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13/02/2004

O código do consumidor está inserido no direito público?


Tratam-se de normas dispositivas (vem da vontade das partes), não é
norma de ordem pública (vem da lei) relacionada com matéria do direito
civil, comercial. Portanto, é direito privado.

Norma de ordem pública no direito privado?


A obrigação resulta da ordem jurídica proveniente do fato jurídico
e da lei. Quando se indaga a fonte de uma obrigação procura-se conhecer
o fato jurídico ao qual a lei atribui o efeito de suscitá-la.

Fontes das obrigações:


Mediatas → vontade humana + fato jurídico humano.
Imediatas → a lei.

FUNÇÕES DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS


- fato jurídico humano + elemento volitivo
- unilateral
- bilateral ou plurilateral
- norma de ordem pública

Contrato → é acordo de duas ou mais vontades na conformidade da


ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de
interesses entre as partes, com escopo de adquirir, modificar ou
extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.
O contrato pressupõe a intervenção de duas ou mais pessoas; poderá
ocorrer um contrato com uma única pessoa?
Sim, no “contrato consigo mesmo” (com uma procuração de terceiro
faço um contrato onde assino como contratante (procuração) e contratado
(eu)).

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO


Considera-se mais o lado social.
Indenização
- contrato de empreitada
- novas modalidades contratuais: contrato de comissão, de agência, de
distribuição, de corretagem, de incorporação edilícia, contrato de
transporte.
Requisitos: art. 1204, I/III.

20.02.2004

1- REQUISITOS DO CONTRATO (ART. 104 CC)


- objeto lícito determinável
- agente capaz
- forma prescrita e definida em lei.

2- CLASSIFICAÇÃO DOS REQUISITOS


- subjetivos
- objetivos
- formais

a) requisitos subjetivos
- duas ou mais pessoas
- capacidade genérica para atos da vida civil
- aptidão específica para contratar (ex. 496/497 CC)
- consentimento entre as partes (se não tiver consentimento será nulo)

b) requisitos objetivos
- diz respeito ao objeto do contrato (ex.: Contrato de locação é a
locação)
- licitude do objeto
- objeto determinável e possível
- economicidade (não se pode fazer um contrato para a compra de apenas
um grão de arroz)
– tem de existir natureza patrimonial

c) requisitos formais
- público ou privado (a forma como é feito)
- forma diferente de prova
privado – documento particular
público – instrumento público

Clóvis Bevilacqua: “forma é o conjunto de solenidades que se devem


observar para que a declaração de vontade tenha eficácia. Prova é o
conjunto de meios empregados para demonstrar legalmente a existência
de negócio jurídico”.

3- FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO (ART. 421 CC)


- centro dos negócios (sem contrato não há negócio jurídico)
- realiza interesses não coincidentes
- direito de propriedade
“a instituição jurídica do contrato é o reflexo da instituição da
propriedade” – Silvio Rodrigues – art. 421 CC
Exemplo: ação de indenização.

4- PRINCÍPIO DO DIREITO CONTRATUAL

a) princípio da autonomia da vontade


- estipular livre e como lhe convier
- liberdade de criação do contrato
- ordem pública e bens costumes

b) princípio do consensualismo
- validade do contrato (acordo de duas ou mais vontades)

c) princípio da obrigatoriedade da convenção


- estipulações deverão ser fiéis e cumpridas
- pena de execução
- não poderá alterar o conteúdo
- exceção (lei 807/90, art. 6º, V, combinado com art. 478/480).

d) princípio da relatividade dos efeitos do contrato


- só se vinculam as partes que nele intervenham, salvo exceção.

e) princípio da boa-fé
- partes devem agir com lealdade e confiança
- auxiliando-se mútua e na formação e não execução do contrato

05/03/2004

FORMAÇÃO DO CONTRATO

1- elementos indispensáveis à constituição do contrato


- acordo de vontade das partes contratantes (tácito ou expresso)
- proposta e aceitação

2- fases da formação contratual


I – negociações preliminares
- conversações prévias sobre o contrato futuro
- inexistência vinculação jurídica, embora excepcionalmente surja
responsabilidade civil – culpa aquiliana

II – proposta
- declaração receptícia de vontade
- primeiramente manifesta-se a intenção de se considerar vinculada, se
a outra parte aceitar.

a) características
- é declaração unilateral de vontade do proponente
- negócio jurídico proposto
- é elemento inicial do contrato
- completo, preciso e inequívoco

b) obrigatoriedade
- ônus imposto ao proponente de não revogar por um certo tempo a partir
da sua existência.
- pena: perdas e danos
- substituição, morte, incapacidade
- exceção: art. 427/428, I a IV (força vinculante na é absoluta)

III – aceitação
- é a manifestação de vontade realizada pelo destinatário (pode ser
expressa ou tácita)
- dentro do prazo da proposta
- torna o contrato concluído
- necessidade conhecimento pelo ofertante

a) requisitos;
- não exige obediência à determinada forma. Exceção: contratos solenes
(art. 432)
- deve ser oportuna (art. 430/431)
- deve corresponder a uma adesão (integral à oferta)
- deve ser conclusiva e coerente

b) aceitação nos contratos “inter praesentes”


- oferta poderá estipular ou não o prazo para aceitação
- se não contiver o prazo, a aceitação deverá ser manifestada
imediatamente

c) aceitação nos contratos “inter-absentes”


- existindo prazo, este deverá ser observado
- aceitação atrasada sem culpa do oblato (aceitante), o proponente
deverá dar ciência do fato ao aceitante. Pena= perdas e danos (art. 430)
- se não houver prazo, aceitação há tempo suficiente para a resposta ao
conhecimento do proponente

d) retração do aceitante
- arrependimento do aceitante poderá ocorrer antes da aceitação ou com
ela (art. 433)

3- momento da conclusão do contrato


a) contrato inter-presentes
Neste contrato as partes encontrar-se-ão vinculadas no mesmo instante
que o oblato aceitar a oferta, só então o contrato começará a produzir
efeitos jurídicos

b) contrato inter-ausentes
- declaração de vontade – teoria da declaração
- exceção: art. 434,. I ao III – teoria da recepção

4- lugar da celebração no negócio jurídico contratual


a) art. 435 CC
- local em que for proposto
b) art. 9º § 2º LICC
Direito internacional no lugar em que residir o proponente

5- interpretação do contrato
- função objetiva e subjetiva
- analisar ato negocial e suas cláusulas
- analisar a intenção comum das partes contratantes
→ declaração volitiva
normas empíricas, mais de lógica prática do que legal

6- regras interpretativas
arts. 112, 114, 819, 113 e 423 CC (não há capítulo específico).

26/03/2004

matéria da prova:
1- teoria geral do direito contratual
2- contratos: conceito e requisitos
3- princípios do direito contratual
4- formação do contrato
5- interpretação do contrato
6- classificação dos contratos
7 – efeitos do contrato

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

1- contratos considerados em si mesmo

I- quanto à natureza da obrigação entabulada

a) contratos unilaterais e bilaterais


- serão unilaterais se uma das partes assumir obrigações em face da
outra.
Ex.: comodato, depósito, mandato
- serão bilaterais se cada contraente for credor e devedor do outro –
direito e obrigação para ambos (art. 476/477 CC)
Ex.: compra e venda, troca, locação

b) contratos onerosos e gratuitos


oneroso – traz vantagens para ambos, e sofrem um sacrifício
patrimonial correspondente a um proveito almejado.
Ex.: locação
Gratuitos – oneram somente uma das partes, proporcionando à outra, uma
vantagem, sem qualquer contra prestação.
Ex.: doação

c) contratos cumutativos e aleatórios


comutativos: são aqueles em que cada contraente, além de receber do
outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de
imediato, essa equivalência.
Ex.: compra e venda.
Aleatórios – são aqueles em que a prestação de uma ou de ambas as
partes depende de um risco futuro e incerto, não se podendo antecipar o
montante (arts. 458 a 461).
Ex.: rifa, bilhete de loteria, seguro

d) contratos paritários e contratos por adesão


Paritários: são aqueles em que os interessados são colocados em pé de
igualdade, ante o princípio da autonomia de vontade
Por adesão: são aqueles em que a manifestação das partes se reduz à
mera anuência a uma resposta da outra.
Ex.: contrato de fornecimento de água, luz.

II – quanto à forma
a) contrato consensuais: se perfazem pela simples anuência das partes,
sem necessidade de outro ato.
Ex.: locação, parceria rural.

b) contratos solenes: consistem naqueles para os quais a lei prescreve


para sua celebração forma especial.
Ex.: compra e venda de imóvel (art. 108CC)

c) contratos reais: são aqueles que se ultimam com a entrega da coisa


feita por um contraente e outro.
Ex.: comodato, mútuo, depósito, arras.

III – quanto à sua denominação

a) contratos nominados: abrangem as espécies contratuais “nomem juris”


e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de
regulamentação específica.
Ex.: compra e venda, doação, locação, empréstimo.

b) contratos inominados: que se afastam dos modelos legais, pois não


são disciplinados ou regulados expressamente pelo Código Civil ou por
lei (425 CC).
Ex.: contrato sobre exploração de lavoura, contrato de locação de
caixa-forte.
IV – quanto ao objeto (patrimonial, pessoa, social)
- contrato de alienação de bens
- contrato de transmissão de uso e gozo
- contrato de prestação de serviços
- contrato de conteúdo especial

V – quanto ao tempo de sua execução

a) contratos de execução imediata: são os que esgotaram, num só


instante, mediante uma única prestação
ex.: troca, compra e venda à vista

b) contrato de execução continuada que ocorrem quando a prestação de um


ou de ambos os contraentes se dá a tempo.
Ex.: compra e venda á prazo.

VI – quanto à pessoa do contraente

a) contratos pessoais: são aqueles em que a pessoa do contraente é


considerada pelo outro como elemento determinante de sua conclusão.
Ex.: contratar o serviço de um marceneiro, é necessário que a pessoa
contratada seja profissional da área.

b) contratos impessoais: são aqueles em que a pessoa do contraente é


juridicamente indiferente.

2 – contratos reciprocamente considerados

a) contratos principais são os que existem por si, exercendo sua função
e finalidade independentemente de outro.

b) contratos acessórios: são aqueles cuja existência jurídica supõe a


do principal, pois visam assegurar a sua execução.
Ex.: fiança

EFEITOS DO CONTRATO

1 – efeitos relativamente à terceiro


2 – direito de retenção
3 – acessório “non adimpler contractus”
4 – vícios redibitório
5 – evicção
6 – arras

1 – efeitos do contrato relativamente a terceiros: é um contrato


estabelecido entre duas pessoas, em que uma delas (estipulante)
convenciona com outra (promitente) certa vantagem patrimonial em
proveito de terceiros (beneficiário) alheio à formação de vínculo
contratual.

2 – direito de retenção é a permissão concedida pela norma ao


credor, de conservar em seu poder coisa alheia, que já detém
legitimamente além do momento em que a deveria restituir, o seu crédito
não existisse e normalmente até a extinção deste.
**MATERIAL RETIRADO DE DOUTRINA E PESQUISA**

TEORIA GERAL DO DIREITO CONTRATUAL

Contrato: é o negócio jurídico, fundado no acordo de vontades que tem


por fim criar, modificar ou extinguir um direito.
Contrato é todo ato humano, lícito, capaz de adquirir, transferir, modificar, ou extinguir
uma relação jurídica (contrato em sentido lato).
Contrato é o negócio jurídico, que as partes se sujeitam a observância da conduta
idônea, à satisfação dos interesses que pactuam (contrato em sentido estrito).
Portanto, contrato é o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto
lícito e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. O
contrato ocorre, diz De Plácido e Silva (1982, 1º:430), "quando os contratantes,
reciprocamente, ou um deles, assume a obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma
coisa".
O concurso de vontades é pressuposto do contrato. Quando as obrigações que se
formam no contrato são recíprocas, este é bilateral; quando são pertinentes somente a
uma das partes, se diz unilateral. Para que o contrato seja válido, é preciso que seu objeto
seja lícito e possível, e as partes contratantes sejam capazes, isto é, estejam legalmente
aptas para contratar.
Modernamente, o contrato é o ato jurídico bilateral (acordo das partes e sua
manifestação externa) que tem por finalidade produzir conseqüências jurídicas. Todo
contrato gera obrigações no direito moderno. Não assim no direito romano. Neste, desde
o início até o fim de sua evolução, o simples acordo não gerava obrigação: nuda pactio
obligationem non parit . Para que haja liame jurídico, chamado obligatio, era preciso,
além do acordo, um fundamento jurídico: a causa civilis. Essa causa civilis é que elevava
o ato jurídico bilateral a um contractus e só o credor de um tal contrato tinha à sua
disposição uma ação (actio) reconhecida pelo direito para constranger o devedor a efetuar
a prestação
Pacto, contrato e convenção: no Direito Romano havia a convenção
que abrangia duas espécies: os contratos e os pactos. A convenção era
revestida de uma forma e a diferença entre o pacto e o contrato era o
direito de ação, conferido somente a este último. Quem possuísse
direitos decorrentes de um pacto somente poderiam se defender pela via
da exceptio (exceção), opondo ao outro fato impeditivo.
Nossa legislação usa os termos pacto, convenção e contrato como
sinônimos.

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A função do contrato está lastreada na idéia de solidariedade


social.
Foi com o espírito volitivo das partes que o legislador deu função
social estatura de direito positivo, inserindo no art. 421 CC, logo na
primeira disposição atinente à matéria contratual, que a liberdade de
contratar será exercida em razão e nos limites da função social
contrato.
Modernamente, o direito contratual deve ser encarado como um dos
meios pelo o qual o homem procura o seu desenvolvimento, distribuição
de oportunidades e riquezas, com o escopo de atingir o bem comum.

INEFICÁCIA DO CONTRATO
CONTRATO NULO CONTRATO ANULÁVEL
A nulidade pode ser argüida por A anulabilidade será argüida apenas
qualquer interessado. pelos titulares dos interesses em
“!acordo” no contrato.
Para que se declare a nulidade do Para que se declare a anulabilidade do
contrato, não é preciso provocação, contrato, esta deverá ser argüida pela
pois cabe ao juiz ex officio, parte que a lei protege.
pronunciar quanto à nulidade do
contrato, se ninguém o fizer.
A nulidade se dá pela violação de ordem A anulabilidade se dá pela violação de
pública ou mandamento coativo que normas que visam proteger o outro
tutela o interesse geral. contratante.
O contrato nulo perde seus efeitos O contrato anulável tem seus efeitos
desde a sua formação. “ex tunc” válidos enquanto não se declara sua
invalidade por sentença e só sofre
alteração a partir daí. “ex nunc”
A nulidade é insanável e perpétua, A anulabilidade é sanável sendo que o
sendo que o contrato nulo não se contrato anulável é passível de
restabelecerá com o decurso do tempo. restabelecimento.
A nulidade produz efeitos “ex tunc”. A anulabilidade produz efeitos “ex
nunc”.

A invalidade do contrato é a falta ou o vício de um dos


pressupostos ou requisitos contratuais, como ocorre com o contrato
celebrado pelo absolutamente incapaz. Da invalidade pode ocorrer a
nulidade ou a anulabilidade do contrato. Ineficaz é o contrato, que,
embora válido, não produz seus efeitos devido à existência de um
obstáculo extrínseco.
Nos contratos anuláveis, as nulidades podem ser argüidas somente
pelos interessados, podem ser sanadas e enquanto não declarado nulo, o
contrato produz normalmente seus efeitos.
Os contrato anuláveis podem restabelecer-se por três modos: pela
confirmação ou ratificação que é a renúncia da faculdade de pedir a
anulação do contrato; pela convalidação, que é o suprimento posterior
da omissão e pela prescrição, que é a extinção do direito à anulação
pelo decurso do tempo.

CONTRATO CONSIGO MESMO

A autocontratação é aquela em que a mesma pessoa atua no contrato


em situações jurídicas diferenciadas. É o que acontece quando uma
pessoa, representando outrem celebra ato negocial consigo mesmo. Por
exemplo: numa compra e venda, a mesma pessoa, devidamente autorizada,
se apresenta, de um lado, como mandatário do vendedor, investido com os
poderes para tanto, e de outro, como comprador, representando seu
próprio interesse.
A pluralidade de partes é a característica marcante no direito
contratual, pois uma pessoa pode ser credora e devedora de si própria.
Muito embora possa existir um contrato agasalhando apenas uma pessoa,
se tal ocorrer, esta deverá estar, necessariamente, investida de duas
qualidades jurídicas diferentes, pois não há contrato sem duas ou mais
partes.

ELEMENTOS DO CONTRATO
1. ESSENCIAIS
Devem constar de todos os contratos, sob pena de nulidade. São:
capacidade das partes, licitude do objeto e forma prescrita ou não
defesa em lei. Além dos elementos essenciais gerais, isto é, comuns a
todos os atos jurídicos, existem os elementos essenciais especiais, que
devem existir somente em alguns contratos. Exemplo: a coisa, o preço, e
o consentimento do contrato de compra e venda.
2. NATURAIS
São aqueles que podem ocorrer, ou não. Exemplo: o mútuo presume-se
gratuito, mas as partes podem convencionar a onerosidade do pagamento
de tributos.
3. ACIDENTAIS
Modificam a vontade das partes e variam de contrato para contrato.
Exemplo: a forma de pagamento.
4. DE ESTILO
Não são necessários, mas têm grande valia para demonstrar a vontade
das partes. Exemplo: pro rata (na razão do que deve caber,
proporcionalmente, a cada uma das partes), pro solvendo (para pagar), pro
soluto (para pagamento).
5. IMPERATIVOS
são obrigatórios em determinados tipos de contrato. Exemplo:
outorga uxória.
6. ELEMENTOS COMPLEMENTARES
São facultativos e não precisam figurar no corpo do contrato.
Exemplo: anexos.

Requisitos do Contrato
a) - a existência de duas ou mais Pessoas;
b) - a capacidade genérica das partes contratantes;
c) - o consentimento livre das partes contratantes.
Objetivos
a) - licitude do objeto;
b) - possibilidade física ou jurídica do objeto;
c) - determinação do objeto;
d) - economicidade do objeto.
Formas
a) - liberdade de forma (como regra);
b) - obediência à forma quando a Lei assim o exigir.
PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL

Princípio da Autonomia da Vontade


A autonomia da vontade é o poder que possui o indivíduo de suscitar, mediante
declaração de sua vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica.
Por esse princípio, a liberdade de contratar domina completamente.
Princípio do consensualismo
Em matéria contratual, o consensualismo significa, havendo acordo de vontade,
qualquer forma contratual é válida (verbal, silêncio, mímica, telefone, e-mail),
excetuando-se atos solenes que exijam formalidades legais, ou seja, só será exigida forma
quando a lei ordenar.
Princípio da obrigatoriedade da convenção
O contrato uma vez elaborado segundo os requisitos legais, se torna obrigatório
entre as partes, que dele não se podem desligar, constituindo-se em uma espécie de lei
aplicada entre os contratantes a ser fielmente cumprida – “pacta sunt servanda”.
O direito contemporâneo tem abrandado este princípio, fortalecendo
sensivelmente a cláusula “rebus sic stantibus” (até que as
coisas continuem como estão), também chamada de teoria
da imprevisão. Com isto, permite-se a revisão judicial ou um
reajuste dos termos do contrato, quando a situação de uma
das partes tiver sofrido mudança imprevista e impossível de
se prever.
Teoria da Imprevisão
O contrato constitui uma espécie de lei privada entre as partes pactuantes "pacta sunt
servanda" (os pactos devem ser respeitados). Por este princípio (obrigatoriedade das
convenções), o contrato vincula as partes, não podendo estas se liberarem, senão através
do destrato ou da impossibilidade da prestação, provocada por Caso fortuito ou força
maior.
No final do século passado surgiu na doutrina uma tendência a reviver a velha cláusula
"Rebus Sic Stantibus", segundo a qual todas as prestações diferidas para o futuro,
tacitamente, seriam resilíveis, se as condições vigentes se alterarem posteriormente -
"Contractus qui habent tractum sucessivum et dependentum de futuro, rebus sic stantibus
intelligentur" - (nos contratos de trato sucessivo ou a termo, o vínculo obrigatório
entende-se subordinado a continuação daquele estado de fato vigente ao tempo da
estipulação).
Essa tendência na nova doutrina consolidou a teoria da imprevisão, concepção essa que
não se exige a impossibilidade da prestação para que o devedor se libere do liame
contratual, basta que, através de fatos extraordinários e imprevisíveis, a prestação se torne
excessivamente onerosa para uma das partes, podendo a prejudicada pedir a rescisão do
negócio.
Princípio da relatividade dos efeitos
Este princípio encerra a idéia de que os efeitos do contrato são impostos
somente às partes, não aproveitando e nem prejudicando terceiros.
Princípio da probidade e da boa-fé
Para o direito a boa-fé é presumida, ou seja, as pessoas têm por instinto agir de boa-
fé, cabendo, no entanto, prova em contrário. Exemplo: por expressa disposição legal, o
contrato de seguro deverá ser interpretado com base no princípio da boa-fé.
Limitações à Liberdade de Contratar
Como regra, a liberdade de contratar não pode ser limitada, no entanto, duas exceções
ao princípio da autonomia da vontade, estão insertas no Código Civil.
a) - a ordem pública:
A Lei de ordem pública fixa, no direito privado, as bases jurídicas fundamentais
sobre as quais repousa a moral da sociedade. Toda a vez que o interesse
individual colidir com o da sociedade, o desta última prevalecerá - "ius publicum
privatorum pactis derrogare non potest" - os princípios de ordem pública não
podem ser alterados por convenção entre particulares.
b) - os bons costumes:
Bons costumes são hábitos baseados na tradição e não na lei, O princípio da
autonomia da vontade esbarra nas regras morais não reduzidas a escrito, mas
aceitas pelo grupo social.
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Não há ainda um contrato, são os primeiro contatos entre as partes


a fim de que surja um contrato mais à frente.
A proposta: a parte que está segura do que pretende, manifesta sua
vontade à outra. Até que seja aceita pelo oblato não há compromisso
entre as partes, todavia o proponente já tem uma obrigação – manter os
termos da proposta, se aceita.
A aceitação: é a resposta afirmativa do oblato à oferta do
proponente. O aceitante manifesta sua anuência. Pela aceitação, ambas
as partes vinculam-se reciprocamente, o contrato se aperfeiçoou.
O lugar do contrato: é ponto importante, pois determina o foro
competente para dirimir possíveis litígios entre as partes.
O silêncio de umas das partes tem sido visto pelos doutrinadores
não como um consentimento, mas a imposição da reação a este silencia
uma coação! Por exemplo: uma pessoa recebe um exemplar de uma revista
com ordem para devolvê-la em caso de recusa. Se assim não o fizer
considerar-se-á aceito o contrato de assinatura da revista? Isto parece
mais uma coação.
Os doutrinadores convergem para o princípio: “qui tacet si liqui
debuisset ac potuisset consentire videtur” (quem cala quando deveria e
poderia falar parece consentir), diferentemente do “qui tacent
clamant” (quem cala consente).

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INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
1) a regra de ouro na interpretação dos contratos. O art. 112,
orientando que “nas declarações de vontade se entenderá mais à
intenção que ao sentido literal da linguagem”.
2) os contratos benéficos deverão ser interpretados restritivamente
(art. 114 CC), devendo o intérprete permanecer limitado aos contornos
traçados pelos contratantes.
3) a transação interpreta-se restritivamente (CC art. 843)
4) a fiança dar-se-á por escrito e não admite interpretação
extensiva (art. 819CC).
5) os negócios jurídicos deverão ser interpretados conforme a
probidade e a boa-fé (art. 422 CC).
6) nos contratos por adesão, com cláusulas am,biguás ou
contraditórias dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao
aderente (art. 423 CC).
7) as cláusulas contratuais deverão ser interpretadas de maneira
mais favorável ao consumidor (Lei 8078/90, art. 47), se houver alguma
dúvida
8) para interpretação das cláusulas contratuais, devem ser usadas
as normas contidas no revogado art. 1231 do Código Comercial:
a) a inteligência simples e adequada, que for mais conforme a
boa-fé e ao verdadeiro espírito e natureza do contrato, deverão
sempre prevalecer à rigorosa e restrita significação das palavras;
b) as cláusulas duvidosas serão entendidas pelas que não
forem, e que as partes tiverem admitido; e as antecedentes e
subseqüentes, que estiverem em harmonia, explicarão as ambíguas;
c) o fato dos contraentes posterior ao contrato, que tiver
relação com o objeto principal, será a melhor explicação da vontade
que as partes tiveram no ato da celebração do mesmo contrato;
d) o suo e a prática geralmente observada no comércio, nos
casos da mesma natureza, e , especialmente o costume do lugar onde
o contrato deva ter execução, prevalecerão a qualquer inteligência
em contrário que se pretenda dar às palavras.
e) nos casos duvidosos, que não possam resolver-se segundo as
bases estabelecidas, decidir-se-á em favor do devedor.

CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

Quanto à forma, os contratos se classificam em:

Contratos principais - São aqueles cuja existência independem de qualquer outro. Ex:
contrato de depósito.
Contratos Acessórios - São aqueles que existem em função do contrato principal. Ex:
Arras.
Contratos preliminares - São ajustes que criam vários tipos de obrigações definitivas
para os contratantes. Ex: pacto de contraendo.
Contratos definitivos - São aqueles contratos que criam vários tipos de obrigações
definitivas para os contraentes. Ex.: contrato de locação.
Contratos consensuais - aperfeiçoam-se pelo mero consentimento e não reclamam
solenidade ou tradição. Ex.: locação.
Contratos reais - são os que apenas se ultimam com a entrega da coisa. Ex.: comodato.
Contratos solenes - aqueles que dependem de forma prescrita em lei. Ex.: compra e
venda de imóveis (requer escritura pública).
Contratos não solenes - quando não há forma prescrita em lei e constitui-se a regra.

Quanto à sua natureza, os contratos se classificam em:

Unilaterais - São aqueles que se aperfeiçoam por uma só obrigação. Ex: o Testamento,
Doação.
Bilaterais - São os que se aperfeiçoam por reciprocidade de obrigações. Ex: Escrituras de
compra e venda. Contrato bilateral, ou seja, aquele em que as obrigações dos contratantes
são recíprocas. Exemplos: compra e venda e locação.
Onerosos - Contrato a Título Oneroso - São aqueles onde há sacrifício patrimonial para
ambas as partes. Ex: compra e venda.
Gratuitos - São aqueles onde há um sacrifício patrimonial, apenas, para uma das partes.
Ex: doação.
Comutativos - São os contratos onde as prestações se cumprem simultaneamente. Ex:
Compra e venda.
Aleatórios - São os contratos onde as prestações são deferidas para o futuro. Ex: contrato
de Seguro.
Contratos paritários - as partes estipulam cláusulas em pé de igualdade. A balança está
equilibrada. Ex.: compra e venda.
Contratos por adesão - umas das partes apenas adere à proposta da outra, não podendo
discutir as cláusulas contratuais. A balança está desequilibrada. Ex.: fornecimento de
água.
Contrato Inominado - Contrato que, embora não vedado em lei, não se acha
especificado, disciplinado formalmente no direito positivo. Daí a expressão inominado.
Não tendo regulamentação especial, são disciplinados pela analogia com os contratos
nominados e pelos princípios gerais de direito.
Contrato Principal - Contrato dotado de existência independente de um contrato
preliminar.
Contrato Sinalagmático - Do grego synallagmatikós, recíproco. Adjetivação daquilo
que é bilateral, recíproco, que importa em igualdade de direitos e deveres para as partes
contratantes. Contrato em que as partes assumem obrigações recíprocas. Também
denominado bilateral.

Quanto ao tempo, os contratos se classificam em:

Contratos instantâneos - aqueles em que as prestações se executam no momento da


celebração do contrato. Ex.: compra e venda à vista.
Contratos de trato sucessivo - são aqueles em que não é possível sua satisfação em um
só momento. Ex.: seguro.

Quanto às pessoas, os contratos se classificam em:

Contratos pessoais - são realizados em razão da pessoa, com base na anca recíproca
entre as partes e só podem ser executados pelo próprio devedor. Ex.: mandato.
Contratos impessoais - quando a pessoa do outro contraente não é elemento
determinante para a conclusão do contrato.

OUTROS TIPOS DE CONTRATOS

Contratos civis - são aqueles previstos no Código civil ou que o tenham como base
legal. Podem ou não ter finalidade lucrativa e sujeitam-se aos princípios da
autonomia da vontade, consensualismo, relatividade dos efeitos, probidade e boa-fé.
Contratos administrativos – são aqueles firmados pela Administração e regidos pelas
normas de direito público e possuem cláusulas exorbitante e a possibilidade de alteração
e rescisão unilaterais por parte da Administração.
Autocontrato - quando uma mesma pessoa figura nos dois pólos do contrato. De um
lado representando a si próprio, e de outro, um mandante. Ex.: compra e venda com
procuração em causa própria.
Contrato de meio – quando uma das partes se compromete a empenhar esforços para
atingir determinado fim sem obrigar ao sucesso. Ex.: mandato de advogado.
Contrato de fim - quando o contratado se obriga a atingir determinado fim. Ex.:
empreiteiro em relação à construção de um edifício, o resultado final é idêntico ao projeto
original.
Contratos mistos - derivam-se da combinação de outros contratos. Ex.: leasing.
Contratos puros - não são frutos da combinação de outros contratos. Ex.: empréstimos.
Contratos individuais - quando apenas se obrigarem as partes que vierem a tomar parte
da celebração.
Contratos coletivos – são os que formam pela vontade de um grupo, gerando obrigações
para todos, mesmo que não participem da celebração do mesmo.
Contrato Benéfico - Contrato no qual somente uma das partes se obriga; a outra está
dispensada de qualquer contraprestação, a não se limitar a fruir do benefício pactuado,
nos seus exatos termos. Por isso, os contratos benéficos, também chamados contratos a
título gratuito, devem ser interpretados restritivamente.
Contrato Cotalício - Contrato de honorários profissionais devidos ao advogado pelo
cliente. Observar-se-á o procedimento sumário para a cobrança de honorários por
profissionais liberais.
Contratos típicos - são aqueles tipificados em lei.
Contratos atípicos - não se encontram tipificados em lei e são admitidos em fazer do
princípio da autonomia da vontade. Ex.: factoring.
Alquilaria - Contrato de aluguel de animais.
Contrato Feneratício - Contrato de empréstimo a juros.
Contrato Leonino - Contrato que favorece abusivamente uma das partes, em prejuízo da
outra. A denominação vem da célebre fábula de Esopo, na qual o leão exigia para si, na
condição de rei dos animais, a melhor parte dos bens.
Síngrafo - do grego syngraphós, instrumento de contrato assinado. Instrumento particular
firmado pelo credor e pelo devedor. Ex.: instrumentos particulares de contratos, estatutos
de sociedades.

MANDATO - do latim manus + datio, mandatu, aperto de mãos. Autorização que


alguém confere a outrem para praticar em seu nome certos atos - procuração, delegação;
2. Missão, incumbência; 3. Ordem ou preceito de superior para inferior - mandado; 4.
Poderes políticos outorgados pelo povo a um cidadão, por meio de voto, para que
governe a nação, estado ou município, ou o represente nas respectivas assembléias
legislativas.
Contrato pelo qual o mandatário se obriga a praticar um ato, gratuitamente, e
conforme instruções do mandante.
A incumbência pode ser a prática de qualquer ato, material ou jurídico, desde que
não seja ilícito. O importante é que seja gratuito: mandatum nisi gratuitum, nullum est.
Caso contrário, tratar-se-ia de locação de serviços ou de outro contrato qualquer (por
exemplo, contrato inominado). E essencial, ainda, que o mandato seja no interesse do
mandante, ou, pelo menos, no interesse conjunto do mandante e do próprio mandatário ou
de terceiro. Mandato no interesse exclusivo do mandatário é um simples conselho, não
constituindo contrato.
O mandato é um contrato bilateral imperfeito, porque gratuito. A obrigação
principal é a do mandatário, de praticar o ato. Seu inadimplemento era sancionado pela
actio mandati directa do mandante contra o mandatário. A obrigação secundária e
eventual é a do mandante, de indenizar o mandatário das despesas havidas na execução
do mandato e ressarci-lo pelos danos sofridos nessa execução, exigíveis pela actio
mandati contraria.
Extingue-se o mandato pela satisfação da incumbência ou pelo destrato, isto é,
acordo entre as partes visando à rescisão do contrato. Além destes casos, sendo o
mandato um contrato que se baseia na mútua confiança pessoal, cessa pela morte de
qualquer das partes, ou quando qualquer delas o declara rescindido. A rescisão por
vontade unilateral, porém, só é possível enquanto não for iniciada a execução do
mandato.
O mandato se afirmava com um aperto de mãos pelos contratantes, que se davam a
mão direita, pois acreditava-se que o dedo anular desta era atravessado por um nervo que
ia ao coração, sede da fidelidade.
Mandato é um contrato pelo qual alguém recebe de outro, poderes para em seu
nome praticar atos ou administrar interesses. Temos as seguintes partes: Mandante
(aquele que confere poderes); Mandatário (aquele que recebe poderes).
Espécies: a) Legal - pela lei. b) Judicial - pelo juiz. c) Convencional - ad judicia ou
ad negatia.
Em outras palavras: É um contrato pelo qual alguém, denominado mandante,
determina que outrem, denominado mandatário, atue em seu nome, praticando
determinados atos. A procuração é o instrumento do mandato. Não é o mandato
propriamente dito, mas o seu veículo, a sua forma exterior. É preciso distinguir entre
mandato judicial e mandato extrajudicial. O mandato judicial é atribuído a quem,
legalmente habilitado, se propõe a atuar no foro, exigindo-se, para tanto, forma solene e
instrumento comprobatório, no caso a procuração.
Quanto ao mandato extrajudicial ou “ad negotia”, se destina à prática de atos de
natureza cível ou comercial fora do âmbito do Judiciário, não exige forma solene, apenas
o acordo de vontades.
Obligatio mandati consensu contrahentium consistit (a obrigação do mandato
consiste no consentimento dos contratantes).
Invitus procurator non solet dari (não é costume que um procurador seja nomeado
contra a sua vontade).
EFEITOS DO CONTRATO

Vícios redibitórios: Defeito oculto na coisa recebida em virtude de contrato comutativo


que a torna imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminua o valor. O conhecimento
do vício ensejaria a não realização do negócio.

Evicção - do latim “evincere”, vencer, triunfar, desapossar.


Ato judicial pelo qual alguém reivindica o que é seu e que lhe tinha sido tirado; ação
judicial pela qual o vendedor responde perante o comprador, caso a venda da coisa se
torne passível de nulidade ou tenha havido fraude na compra anterior.
É a perda total ou parcial de uma coisa (bem jurídico), em virtude de sentença que a
atribui a terceira pessoa.
Ou seja, é a perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em
conseqüência de reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor.
Perda total ou parcial do domínio, ou uso, de uma coisa em virtude de sentença, que a
atribui a outrem. Para Clóvis Beviláqua, evicção é a perda total ou parcial de uma coisa,
em virtude de sentença, que a atribui a outrem, por direito anterior ao contrato, de onde
nascera a pretensão do evicto. A garantia pela evicção é obrigação que deriva diretamente
do contrato. Por isso independe de cláusula expressa, e opera de pleno direito.
Assim, havendo a evicção do objeto dado em pagamento, o "solvens" sofre a perda,
ressuscitando a obrigação. A obrigação volta ao seu "status quo ante".
"Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do
preço, ou das quantias, que pagou: I) - à indenização dos frutos, que tiver sido obrigado a
restituir, II) - à das despesas dos contratos e dos prejuízos que diretamente resultarem da
evicção; III) - às custas judiciais”. Não prima esse dispositivo pela clareza. Por isso
mesmo, duas correntes jurisprudenciais se formaram acerca de sua interpretação. Para a
primeira, o alienante só é obrigado a restituir o preço, ou as quantias pagas, além das
demais parcelas mencionadas, desprezando-se, portanto, assim, a valorização como a
desvalorização subseqüente. Para a segunda, na apuração dos prejuízos resultantes da
evicção, deve-se tomar por base o valor da coisa ao tempo em que se evenceu. Esta,
incontestavelmente, a solução mais justa e própria: a) - porque é tradicional em nosso
direito; b) - porque segue orientação geralmente adotada pelas demais legislações; c) -
porque o Código, de modo expresso, disciplinando a evicção parcial, manda indenizar
pelo valor contemporâneo ao da evicção.
Arras: popularmente conhecidas tão-somente por "sinal", são a importância dada por um
dos contratantes ao outro, com a finalidade precípua de firmar a presunção de acordo
final e tornar obrigatório o ajuste, presumindo-se que contrato está definitivamente
cumprido. Embora as arras formem presunção de acordo final, elas podem assegurar,
conforme for estipulado, o direito a arrependido, evidenciando-se duas espécies:
confirmatórias e penitenciais.As arras confirmatórias consistem na entrega de quantia ou
coisa, feita por um contratante ao outro em firmeza do contrato e como garantia de que
será cumprido. Usam-se, precisamente, para impedir o arrependimento de qualquer das
partes. Quando não se atribui às arras expressamente outra finalidade, devem ser
consideradas confirmatórias. As arras dadas na elaboração no ato de formação do
contrato ou na conclusão deste constituem princípio de pagamento. As arras penitenciais
(art. 1.095 do CC) são aqueles em que se estipulem o direito de arrependimento, com a
perda das arras se o arrependido foi quem as deu, ou pelo pagamento em dobro se, a
“contrario sensu”, o arrependido foi quem as recebeu.
“Exceptio non adimpleti contractus”: Nos contratos bilaterais, nenhum dos contraentes,
antes de cumprida a sua obrigação, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da
do outro.Trata-se, aí, da famosa exceptio non adimpleti contractus, em que alguns vêem manifestação
de eqüidade, mas que conta o mais lídimo caráter jurídico. Saliente-se ser norma de direito material
que reforça a tutela do direito.

Direito de retenção: O direito de retenção gera o seu titular uma exceção dilatória. Não impede a
condenação à entrega de coisa, mas subordina a eficácia da sentença à prévia satisfação do crédito daquele
que detém a “jus retentionis”. Por isso, se o título executivo refere-se a entrega de coisa benfeitorizada pelo
devedor, ou por terceiro, antes da execução é obrigatória a liquidação do valor das obras ou melhoramentos
a serem indenizados pelo credor (Art. 628), o que se fará de acordo com o disposto nos arts. 603 a 610. A
execução só terá início depois do depósito do valor das benfeitorias. Se a sentença exeqüenda já eliminou
a retenção por benfeitorias, sua reiteração, nos embargos, seria infringente da coisa julgada, sem pertinência
no processo executório. Se admitiu esse direito, o próprio título delimita a pretensão executória, de molde a
caracterizar-se, eventualmente, o excesso de execução, segundo o disposto no inciso IV do art. 743. O texto
restringe a sua disciplina, portanto, aos casos em que não houve, no processo de conhecimento, debate
sobre a pretensão a reter, permitindo a sua invocação na ação incidental de embargos do executa.

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