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Assim, temos de aprender a ler e reconhecer os padres subjacentes e ajudar a desbloquear ou ajustar as coisas, para que o processo contnuo

de desenvolvimento volte a se expandir. Para ajudar a expandir o que estava encalacrado; para possibilitar a emerso daquilo que se tornou submerso. Para permitir que o caminho do organismo se revele outra vez, de modo que ele, em sua dor, no se vire para fora de si mesmo, projetando sobre os outros suas prpria fraqueza, mas recobre a responsabilidade sobre si, ganhando abertura e tolerncia ao cuidar de seu prprio processo (e portanto do processo alheio tambm). Durante qualquer interveno desse tipo, que ao longo do tempo se expandir por si mesma, h vrios processos entremeados aos quais se deve prestar ateno. Mas, dentre eles, trs so primordiais: o processo do organismo, o processo de expanso do prprio profissional e a interao entre os dois ou a interveno que em si tambm um processo. Cabe ao profissional de desenvolvimento manter a conscincia e o foco em todos eles. Sabemos que h uma oscilao contnua entre ordem e caos, fundamental prpria natureza do processo. Sabemos que, para adotar o novo, temos primeiro de abrir mo do velho. Temos de perder o que encontramos. Para descobrir o padro, para tomar conscincia dele, muitas vezes precisamos permitir que o processo mergulhe no caos, para que uma nova ordem, um padro novo e mais adequado, possa vir tona. Isso tambm se aplica a esses trs processos: o processo do cliente, o processo do profissional de desenvolvimento e o processo da prpria interveno. Para engendrarmos desenvolvimento, todos esses processos perdero sua coerncia, forma e ritmo em algum momento; s assim o novo poder emergir. Esses perodos de caos so os pontos de transio; sem eles, o processo no evoluir para o padro novo e mais sadio. Nesses pontos de transio, perde-se momentaneamente a coerncia do padro estabelecido para que um novo padro possa ser encontrado, dando continuidade ao processo. Mas, mesmo durante a perda, durante o caos, deve haver uma sustentao externa, uma segurana maior dentro da qual se possa lidar com a vulnerabilidade, encar-la e super-la. Cabe ao profissional de desenvolvimento a responsabilidade de proporcionar essa sustentao

in KAPLAN, Allan. Artistas do Invisvel. Instituto Fonte, Editora


Peirpolis, p.22.23.

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