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AUGUSTO SANTOS SILVA JOSE MADUREIRA PINTO (orgs.) METODOLOGIA DAS CIENCIAS SOCIAIS Biblioteca das Ciéncias do Homem Edicoes Afrontamento Titulo: Metodologia das Ciéncias Socials Organizadores: A. Santos Silva e J. Madureira Pinto © 1986, Edigées Afrontamento Edigto: Edigdes Afrontamento/R, Costa Cabral, 859/Porto N® de Edigao: 270 Colecgéo: Biblioteca das Ciéncias do Homem/Sociologia, Epistemologia/6 itografia Ach. Brito INTRODUCAO UMA VISAO GLOBAL SOBRE AS CIENCIAS SOCIAIS Augusto Santos Silva José Madureira Pinto 1. AS CIENCIAS SOCIAIS COMO CIENCIAS O titulo geral desta obra colectiva é: Metodologia das Ciéncias Sociais. Todos os capftulos, de diversos autores, se enquadram nesse trabalho permanente de andlise critica dos métodos de pesquisa — quer dizer, dos processos e problemas da investi- gacdo empirica — a que chamamos metodologia. Alguns dos capitulos referem-se as ciéncias sociais, em geral; a maioria reporta-se a disciplinas particulares, como a so- ciologia, a economia, a psicologia social e a antropologia. Mas: o que sdo as ciéncias sociais? Visto que usamos o plural, como se distin- guem elas? E 0 que as aproxima, j4 que as inclufmos num conjunto? Num registo to simples e consensual quanto possivel, esta introdugdo tentard si- tuar as varias disciplinas a que os outros textos em seguida aludirdo. Uma formula elementar para dar conta do objectivo comumasciénciassociaisco- + j (sit. megaria por dizer que todas _procuram coythecer\a realidade, Mas o que € conhecer? ‘sy /, uma questo desde Togo HlosOhica, Estamos j4, porém, longe das velhas que- : relas de escola entre empiristas (de acordo com os quais a experiénciae a sensacdo se- riam as tinicas fontes de conhecimento) e inatistas (que desqualificavam a experiéncia em nome de ideias inatas). Para a sua ultrapassagem, a contribuigao de Kant Yevelou- \é ecisiva: os nossos conhecimentos comecam pela experiéncia sensivel, mas esta é mediatizada por conceitos, € organizada e estruturada por quadros categoriais ‘POprios do nosso espirito..Ao sustentar, ao mesmo tempo, o papel activo do sujeito na cogni¢ao e a possibilidade do conhecimento objectivo do mundo exterior, a ideia de que o conhecimento é mais do que uma crenca e a de que constitui uma elaboracZo

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