Você está na página 1de 1

� jararaca! � disse de novo, e assoviou gaiatamente.

vanda estremeceu na cadeira, passou a m�o no rosto � ser� que estou enlouquecendo?
�, sentiu faltar-lhe o ar, o calor fazia-se insuport�vel, sua cabe�a rodava. uma
respira��o ofegante na escada: tia marocas, as banhas soltas, penetrava no quarto.
viu a sobrinha descomposta na cadeira, l�vida, os olhos pregados na boca do morto.
� voc� est� abatida, menina. tamb�m com o calor que faz nesse cub�culo...
ampliou-se o sorriso canalha de quincas ao enxergar o vulto monumental da irm�.
vanda quis tapar os ouvidos, sabia, por experi�ncia anterior, com que palavras ele
amava definir marocas, mas que adiantam m�os sobre as orelhas para conter voz de
morto? ouviu:
� saco de peidos!
marocas, mais descansada da subida, sem olhar sequer o cad�ver, escancarou a
janela:
� botaram perfume nele? est� um cheiro de tontear.
pela janela aberta, o ru�do da rua entrou, m�ltiplo e alegre, a brisa do mar
apagou as velas e veio beijar a face de quincas, a claridade estendeu-se sobre
ele, azul e festiva. vitorioso sorriso nos l�bios, quincas ajeitou-se melhor no
caix�o.

pequeno extracto de �a morte e a morte de quincas berro d'�gua�, de


jorge amado.

Você também pode gostar