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Pombal e a Amaznia Em 1750, a Espanha ficou com a regio do rio da Prata, recuperando a Colnia de Sacramento, e Portugal ficou com

a Amaznia e a regio que hoje o Rio Grande do Sul, a rea dos Sete Povos das Misses. A poltica centralizadora adotada pelo rei D. Jos I, tendo frente o marqus de Pombal, visava sobretudo a Amaznia, j que a Coroa portuguesa pretendia consolidar a posse dessa regio. Para isso determinou a criao da Companhia de Comrcio do Gro-Par e Maranho, que passava a ter o monoplio das drogas do serto, at ento nas mos dos missionrios. Outro ponto de atrito foi a questo indgena, regulamentada com a publicao do Diretrio dos ndios. Esta legislao, promulgada em 1758, impunha normas que visavam acabar com as diferenas culturais desses povos. Era uma tentativa de impor a lngua e a cultura portuguesa e acabar de vez com o trabalho missionrio, que foi substitudo pelos diretores leigos, nomeados pelo governador. Para os indgenas aldeados essa mudana foi catastrfica, pois houve um aumento da explorao da mo-de-obra indgena, as terras indgenas foram reduzidas e a identidade tnica do grupo foi abalada. Para no conservar a lembrana das antigas culturas, as aldeias receberam nomes de cidades portuguesas, como Santarm, Barcelos, Bragana, Ourm, Alenquer. As lnguas indgenas foram proibidas e o portugus tornou-se lngua oficial. A lngua geral ou nheengatu, muito usada na Amaznia e no Sul do Brasil, foi proibida e considerada lngua de selvagens e de povos atrasados. Em 1798, o Diretrio foi abolido em decorrncia da corrupo e dos abusos cometidos pelas autoridades.

Brasil Indgena: 500 anos de resistncia / Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. - So Paulo: FTD, 2000.

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