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Os monstros e o

territrio sagrado
O animal jamais foi expulso
do paraso. Ele igonra tudo
sobre a dualidade do corpo e
da alma e no conhece a
vergonha. por isso que se
sente to bem e to tranquilo
a seu lado. ( por isso que
to perigoso transformar um
animal uma mquina animada
e fazer da vaca uma fbrica
de leite: ao fazer isso o
homem corta o lao que o
ligava ao paraso e nada mais
pode segur-lo nem
reconfort-lo em seu vo
atravs do vazio do tempo).
(Milan Kundera, A insustentvel
leveza do ser, p. 298)
A Serpente
Diante da rvore
sagrada encontra-se
a serpente que
colocou prova Ado
e Eva, enganando-os
afastou-os, para
sempre, do paraso.
A serpente um
smbolo da sabedoria,
de uma sabedoria
superior, recebida do
alto. Porque ela tem o
poder de oferec-la,
ou pelo menos para
atrair os desejosos de
obt-la, possui o
imprio da seduo.
Ela aterroriza e
fascina ao mesmo
tempo, e por isso a
guardi da rvore
Sagrada, e reina pela
morte que causa.
A rvore sagrada se desdobra para dar lugar
s duas rvores do paraso terrestre. A
tipologia antiga relaciona a rvore do
conhecimento com o drama original da queda
que aconteceu a seus ps, enquanto que a
rvore da Vida, da qual foram afastados os
primeiros pais, smbolo do tempo em que
ser permitido o acesso ao Paraso e
imortalidade. Estas rvores correspondem a
duas etapas da economia da Salvao.
Entre uma e outra rvore aparece Daniel, com os braos
estendidos, em atitude de orante; os lees, que
deveriam devor-lo, lambem suas mos como ces fiis
o fariam com seu dono. Jogado aos lees pelos inimigos
do verdadeiro Deus, figura de Cristo: venceu os
poderes da morte e encontrou de novo o acesso ao
Paraso. Os lees amansados manifestam a mudana
total das realidades pela Cruz de Cristo.
Daniel e Ado tem o mesmo rosto, as cenas so antitticas e
correlativas com os extremos da Histria da Salvao. Ado e
Eva cobrem a sua nudez, enquanto Daniel abre os braos no
gesto de total inocncia.

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