no nuimero anterior. 3. A importincia a pagar por cada inquilino cor- responderé ao custo da respectiva instalagio de utili zagao, acrescido do custo da parte proporcional das instalagdes colectivas 4. © pagamento da importéncia referida no n.” 1 nio sera transmissivel a novos arrendaté logo que haja qualquer avaliagao fiscal 5. As despesas referidas no n.° I deverao ser devi damente comprovadas pelo proprietério, podendo os inquilinos, em caso de diivida, reclamar para a fisca- lizagio do Governo. 1622-(3) 6. Os valores referidos no n.° 1 considerar-se-Ao, para todos os efeitos legais, como parte integrante da renda, Art, 10.°—1. O proprietario de um edificio nao poderé opor-se a eventuais alteracdes das instalagoes de utilizagao dos inquilinos ¢ das entradas e instala- des colectivas para satisfazer aumentos de poténcia nessas instalagdes, mesmo para além dos valores mi- nimos,fxados' nos Regulamentos anexos a este de- creto-lei 2. Os encargos resultantes das alteragdes referidas no niimero anterior, no que se refere a entradas e instalagdes colectivas, serdo suportados pelos inquil Nos que requisitarem os aumentos de poténcia, sendo- slhes aplicavel 0 disposto nos n.* Lie 2 do artigo 9.° Art, 11°—1. Em caso de rescisio do contrato de arrendamento, os inguilinos nao poderdo levantar, na Parte que constitua benfeitoria util, as instalagdes de utilizagéo por si estabelecidas, se 'o proprietario as quiser. 2. O proprietério pagaré ao inquilino, no momento da entrega, 0 seu valor fixado por comum acord ou, na falta deste, o valor fixado pelo respectivo dis. tribuidor, havendo recurso para a fiscalizagio do Go- verno, 3. Para efeito do disposto no n.° 1, nfo sero cor sideradas benfeitorias uteis os aparelhos de ultilizagio de energia eléctrica. Art, 12.°—1. A exploragio ¢ conservagio das en- tradas ¢ instalagdes colectivas ficardo a cargo do dis- tribuidor. 2. As entradas e instalagSes colectivas existentes & data da publicagao deste decreto-lei passarao a exploradas © conservadas pelo distribuidor apenas depois de ter sido dado cumprimento ao disposto nos artigos 4.° ¢ 5.° Art. 13.” Nas instalagdes de utilizago alimentadas por uma rede pablica de distribuigdo de energia elée- trica, competira ao distribuidor a instalagdo dos con- tadores ¢ dos aparelhos de corte da entrada, Art, 14.°—1. Os contratos de fornecimento de energia cléctrica poderao ser celebrados entre o dis- tribuidor € o consumidor ou entre aquele € 0 pro- prietério, considerando-se este, em tal caso, solida- Fiamente responsdvel com 0 consumidor perante © distribuidor e a fiscalizagdo do Governo por todos os actos que respeitem & exploragao da instalagao. 2. Sempre que se dé mudanga de inquilino e o contrato de fornecimento de energia nao esteja em nome do proprietario, devera este certificar-se de que © novo inquilino fez contrato em seu nome e, em caso negativo, notificar o distribuidor da mudanca do inquilino, por meio de carta registada com aviso de recepgio, dentro do prazo de quinze dias a contar da data do arrendamento, sob pena de ser abrangido Pela responsabilidade a que se refere o numero an- terior. 3. © distribuidor suspendera 0 fornecimento de energia até celebragdo do novo contrato, logo que tenha conhecimento da substituigao do inquilino. Art. 15° A pedido do proprietirio do edificio, 0 distribuidor devera informar este, no prazo de quinze: dias, da poténcia de curto-circuito previsivel_ no local. ‘Att, 16.° Apenas 0 pessoal técnico da fiscalizagao do Governo tem direito de quebrar quaisquer selos

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