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MEIOS DE

CONTRASTE

RESUMO
MEIOS DE CONTRASTE
A estrutura básica dos meios de
contraste iodados é formada por um
anel benzênico, ao qual foram
agregados átomos de iodo e
grupamentos complementares, onde
estão ácidos e substitutos
orgânicos, que influenciam
diretamente na sua toxicidade e
excreção
MEIOS DE CONTRASTE
MONÔMERO DÍMERO
COOH COOH R3
I I I I I I

R1 R2 R1 R2

I I I
I
3 átomos de IODO 6 átomos de IODO
MEIOS DE CONTRASTE
O grupo ácido (H+):

substituído por um cátion (Na+ ou


meglumina) = MC iônico
substituído por aminas portadoras
de grupos hidroxila (R = radical
orgânico) = MC não-iônico
Meios de contraste convnecionais
extracelulares
Átomos Partículas Relação Peso Conteúdo de Osmolalidade
de iodo em solução molecular iodo para para 30mgl/ml
300osm/kgH2O

iônico 3 2 1,5 600-800 70 1500-1700


monomérico

não-iônico 3 1 3 600-800 150 600-700


monomérico

Iônico 6 2 3 1269 150 560


dimérico

Não-iônico 6 1 6 1550-1626 300 300


dimérico

Osmolali Viscosida Densidade Osmolali


dade de dade
MONÔMEROS IÔNICOS
em solução, dissociam-se em 2
partículas = 1 ânion radiopaco e 1
cátion (sódio ou meglumina) não
radiopaco
em solução, 3 átomos de iodo para
2 partículas = maior osmolalidade
entre todos os meios
são isotônicos = mesma osmolalidade
dos fluídos corpóreos a 70mg de
iodo/mL
DÍMEROS IÔNICOS

em solução, dissociam-se em 2
partículas = 1 ânion radiopaco
(ioxaglato) e 1 cátion (sódio ou
meglumina) não radiopaco
em solução, 6 átomos de iodo para
2 partículas
são isotônicos a 70mg de iodo/mL
MONÔMEROS NÃO-IÔNICOS

não se dissociam em solução


fornecem 3 átomos de iodo para 1
partícula
são isotônicos a 150mg de iodo/mL
DÍMEROS NÃO-IÔNICOS

não se dissociam em solução


fornecem 6 átomos de iodo para 1
partícula = menor osmolalidade
dentre os MC
são isotônicos a 300mg de iodo/mL
maior peso molecular = grande
viscosidade
UMA SOLUÇÃO PODE TER
NATUREZA IÔNICA OU
NÃO-IÔNICA CONFORME
SUA ESTRUTURA QUÍMICA,
MAS TODAS APRESENTAM
ALGUMAS PROPRIEDADES
QUE ESTÃO RELACIONADAS
À CONCENTRAÇÃO DO
SOLUTO
Propriedades relacionadas
a concentração do soluto

1. DENSIDADE (g/mL)

número de átomos de iodo por


mililitro de solução
2. VISCOSIDADE
“força” necessária para injetar a
substância através de um cateter
aumenta com a concentração da
solução e com o peso molecular
NI diméricos tem maior viscosidade
que NI monoméricos
Viscosidade é menor quanto maior a
temperatura
3. OSMOLALIDADE
no. de partículas de uma solução
por unidade de volume mosm/kg
de água
representa o poder osmótico que a
solução exerce sobre as moléculas
de água
Influências: peso molecular,
concentração, efeitos de
associação/dissociação e hidratação
da substância química
3. OSMOLALIDADE
Maior osmolalidade = maior
vasodilatação

QUANTO MAIOR A DENSIDADE,


A GRAVIDADE E A VISCOSIDADE,
MAIS DIFICULDADE TERÁ A
SOLUÇÃO PARA SE MISTURAR AO
PLASMA E AOS FLUÍDOS
CORPORAIS
Osmolalidade, viscosidade,
hidrofilicidade e solubilidade não
podem ser optimizadas
simultaneamente.
Apenas 2 parâmetros podem ser
mudados ao mesmo tempo.
Osmolalidade = carac. principal a
ser optimizada para ajustar a do
sangue
Viscosidade = outro parâmetro que
pode ser ajustados junto com a
osmolalidade

Se aumentar a hidrofilicidade,
aumenta também a viscosidade e
osmolalidade
Fatores que influem na
qualidade da imagem
 Via de administração = determina a
qtdd. de subst. que chegará ao órgão
 Dose de contraste
 Velocidade de injeção
 Calibre do cateter = em função da
viscosidade
 Temperatura da substância =
principalmente NI
 Retardo a tempo de scan = fases
MEIOS DE
CONTRASTE
TIPOS DE AGENTES DE
CONTRASTE, REAÇÕES
ADVERSAS E RISCO
Aspectos considerados
antes da utilização de MC
 Consultar e esclarecer o paciente
evitando ansiedade
 Avaliar história e condição clínica,
avaliar o uso do MC e considerar
outras alternativas diagnósticas
 Checar fatores de risco, medicações
em uso, agentes nefrotóxicos, anti-
hiperglicemiantes orais,...
Indicações para uso de MC
INTRAVASCULAR
ENDOVENOSO INTRA-ARTERIAL
TC – corpo e encéfalo Angiocardiografia
Angiografia por subtração Angiografia coronária
digital

Urografia excretora Aortografia


Venografia Arteriografia visceral e
periférica
Angiografia por subtração
digital intra-arterial

Angiografia cerebral e
veretebral
Indicações para uso de MC
INTRATECAL – somente não-iônicos

Mielografia Cisternografia
Indicações para uso de MC
OUTROS
Oral – TGI pielografia retrógrada
Cavidades corpóreas – Uretrografia
herniografia, peritoniografia

Histerossalpingografia Cistografia
Artrografia Sialografia

Colangiografia Dacriocistografia

Colangiopancreatografia Miscelânea – ex.: seios da


endoscópica face
MEIOS DE CONTRASTE
Alemanha (Schmitt – 50.000
pacs.), Japão (Katayama – 338.000
pacs.) e Austrália (Pamer – 110.000
pacientes) MC.NI = menor
incidência em efeitos adversos leves
e moderados e menos relevantes em
intensidade
MC.NI são menos tóxicos que os I
por sua menor osmolalidade,
ausência de carga elétrica e maior
hidrofilicidade
MEIOS DE CONTRASTE
O uso de MC.NI em pacientes de
alto risco = menor alteração do
volume intravascular, de distúrbios
cardíacos e de lesão renal

Reações adversas são maiores em


indivíduos com história de alergia e
asma e com antecedente de reação
prévia aos MC
MEIOS DE CONTRASTE
O uso de MC.NI em pacientes de
alto risco = menor alteração do
volume intravascular, de distúrbios
cardíacos e de lesão renal

Reações adversas são maiores em


indivíduos com história de alergia e
asma e com antecedente de reação
prévia aos MC
FATORES DE RISCO – REAÇÕES
ADVERSAS
Hipersensibilidade ao agente de
contraste
Alergia
Hipertireoidismo
Desidratação
Insuficiência cardiovascular severa
Insuficiência pulmonar de alto grau
e asma
FATORES DE RISCO – REAÇÕES
ADVERSAS

Insuficiência renal
Nefropatia – Diabetes mellittus
Paraproteína elevada
Doença autoimune
Idade avançada
Ansiedade (medo)
REAÇÕES ADVERSAS
medidas a serem consideradas:
Utilizar agentes não-iônicos
Usar substâncias com menor
concentração possível
Hidratar o paciente
Estabilizar condições psicológicas
Usar pré-medicações
Em caso de reações, estar
preparado para iniciar medidas
terapêuticas
REAÇÕES ADVERSAS

O ACR (Manual on Iodinated Media)


sugere o uso de MC.NI em situações
mais indicadas e de maior risco de
incidência de RA.
MC.NI são até 6 vezes mais seguros
 < desconforto local e sistêmico, <
freqüência de RA.como distúrbios
cardiovascular, nefrotoxicidade e reações
anafilactóides.
Custo 3 a 4 vezes superior ao MC.I.
REAÇÕES ADVERSAS

Palmer = avaliou risco de


reações severas e moderadas
em 109.546 pacs. =

> risco MC.I em pacs. sem
fatores de risco do que usar
MC.NI em quem tem algum fator
de risco
Freqüência de Reações Adversas
iônico X não-iônicos / baixo risco X risco elevado

Meio de Risco
contraste
Risco elevado Iônico 1/32 adm. – 3,13%

Baixo risco Iônico 1/251 adm. – 0,39%

Risco elevado Não-iônico 1/718 adm. – 0,14%

Baixo risco Não-iônico 1/1084 adm. –


0,09%
Principais sintomas clínicos -
Reações Adversas
MC.I MC.NI MC.I MC.NI
Náuseas 4,58% 1,04% Dor no peito 0,09% 0,03%
Calor 2,29% 0,92% Dor abdom. 0,11% 0,02%
Vômito 1,84% 0,36% Palpitações 0,20% 0,06%
Prurido 2,97% 0,45% Edema face 0,11% 0,01%
Urticária 3,16% 0,47% Calafrios 0,09% 0,03%
Dor 0,40% 0,05% Dispnéia 0,17% 0,04%
vascular
Rouquidão 0,09% 0,02% súbita PA 0,10% 0,01%

Espirros 1,65% 0,24% Inconsciência 0,02% 0


Tosse 0,58% 0,15%
REAÇÕES ADVERSAS
Gerstman = risco de complicações
graves com MC.I é baixo, e a
chance de ocorrer um evento fatal
equivale a probabilidade disso
ocorrer em um acidente aéreo
QUALIDADE DA IMAGEM
Bernardino = 600 pacs.,
submetidos a TC de abdomen e o
número de exames repetidos porque
o paciente apresentou RA.
 As diferenças não justificam uso de
NI para evitar RA durante o exame

Não houve prejuízo considerável na
imagem
 Não foi necessário abortar ou repetir
número significativo de estudos
Reações Adversas X Qualidade do
exame
iônico X não-iônicos
Exames Exames Ótima Adequado
repetidos terminados qualidade (ótimo +
bom)
Iônico 3,0% 94% 62% 97,7%
= 298

Não- 0,7% 97% 71% 99,6%


iônico
= 302
REAÇÕES ADVERSAS x
TEMPERATURA
Vergara = não-iônicos aquecidos
representam melhor opção para evitar
reações graves
 Sugerido aquecimento a 37o.C

temperatura = viscosidade = facilita
administração
REAÇÕES ADVERSAS x DOSE

Reações fisicoquimiotóxicas estão


diretamente relacionadas a dose
 Hiperosmolaridade e viscosidade

Reações idiossincráticas não são


consideradas dose dependente
REAÇÕES FISICOQUIMIOTÓXICAS
Sensação de calor
Dor vascular
Hipervolemia
Lesão endotelial
Alteração da hemácia
Redução da função renal
Arritmia
Convulsão e paralisia
Alteração da coagulação
REAÇÕES IDIOSSINCRÁTICAS
Reação severa ou fatal
Hipotensão grave
Perda da consciência
Convulsão
Edema pulmonar
Urticária
Edema laríngeo
Broncoespasmo
Parada cardíaca

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