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Plantas Venenosas

Quem já provou um chá de losna conhece a principal característica


desta planta: o sabor amargo. E dizem que essa característica foi até
citada num provérbio de Salomão que teria declarado: "a infidelidade,
ainda que possa ser excitante e doce no seu início, costuma ter um
fim amargo como a losna".
Na Grécia Antiga esta planta era dedicada à Ártemis, deusa da
fecundidade e da caça. Daí a origem de seu nome científico.
Popularmente, a losna também é conhecida como absinto, erva-do-
fel, alenjo, erva-de-santa-margarida, sintro e erva-dos-vermes. As
propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e
estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor
de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma
substância tóxica - a tuinona - pode produzir efeitos altamente
perigosos. Em doses elevadas, os chás e outros preparados a partir
desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até
delírios. No século XIX, registrou-se vários casos de intoxicações e até
mortes provocadas pelo uso de um licor obtido pela maceração do
absinto em álcool. Na maior parte das vezes, o licor de absinto era
usado como alucinógeno e não com finalidades medicinais.

Utilizamos esta erva para produzir muitos venenos para pragas de


nossas plantações, daí a origem do nome “erva-dos-vermes”. Obs.:
Os trouxas ainda desconhecem essa utilização do absinto.

Curiosidades: A palavra "vermute" tem tudo a ver com a losna:


significa "warmwurz", ou seja, "raiz quente" e é o nome da losna em
alemão. Já em grego, a palavra losna significaria "privado de doçura",
ou seja, amargo. A medicina popular desaconselha o uso da losna por
mulheres em fase de amamentação, pois a planta "torna o leite
amargo" e também pode ser um chá abortivo.
O absinto é famoso desde tempos muito antigos, pelas suas virtudes
medicinais, sendo inclusive citado num papiro egípcio que data de
1.600 a.C., por isso, sua classificação é de planta trouxa.

A "fada verde"

O licor de absinto era muito apreciado por famosos poetas e artistas


como Van Gogh, Rimbaud, Baudelaire e Toulouse-Lautrec, entre
outros. Ao que tudo indica, aquele destilado de ervas cor verde-
esmeralda, também chamado de "fada verde", seria o responsável
pelo comportamento bizarro de Van Gogh. E, recentemente,
pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA,
identificaram nas substâncias presentes nos destilados preparados
com losna ou absinto, propriedades capazes de causar convulsões,
alucinações, surtos psicóticos; dependendo da dosagem. Além disso,
os estudos demonstraram que o uso crônico pode provocar danos
neurológicos permanentes.
A combinação entre a dosagem de álcool e as substâncias presentes
nesta planta pode ser perigosa e, por essa razão, a maioria dos
especialistas costuma recomendar o uso da losna ou absinto na forma
de infusão (no máximo duas xícaras de chá ao dia) e evitar a extração
do sumo por maceração.
Planta pertencente à família das Compostas, originária da Europa, a
losna (Artemisia absinthium L.) é uma planta herbácea, perene
(cultivada muitas vezes como anual), que alcança de 1 a 1,20 m. de
altura. Produz folhas recortadas, de coloração verde-acinzentada e
flores amarelas, bem miúdas e reunidas em pequenos cachos. Em
algumas regiões do Brasil a floração da planta é difícil, principalmente
em locais muito quentes ou com sol intenso; por isso, para finalidades
medicinais costuma-se utilizar mais as folhas do que as flores.
Também é muito importante lembrar que a losna ou absinto
(Artemisia absinthium L.) não deve ser confundida com outra planta
muito conhecida: o abrótano (Artemisia abrotanum L.) que apresenta
folhas mais finas e sabor agradável.

Cultivo e colheita
A losna se propaga por meio de sementes, por divisão de touceiras ou
por estaquia. O solo ideal para o cultivo deve ser argilo-arenoso, fértil
e profundo. Para o plantio em vasos ou jardineiras, é essencial
garantir uma profundidade de 30 cm, mais ou menos. A planta é
muito resistente a doenças, raramente é atacada por insetos, porém,
é essencial a retirada de ervas daninhas que podem prejudicar o seu
desenvolvimento. Recomenda-se cautela com a aplicação de adubos
ou fertilizantes (naturais ou químicos), pois o excesso pode prejudicar
o aroma da losna. A adição de composto orgânico em doses
controladas favorece o cultivo.
Se a finalidade da colheita for as folhas, deve-se retirá-las aos
primeiros sinais da formação dos futuros órgãos de reprodução, para
evitar a perda dos princípios ativos. Caso a finalidade seja obter as
flores, a colheita deve ser realizada assim que estas começam a se
formar, pois a planta permanece florida por cerca de sete dias e, após
esse período, as flores se tornam muito sensíveis, desmanchando-se
e caindo com facilidade. Para melhor conservação, a losna pode ser
armazenada seca: coloque as folhas e flores estendidas em local
ventilado, longe da exposição aos raios solares e depois guarde em
caixas de madeira, de preferência.

Usos e cuidados

Os componentes responsáveis pelo uso medicinal da losna ou absinto


são: um óleo essencial (vermífugo e emenagogo), absintina
(responsável pelo sabor amargo), resinas, tanino, ácidos e nitratos.
Como planta digestiva e aperitiva, sua ação se dá pelo estímulo à
salivação e à produção de sucos gástricos e, por essa mesma razão,
não é recomendada para pessoas que apresentam problemas como
úlceras e gastrite.
Usada corretamente e sem excessos, a infusão da losna pode
aumentar a secreção biliar, favorecendo o funcionamento do fígado e,
ingerida meia hora antes da refeição, pode agir como estimulante do
apetite e auxiliar da digestão.
Quanto aos cuidados, não é recomendável o uso por mulheres
grávidas e crianças. Além disso, a maceração da planta com álcool,
segundo alguns estudos já realizados, apresenta graves perigos,
podendo provocar dependência, alucinações e convulsões.

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