TEORIA Z - William Ouchi Como as empresas podem enfrentar 0 desafio japonés A experigneia acumulads em varias empresas japon: cia aberta ¢ participativa mostra que: e americanas que edotam formas de werén- 8) Fazer o bem aos trabalhad © obter lucros sdo metas compativeis; b) Tendo claro que os trabathadores envolvidos na produgio s¥o a chave para o aumento da produtividade, a propria produtividade & um problema a ser solucionado pela coordenagao dos esforgos individuais de um modo produtivo, dando-se aos empregados os incentivos para isso, assumindo a nivel de empresa como unt todo uma visio cooperativa de longo alcence, ) As condigdes de trabalho humanizadas ndo apenas aumentam a produtividade ¢ os lucros da empresa, como também a auto-estima dos empregados. Um maior senso de comodidade faz cam que todos atuem melhor como pessoas, Para que isso tudo sei possivel as empresas devem desenvolver 18s atitudes fundamentais’ 1) Confianea A experiéneia mostra que @ confianga marca a longo prazo o sucesso da empresa. Produtividade € confianga, de fato, andam de m&os dadas. Por outro lado, sem confianga qualquer relaciona- ‘mento humano degenerara em conflito, De fato, nfo podemos esquecer que tados os emprega- dos, de qualquer forma, desejam progredir, fazer negocios que sejam bons para seus departa- 'mentos e para si mesmos. Negar essa possbilidade € provocar a explosio de descontianga e, ne- cessariamente, de conflita, Dentro dess ‘fe seo specs imponanes so ) Envolvimento: o trabalhador apéia 0 que ele proprio ajudou a eriar — nunca podemos: esquecer que é no nivel mais baixo de uma empresa 0 Ambito onde acontece a producto; 'b) Comunicagio: as pessoas desejam saber tudo 0 que for possvel a respeito do seu ambi- ente de trabalho. O nao saber fere seu orgulho, insulta sua imeligéneia, desperta seus te- mores e resulta em contraprodutividade, ©) Expectativas mais elevadas: um sibio certa ver disse: “Estabelega metas alias. porque clas tim o poder mégico de agitar o sangue do homem”. Orgulho € 0 produto de reliza- ¢20 de objetivos desafiadores 2) Sutileza Produtividade, confiangae sutileza nto so elementos isolados, Por isso, & importante alo este- belecer regras burocriticas para diigro elacionamento hurand na empresa. gir abertamente, com honestidade e flanqueze, reconhecendo o que jé existe de posivo, nBo assumindo para si Proprio descoberas que sio de outros, e fazendo com que os tmbalhadores govermem seu Proprio trabalho (pos so eles que, de fato, conhecem os searedos do processo de produgio). A propria administrado de cipula, portant, se dedica claramente no i lavagem cerebral dos em prezados, mas 20 estabelecimento de objetivos que permitam a cada individuo satistazer sea proprio inteesse ao mesmo tempo em que serve ao interesse empresaial 3) Intimidade © caidado, o apoio e 0 altruismo disciplinado que tornam a vida possivel advém de relagdes s0- ciais insimas. Quando a intimidade em uma sociedade comega 2 se desintegrar, 0 provesso se auto-alimenta. As pessoas que nuo desenvolvem um senso de responsabilidade comunitéria em um ambiente, perderdo seu senso geral de comunidade.Numa empresa que adots # Teoria Z_toma-se necessario, por exemplo, demubar as barreiras {que separam os varios depertamentos e fazer com que seja estimulado € praticado um rela cionamento direto. amigavel e aberto entre todos. A familiaridade intima entre as pessoas no local de trabalho, a confianga ca sutilezs do rela- cionamento, dever fazer com que aparesa claramente que © que é bom numa empresa que adota a Teoria Z 2 oportunidade de realizar objetivos como amigos Aprendendo com 0 Japio ‘Sem divida, para a maioria dos cidadaos de nagBes industralizadas, nossa ocupagio define a maior parte de nossas vidas. Determina a forma pela qual passamos as horas em que estamos acordados, conde vivemos no mundo, bem como com que tipo de vizinhanga. Nossa ocupagdo influencia nossos interesses ¢ passa-tempos. e 08 tipos de doenga que softemos. Com certeza, determina como pas: saremos 0 nossos anos de aposentadoria, em que condigdes financeiras e com que restrigdes, Apesar dessa constatagio, a maioria das organizagdes ocidemtais exerce uma atitude de inclusio parcial, ou sej2, ha um entendimento entre empregado © empregador de que 2 relaglo entre eles envolve somente as atividades diretamente Tigadas a realizagao de um trabalho especifico. Falta elas um relacionamento de harmonia e confianga que supere esta situagdo ¢ fara com que o trabal- hhador perceba que a empress, ne realidade. esta se preocupando com o seu desenvolvimento de pes- soa inserida nume sociedade Um exemplo: o processo de investidura de jovens estagidrios em um banco japonés: O treinamento culmina com uma ceriménie formal no auditério da empresa. O presidente do banco permanece na plataforma, com o diretor de treinamento a seu lado, Os jovens estagiérios semtam-se nas fileiras da frente, estando nas de tris as suas mes, pais e itmaos. O presidente da as boas vindas aos novos membros da familia bancaria, exortando-os a cumprirem as expectativas de seus trei- adores ¢ lideres. Também se dirige aos pais, ndo s6 aceitando deles o desafio de proporcionarem a seus filhos trabalho honesto, como também aceitando a obrigagdo de zelarem pelo seu completo desenvolvimento fisico, intelectual € moral. A seguir, sobe @ plataforma um representante dos pais, agradecendo ao banco por aferecer esta aportunidade a seus descendentes e reefirmando a obriga- 80 dos estagiirios de serem Zo leais pars com 2 nova familia quanto 0 sao para com sua familia de Sangue. Finalmente, um representante dos estagiarios se levanta para falar, agradecendo tanto 20s pais como ao banco pelo apoio e se comprometendo a trabalhar arduamente para atender as expec- tativas Todo este processo, bem como os aspectos organizacionais elencados até agora, fazem com que 0 trabalhador vista a camisa da empresa cuidando da produgao até a limpeza e conservagao do ambi- cente de trabalho. O ideal ¢ que todo trabalhador possa orgulhar-se do seu local de trabalho, afir- mando: “Este é 0 melhor jugar em que ja trabalhei. Aqui eles sabem 0 que estao fazendo, impor- tam-se com a qualidade e fazem-me semtir como parie de uma grande familia.” Além destes 2s- pectos, sio caractersticas de organizacao japonese: 4a) Emprego vitalicio: desejado pelos trabalhadores e meta dos empreeadores 'b) Chegado o tempo de aposentadoria, ninguém pode continuar trabalhando, ‘) Sistema de bonificagdes individuais pagas 2 vezes por ano a cada empregado ¢ calcula- das de acordo com 6 desempenho da empresa; ) Horarios de trabalho flexiveis, de acordo com as necessidades do trabalhador,€) Esquema de promogdes onde os maiores desraus slo alcangados apos um processo de avaliagdo lenta. As promogdes sto sempre internas. Hi um desvinculamento entre utulos formais conseavidos na escola e responsabilidades seais no local de trabalho. Os mais ccapazes recebem responsabilidade (no promogdes) ficil e rapidamente, mas o passo i= reversivel da promocdo s0 ocorre quando eles tiverem provado sua eficigneia mais fet) f) Plano de carreira: os que ocupam cargos mais elevadas ja passaram nas mais diversas fungées dentro da empresa. E possivel fazer carreira em varias especializagdes, mas dentro de uma inica organizacao; 1g) Integragdo intima entre os trabathadores ¢ a chefia. O chefe. por sua vez. ¢ aquele que sabe, respeitado por sua competéncia no tem medo de sujar as mos com os tabal- hhadores ¢, além disso. possui as caracteristcas de lider. Esquema comparativo entre as organizagées Japonesas Americanas - Emprego vitalicio = Emprego # curto prazo - Avaliagdo e promogdes lemtas - Avaliagio e promogées répidas « Trajetéria de carreira no especializada = Trajetora de carreira especializada - Mecanismos de controle implicitos - Mecanismas de controle explicitos ~ Tomada de decisdes coletivas ~ Tomada de decisio individual - Responssbilidade coletiva - Responsabilidade individual = Interesse holistico = Interesse segmentado Contexto social e histérico ¢ o desenvolvimento das organizacdes 0 contexto social ¢ historico em que as organizacdes se desenvolvem é inevitavelmente o principal determinante da forma que assume, Neste sentido ¢ importante levar em consideragio alguns 2s- pectos da tradigdo e da historia do Japio ')_A técnica peculiar do plantio do arroz, o principal alimento dos japoaeses. O plantio, de fato, requer @ construgao e manutengao de um sistema de irrigagdo, algo que necessta de ‘muitas mios para ser construido. Mais importante, o plantio € a colheita s6 podem ser feitos eficientemente com @ cooperagao de vinte ou mais pessoas. O fato, entao, € que ‘uma tinica familia trabalhando por si 6 ndo pode produzir arroz suficiente para sobrevi- ver, mas duas familias trabalhando em conjunto podem produzir um excedente. Assim. (8 japoneses tiveram de desenvolver a capacidade de trabalhar em harmonia para pode- rem sobreviver, nio importando as forcas de discordancia ou de desintegragao social; b) 0 territério japonés. 0 japto é uma nacio construida inteiramente nos cumes de gigan- tescos vuledes subocednicos. Uma pequena parte da tera é plana e adaptada a agricultu- 1a. As encostas, formando terragos, aproveitam cada centimetro quadrado de ters erével, ©) Durante o periodo feudal até # restaurag3o Meigi de 1868, cada senhor feudal procurava ‘evitar que seus siditos se mudassem de uma vila para outra, temendo que um senhor vi- zZinho pudesse juntar camponeses para produzir um grande excedente agricola, contratas- se um exército € passasse a constituir uma ameaga, Na sua totalidade, este estilo caracteristico de vide pinta o quadro de uma nace, de um povo ho= mogéneo quanto & raga, historia, lingua, religido e cultura, Durante séculos e geragées, estas pessoas viveram na mesma vila, 20 lado dos mesmos vizinhos. Vivendo muito proximos e em abitagbes