SEIMFLRO CADERNO 45,
Henrique Raposo
hence riposaroepmaie
Se ee
“SEQUESSO’
‘Bitria dora. conversar sobre
Drofessures. A pitria, porém,
nunca fala sobre educagao,
Portugal ainda fo arranjou
coragem para lidar com este factor 0$
alunos acabam osecundiria sem saber
escrever. Parece que os professores
‘vo fazer uma ‘marcha da indignacio’.
Pos muito bem, Eu também vou Fazer
uma marcha indignada. Vou descer a
avenida com a seguinte tarja ‘os alue
‘os portugueses consesziem tirar cur-
05 superiores sem saber eserever’,
Accoist mais bisica— saber escrever
— deixou de ser relevante na escola
Portuguese. De quem ¢ a culpa? Dos
‘professores? Certo, Do Ministério?
Certo. Mas os principais culpados s40
(05 proprio pais: Me ¢ paisvivem ob-
eecados com o culto decadente da psi-
cologia infantil. Nao se pode repreen
decmine” pave iso € exces
deautoridade, diz o psieslogo. Portan-
to, 0 petia pode ser mal-educado para
9 professor. Nao se pode dizer que o
“menino” esereve mal porque isso po-
de afecrar a sua auto-estima. Ou seja,
® rapazola pode ser burro, desde que
seja feliz. 0 professor ndo pade mar-
¢ar.traballhos de easa porque o “meni
tno” deve ter tempo para brincar. Ge-
nial: 0 “menino” pode ser preguizoso,
desde que jogue na consola. Ora, este
fal “menino” no passa de um mos
trengo mimade que nao respeita pro-
fessorese colegas. Mais:este mostren
{80 munea reconhece os seus proprios
ferros; na sua cabega, ‘sexo! ser sem
pre ‘séquesso’. Neste mundo. Peter
Pan 0s erros no existem e as coisas
até mudam de nome. O “menino” nao
escreve mal: “menino” faz, isso sim,
escritacriativa. O “menino” nao sabe
escrever a palavra ‘recensio’, mas &
um E¢a em poténcia.
Caro leitor, se quer culpar alguém
pelo estado lastimavel da educacao,
entio, sO tem uma coisa a fazer:
olhe-se ao espelho. E, jé agora, des-
snarque a proxima consulta do“meni-
‘no" no psiedlogo.