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Entrevista com mastercyb, campeão do mundo de

hattrick sub-20

3 de Novembro de 2008

Por: Li0ns

Viva mastercyb,

Antes de mais muito obrigado pela tua disponibilidade e pela oportunidade


que nos dás de saber mais acerca do mastercyb.

Olá a todos.

Eu sempre estive muito próximo da comunidade Portuguesa uma vez que


tenho contactado constantemente com o Sunfire (o vosso seleccionador da
sub-20 agora pela 3ª vez). E o meu obrigado por terem também decidido
falar comigo :).

1) Podes dizer-nos quem é a pessoa por detrás do mastercyb? Onde vi-


ves e o que fazes na vida real?

O meu nome é Dragos, tenho 27 anos, casado. Vivo de momento nos


Estados Unidos, e sou um estudante PhD em matemática. Com sorte,
vou acabar por ter uma carreira académica, mas veremos o que nos
reserva o futuro.

2) Embora tenhas passado a ser conhecido pela comunidade mundial de


HT com a conquista do campeonato do mundo de sub-20, já tens um
longo percurso no jogo, uma vez que começaste em Abril de 2003.
Como tomaste conhecimento do jogo? Alguém te convidou?

Em abril de 2003 eu era um estudante universitário em Bucareste.


Tinha muito tempo online, e estava insatisfeito com os jogos que
jogava na altura (CM), porque não é divertido jogar contra
computadores. A partir de certa altura entendes como eles
funcionam, e então podemos ganhar as vezes que se quiser. Mas qual
a satisfação de fazer isso?

Por isso, quando, em abril, vi um link sobre o hattrick num jornal


desportivo, inscrevi-me imediatamente, animado, por poder competir
contra outras pessoas. Não foi necessário que alguém me
convencesse pois bastou apenas um link numa revista desportiva
romena :).

3) Como foi o início da tua equipa? Adaptaste-te rapidamente aos princí-


pios do jogo (tiveste algum mentor?) ou foste fazendo a adaptação
com o decorrer do tempo?

No início eu treinava com intensidade inferior a 40% (e, claro, geral


ou resistência), uma vez que li nas regras que menor intensidade
diminuía as chances de um jogador ficar lesionado. E eu não queria
que os meus fracos jogadores se lesionassem :)).
Ao mesmo tempo escrevia uma série de htmails para os melhores
users da Roménia, tentando descobrir tantas coisas quanto possível
sobre o jogo. Quando percebi que, a fim de progredir precisava de
treinar bem, decidi ir para o treino de guarda-redes, pois é realmente
a melhor solução, enquanto estamos a aprender o jogo e a
desenvolver a equipa. Com este treino fui capaz de ser rapidamente
promovido à IV divisão (1 temporada na VI e 3 temporadas numa
série muito difícil da V).

De seguida, na IVª divisão, e apesar de a minha equipa estar ainda


em evolução, tive uma série de problemas com equipas muito
melhores e mais saudáveis financeiramente que a minha. Altura em
que um bom amigo me convenceu de que eu deveria começar um
treino mais rentável, já que esta era a única maneira de conseguir
alcançar o meu sonho de chegar à divisão de topo (ele sabia desse
meu sonho, e sabia que eu estava obcecado com as tácticas, mas
também sabia que eu era um desastre a fazer dinheiro, na compra e
venda jogadores, etc :). Enfim, após duas temporadas na IV divisão,
decidi ir para o treino de defesas, comprei 10 defesas e treinei-os o
melhor que pude. Após 4 temporadas a minha equipa já estava muito
melhor, e eu já começava a pensar na promoção, que em
determinada altura não julgava possível. Finalmente, acabei o ciclo
de treino e decidi atacar a promoção, apesar de não ter a melhor
equipa da série, nem os salários mais altos (na verdade nunca estive
na situação de ter os melhores jogadores). Não tive paciência para
construir uma equipa imbatível, porque estou no HT apenas por
causa do seu lado táctico, e por isso tão logo cheirei sangue (ou seja,
as oportunidades de promoção), aproveitei :).

4) No periodo entre Novembro de 2006 e Junho de 2007 ganhaste con-


secutivamente as tuas séries, nas temporadas 18, 19 e 20, e chegas-
te à Divizia A (Super Liga). Foi um período de ouro para a tua equipa
mas depois abrandaste. Alguma razão especial para isso?

Esse período foi certamente muito bom para a equipa, especialmente


porque consegui alcançar o que ninguém realmente pensou que eu
seria capaz de fazer. Enfim, a verdade é que quando alcancei a
Divizia A, a minha equipa não era suficientemente boa para jogar lá e
eu não tinha uma situação financeira muito boa (precisava de um
novo plano, mas desta vez não tinha um amigo para me ajudar e
salvar com os seus conselhos : D). Além disso, quando cheguei à
primeira divisão romena, estava a começar a minha primeira época
como treinador U20, e o tempo despendido para a equipa do clube foi
diminuindo cada vez mais. De qualquer maneira, fiz tudo para não
ser despromovido da Div A, e quase o consegui com uma equipa bem
mais fraca do que os meus adversários. No jogo de qualificação, o
meu adversário comprou alguns grandes jogadores, ele tinha salários
2 vezes maior que eu, e mesmo assim consegui dar-lhe uma grande
réplica táctica, ele conseguiu vencer no prolongamento e fui
despromovido. Ainda lamento não ter tentado comprar pelo menos
um “Midfielder”, o que poderia ter salvo o meu lugar na primeira
divisão.

Enfim, após a despromoção, vendi quase toda a minha equipa (e


como era de prever, com preços muito baixos) e comecei a comprar
outros jogadores (mais jovens, etc). Foi o maior erro que já fiz no
Hattrick, uma vez que a minha equipa ficou muito fragilizada. Além
disso, não tive tempo para pensar num plano para reconstruir a
equipa pelo que, basicamente, nas 3 temporadas seguintes
estrangulei na II divisão, sem sequer, realmente, treinar alguma
coisa e com pouco tempo para pensar na minha equipa. Foi
realmente um milagre que não tivesse sido despromovido, em todas
as épocas tive alguns finais incríveis que, de alguma maneira, me
salvaram :). Agora, que a minha aventura com a U20 acabou, decidi
recomeçar o treino a sério de novo (até porque a equipa já não é tão
excitante depois de ter sido seleccionador nacional durante tanto
tempo), e talvez no futuro venha a ter uma equipa suficientemente
boa para ganhar a primeira liga.

Mas para responder à tua pergunta mais especificamente, eu não


diria que abrandei. Como te disse, apenas jogo HT por causa do
aspecto táctico. Portanto, dado o facto de que tive uma incrível
temporada na Divizia A, e, de seguida, 3 boas temporadas na II (com
uma equipa mais fraca e com salários muito baixos em comparação
aos meus meus adversários), posso estar bastante satisfeito com o
meu desempenho geral, tácticamente os desafios foram muito bons e
consegui jogar bem contra eles.
Agora é hora de treinar novamente, especialmente num momento
em que não tenho muito tempo para ht, uma vez que tenho de
terminar o doutoramento. É por isso que agora vou provavelmente
ser despromovido, a equipa não é forte o suficiente para a III divisão,
pelo que não é surpresa que esta esteja a ser uma época desastrosa
para mim. Espero conseguir ultrapassar os muitos erros económicos
que cometi enquanto fui seleccionador da U20, e em algum
momento voltarei a ter uma equipa decente (não quero, realmente,
criar um monstro como equipa pois não seria divertido ganhar a
primeira liga com uma equipa que fosse destacadamente a mais forte
na competição.

5) Porque decidiste tornar-te seleccionador da sub-20? Era uma preten-


são já definida ou um conjunto de factores levaram a que avançasses
nesse sentido?

Tornar-me seleccionador nacional da U20 foi o meu maior sonho


desde que comecei a compreender o Hattrick. O campeonato do
mundo de sub-20 é realmente a minha competição favorita no HT,
porque existem tantas boas equipas, e até mesmo as mais fracas não
são suficientemente fracas para que não tenhamos de nos preocupar
com elas. Depois que tive a chance de candidatar-me à U20, e senti
que podia ganhar a eleição, fui para ela como se quisesse
experimentar o último desafio no Hattrick, treinando uma equipa U20
e tentar ganhar a medalha de ouro. Durante a minha primeira
passagem como treinador U20, fui eliminado num grupo coma Itália,
Inglaterra e Noruega. Fiquei muito desapontado, mas a minha equipa
era mais fraca do que todos os adversários, tinhamos pouca
experiência (o que é importante ao nível da u20) e especialidades
muito pobres. Por isso, embora tudo tenha tentado, os adversários
eram muito fortes, fui muito azarado (com as formas e o motor de
jogo), demasiado inexperiente, por isso tive de aceitar a minha
derrota. No entanto, candidatei-me para o segundo mandato, pois
sabia que todas as combinações de má sorte não podiam unir-se
novamente, e mesmo que tivéssemos tido uma geração muito muito
pobre, senti que podia conseguir alguma coisa de grande.

6) O teu staff da sub-20 foi cuidadosamente seleccionado ou obedeceu a


algum critério em especial?

No meu primeiro mandato, tive uma equipa cuidadosamente


selecionada que não poderia prosseguir para o segundo. Portanto, no
segundo mandato, fiz uma equipa formada de acordo com requisitos.
Eu sabia quais as pessoas com quem iria discutir aspectos tácticos,
sabia quem me iria ajudar a seguir os adversários, fazer “scouting”
dos jogadores, etc. Portanto, no segundo mandato não era uma
equipa pequena, mas, na verdade, envolvi mais a comunidade, quis
deixar que mais pessoas me ajudassem em todos os aspectos para
que eu me concentrasse apenas na preparação táctica dos jogos,
planos de treino e decisões do plantel.

7) Antes do início da fase de qualificação para o mundial de sub-20 na


Filândia, quais eram as tuas expectativas? Tinhas mesmo a intenção
de ser campeão do mundo ou mesmo de conquistar uma medalha?
Sim, eu sonhava e esperava que pudesse ganhar uma medalha, mas
também sabia (e ainda sei) que para o conseguir também precisava
de alguma sorte, juntamente com boas decisões tácticas em todo o
percurso. Antes de qualificação, estava apenas a tentar chegar ao
campeonato do mundo (como tinha um grupo difícil), se quiseres
ganhar uma medalha, primeiro tens que estar entre os participantes :
D. Mas, na verdade, a minha meta, e o meu sonho foi sempre a
medalha.

8) A Roménia começou a Fase de Qualificação com uma derrota por 1-0


contra o Líbano e também tiveram contreatempos nas rondas 4 e 5
(Liechtenstein e Áustria). Por esta altura ainda estavas confiante?
Mais tarde tiveram o jogo decisivo, em casa, contra a Àustria, e ga-
nharam 3-1. Como é que prepararam este jogo tão importante?

Uau, foi uma campanha surpreendente, em dada altura eu não


estava realmente convencido de que o pudesse conseguir, mas como
sempre faço, joguei o melhor possível até ao fim, esperando que
acontececessem milagres (e eles aconteceram : D ). O jogo contra o
Líbano foi memorável , foi a mais embaraçosa derrota na história da
Roménia e do meu percurso no HT. No entanto, essa derrota motivou-
me ainda mais, já que estes são aqueles tipos de jogos que me fazer
amar o HT e não um jogo de computador (até mesmo uma equipa
inferior pode tirar proveito do teu excesso de confiança, da tua
negligência e causar grandes surpresas). Posso certamente dizer que
era o meu jogo para perder, dei uma chance de ganhar ao Líbano que
eles souberam aproveitar alegremente :). Depois veio o jogo contra o
Liechtenste em que a Roménia foi muito azarada, mas uma vez mais
não joguei tão bem como deveria. O jogo contra a Áustria teve uma
história diferente, pois eu sabia que se perdesse teria de ganhar
todos os 9 jogos restantes para ainda ter chances. Portanto, decidi
meter um PIC, a fim de, pelo menos, ter boas chances de ganhar tudo
depois disso. Continuo a pensar que merecia pelo menos um empate,
mas o cartão vermelho que recebemos no início do jogo foi
provavelmente mais importante do que eu teria gostado que fosse.
Fiz PIC, perdi e agora tinha 9 jogos extremamente difíceis para
vencer, e sabia que se perdesse mais pontos tal significaria a
eliminação.

Eu acho que o jogo mais importante da época foi o que tivémos


contra a Macedónia (fora), em que ganhámos 3-2. Não nos podíamos
dar ao luxo de dar MOTS, estávamos a jogar fora, e a Macedónia
apesar de já eliminada decidiu dar MOTS. O resultado estava em 2-2
aos 68 minutos e nessa altura estavamos a 22 minutos da eliminação
... Acho que esse jogo foi o que vivi mais intensamente, aos 0-1 e 2-2
estava realmente a ver o meu sonho destruído por outro jogo de azar
...
Depois a "final" dessa 1ª fase foi o jogo contra a Áustria, que apenas
necessitava de um empate para se qualificar. Tínhamos que ganhar,
mas tinhamos a vantagem de jogar em casa, vantagem de EE e uma
confiança incrível. Não estou a fazer matemática apenas por fazer, e
por isso decidi, para maximizar as minhas chances de marcar golos,
da melhor forma possível e que era atacar em todos os 3 lados, com
melhores especialidades, um marcador de BPs e um Meio quanto
baste. E felizmente, fiz o suficiente para conseguir a vitória e garantir
basicamente a qualificação. De qualquer forma, sinto a necessidade
de me repetir, este jogo contra a Áustria foi facilitado por dois outros
factores: o PIC no primeiro jogo fora na Áustria (que nos deixou
competitivos para o resto da competição e também me ajudou a
construir o EE e a confiança ), E da vitória contra uma caseira
Macedónia que veio em MOTS. De alguma forma, após a derrota
contra a Áustria (fora), senti e sabia que, se tivesse a oportunidade
de jogar a qualificação contra eles na nossa casa, iria estar numa
posição melhor do que eles (apesar de que precisavam apenas de um
empate nesse jogo). Obviamente, fiquei muito nervoso quando o
resultado estava 1-1, mas a ideia é que a preparação do jogo em si
foi mais fácil, pois sabia como queria jogar e como gostaria de tentar
ganhar este jogo. Claro, que às 20:00 HT, o trabalho do treinador
está feito, e tudo o que podemos fazer é ver o jogo e esperar que o
motor de jogo seja bom para nós:).

9) Depois das dificuldades anteriores tiveste uma Fase II mais calma


mas na Fase III tiveram de enfrentar Espanha e Hungria. Foram 2 jo-
gos excitantes e apenas decididos na parte final. Contra a Espanha a
Roménia sofreu o 1-2 aos 78 minutos e empatou de imediato aos 79.
Contra a Hungria, e embora tenhas vencido por 2-1, o jogo estava
empatado a 10 minutos do final, e sabias que um golo do teu adver-
sário lhes daria a qualificação. Em que jogo sofreste mais?

O jogo contra a Hungria (e, claro, a final), foi realmente o mais difícil
jogo para assistir. Mas primeiro, vamos ver o que aconteceu contra a
Espanha. Na verdade, eles marcaram no minuto 78, mas nós
tinhamos o evento de XP a nosso favor, por isso seria realmente uma
surpresa se não acabássemos por ganhar o jogo (o evento veio no 1-
1). Mas devo admitir, no geral, que o 2-2 foi o resultado justo, não
joguei com a melhor táctica possível, pois admito que estava com um
pouco de receio do maior país no HT e do facto de que sempre
perdemos contra a Espanha em jogos oficiais :). Deveria ter sido mais
agressivo, mas isso agora pouco importa. Enfim, este foi o único jogo
que não assisti (integralmente) ao vivo pois no 2º tempo assisti a
uma palestra :P.

Depois o jogo contra a Hungria foi um jogo surpreendente, eu sabia


que ele iriam dar MOTS (uau, que realmente tivémos uma série de
MOTS contra nós). No entanto eu sabia que a sua confiança estava
má, e por isso joguei de acordo com isso: uma boa defesa e meio
campo e um lado de ataque que esperava nos garantisse, pelo
menos, o empate de que necessitávamos. Vencemos, mas na
verdade aquando do 1-1 receei que eles voltassem a marcar e o meu
sonho terminaria aí (embora soubesse que tinhamos jogadpo bem
tácticamente e merecíamos a vitória/empate) ... Enfim, este jogo foi
realmente o mais doloroso de seguir, e de certo modo, foi o jogo em
que me senti mais nervoso durante o mesmo.

10)Na Fase IV, com 2 vitórias fáceis e um empate, os jogos foram de


novo mais descontraídos. Aproveitaste esta oportunidade para defini-
tivamente aumentar o espírito de equipa, com PIC em toda a linha, ou
jogaste normal contra a Alemanha de forma a evitares a Espanha na
meia-final?

Joguei PIC contra a Argentina porque o meu objectivo nesse momento


era o de ir até ao fim. Além disso, sabia que se perdesse em PIC,
teria ainda mais dois jogos para usar o EE e tentar qualificar-me para
a meia-final. Felizmente ganhámos muito confortavelmente contra a
Argentina, e também fomos em PIC : D. Depois veio o jogo contra a
Croácia, que eu esperava que eles viessem em MOTS (e eles deram
MOTS). Por isso, decidi ir em normal aqui, tentando garantir a
qualificação a partir do segundo jogo. Tudo correu de forma perfeita,
pelo que então o jogo contra a Alemanha seria apenas uma
formalidade para nós, tentei ganhar mas ao mesmo tempo, a
abordagem defensiva que tive que tomar, não ajudou muito. Estava a
pensar em perder para a Alemanha para evitar a Espanha, mas
depois a equipa mais forte da competição seria a Itália e eu preferia
jogar contra eles na meia-final do que na final :D. Além disso, não
consigo jogar para perder, e como tal joguei o melhor que podia
contra a Alemanha, não me importando com o outro grupo :).

11)Na meia-final foste uma vez mais brilhante, adivinhando ambos os la-
dos nas laterais, tanto de defesa como ataque. Neste jogo confirmas-
te uma vez mais a tua tendência para jogar em 3-5-2. Achas que o 3-
5-2 continua a ser a melhor opção no hattrick?

Todos sabemos que o 3-5-2 tem o melhor equilíbrio entre defesa,


ataque e “Midfield” e apesar de às vezes ser útil para jogar em “all
offensive” ou “all defensive”, geralmente um lineup equilibrado dá-te
mais possibilidades de êxito. Na verdade, o 352 parece ser quase
sempre uma boa opção, mas por exemplo, apesar de eu ter jogado a
maior parte das vezes em 3-5-2, usei ao máximo todos os meus 3
treinadores (5 jogos com treinador defensivo, 3 com equilibrado e 3
com ofensivo) . Quando preparo um jogo tento escolher o lineup, que
tira melhor proveito dos meus jogadores e de como acho que o meu
adversário vai jogar, e então decido sobre a forma de melhor
organizar os jogadores ... Claro quase 352 é uma formação que se
deve considerar sempre, mas existem tantas maneiras pelas quais
podes jogar em 3-5-2 que não é justo que se diga apenas que o 352
rullz : D. Por exemplo, durante o campeonato do mundo só joguei
uma vez o mesmo tipo de 3-5-2, todos os jogos tinham diferentes
configurações e ideias tácticas.

12)Esta final foi inesquecível. Num jogo de parada e resposta até aos 83
minutos quando a Espanha empatou 3-3 tiveste um final alucinante
marcando mais 3 golos. Conta-nos lá, da forma mais real possível,
como vibraste com estes golos.

Primeiro de tudo, a preparação deste jogo foi incrivelmente difícil.


Probabilisticamente a formação que eu teria de escolher era a “all
offensive” e que acabei por finalmente usar. No entanto, todos sabem
que eu sou um treinador de espírito mais defensivo (embora a minha
verdadeira qualidade provavelmente seja neutro), e por isso mesmo
que tenha pensado nesta táctica desde sexta-feira à noite, precisei
de dois dias para me convencer que era com ela que iria jogar. A
minha outra opção era uma estratégia semelhante à que usei contra
a Hungria, mas isso teria sido errado. Tive que usar o meu marcador
de BPs, confiança e especialidades. Além disso, depois de perder com
táticas defensivas (há duas temporadas), eu queria terminar a
campanha deste campeonato do mundo ao ataque, especialmente
porque esta táctica foi a que mostrou ao máximo a nossa força.

Depois, este jogo foi muito louco também. A Espanha ia na frente


com 1-0 e (como não gosto de tudo ao ataque) pensei,
honestamente, que nos iam esmagar :). Então marcámos dois e
comecei a ter esperança. No entanto, quando os seus dois golos
seguintes foram marcados em eventos especiais (que nós
dominávamos) pensava, na altura, que o motor de jogo era muito
mauzinho para nós ... a minha esposa voltou para casa ao intervalo
mas ela na realidade não seguia o jogo ... Bem, até ao minuto 83,
quando ela me viu todo vermelho e muito nervoso ... juntou-se a
mim, perguntou-me o que se passava e constatou que estes eram os
últimos minutos da minha aventura e tudo podia acontecer.
Felizmente, no momento em que ela começou a torcer por mim,
começamos a vencer, e depois, o evento de XP e os últimos 2 golos
selaram a nossa vitória.

13)Depois do feito que alcançaste com o Campeonato do Mundo de sub-


20 na Filândia, que mais podemos esperar de ti nos próximos
tempos?

Bem, espero que o meu doutoramento seja a próxima grande coisa a


sair para mim :). No que respeita ao Hattrick, e como te disse antes,
estou a começar a reconstruir a minha equipa, apesar de ter que
admitir que não me importo demasiado com isso. Sinto que as
competições de clubes são mais financeiras do que tácticas, e isso
faz-me distanciar dos grandes objectivos para a equipa (não me
agrada a ideia de gastar demasiado tempo nos aspectos económicos
do jogo, especialmente porque tenho uma vida real bastante
movimentada : D). Eu jogo HT apenas pelo seu lado táctico, é
suficiente que já tenha de fazer dinheiro na vida real (e sou muito
mau nisso: D) para não ter de fazê-lo no HT :).

Portanto, a verdadeira resposta é que no momento em que volte a


ter tempo para jogar HT outra vez a sério, vou candidatar-me
novamente por uma equipa nacional, provavelmente uma equipa
sub-20 pois este é o lugar onde sinto que o aspecto táctico do jogo é
o mais importante.

14)Tens a intenção de treinar a selecção A da Roménia num futuro próxi-


mo?

Estou a pensar nisso, mas de momento não vou candidatar-me a


nada. E quando vou voltar a jogar o jogo, vou ser mais tentado por
uma equipe sub-20 ... No entanto, a ideia de tentar ganhar uma
medalha de ouro para a equipa nacional é também uma ideia
tentadora, assim nunca se sabe o que irá acontecer : D.

Obrigado pelo teu tempo.

Noroc

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