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- poesia social -

"ningu�m vive s�... mesmo as estrelas do c�u cantam juntas. mesmo as �guas do
oceano se esparrinham em conjunto. mesmo as l�grimas rolam duas a duas, n�o raro
acompanhadas de um sorriso.

ningu�m vive s�. Mesmo as folhas pequeninas dos arbustos dormem juntas. e os
p�ssaros cortam os ares em revoadas.

ningu�m vive s�. Mesmo as pedras procuram o caminho, porque o cami-nho n�o �
deserto, mas transitado por homens.

mesmo as flores procuram os jardins, porque s�o visitados.

mesmo o perfume procura as flores, porque as flores perfumam e exercem maior


atra��o.

ningu�m vive s�. E nessa grande harmonia de conjuntos, nesta constante busca do
outro, neste irresist�vel poema de socialidade, n�s nos situamos tamb�m, como
gente.

ningu�m vive s�. Situar-se como gente � abandonar a id�ia do eu e atitude de


ego�smo, para aderir ao n�S.

eu, voc� e todos n�S. abertos, confiantes, construtivos, comunit�rios, sociais".

(roque schneider, parada para pensar, ed. paulinas, 1974)

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