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A Lei de Pareto

Vilfredo Pareto, economista italiano, viveu de 1848 a 1923. Ficou famoso por ter
formulado a lei que hoje leva seu nome.

Segundo ela, em qualquer país do mundo, 20% das pessoas concentram 80% das
riquezas. Em qualquer empresa de que se tem notícia, 20% dos clientes respondem pelo
total de 80% dos negócios.
Em qualquer fábrica, seja nacional ou estrangeira, 20% dos componentes de um
produto, ou de um equipamento, representam 80% do custo.

Ao dar a mesma importância a todos os fatores, dizia Pareto, as empresas


estavam deixando de se concentrar no que realmente interessava. Foi por causa da lei
de Pareto que surgiu a curva ABC, usada havia 75 anos pelas áreas de compras. Itens
menores devem ser comprados em quantidades bem grandes para que ninguém fique
perdendo tempo com ninharias.

Pareto formulou sua teoria em 1906, quando já estava com 58 anos. Mas isso não
é incrível. Incrível é que ninguém, antes de Pareto, tenha percebido algo que hoje parece
tão óbvio.

A lei de Pareto não era apenas econômica, era também sociológica. Pense um
instante em sua empresa. Você perceberá que 20% dos funcionários são responsáveis
por 80% das confusões, das reclamações e dos mal estendidos. Nesse caso, bastaria
eliminar esses 20% e a vida na empresa seria uma maravilha, correto? Segundo Pareto,
não. Porque, imediatamente, outros 20% passariam a se comportar exatamente como os
eliminados se comportavam.

Assim, em qualquer organização, é inevitável que existam 20% de chatos, de


sanguessugas, de preguiçosos ou de carreiristas. Esse é o dado perverso da lei de
Pareto. Mas há também o outro lado, o lado bom. De cada cinco colegas em sua
empresa, quatro são “gente fina”. O problema é que o quinto, sozinho, será responsável
por 80% das angústias que você terá.

Portanto, como dia Pareto, não se preocupe demais. Preocupe-se, apenas, com os
quintos.

(Max Gehringer, Clássicos do Mundo Corporativo, 2008)

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