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John Wesley
'Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado,
para quem será? (Lucas 12:20)
Mas um desses tolos é comumente mais sábio aos seus próprios olhos 'do que
sete homens de razão'. Se fosse possível para um cristão; para alguém que tem a
mente que estava em Cristo, menosprezar alguém, ele cordialmente menosprezaria
aqueles que supõem que 'são homens em quem a sabedoria se encerra neles'. Você
pode ver um desses, descritos para a vida, nos versos que precedem o texto. 'A
herdade de um homem rico', diz o Senhor, 'tinha produzido com abundância; E ele
arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus
frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e
ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma,
tu tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga'
(Lucas 12:16-19).
O que tu deves fazer? Por que? Não estão à tua porta aqueles a quem Deus tem
determinado receber o que tu podes poupar? O que tu deves fazer? Por que? Distribui.
Dá ao pobre. Alimenta o faminto. Veste o nu. Sê tu um pai para o órfão, e um marido
para a viúva. Livremente tu tens recebido; livremente dá. Oh! Não! Ele é mais sábio
do que isto; ele sabe fazer melhor do que isto!
2. "E ele diz: 'Isto eu irei fazer'", -- sem pedir a permissão de Deus, ou pensar
Nele, algo mais do que se não existisse Deus no céu ou na terra; -- 'Derrubarei os
meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades
e os meus bens'. Meus bens! Eles são tão teus, quanto as nuvens que voam sobre a tua
cabeça! Tanto quanto os ventos que sopram em volta de ti; que, sem dúvida, tu
seguras firme em teus punhos! 'E direi a minha alma: Alma, tu tens em depósito
muitos bens!'. Por acaso o milho, o vinho, e o óleo são bens para o espírito imortal?
'Descansa por muitos anos!'. Quem disse isto a ti? Não acredites nele! Ele é um
mentiroso, desde o princípio. Ele não poderia prolongar tua vida, se pudesse; mas
arrastaria a ti, imediatamente para sua própria e triste morada. 'Alma, descansa, come,
bebe e folga'. Quão repleto de insensatez e loucura está cada parte deste maravilhoso
solilóquio! 'Coma e beba?'. Teu espírito, então, irá comer e beber? Sim, mas não o
alimento terreno. Tu irás logo comer da chama lívida, e beber do lago de fogo ardente
com enxofre. Mas, tu irás, então, folgar com isto? Absolutamente. Não haverá alegria
nessas sombras horríveis; essas cavernas irão ressoar com nenhuma música, 'mas com
choro, lamento e ranger de dentes!'.
3. Mas, enquanto ele estava aplaudindo a sua própria sabedoria, 'Deus disse a
ele: Tu tolo! Esta noite, tua alma será requerida de ti. E, então, o que será feito de
todas essas coisas que tu tens preparado?'.
5. Quão diferente foi o propósito deste pobre louco! 'Eu derrubarei meus
celeiros, e construirei outros maiores, e lá recolherei todos os meus bens'. Você pode,
desta forma, enterrá-los, ou atirá-los ao mar. Isto irá, também responder à finalidade
para a qual Deus os confiou a ti.
6. Mas vamos examinar um pouco mais além a parte restante de sua resolução:
"Eu direi a minha alma: 'Alma, tu tens muitos bens guardados, por muitos anos;
descansa, coma, beba, e folga'". Por acaso estes são os bens de um espírito eterno?
Tanto quanto teu corpo pode alimentar-se da brisa passageira, tua alma pode
alimentar-se dos frutos terrestres! Conselho excelente, então, para tal espírito: coma e
beba! Para um espírito feito igual aos dos anjos; feito da imagem incorruptível do
Deus da glória; para alimentar-s não das coisas corruptíveis, mas do fruto da árvore da
vida, que cresce no paraíso de Deus.
7. Não é de se admirar, então, que Deus pudesse dizer a ele: 'Tu, tolo!'. Por
esta razão terrível, não houvesse outra: 'Esta noite tua alma será requerida de ti!'.
E o tu não nasceste para morrer e enterrar este corpo? E teu espírito trêmulo não deve
voar para terras desconhecidas? A terra das sombras mais profundas; não penetradas, pelo
pensamento humano; as regiões desérticas dos mortos, onde todas as coisas são esquecidas?
'E para quem, então, deverá ser todas as coisas que tu tens armazenado?'.
II
1. A segunda coisa que eu propus foi aplicar essas considerações; que, é certo,
são algumas das mais importantes que podem entrar no coração do homem. Em um
sentido, de fato, elas já foram aplicadas; porque o que foi dito tem todas as aplicações.
Mas eu gostaria que cada um que lesse ou ouvisse essas palavras, aplicassem-nas
diretamente à sua alma.
2. Não concerne a cada um que ouve, -- 'O solo de um certo homem rico
produziu abundantemente', -- inquirir: 'Este foi alguma vez o caso comigo? Eu tenho
agora, ou alguma vez tive, mais bens terrenos do que eu desejei? E quais foram meus
pensamentos nesta ocasião?Eu disse ao meu coração, O que deverei fazer? Eu me
afligi pela minha abundância? Eu pensei que eu juntei bens por muitos anos?'.
Muitos anos! Ai de mim! O que é tua vida, mesmo que a prolongues ao extremo? Ela
não é um vapor que apenas aparece e desaparece? Não digas, então, eu irei derrubar
meus celeiros; mas digas a Deus, no secreto de teu coração: 'Senhor, salva-me, ou
perecerei!'. Vê, minhas riquezas crescem; permite-me não colocar meu coração sobre
elas! Tu vês que eu me situo em chão escorregadio; cuida de mim!
Vê, Senhor, quão grandemente meus bens crescem! Nada menos do que teu poder
soberano pode impedir de eu colocar meu coração sobre eles, e ser esmagado mais abaixo do
que a sepultura!
3. Eu pergunto a Ti, ó Senhor: 'O que devo fazer?'. Primeiro de tudo, que te
esforces para estares profundamente consciência do perigo que corres; e faze disto,
motivo de oração sincera e constante, para que nunca percas a consciência dele. Ores
para que tu possas te sentir sempre à beira de um precipício. Entretanto, que a
linguagem de teu coração seja: "Tendo mais meios, eu irei fazer mais ainda o bem,
pela graça de Deus; do que alguma vez já fiz. Todos os bens adicionais que Deus tem
se agradado de colocar em minhas mãos, eu estou resolvido a dispor, com toda
diligência, em obras adicionais de misericórdia. E, por meio disto, eu 'edificarei para
mim, um alicerce seguro, para que eu possa alcançar a vida eterna'".
4. Tu não mais falarás de teus bens; ou de teus frutos, sabendo que eles não são
teus, mas de Deus. A terra é do Senhor, e a plenitude dela: Ele é o Proprietário do céu
e terra. Ele não pode precipitar-se de sua glória; Ele deve ser o Senhor, o possuidor, de
tudo que existe. Ele apenas deixou parte dos bens Dele, em tuas mãos; para tais usos,
como Ele tem especificado. Por quanto tempo, Ele se agradará de deixá-los contigo,
tu ainda não sabes; talvez, apenas até amanhã, ou até à noite. Portanto, não fale, nem
pense, a respeito de seus muitos anos. Tu não sabes que tu és uma criatura de um dia,
que é esmagada antes da traça; que o ar que está em tuas narinas pode ser tirado, sem
aviso; que ele pode ser recuperado por Ele que o deu; quando tu menos esperares?
Como tu sabes, a não ser que no momento seguinte em que te deitares em tua cama, tu
poderás ouvir: 'Esta noite tua alma deverá ser requerida de ti?'.
5. Não é a tua alma instável como uma nuvem; flutuando como uma bolha
sobra a água? Ela foge como se fosse uma sombra, e nunca mais volta. 'Muitos anos!'.
Quem está certo de um dia? E isto não é uma instância, tanto da sabedoria, quanto da
bondade de Deus, que ele tenha teu fôlego em Suas própria mãos, e o dispense de um
momento para outro; para que tu possas te lembrar sempre de 'viveres cada dia, como
se fosse o último?'. E depois de alguns dias, de tu teres vivido, sob o sol, quão breve
Ele irá dizer: um amontoado de pó é tudo que restará de ti; isto é tudo que tu és; e
tudo que teu orgulho pode se tornar!
7. Mas suponha que a voz que comanda a vida e a morte diga: 'Esta noite, tua
alma será requerida de ti; então, para quem são todas essas coisas que tu tens
armazenado?'. Meu Deus! Elas não são tuas! Você não tem mais parte alguma, ou
porção, em quaisquer das coisas que estão debaixo do sol. Tu tens, então, não mais
fração em alguma dessas coisas da terra, do que se a terra e as obras sobre ela fossem
destruídas. Nu, tu vieste de tua mãe, e nu, retornarás. Tu tens amontoado muitas
coisas; mas para que finalidade. Para deixá-las todas atrás de ti! Pobre sombra! Tu
estás agora despida de tudo: não restou, nem mesmo a esperança.
8. Observe o que nosso Senhor deixou sobre toda a ocorrência: 'Assim é todo
aquele que juntou tesouros para si mesmo, e não é rico em direção a Deus', -- tal tolo,
tal louco notório, como está além do poder da linguagem expressar! Embora ele possa
ser sábio aos seus próprios olhos, e, talvez, aos olhos de seu próximo, ele é, na
realidade, o maior tolo que existe debaixo do céu; que ajunta coisas das quais ele logo
irá se separar para sempre: E quem quer que esteja buscando felicidade nas coisas que
perecem, está juntando tesouros para si mesmo. Isto é absolutamente inconsistente
com ser 'rico' (ou melhor, crescer) 'em direção a Deus', em obediência àquela ordem
Bíblica: -- 'Meu filho, dá-me teu coração". Ele que é um filho de Deus pode
verdadeiramente dizer:
Ele pode testemunhar: 'Todos os meus desejos são para ti, e na lembrança do
teu nome!'.
[Editado por Anita Maendl, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID),
com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]